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Simulado IBAM: Profissional de Educação Física
Simulado para Profissional de Educação Física
IBAM Concursos
Cargo: Profissional de Educação Física
Total de questões: 25
Tempo estimado: 2 horas e 30 minutos
Instruções
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Simulado: Profissional de Educação Física
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Apostila Completa para Profissional de Educação Física
Material preparatório para concursos
Introdução
Esta apostila foi desenvolvida especialmente para candidatos ao cargo de Profissional de Educação Física, seguindo o padrão de conteúdos exigidos pela Banca IBAM Concursos. O material aborda de forma completa e didática os temas fundamentais: “A História da Educação Física” e “Função Social da Educação Física”.
O conteúdo foi elaborado por especialistas na área, considerando as particularidades das provas da banca IBAM, conhecida por valorizar o conhecimento teórico aliado à capacidade de aplicação prática dos conceitos.
Dica de estudo: Ao estudar para concursos do IBAM, é fundamental compreender os conceitos em profundidade e saber relacioná-los com situações práticas do cotidiano escolar e esportivo.
A História da Educação Física
Origens da Educação Física
A Educação Física tem suas raízes nas civilizações antigas, onde o preparo físico estava intimamente ligado à sobrevivência e às práticas militares. Na Grécia Antiga, berço dos Jogos Olímpicos, o cultivo do corpo era considerado tão importante quanto o desenvolvimento intelectual, seguindo o ideal de “mente sã em corpo são”.
Os gregos desenvolveram a ginástica como forma de preparação física e estética, enquanto os romanos adaptaram essas práticas com foco mais utilitário e militar. Já nas civilizações orientais, como China e Índia, desenvolveram-se práticas corporais ligadas à saúde, meditação e defesa pessoal.
Idade Média e Renascimento
Durante a Idade Média, houve um declínio nas práticas corporais sistematizadas, com a valorização do ascetismo religioso e a dicotomia corpo-alma. O corpo era visto como fonte de pecado, e as atividades físicas ficaram restritas aos treinamentos militares da nobreza.
O Renascimento trouxe uma redescoberta do corpo e das práticas corporais. Pensadores como Vittorino da Feltre e Mercurialis resgataram ideais gregos de educação integral, incluindo a educação do corpo. Neste período, surgiram os primeiros tratados modernos sobre exercícios físicos e jogos.
Escolas Europeias de Ginástica
No século XIX, surgiram as grandes escolas europeias de ginástica, que sistematizaram métodos de exercícios físicos com diferentes objetivos:
- Escola Alemã (Friedrich Ludwig Jahn): Focada no nacionalismo e preparação militar, desenvolveu aparelhos como barras paralelas e cavalo.
- Escola Sueca (Pehr Henrik Ling): Enfatizava exercícios analíticos com fins corretivos e terapêuticos.
- Escola Francesa (Francisco Amoros): Combinava elementos das escolas anteriores com foco na formação integral.
- Escola Inglesa (Thomas Arnold): Desenvolveu o esporte moderno como meio educativo nas public schools inglesas.
Educação Física no Brasil
A Educação Física no Brasil passou por diversas fases, influenciadas por tendências internacionais e pelo contexto sociopolítico nacional:
Período | Características | Influências |
---|---|---|
Brasil Império | Primeiras iniciativas institucionais | Método Alemão |
República Velha (1889-1930) | Higienismo e eugenismo | Método Francês |
Era Vargas (1930-1945) | Militarismo e nacionalismo | Método Francês (oficial) |
1945-1964 | Esportivização | Método Desportivo Generalizado |
Ditadura Militar (1964-1985) | Tecnicismo e alto rendimento | Modelo piramidal esportivo |
Redemocratização (pós-1985) | Abordagens críticas e diversificação | Pedagogia crítico-superadora, desenvolvimentista, construtivista |
Tendências Pedagógicas da Educação Física
A partir da década de 1980, surgiram diversas abordagens pedagógicas que buscavam superar o modelo tecnicista e esportivista:
- Desenvolvimentista (Go Tani): Foco no desenvolvimento motor e aprendizagem motora.
- Construtivista (João Batista Freire): Valorização do conhecimento que a criança já possui e da cultura infantil.
- Crítico-superadora (Coletivo de Autores): Baseada no materialismo histórico-dialético, entende a cultura corporal como objeto de estudo.
- Crítico-emancipatória (Elenor Kunz): Busca a emancipação por meio do movimento e da linguagem.
- Saúde Renovada: Foco na promoção da saúde e qualidade de vida.
- PCNs: Proposta eclética que incorpora elementos de várias abordagens.
Importante para o IBAM: A banca costuma valorizar o conhecimento sobre as diferentes abordagens pedagógicas e sua contextualização histórica, especialmente a transição das abordagens tradicionais para as críticas.
Legislação e Regulamentação
Marcos importantes para a Educação Física no Brasil:
- Decreto-Lei nº 1.212/1939: Criação da Escola Nacional de Educação Física e Desportos.
- Lei nº 4.024/1961 (LDB): Tornou a Educação Física obrigatória nos cursos primário e médio.
- Lei nº 9.394/1996 (LDB atual): Estabeleceu a Educação Física como componente curricular obrigatório da educação básica.
- Lei nº 9.696/1998: Regulamentação da profissão de Educação Física e criação do sistema CONFEF/CREFs.
- Lei nº 10.793/2003: Alterou a LDB quanto à obrigatoriedade da Educação Física.
- BNCC (2018): Estabeleceu a Educação Física na área de Linguagens, com unidades temáticas específicas.
Apostila preparada especialmente para concursos da Banca IBAM | Profissional de Educação Física
Apostila Completa para Profissional de Educação Física
Educação Física Adaptada e Concepções Psicomotoras
Introdução
Esta apostila foi desenvolvida especialmente para candidatos ao cargo de Profissional de Educação Física, seguindo o padrão de conteúdos exigidos pela Banca IBAM Concursos. O material aborda de forma completa e didática dois temas fundamentais: “Educação Física Adaptada: como trabalhar o conceito de inclusão” e “Concepções Psicomotoras na Educação Física”.
Estes temas são frequentemente cobrados em concursos da área de Educação Física, especialmente pela banca IBAM, que valoriza o conhecimento teórico aliado à capacidade de aplicação prática dos conceitos. A compreensão aprofundada destes conteúdos é essencial para o profissional que atuará na educação básica, em projetos sociais ou em programas de atividade física adaptada.
Dica de estudo: Ao estudar para concursos do IBAM, é fundamental compreender os conceitos em profundidade e saber relacioná-los com situações práticas do cotidiano escolar. A banca costuma elaborar questões contextualizadas que exigem não apenas o conhecimento teórico, mas também a capacidade de aplicá-lo em situações concretas.
Educação Física Adaptada: Como Trabalhar o Conceito de Inclusão
Conceito de Inclusão na Educação Física
A inclusão na Educação Física refere-se ao processo de garantir que todas as pessoas, independentemente de suas condições físicas, sensoriais, intelectuais ou sociais, tenham acesso pleno e efetivo às práticas corporais. Vai além da mera inserção física do aluno no espaço escolar, buscando sua participação ativa e significativa nas atividades.
É importante diferenciar os conceitos de integração e inclusão. Na integração, espera-se que o aluno se adapte ao ambiente e às atividades propostas. Já na inclusão, é o ambiente e as atividades que devem ser adaptados para acolher todos os alunos em suas singularidades.
Integração | Inclusão |
---|---|
Foco na adaptação do aluno | Foco na adaptação do ambiente e das atividades |
Inserção parcial e condicional | Inserção total e incondicional |
Exige transformações superficiais | Exige transformações profundas |
Visão de normalização | Valorização da diversidade |
A Educação Física Adaptada surge como uma área de conhecimento que busca identificar e solucionar problemas psicomotores ao longo do processo de desenvolvimento humano, considerando as diferenças individuais. Seu objetivo é desenvolver programas adequados às necessidades especiais de cada indivíduo.
Conceito-chave: A Educação Física Adaptada é definida pela American Association for Health, Physical Education, Recreation and Dance (AAHPERD) como “um programa diversificado de atividades desenvolvimentistas, jogos, esportes e ritmos adequados aos interesses, capacidades e limitações de estudantes com deficiências que não podem se engajar com participação irrestrita, segura e bem-sucedida em atividades vigorosas de um programa regular de educação física”.
Marcos Legais da Inclusão na Educação Física
A inclusão na Educação Física é respaldada por diversos documentos legais nacionais e internacionais:
- Constituição Federal (1988): Estabelece a igualdade de condições para o acesso e permanência na escola como um dos princípios do ensino.
- Declaração de Salamanca (1994): Marco mundial na difusão da filosofia da educação inclusiva.
- Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/1996): Garante atendimento educacional especializado gratuito aos educandos com necessidades especiais, preferencialmente na rede regular de ensino.
- Parâmetros Curriculares Nacionais (1997): Apresentam a adaptação como princípio da inclusão, destacando a importância de adequar os objetivos, conteúdos e métodos às características dos alunos.
- Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência (2006): Ratificada pelo Brasil com status de emenda constitucional, estabelece o compromisso de assegurar um sistema educacional inclusivo em todos os níveis.
- Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008): Define a educação especial como modalidade transversal a todos os níveis e modalidades de ensino.
- Lei Brasileira de Inclusão (Lei nº 13.146/2015): Assegura sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida.
- Base Nacional Comum Curricular (2018): Reafirma o compromisso com a educação integral e com a necessidade de romper com visões reducionistas que privilegiam ou a dimensão intelectual ou a dimensão afetiva ou a dimensão física.
Atenção para o IBAM: A banca costuma cobrar o conhecimento específico sobre a legislação, especialmente a Lei Brasileira de Inclusão e sua aplicação prática no contexto da Educação Física escolar.
Estratégias Pedagógicas para a Inclusão
Para trabalhar efetivamente o conceito de inclusão na Educação Física, o profissional pode adotar diversas estratégias pedagógicas:
- Desenho Universal para Aprendizagem (DUA): Abordagem que busca eliminar barreiras no processo de ensino-aprendizagem, oferecendo múltiplas formas de apresentação do conteúdo, de expressão do conhecimento e de engajamento.
- Adaptações Curriculares: Modificações realizadas nos objetivos, conteúdos, métodos, recursos e avaliação para atender às necessidades específicas dos alunos. Podem ser:
- Adaptações de acesso ao currículo: Modificações no espaço, materiais e comunicação.
- Adaptações nos elementos curriculares: Modificações nos objetivos, conteúdos, metodologia e avaliação.
- Trabalho Colaborativo: Parceria entre professor de Educação Física, professor de apoio, equipe multidisciplinar e família para planejar e implementar estratégias inclusivas.
- Tutoria entre Pares: Estratégia em que alunos sem deficiência auxiliam colegas com deficiência durante as atividades, promovendo interação social e aprendizagem cooperativa.
- Tecnologia Assistiva: Utilização de recursos e serviços que contribuem para proporcionar ou ampliar habilidades funcionais de pessoas com deficiência.
Exemplos práticos de adaptações em atividades de Educação Física:
Tipo de Adaptação | Exemplos |
---|---|
Adaptações de Regras |
– Permitir que o aluno com deficiência física receba a bola parado – Aumentar o número de tentativas – Modificar o sistema de pontuação |
Adaptações de Espaço |
– Reduzir o tamanho da quadra – Utilizar marcações táteis para alunos com deficiência visual – Eliminar barreiras arquitetônicas |
Adaptações de Material |
– Utilizar bolas com guizo para alunos com deficiência visual – Usar materiais mais leves ou maiores – Adaptar implementos com velcro ou fitas adesivas |
Adaptações de Instrução |
– Utilizar demonstração tátil para alunos com deficiência visual – Usar comunicação alternativa para alunos com deficiência auditiva – Simplificar instruções para alunos com deficiência intelectual |
Tipos de Deficiências e Estratégias Específicas
Para cada tipo de deficiência, existem estratégias específicas que podem ser adotadas nas aulas de Educação Física:
Deficiência Física
- Adaptar materiais e equipamentos (ex.: raquetes com velcro, bolas mais leves)
- Modificar regras para permitir assistência ou uso de cadeira de rodas
- Garantir acessibilidade dos espaços
- Considerar a fadiga e necessidade de pausas mais frequentes
- Valorizar atividades que desenvolvam força de tronco e membros superiores
Deficiência Visual
- Utilizar materiais com contraste de cores (para baixa visão) ou com estímulos sonoros (bolas com guizo)
- Oferecer orientação verbal clara e precisa
- Permitir reconhecimento tátil do espaço e materiais antes das atividades
- Utilizar guias videntes ou cordas-guia quando necessário
- Evitar mudanças na disposição do espaço sem aviso prévio
Deficiência Auditiva
- Utilizar comunicação visual (demonstrações, sinais, cartões coloridos)
- Aprender sinais básicos de Libras relacionados à atividade
- Posicionar-se de frente para o aluno ao dar instruções (leitura labial)
- Utilizar estímulos visuais para início e fim de atividades (bandeiras, luzes)
- Valorizar atividades rítmicas com estímulos visuais ou vibratórios
Deficiência Intelectual
- Simplificar regras e instruções
- Utilizar demonstrações visuais claras
- Oferecer feedback constante e positivo
- Estabelecer rotinas previsíveis
- Dividir habilidades complexas em partes menores
- Utilizar jogos e atividades que desenvolvam atenção e memória
Transtorno do Espectro Autista (TEA)
- Criar ambiente previsível e estruturado
- Utilizar apoios visuais (pictogramas, cronogramas visuais)
- Minimizar estímulos sensoriais excessivos (ruídos, luzes fortes)
- Oferecer espaço para descompressão sensorial quando necessário
- Introduzir mudanças gradualmente
- Valorizar atividades que desenvolvam coordenação e consciência corporal
Importante para o IBAM: A banca costuma valorizar o conhecimento sobre estratégias específicas para cada tipo de deficiência, bem como a capacidade de adaptação das atividades considerando as potencialidades dos alunos, não apenas suas limitações.
Avaliação na Educação Física Adaptada
A avaliação na Educação Física Adaptada deve ser processual, contínua e formativa, considerando o progresso individual do aluno em relação a si mesmo, não em comparação com os demais. Alguns princípios importantes:
- Utilizar múltiplos instrumentos de avaliação (observação, registros, autoavaliação)
- Adaptar os critérios de avaliação de acordo com as possibilidades do aluno
- Valorizar aspectos qualitativos sobre os quantitativos
- Considerar o esforço e a participação, não apenas o desempenho
- Envolver o aluno no processo avaliativo
- Utilizar a avaliação como ferramenta para replanejar as intervenções
O Plano Educacional Individualizado (PEI) é uma ferramenta importante para o planejamento e avaliação na Educação Física Adaptada. Trata-se de um documento que registra os objetivos específicos para cada aluno, as adaptações necessárias e os critérios de avaliação personalizados.
Dica para o IBAM: A banca costuma valorizar o conhecimento sobre avaliação formativa e processual, bem como a capacidade de elaborar instrumentos de avaliação adaptados às diferentes necessidades dos alunos.
Concepções Psicomotoras na Educação Física
Fundamentos da Psicomotricidade
A psicomotricidade é uma ciência que estuda o homem através do seu corpo em movimento, na relação entre o psiquismo e a motricidade. Baseia-se em uma visão global do ser humano, integrando as funções motrizes e mentais, considerando o indivíduo em sua totalidade.
O termo “psicomotricidade” surgiu no início do século XX, a partir dos estudos neurológicos de Ernest Dupré, que observou a relação entre anomalias neurológicas e psíquicas. Posteriormente, Henri Wallon, Jean Piaget e outros pesquisadores contribuíram significativamente para o desenvolvimento desta área.
A evolução histórica da psicomotricidade pode ser dividida em três fases principais:
- Fase Neuromotora (1900-1930): Foco nos aspectos neurológicos do movimento, com ênfase no paralelismo psicomotor.
- Fase da Organização Psicomotora (1930-1970): Desenvolvimento dos conceitos de esquema corporal, lateralidade, estruturação espacial e temporal.
- Fase da Interação (a partir de 1970): Valorização da comunicação não verbal, da expressão corporal e das relações tônico-emocionais.
Conceito-chave: Segundo a Sociedade Brasileira de Psicomotricidade, “a psicomotricidade é uma ciência que tem como objeto de estudo o homem através do seu corpo em movimento e em relação ao seu mundo interno e externo. Está relacionada ao processo de maturação, onde o corpo é a origem das aquisições cognitivas, afetivas e orgânicas.”
Elementos Básicos da Psicomotricidade
A psicomotricidade se estrutura a partir de elementos básicos que constituem a base do desenvolvimento psicomotor:
1. Esquema Corporal
É a representação mental que o indivíduo tem do seu próprio corpo, suas possibilidades de movimento e suas limitações. Desenvolve-se progressivamente através das experiências sensório-motoras, da interação social e da maturação neurológica.
O desenvolvimento do esquema corporal passa por etapas:
- Corpo vivido (0-3 anos): Experiência sensório-motora do corpo.
- Corpo percebido (3-7 anos): Desenvolvimento da percepção do corpo.
- Corpo representado (7-12 anos): Representação mental do corpo.
2. Lateralidade
Refere-se à predominância motora de um lado do corpo em relação ao outro, determinada pela dominância cerebral (hemisfério direito ou esquerdo). A lateralidade bem definida é fundamental para a orientação espacial e para aprendizagens como a leitura e a escrita.
Tipos de lateralidade:
- Lateralidade homogênea: Quando há predominância do lado direito (destro) ou do lado esquerdo (canhoto) em todas as partes do corpo.
- Lateralidade cruzada: Quando há dominância direita para algumas partes do corpo e esquerda para outras.
- Ambidestria: Quando não há predominância definida, utilizando-se os dois lados com a mesma habilidade.
- Lateralidade contrariada: Quando a pessoa é forçada a usar o lado não dominante.
3. Estruturação Espacial
É a capacidade de orientar-se no espaço, percebendo as relações de posição, direção e distância entre os objetos e entre o próprio corpo e os objetos. Desenvolve-se a partir das experiências corporais e da percepção visual.
Conceitos espaciais importantes:
- Em cima/embaixo
- Frente/atrás
- Dentro/fora
- Longe/perto
- Direita/esquerda
4. Estruturação Temporal
É a capacidade de situar-se no tempo, percebendo a sucessão e a duração dos eventos. Inclui a percepção do ritmo e a organização temporal das ações.
Componentes da estruturação temporal:
- Ordem: Sucessão de acontecimentos (antes/depois)
- Duração: Intervalo entre o início e o fim de um evento
- Ritmo: Alternância de tensão e relaxamento, som e silêncio
5. Coordenação Motora
É a capacidade de executar movimentos precisos e controlados, envolvendo a ação conjunta de diferentes grupos musculares. Divide-se em:
- Coordenação motora global: Movimentos amplos que envolvem grandes grupos musculares (correr, saltar, lançar).
- Coordenação motora fina: Movimentos precisos que envolvem pequenos grupos musculares, especialmente das mãos e dedos (escrever, recortar, abotoar).
- Coordenação óculo-manual: Coordenação entre os movimentos das mãos e a visão.
- Coordenação óculo-pedal: Coordenação entre os movimentos dos pés e a visão.
6. Equilíbrio
É a capacidade de manter o corpo em determinada posição, resistindo à ação da gravidade. Depende do sistema vestibular, da visão e da propriocepção.
Tipos de equilíbrio:
- Equilíbrio estático: Manutenção de uma posição sem deslocamento.
- Equilíbrio dinâmico: Manutenção da estabilidade durante o deslocamento.
- Equilíbrio recuperado: Capacidade de retomar o equilíbrio após uma perturbação.
7. Tônus Muscular
É o estado de tensão permanente dos músculos, que varia de acordo com as diferentes ações e emoções. O tônus é a base da postura e dos movimentos, além de estar intimamente ligado à afetividade.
Alterações tônicas:
- Hipertonia: Excesso de tensão muscular.
- Hipotonia: Diminuição da tensão muscular.
- Distonia: Variações irregulares do tônus.
Atenção para o IBAM: A banca costuma cobrar o conhecimento detalhado sobre os elementos básicos da psicomotricidade e sua relação com o desenvolvimento infantil e a aprendizagem escolar.
Principais Abordagens Psicomotoras
Ao longo do desenvolvimento da psicomotricidade, diferentes abordagens teórico-metodológicas foram elaboradas:
1. Psicomotricidade Funcional
Desenvolvida principalmente por Ajuriaguerra e Picq & Vayer, enfatiza o desenvolvimento das funções psicomotoras através de exercícios específicos. Tem caráter mais instrumental e reeducativo, visando corrigir déficits psicomotores.
Características:
- Foco no desenvolvimento das funções psicomotoras
- Utilização de testes psicomotores para avaliação
- Exercícios programados e sequenciados
- Relação mais diretiva entre educador e educando
2. Psicomotricidade Relacional
Desenvolvida por André Lapierre e Bernard Aucouturier, valoriza a expressividade motora espontânea e a dimensão afetivo-emocional do movimento. Utiliza o jogo simbólico e a comunicação não verbal como meios de intervenção.
Características:
- Foco na expressão corporal e na comunicação não verbal
- Valorização do jogo espontâneo e simbólico
- Ênfase na relação tônico-emocional
- Postura não diretiva do educador
3. Psicomotricidade Cognitiva
Baseada principalmente nos trabalhos de Jean Piaget, enfatiza a relação entre o desenvolvimento motor e o desenvolvimento cognitivo. Considera o movimento como base para a construção da inteligência.
Características:
- Foco na relação entre movimento e cognição
- Valorização da experiência sensório-motora
- Ênfase na resolução de problemas motores
- Progressão das atividades conforme os estágios do desenvolvimento cognitivo
Abordagem | Principais Autores | Foco | Metodologia |
---|---|---|---|
Funcional | Ajuriaguerra, Picq & Vayer | Desenvolvimento das funções psicomotoras | Exercícios programados e sequenciados |
Relacional | Lapierre, Aucouturier | Expressividade motora e dimensão afetiva | Jogo espontâneo e simbólico |
Cognitiva | Piaget, Le Boulch | Relação entre movimento e cognição | Resolução de problemas motores |
Prática Psicomotora na Educação Física
A incorporação das concepções psicomotoras na Educação Física escolar trouxe importantes contribuições para a prática pedagógica:
Princípios Metodológicos
- Respeito ao desenvolvimento: Considerar as características e necessidades de cada faixa etária.
- Progressão: Organizar as atividades do simples para o complexo, do concreto para o abstrato.
- Globalidade: Considerar o aluno em sua totalidade (aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais).
- Individualização: Respeitar o ritmo e as características individuais de cada aluno.
- Ludicidade: Utilizar o jogo como principal recurso metodológico.
Atividades Psicomotoras por Faixa Etária
Faixa Etária | Desenvolvimento Psicomotor | Atividades Recomendadas |
---|---|---|
Educação Infantil (3-6 anos) |
– Desenvolvimento do esquema corporal – Início da lateralização – Noções espaciais básicas |
– Jogos de imitação – Circuitos psicomotores – Cantigas de roda – Atividades de reconhecimento corporal |
Anos Iniciais do Ensino Fundamental (6-10 anos) |
– Consolidação da lateralidade – Aprimoramento da coordenação – Estruturação espaço-temporal |
– Jogos de orientação espacial – Atividades rítmicas – Jogos pré-desportivos – Atividades de equilíbrio |
Anos Finais do Ensino Fundamental (11-14 anos) |
– Refinamento das capacidades psicomotoras – Adaptação às mudanças corporais – Desenvolvimento do pensamento abstrato |
– Esportes adaptados – Atividades expressivas – Jogos cooperativos – Atividades de consciência corporal |
Exemplos de Atividades Psicomotoras
- Para desenvolvimento do esquema corporal:
- Espelho: um aluno realiza movimentos que devem ser imitados pelo colega.
- Estátua: ao parar a música, os alunos devem ficar imóveis na posição em que estavam.
- Desenho do corpo: após atividades corporais, pedir que os alunos desenhem seu próprio corpo.
- Para desenvolvimento da lateralidade:
- Circuitos com obstáculos à direita e à esquerda.
- Jogos de comando: “Mão direita na orelha esquerda”, “Pé esquerdo à frente”.
- Atividades com arcos: pular com o pé direito nos arcos vermelhos e com o esquerdo nos azuis.
- Para desenvolvimento da estruturação espacial:
- Caça ao tesouro com pistas espaciais: “Vá para frente, depois vire à direita”.
- Jogos de posicionamento: dentro/fora, em cima/embaixo, perto/longe.
- Percursos com olhos vendados, seguindo comandos verbais.
- Para desenvolvimento da estruturação temporal:
- Atividades rítmicas com instrumentos ou palmas.
- Estafetas com sequências temporais: “Primeiro pule, depois gire, por último agache”.
- Jogos de memória sequencial: repetir uma sequência de movimentos na ordem correta.
- Para desenvolvimento da coordenação motora:
- Circuitos com diferentes desafios motores: saltar, rastejar, equilibrar, lançar.
- Jogos com bolas de diferentes tamanhos e pesos.
- Atividades de manipulação de objetos: recorte, colagem, modelagem.
Importante para o IBAM: A banca costuma valorizar o conhecimento sobre atividades práticas e sua fundamentação teórica, especialmente a capacidade de adequar as propostas às diferentes faixas etárias e necessidades dos alunos.
Avaliação Psicomotora
A avaliação psicomotora é um processo que visa identificar o nível de desenvolvimento psicomotor do indivíduo, detectando possíveis dificuldades e orientando a intervenção pedagógica.
Instrumentos de Avaliação Psicomotora
- Exame Psicomotor de Picq e Vayer: Avalia coordenação óculo-manual, coordenação dinâmica, controle postural, organização espacial, estruturação espaço-temporal e lateralidade.
- Bateria Psicomotora (BPM) de Vítor da Fonseca: Avalia tonicidade, equilíbrio, lateralidade, noção corporal, estruturação espaço-temporal, praxia global e praxia fina.
- Escala de Desenvolvimento Motor (EDM) de Francisco Rosa Neto: Avalia motricidade fina, motricidade global, equilíbrio, esquema corporal, organização espacial, organização temporal e lateralidade.
- Observação Psicomotora: Registro sistemático do comportamento psicomotor durante atividades livres e dirigidas.
Na Educação Física escolar, a avaliação psicomotora deve ter caráter formativo, servindo como base para o planejamento das intervenções pedagógicas. É importante considerar:
- O processo de desenvolvimento, não apenas o resultado final
- As características individuais de cada aluno
- O contexto em que as atividades são realizadas
- A evolução do aluno em relação a si mesmo
Dica para o IBAM: A banca costuma valorizar o conhecimento sobre os diferentes instrumentos de avaliação psicomotora e sua aplicação no contexto escolar, bem como a capacidade de interpretar os resultados e planejar intervenções adequadas.
Integração entre Educação Física Adaptada e Concepções Psicomotoras
A integração entre a Educação Física Adaptada e as Concepções Psicomotoras oferece um referencial teórico-prático valioso para o trabalho com pessoas com deficiência. Alguns pontos de convergência:
- Visão global do indivíduo: Ambas as áreas consideram o ser humano em sua totalidade, integrando aspectos motores, cognitivos, afetivos e sociais.
- Respeito à diversidade: Reconhecem e valorizam as diferenças individuais, adaptando as propostas às necessidades específicas de cada pessoa.
- Ênfase nas potencialidades: Focam no que o indivíduo pode fazer, não em suas limitações, buscando desenvolver suas capacidades.
- Importância da experiência corporal: Valorizam a vivência corporal como base para o desenvolvimento e a aprendizagem.
- Adaptação metodológica: Propõem a adequação de métodos, recursos e estratégias para garantir a participação e o desenvolvimento de todos.
Contribuições da Psicomotricidade para a Educação Física Adaptada
- Oferece um referencial teórico para compreender o desenvolvimento psicomotor e suas possíveis alterações
- Propõe metodologias que valorizam a experiência corporal e o jogo simbólico
- Fornece instrumentos de avaliação que podem orientar a intervenção pedagógica
- Valoriza a dimensão afetivo-relacional do movimento
- Considera o corpo como meio de expressão e comunicação
Estratégias Psicomotoras na Educação Física Adaptada
Tipo de Deficiência | Elementos Psicomotores a Desenvolver | Estratégias Psicomotoras |
---|---|---|
Deficiência Física |
– Esquema corporal – Equilíbrio – Coordenação |
– Atividades de consciência corporal – Jogos de expressão corporal – Atividades de propriocepção |
Deficiência Visual |
– Orientação espacial – Equilíbrio – Esquema corporal |
– Exploração tátil do espaço – Atividades com estímulos sonoros – Jogos de orientação espacial com pistas verbais |
Deficiência Auditiva |
– Estruturação temporal – Ritmo – Coordenação |
– Atividades com estímulos visuais e vibratórios – Jogos de imitação e espelho – Atividades de expressão corporal |
Deficiência Intelectual |
– Esquema corporal – Lateralidade – Estruturação espaço-temporal |
– Jogos simbólicos – Atividades de rotina e sequência – Circuitos psicomotores simplificados |
Transtorno do Espectro Autista |
– Integração sensorial – Esquema corporal – Coordenação |
– Atividades de integração sensorial – Jogos com regras claras e previsíveis – Atividades de consciência corporal |
Importante para o IBAM: A banca costuma valorizar a capacidade de integrar diferentes conhecimentos e aplicá-los em situações práticas. É fundamental compreender como as concepções psicomotoras podem contribuir para o trabalho com a diversidade na Educação Física.
Questões Comentadas – Estilo IBAM
Questão 1:
Na Educação Física Adaptada, o conceito de inclusão pressupõe:
a) A inserção do aluno com deficiência em turmas especiais, com atividades específicas para seu tipo de deficiência.
b) A adaptação do aluno às atividades propostas, com auxílio de professores especializados.
c) A modificação do ambiente e das atividades para garantir a participação efetiva de todos os alunos.
d) A participação do aluno com deficiência apenas nas atividades que não exijam adaptações significativas.
Resposta: C
Comentário: A alternativa C está correta porque o conceito de inclusão pressupõe que é o ambiente e as atividades que devem ser adaptados para acolher todos os alunos em suas singularidades, não o contrário. A inclusão implica em transformações profundas no sistema educacional e nas práticas pedagógicas, garantindo não apenas o acesso, mas também a participação efetiva e a aprendizagem de todos os alunos.
Questão 2:
Sobre as concepções psicomotoras na Educação Física, é correto afirmar que:
a) A psicomotricidade funcional e a psicomotricidade relacional apresentam a mesma abordagem metodológica, diferindo apenas quanto ao público-alvo.
b) A psicomotricidade na Educação Física tem como objetivo exclusivo o desenvolvimento motor, sem relação com aspectos cognitivos ou afetivos.
c) A lateralidade é um elemento psicomotor que se refere exclusivamente à identificação da mão dominante para a escrita.
d) O esquema corporal é a representação mental que o indivíduo tem do seu próprio corpo, suas possibilidades de movimento e suas limitações.
Resposta: D
Comentário: A alternativa D está correta porque o esquema corporal é, de fato, a representação mental que o indivíduo tem do seu próprio corpo, incluindo suas possibilidades de movimento e limitações. Esta representação se desenvolve progressivamente através das experiências sensório-motoras, da interação social e da maturação neurológica, sendo fundamental para a orientação espacial e para a relação com o mundo.
Questão 3:
Um professor de Educação Física precisa adaptar uma aula de voleibol para incluir um aluno com deficiência visual. Qual das estratégias abaixo seria mais adequada segundo os princípios da Educação Física Adaptada?
a) Dispensar o aluno da atividade, oferecendo uma atividade alternativa individual.
b) Utilizar uma bola com guizo, permitir o reconhecimento tátil do espaço antes da atividade e adaptar algumas regras.
c) Manter as regras oficiais, mas designar um colega para auxiliar o aluno com deficiência visual durante todo o jogo.
d) Sugerir que o aluno participe apenas como árbitro, já que o voleibol é um esporte essencialmente visual.
Resposta: B
Comentário: A alternativa B está correta porque apresenta adaptações que possibilitam a participação efetiva do aluno com deficiência visual na atividade proposta. A utilização de uma bola com guizo permite a localização auditiva do objeto, o reconhecimento tátil do espaço proporciona segurança e orientação espacial, e a adaptação de algumas regras garante condições equitativas de participação, sem descaracterizar a essência do jogo.
Questão 4:
Na integração entre Educação Física Adaptada e concepções psicomotoras, qual elemento psicomotor deve ser prioritariamente trabalhado com um aluno com Transtorno do Espectro Autista (TEA) que apresenta dificuldades de interação social e comportamentos repetitivos?
a) Lateralidade, através de exercícios de identificação de direita e esquerda.
b) Estruturação temporal, através de atividades de ritmo e sequência.
c) Esquema corporal, através de atividades de consciência corporal e integração sensorial.
d) Coordenação motora fina, através de exercícios de manipulação de pequenos objetos.
Resposta: C
Comentário: A alternativa C está correta porque pessoas com TEA frequentemente apresentam alterações na percepção sensorial e na consciência corporal, o que pode contribuir para suas dificuldades de interação social e comportamentos repetitivos. O trabalho com o esquema corporal, através de atividades de consciência corporal e integração sensorial, pode ajudar a organizar as sensações corporais, melhorar a autopercepção e, consequentemente, facilitar a interação com o ambiente e com outras pessoas.
Apostila preparada especialmente para concursos da Banca IBAM | Profissional de Educação Física
Temas: Educação Física Adaptada e Concepções Psicomotoras
Apostila para Profissional de Educação Física
Educação Física e o Desenvolvimento Humano | Alternativas de Trabalhos Didáticos com Jovens e Adultos
Introdução
Esta apostila foi desenvolvida para candidatos ao cargo de Profissional de Educação Física, seguindo o padrão da Banca IBAM Concursos. O material aborda dois temas fundamentais: “Educação Física e o Desenvolvimento Humano” e “Alternativas de Trabalhos Didáticos com Jovens e Adultos”.
A compreensão do desenvolvimento humano é essencial para o profissional de Educação Física, pois fundamenta suas escolhas metodológicas. Já o conhecimento sobre alternativas de trabalhos didáticos com jovens e adultos é cada vez mais valorizado, considerando a ampliação dos campos de atuação profissional.
Dica de estudo: A banca IBAM costuma elaborar questões contextualizadas que exigem não apenas o conhecimento teórico, mas também a capacidade de aplicá-lo em situações concretas.
Educação Física e o Desenvolvimento Humano
Conceitos Básicos
O desenvolvimento humano é um processo contínuo, complexo e dinâmico que ocorre ao longo de toda a vida. Envolve mudanças progressivas nas estruturas físicas, neurológicas, cognitivas, emocionais e sociais do indivíduo.
Conceitos fundamentais:
- Crescimento: Mudanças quantitativas, como aumento de estatura e peso.
- Maturação: Processo de amadurecimento biológico determinado geneticamente.
- Desenvolvimento: Mudanças qualitativas e quantitativas que ocorrem ao longo da vida.
- Aprendizagem: Processo de aquisição de conhecimentos, habilidades e atitudes.
Conceito-chave: O desenvolvimento humano é holístico – as diferentes dimensões (física, cognitiva, emocional, social) estão interligadas e se influenciam mutuamente.
Principais Teorias do Desenvolvimento Humano
1. Teoria Maturacional (Arnold Gesell)
Enfatiza que o desenvolvimento segue um padrão ordenado e previsível, determinado principalmente pela maturação biológica. Propõe princípios direcionais: céfalo-caudal e próximo-distal.
2. Teoria Cognitiva (Jean Piaget)
Descreve o desenvolvimento cognitivo como construção ativa do conhecimento através da interação com o ambiente. Estágios: sensório-motor (0-2 anos), pré-operacional (2-7 anos), operações concretas (7-11 anos) e operações formais (11+ anos).
3. Teoria Sociocultural (Lev Vygotsky)
Enfatiza o papel da interação social e da cultura. Introduziu conceitos como a Zona de Desenvolvimento Proximal (ZDP) e a importância da mediação social na aprendizagem.
4. Teoria Ecológica (Urie Bronfenbrenner)
Propõe que o desenvolvimento ocorre através da interação entre o indivíduo e diferentes sistemas ambientais, do microssistema ao macrossistema.
5. Teoria do Desenvolvimento Motor (David Gallahue)
Propõe um modelo com quatro fases: motora reflexiva (0-1 ano), motora rudimentar (1-2 anos), motora fundamental (2-7 anos) e motora especializada (7+ anos).
Teoria | Autor | Ênfase | Contribuição para a EF |
---|---|---|---|
Maturacional | Gesell | Maturação biológica | Padrões de desenvolvimento motor |
Cognitiva | Piaget | Construção do conhecimento | Adequação ao nível cognitivo |
Sociocultural | Vygotsky | Interação social | Aprendizagem colaborativa |
Ecológica | Bronfenbrenner | Sistemas ambientais | Consideração dos contextos |
Desenvolvimento Motor | Gallahue | Fases motoras | Programas motores progressivos |
Fases do Desenvolvimento Humano
1. Primeira Infância (0-3 anos)
- Físico-Motor: Rápido crescimento, habilidades motoras básicas.
- Cognitivo: Estágio sensório-motor, aprendizagem pelos sentidos.
- Socioemocional: Formação de vínculos, início da socialização.
- Para a EF: Estímulos sensoriais, movimentos básicos.
2. Segunda Infância (3-6 anos)
- Físico-Motor: Habilidades motoras fundamentais.
- Cognitivo: Estágio pré-operacional, pensamento simbólico.
- Socioemocional: Ampliação das relações, autonomia.
- Para a EF: Jogos simbólicos, exploração motora.
3. Terceira Infância (6-12 anos)
- Físico-Motor: Refinamento das habilidades fundamentais.
- Cognitivo: Operações concretas, pensamento lógico.
- Socioemocional: Importância dos pares, autoestima.
- Para a EF: Jogos com regras, iniciação esportiva.
4. Adolescência (12-18 anos)
- Físico-Motor: Estirão de crescimento, maturação sexual.
- Cognitivo: Operações formais, pensamento abstrato.
- Socioemocional: Busca de identidade, questionamentos.
- Para a EF: Esportes, expressão corporal, imagem corporal.
5. Idade Adulta
- Jovem (18-40): Pico físico, estabilidade motora, carreira.
- Média (40-65): Declínio gradual, sabedoria prática.
- Tardia (65+): Redução da força, adaptação às perdas.
- Para a EF: Saúde, prevenção, manutenção da autonomia.
O Papel da Educação Física no Desenvolvimento Humano
1. Contribuições para o Desenvolvimento Físico-Motor
- Estimula o crescimento e desenvolvimento adequados.
- Desenvolve habilidades motoras fundamentais e especializadas.
- Melhora as capacidades físicas (força, resistência, flexibilidade).
- Promove a saúde e previne doenças relacionadas ao sedentarismo.
2. Contribuições para o Desenvolvimento Cognitivo
- Melhora a capacidade de atenção e concentração.
- Desenvolve a percepção espacial e temporal.
- Estimula a resolução de problemas através de desafios motores.
- Melhora o desempenho acadêmico geral.
3. Contribuições para o Desenvolvimento Socioemocional
- Promove a socialização e o trabalho em equipe.
- Desenvolve valores como respeito, cooperação, fair play.
- Fortalece a autoestima e a autoconfiança.
- Ensina a lidar com vitórias e derrotas, desenvolvendo resiliência.
Importante: Para que a Educação Física cumpra seu papel no desenvolvimento humano, é fundamental que as atividades sejam adequadas ao nível de desenvolvimento, haja equilíbrio entre desafio e possibilidade de sucesso, e o ambiente seja inclusivo.
Alternativas de Trabalhos Didáticos com Jovens e Adultos
Características do Público Jovem e Adulto
Características dos Jovens (15-24 anos)
- Físicas: Finalização do crescimento, pico de desempenho físico.
- Cognitivas: Pensamento abstrato, análise crítica, questionamentos.
- Socioemocionais: Busca de identidade, influência dos pares.
- Motivacionais: Interesse por desafios, busca de autonomia.
Características dos Adultos (25+ anos)
- Físicas: Estabilidade seguida de declínio gradual.
- Cognitivas: Pensamento pós-formal, valorização do conhecimento aplicável.
- Socioemocionais: Múltiplos papéis sociais, responsabilidades.
- Motivacionais: Busca de relevância, interesse em resultados concretos.
Desafios para a Prática de Atividade Física
- Tempo limitado: Conciliação com trabalho e família.
- Experiências prévias: Possíveis traumas ou experiências negativas.
- Autoimagem: Insegurança quanto à aparência ou desempenho.
- Condições de saúde: Presença de limitações ou dores.
Conceito-chave: Malcolm Knowles desenvolveu o conceito de “andragogia”, destacando que adultos: 1) são autodirigidos; 2) trazem experiências prévias; 3) buscam relevância; 4) são orientados para aplicação imediata; e 5) são motivados internamente.
Abordagens Metodológicas para Jovens e Adultos
1. Abordagem Construtivista
- Princípios: Aprendizagem significativa, valorização do conhecimento prévio.
- Papel do Professor: Mediador, propositor de desafios.
- Aplicação: Jogos que exigem tomada de decisão, adaptação de regras.
2. Abordagem Crítico-Superadora
- Princípios: Contextualização histórica e social das práticas corporais.
- Papel do Professor: Problematizador, articulador com a realidade social.
- Aplicação: Discussão sobre esporte e mídia, análise de padrões corporais.
3. Abordagem Saúde Renovada
- Princípios: Promoção da saúde, autonomia para a prática.
- Papel do Professor: Orientador, educador em saúde.
- Aplicação: Programas de condicionamento, educação em saúde.
Abordagem | Foco Principal | Vantagens para Jovens e Adultos |
---|---|---|
Construtivista | Construção ativa do conhecimento | Valoriza autonomia e experiência prévia |
Crítico-Superadora | Compreensão crítica da cultura corporal | Promove reflexão sobre práticas corporais |
Saúde Renovada | Promoção da saúde e qualidade de vida | Atende às preocupações com saúde |
Desenvolvimentista | Desenvolvimento de habilidades motoras | Respeita o nível individual |
Cultural | Diversidade de manifestações corporais | Valoriza diferentes saberes culturais |
Estratégias Didáticas para o Trabalho com Jovens e Adultos
1. Diagnóstico e Consideração do Conhecimento Prévio
- Realizar avaliação diagnóstica para identificar experiências e necessidades.
- Valorizar o conhecimento e as experiências que os participantes já possuem.
- Exemplo: Questionário sobre experiências anteriores e objetivos pessoais.
2. Contextualização e Significação
- Relacionar as atividades com situações da vida real e interesses dos participantes.
- Explicar claramente os objetivos e benefícios das atividades.
- Exemplo: Explicar como exercícios ajudam nas atividades diárias.
3. Autonomia e Participação Ativa
- Envolver os participantes nas decisões sobre o programa e as atividades.
- Oferecer opções que permitam escolhas pessoais.
- Exemplo: Permitir escolha entre diferentes atividades aeróbicas.
4. Adaptação e Diferenciação
- Adaptar atividades para diferentes níveis de habilidade e condicionamento.
- Oferecer progressões e regressões para cada exercício.
- Exemplo: Versões mais simples e mais desafiadoras de cada estação.
Conteúdos e Atividades para Jovens e Adultos
1. Atividades Físicas para Saúde e Qualidade de Vida
- Programas de Condicionamento: Treinamento de força, resistência, flexibilidade.
- Ginásticas: Localizada, funcional, pilates, alongamento.
- Atividades Aeróbicas: Caminhada, corrida, ciclismo, natação.
2. Esportes Adaptados e Recreativos
- Esportes Coletivos Adaptados: Voleibol, basquetebol, futebol society.
- Esportes de Raquete: Tênis, badminton, tênis de mesa.
- Esportes Alternativos: Peteca, frescobol, ultimate frisbee.
3. Práticas Corporais Alternativas
- Práticas Orientais: Yoga, tai chi chuan, chi kung.
- Práticas de Consciência Corporal: Eutonia, técnica Alexander.
- Práticas de Relaxamento: Relaxamento progressivo, meditação.
4. Atividades Rítmicas e Expressivas
- Danças: De salão, populares, contemporânea, circular.
- Expressão Corporal: Jogos teatrais, mímica, improvisação.
Tipo de Conteúdo | Benefícios Específicos | Considerações Didáticas |
---|---|---|
Condicionamento Físico | Aptidão física, prevenção de doenças | Individualização, progressão gradual |
Esportes Adaptados | Socialização, habilidades, prazer | Adaptação de regras, inclusão |
Práticas Alternativas | Redução do estresse, consciência corporal | Ambiente tranquilo, ritmo individual |
Atividades Rítmicas | Expressão emocional, coordenação | Ambiente acolhedor, progressão |
Integração dos Temas: Desenvolvimento Humano e Trabalho com Jovens e Adultos
A compreensão do desenvolvimento humano fornece a base teórica para o planejamento de trabalhos didáticos com jovens e adultos:
1. Fundamentação das Escolhas Metodológicas
- A capacidade de pensamento abstrato dos jovens e adultos permite abordagens que valorizem a reflexão.
- O desenvolvimento da identidade nos jovens e a busca por qualidade de vida nos adultos orientam a seleção de conteúdos.
- A compreensão das mudanças físicas típicas da idade adulta fundamenta a necessidade de adaptação das atividades.
2. Adequação às Necessidades Desenvolvimentais
- Para jovens: atividades que auxiliem na construção da identidade e na socialização positiva.
- Para adultos jovens: práticas que conciliem com múltiplas responsabilidades.
- Para adultos de meia-idade: atividades que previnam o declínio físico.
- Para adultos mais velhos: práticas que promovam a manutenção da autonomia.
3. Promoção do Desenvolvimento Integral
- Físico: Melhoria das capacidades físicas, prevenção de doenças.
- Cognitivo: Estímulo à resolução de problemas, novos conhecimentos.
- Socioemocional: Interações positivas, manejo do estresse.
- Moral: Reflexão sobre valores como respeito e cooperação.
Importante: O trabalho com jovens e adultos deve considerar que o desenvolvimento é um processo contínuo ao longo de toda a vida, valorizando a aprendizagem permanente e reconhecendo que experiências anteriores influenciam o desenvolvimento atual e futuro.
Questões Comentadas – Estilo IBAM
Questão 1:
Sobre a relação entre Educação Física e desenvolvimento humano, é correto afirmar que:
a) O desenvolvimento motor ocorre independentemente das experiências proporcionadas pela Educação Física.
b) A Educação Física contribui apenas para o desenvolvimento físico.
c) A Educação Física contribui para o desenvolvimento integral do ser humano, incluindo aspectos físicos, cognitivos, sociais e emocionais.
d) O desenvolvimento humano se encerra na adolescência.
Resposta: C
Comentário: A alternativa C está correta porque a Educação Física, quando implementada com intencionalidade pedagógica, contribui para o desenvolvimento integral do indivíduo, estimulando aspectos físico-motores, cognitivos, socioemocionais e morais.
Questão 2:
Um professor de Educação Física está planejando um programa para adultos entre 40 e 60 anos. Qual estratégia didática é mais adequada?
a) Focar exclusivamente em atividades de alta intensidade.
b) Considerar as experiências prévias, adaptar atividades para diferentes níveis e relacionar os exercícios com benefícios específicos para a saúde.
c) Utilizar abordagem diretiva e autoritária.
d) Evitar atividades em grupo, priorizando exercícios individuais.
Resposta: B
Comentário: A alternativa B está correta porque considera princípios fundamentais do trabalho com adultos: valorização da experiência prévia, individualização e contextualização. Adultos se engajam mais quando compreendem os benefícios específicos das atividades.
Questão 3:
Sobre as alternativas de trabalhos didáticos com jovens, analise as afirmativas:
I. Jovens valorizam atividades desafiadoras e que permitam expressão de sua individualidade.
II. A abordagem crítico-superadora não é adequada para jovens.
III. O trabalho com jovens deve focar exclusivamente em esportes competitivos.
IV. A participação dos jovens no planejamento das atividades pode aumentar seu engajamento.
Estão corretas apenas:
a) I e II
b) II e III
c) I e IV
d) III e IV
Resposta: C
Comentário: A alternativa C está correta porque as afirmativas I e IV são verdadeiras. Jovens valorizam atividades desafiadoras que permitam expressão de sua individualidade, e envolvê-los no planejamento aumenta seu senso de autonomia e responsabilidade.
Apostila para Profissional de Educação Física
Treinamento e Rendimento Esportivo | Biomecânica | Fisiologia
Introdução
Esta apostila foi desenvolvida especificamente para candidatos ao cargo de Profissional de Educação Física, seguindo o padrão da Banca IBAM Concursos. O material aborda três temas fundamentais e interligados: Treinamento e Rendimento Esportivo, Biomecânica e Fisiologia.
A compreensão aprofundada desses temas é essencial para o profissional de Educação Física, pois fundamenta tanto a prática pedagógica quanto a prescrição adequada de exercícios e treinamentos. Além disso, esses conhecimentos são frequentemente cobrados em concursos públicos, especialmente pela banca IBAM.
Dica de estudo: A banca IBAM valoriza a capacidade de relacionar conceitos teóricos com situações práticas. Ao estudar, procure sempre pensar em como os conceitos se aplicam em diferentes contextos da atuação profissional.
Esta apostila foi estruturada de forma a facilitar o estudo, com divisões claras entre os temas, exemplos práticos, destaques para pontos importantes e questões comentadas ao final. Recomenda-se a leitura completa do material, seguida de resolução das questões para fixação do conteúdo.
Treinamento e Rendimento Esportivo
O treinamento esportivo é um processo pedagógico complexo que visa o desenvolvimento das capacidades técnicas, táticas, físicas e psicológicas dos atletas, com o objetivo de maximizar o rendimento esportivo.
Princípios do Treinamento Esportivo
1. Princípio da Individualidade Biológica
Cada indivíduo responde de maneira única aos estímulos do treinamento, devido às suas características genéticas, nível de condicionamento, idade, sexo, entre outros fatores. Por isso, programas de treinamento devem ser individualizados, considerando as particularidades de cada atleta.
2. Princípio da Adaptação
O organismo humano se adapta aos estímulos do treinamento através de modificações morfológicas e funcionais. Quando submetido a um estímulo adequado, o organismo sofre uma diminuição temporária de sua capacidade funcional (fadiga), seguida por uma recuperação que supera o nível inicial (supercompensação).
Exemplo prático: Após uma sessão de treinamento de força, ocorre microlesão nas fibras musculares (fadiga). Durante o período de recuperação, essas fibras são reparadas e fortalecidas, resultando em um músculo mais forte do que antes (supercompensação).
3. Princípio da Sobrecarga
Para que ocorram adaptações, é necessário que o estímulo do treinamento seja superior à capacidade atual do organismo. À medida que o atleta se adapta, é necessário aumentar progressivamente a carga de treinamento para continuar obtendo melhorias.
A sobrecarga pode ser aplicada através de diferentes variáveis:
- Volume: quantidade total de trabalho (séries × repetições × carga)
- Intensidade: nível de esforço em relação à capacidade máxima
- Densidade: relação entre esforço e recuperação
- Frequência: número de sessões de treinamento por período
- Complexidade: nível de dificuldade técnica dos exercícios
4. Princípio da Especificidade
As adaptações ao treinamento são específicas ao tipo de estímulo aplicado. O treinamento deve simular as demandas específicas da modalidade esportiva em termos de sistemas energéticos, grupos musculares, padrões de movimento e velocidade de execução.
Exemplo prático: Um corredor de maratona deve priorizar o treinamento aeróbio de longa duração, enquanto um velocista deve enfatizar o treinamento anaeróbio de alta intensidade e curta duração.
5. Princípio da Reversibilidade
As adaptações obtidas com o treinamento são reversíveis. Quando o treinamento é interrompido ou reduzido significativamente, ocorre uma perda gradual das adaptações adquiridas. Este princípio é resumido pela expressão “use ou perca”.
A taxa de destreinamento varia conforme a capacidade física e o tempo de treinamento prévio:
- A resistência aeróbia diminui mais rapidamente que a força muscular
- Atletas com maior tempo de treinamento perdem as adaptações mais lentamente
6. Princípio da Variabilidade
A variação sistemática dos estímulos de treinamento é fundamental para evitar a estagnação e o overtraining. A variabilidade pode ser aplicada em diferentes aspectos do treinamento:
- Exercícios
- Métodos de treinamento
- Volume e intensidade
- Intervalos de recuperação
7. Princípio da Interdependência Volume-Intensidade
Existe uma relação inversa entre volume e intensidade. À medida que a intensidade aumenta, o volume deve diminuir, e vice-versa. Este princípio é fundamental para o planejamento adequado das cargas de treinamento.
Capacidades Físicas e Métodos de Treinamento
1. Força
A força muscular é a capacidade do sistema neuromuscular de gerar tensão contra uma resistência. Pode ser classificada em:
- Força máxima: maior força possível que um músculo ou grupo muscular pode gerar em uma contração voluntária
- Força rápida (potência): capacidade de gerar força no menor tempo possível
- Resistência de força: capacidade de manter a produção de força por períodos prolongados
Métodos de treinamento de força:
- Método de esforços máximos: cargas de 90-100% de 1RM, 1-3 repetições, 4-6 séries
- Método de esforços repetidos: cargas de 70-85% de 1RM, 6-12 repetições, 3-5 séries
- Método de esforços dinâmicos: cargas de 30-60% de 1RM, movimentos explosivos, 6-10 repetições, 3-6 séries
- Método de resistência de força: cargas de 40-60% de 1RM, 15-30 repetições, 2-4 séries
2. Velocidade
A velocidade é a capacidade de realizar movimentos no menor tempo possível. Pode ser classificada em:
- Velocidade de reação: tempo entre um estímulo e o início da resposta motora
- Velocidade de movimento: rapidez na execução de um movimento isolado
- Velocidade de deslocamento: capacidade de percorrer uma distância no menor tempo possível
Métodos de treinamento de velocidade:
- Método de repetição: estímulos máximos com recuperação completa
- Método de reação: estímulos variados para melhorar o tempo de reação
- Método de velocidade facilitada: utilização de condições que facilitam o movimento (declives, elásticos)
- Método de velocidade resistida: utilização de resistências adicionais (aclives, paraquedas)
3. Resistência
A resistência é a capacidade de sustentar um esforço por um período prolongado, resistindo à fadiga. Pode ser classificada em:
- Resistência aeróbia: capacidade de realizar esforços de longa duração com predominância do metabolismo aeróbio
- Resistência anaeróbia lática: capacidade de realizar esforços intensos com alta produção de lactato
- Resistência anaeróbia alática: capacidade de realizar esforços muito intensos e curtos utilizando o sistema ATP-CP
Métodos de treinamento de resistência:
- Método contínuo: esforço prolongado sem interrupções, intensidade constante ou variável
- Método intervalado: alternância entre períodos de esforço e recuperação
- Método de repetição: esforços intensos com recuperação completa
- Método de competição: simulação das condições competitivas
4. Flexibilidade
A flexibilidade é a capacidade de realizar movimentos com grande amplitude articular. É específica para cada articulação e depende de fatores estruturais e funcionais.
Métodos de treinamento de flexibilidade:
- Método estático: alongamento mantido por 15-60 segundos
- Método dinâmico: movimentos rítmicos e controlados
- Método balístico: movimentos com impulso e rebote (requer cuidado)
- Facilitação Neuromuscular Proprioceptiva (FNP): combinação de contração e relaxamento
Periodização do Treinamento
A periodização é a organização sistemática do treinamento em períodos com objetivos específicos, visando otimizar o desempenho para momentos determinados.
1. Estrutura da Periodização
- Macrociclo: período longo (geralmente 6-12 meses), orientado para um objetivo principal
- Mesociclo: período médio (3-6 semanas), com objetivos específicos dentro do macrociclo
- Microciclo: período curto (geralmente 1 semana), unidade básica de organização do treinamento
- Sessão: unidade básica do treinamento, com duração variável
2. Modelos de Periodização
Periodização Clássica (Matveev):
Divide o macrociclo em três períodos principais:
- Período Preparatório: desenvolvimento das capacidades físicas básicas e específicas
- Período Competitivo: aperfeiçoamento técnico-tático e participação em competições
- Período Transitório: recuperação ativa e manutenção do condicionamento
Periodização em Blocos (Verkhoshansky):
Organiza o treinamento em blocos concentrados, com ênfase em capacidades específicas:
- Bloco de Acumulação: desenvolvimento da capacidade aeróbia e força de resistência
- Bloco de Transformação: desenvolvimento da resistência específica e força máxima
- Bloco de Realização: desenvolvimento da velocidade e potência específicas
Periodização Ondulatória (Poliquin):
Varia o volume e a intensidade em diferentes escalas temporais:
- Ondulação diária: variação entre as sessões dentro da semana
- Ondulação semanal: variação entre as semanas dentro do mesociclo
Monitoramento e Avaliação do Treinamento
O monitoramento e a avaliação são fundamentais para verificar a eficácia do treinamento, identificar pontos fortes e fracos, e realizar ajustes quando necessário.
1. Avaliação da Composição Corporal
- Dobras cutâneas: método indireto para estimar o percentual de gordura corporal
- Bioimpedância: análise da composição corporal através da resistência à passagem de corrente elétrica
- DXA (Absorciometria de Raios-X de Dupla Energia): método preciso para avaliar massa óssea, massa magra e massa gorda
2. Avaliação da Força
- Teste de 1RM (uma repetição máxima): avalia a força máxima
- Teste de repetições máximas: estima a força máxima através de equações
- Dinamometria: avalia a força isométrica máxima
- Salto vertical: avalia a potência de membros inferiores
3. Avaliação da Resistência
- Teste de VO₂máx: avalia a potência aeróbia máxima
- Teste de Cooper: estima a capacidade aeróbia através da distância percorrida em 12 minutos
- Teste de Wingate: avalia a potência e capacidade anaeróbia
- Teste de RAST (Running Anaerobic Sprint Test): avalia a potência anaeróbia em sprints repetidos
Biomecânica
A biomecânica é a ciência que estuda as forças internas e externas que atuam no corpo humano e os efeitos produzidos por essas forças. Aplica princípios da mecânica ao estudo do movimento humano.
Conceitos Fundamentais da Biomecânica
1. Terminologia Anatômica e Planos de Movimento
Planos de movimento:
- Plano sagital: divide o corpo em metades direita e esquerda; movimentos de flexão e extensão
- Plano frontal: divide o corpo em metades anterior e posterior; movimentos de abdução e adução
- Plano transversal: divide o corpo em metades superior e inferior; movimentos de rotação
Eixos de rotação:
- Eixo médio-lateral (transversal): perpendicular ao plano sagital; movimentos no plano sagital
- Eixo ântero-posterior (sagital): perpendicular ao plano frontal; movimentos no plano frontal
- Eixo longitudinal (vertical): perpendicular ao plano transversal; movimentos no plano transversal
2. Tipos de Movimento
Movimentos articulares:
- Flexão: diminuição do ângulo articular
- Extensão: aumento do ângulo articular
- Abdução: afastamento do segmento da linha média do corpo
- Adução: aproximação do segmento à linha média do corpo
- Rotação: movimento em torno do eixo longitudinal do segmento
- Circundução: movimento circular combinando flexão, abdução, extensão e adução
Cinemática
A cinemática é o ramo da biomecânica que descreve o movimento sem considerar as forças que o causam. Estuda as características espaciais e temporais do movimento.
1. Variáveis Cinemáticas Lineares
Posição: localização de um ponto em relação a um sistema de referência
Deslocamento: mudança de posição, independente da trajetória percorrida
Distância: comprimento total da trajetória percorrida
Velocidade: taxa de variação da posição em relação ao tempo
Aceleração: taxa de variação da velocidade em relação ao tempo
2. Variáveis Cinemáticas Angulares
Posição angular: orientação de um segmento em relação a uma referência
Deslocamento angular: mudança na posição angular
Velocidade angular: taxa de variação da posição angular em relação ao tempo
Aceleração angular: taxa de variação da velocidade angular em relação ao tempo
Cinética
A cinética é o ramo da biomecânica que estuda as forças que causam ou modificam o movimento. Baseia-se nas leis de Newton e nos conceitos de trabalho, energia e potência.
1. Leis de Newton
Primeira Lei (Lei da Inércia): Um corpo permanece em repouso ou em movimento retilíneo uniforme, a menos que uma força resultante não nula atue sobre ele.
Segunda Lei (Lei Fundamental da Dinâmica): A aceleração de um corpo é diretamente proporcional à força resultante que atua sobre ele e inversamente proporcional à sua massa.
Terceira Lei (Lei da Ação e Reação): Para cada ação há uma reação igual e oposta.
2. Conceitos de Força
Força: interação que tende a alterar o estado de movimento ou repouso de um corpo
Tipos de força:
- Força de contato: resulta do contato físico entre corpos (ex: força normal, força de atrito)
- Força à distância: atua sem contato físico (ex: força gravitacional)
- Força interna: gerada dentro do sistema (ex: força muscular)
- Força externa: aplicada por agentes externos ao sistema (ex: força gravitacional, força de reação do solo)
3. Trabalho, Energia e Potência
Trabalho: produto da força pelo deslocamento na direção da força
Energia: capacidade de realizar trabalho
- Energia cinética: associada ao movimento
- Energia potencial: associada à posição (gravitacional ou elástica)
Potência: taxa de realização de trabalho
Aplicações Práticas da Biomecânica
1. Análise da Marcha e da Corrida
Fases da marcha:
- Fase de apoio: período em que o pé está em contato com o solo (60% do ciclo)
- Fase de balanço: período em que o pé está no ar (40% do ciclo)
Diferenças entre marcha e corrida:
- Na corrida, há uma fase de voo (ambos os pés fora do solo)
- A corrida apresenta maior amplitude de movimento
- A corrida gera forças de impacto maiores
2. Análise de Movimentos Esportivos
A biomecânica permite analisar movimentos esportivos para otimizar o desempenho e prevenir lesões. Exemplos de aplicações:
- Análise da técnica de arremesso no basquete
- Otimização da técnica de nado no crawl
- Análise da técnica de chute no futebol
- Otimização da técnica de levantamento de peso
Exemplo prático: Na análise biomecânica do salto vertical, são considerados fatores como o ângulo de flexão dos joelhos, a contribuição dos braços, a transferência de energia entre segmentos e o tempo de aplicação de força contra o solo.
Fisiologia
A fisiologia do exercício estuda as respostas agudas e crônicas dos diversos sistemas corporais ao esforço físico. Compreender esses mecanismos é fundamental para a prescrição adequada de exercícios e para a otimização do desempenho esportivo.
Sistemas Energéticos
Para realizar qualquer atividade física, o corpo humano necessita de energia, que é fornecida pela hidrólise do ATP (adenosina trifosfato). Como as reservas de ATP são limitadas, existem três sistemas energéticos responsáveis por sua ressíntese:
1. Sistema ATP-CP (Anaeróbio Alático)
Características:
- Utiliza a creatina fosfato (CP) como fonte imediata para regeneração do ATP
- Não requer oxigênio
- Não produz ácido lático
- Fornece energia muito rapidamente
- Capacidade limitada (10-15 segundos de atividade máxima)
Reação química:
Atividades predominantes: sprints curtos, saltos, arremessos, levantamento de peso
2. Sistema Glicolítico (Anaeróbio Lático)
Características:
- Utiliza a glicose como substrato energético
- Não requer oxigênio
- Produz ácido lático como subproduto
- Fornece energia rapidamente, mas não tão rápido quanto o sistema ATP-CP
- Capacidade intermediária (30-180 segundos de atividade intensa)
Reação simplificada:
Atividades predominantes: corridas de 200-800m, natação 100-200m, ginástica
3. Sistema Oxidativo (Aeróbio)
Características:
- Utiliza carboidratos, gorduras e, em menor escala, proteínas como substratos
- Requer oxigênio
- Não produz ácido lático (quando utiliza carboidratos, produz CO₂ e H₂O)
- Fornece energia mais lentamente, mas em grande quantidade
- Capacidade praticamente ilimitada (dependendo da disponibilidade de substratos)
Reação simplificada (para glicose):
Atividades predominantes: corridas de longa distância, ciclismo, natação de longa distância
4. Interação entre os Sistemas Energéticos
Os sistemas energéticos não atuam de forma isolada, mas sim de maneira integrada, com predominância variável conforme a intensidade e duração do esforço:
- Esforços muito intensos e curtos: predominância do sistema ATP-CP
- Esforços intensos e moderados: predominância do sistema glicolítico
- Esforços moderados e longos: predominância do sistema oxidativo
Exemplo prático: Em uma corrida de 400m, o atleta utiliza inicialmente o sistema ATP-CP, seguido pelo sistema glicolítico. Nos últimos metros, o sistema oxidativo também contribui significativamente.
Adaptações Fisiológicas ao Treinamento
O treinamento físico regular provoca adaptações em diversos sistemas corporais, melhorando a capacidade funcional e o desempenho.
1. Adaptações Cardiovasculares
- Aumento do volume cardíaco
- Aumento do volume sistólico
- Redução da frequência cardíaca de repouso
- Aumento do débito cardíaco máximo
- Melhora da capilarização muscular
- Aumento do volume sanguíneo
- Redução da pressão arterial de repouso
2. Adaptações Respiratórias
- Aumento da ventilação máxima
- Melhora da eficiência ventilatória
- Aumento da capacidade de difusão pulmonar
- Redução da frequência respiratória em repouso
3. Adaptações Musculares
Adaptações ao treinamento de força:
- Hipertrofia muscular (aumento da seção transversa)
- Aumento da força por unidade de área muscular
- Melhora da coordenação intramuscular
- Aumento das reservas de ATP e CP
- Aumento da densidade de miofibrilas
Adaptações ao treinamento aeróbio:
- Aumento do número e tamanho das mitocôndrias
- Aumento da atividade das enzimas oxidativas
- Melhora da capilarização
- Aumento das reservas de glicogênio
- Maior utilização de gorduras como substrato energético
Fadiga e Recuperação
A fadiga é a incapacidade de manter um determinado nível de força ou potência durante o exercício. Pode ser classificada como:
- Fadiga central: relacionada ao sistema nervoso central
- Fadiga periférica: relacionada aos músculos e sistemas energéticos
1. Causas da Fadiga
Fadiga em exercícios de alta intensidade e curta duração:
- Depleção de ATP e CP
- Acúmulo de ADP, Pi e H+
- Falha na liberação e recaptação de Ca²+
Fadiga em exercícios de intensidade moderada e longa duração:
- Depleção de glicogênio muscular e hepático
- Hipoglicemia
- Desidratação
- Hipertermia
- Fadiga central (alterações nos neurotransmissores)
2. Recuperação
A recuperação é o processo de restauração da homeostase após o exercício. Inclui:
- Restauração das reservas de ATP e CP (minutos)
- Remoção do lactato sanguíneo (30 minutos a 2 horas)
- Restauração das reservas de glicogênio (24-48 horas)
- Reparação do tecido muscular danificado (24-72 horas)
Fatores Ambientais
As condições ambientais podem afetar significativamente o desempenho físico e a saúde durante o exercício.
1. Exercício em Altitude
Em altitudes elevadas, a pressão parcial de oxigênio é reduzida, o que diminui a saturação de oxigênio no sangue e afeta o desempenho aeróbio.
Adaptações agudas:
- Aumento da ventilação
- Aumento da frequência cardíaca
- Redução do VO₂máx
Adaptações crônicas (aclimatação):
- Aumento da eritropoiese (produção de hemácias)
- Aumento da concentração de hemoglobina
- Aumento da densidade capilar
- Aumento da capacidade tamponante
Integração dos Temas
Os conhecimentos de Treinamento Esportivo, Biomecânica e Fisiologia estão intrinsecamente relacionados e devem ser aplicados de forma integrada na prática profissional.
Exemplo prático: Na prescrição de um programa de treinamento para um corredor, o profissional deve considerar os princípios do treinamento (sobrecarga, especificidade), os aspectos biomecânicos da corrida (técnica, economia de movimento) e os fatores fisiológicos (sistemas energéticos predominantes, adaptações específicas).
Aplicação Integrada no Treinamento Esportivo
A integração dos conhecimentos permite uma abordagem mais completa e eficiente no treinamento esportivo:
- A biomecânica fornece informações sobre a técnica correta e eficiente dos movimentos
- A fisiologia explica as demandas metabólicas e as adaptações esperadas
- Os princípios do treinamento orientam a estruturação e progressão do programa
Aplicação Integrada na Prevenção de Lesões
A integração dos conhecimentos também é fundamental para a prevenção de lesões:
- A biomecânica identifica padrões de movimento potencialmente lesivos
- A fisiologia explica os processos de fadiga que podem aumentar o risco de lesões
- Os princípios do treinamento orientam a progressão adequada das cargas
Questões Comentadas
1. (IBAM) Sobre os princípios do treinamento esportivo, é correto afirmar que:
a) O princípio da especificidade estabelece que o treinamento deve ser generalista para desenvolver todas as capacidades físicas simultaneamente.
b) O princípio da sobrecarga determina que o estímulo de treinamento deve ser sempre máximo para garantir adaptações.
c) O princípio da individualidade biológica reconhece que cada pessoa responde de maneira única aos estímulos do treinamento.
d) O princípio da reversibilidade estabelece que as adaptações ao treinamento são permanentes, mesmo após a interrupção do treinamento.
Resposta correta: C
Comentário: O princípio da individualidade biológica reconhece que cada pessoa possui características genéticas, estruturais e funcionais únicas, que influenciam suas respostas aos estímulos do treinamento. Por isso, programas de treinamento devem ser individualizados, considerando as particularidades de cada atleta.
2. (IBAM) Em relação aos sistemas energéticos durante o exercício físico, assinale a alternativa correta:
a) O sistema ATP-CP é o principal fornecedor de energia em atividades de longa duração, como uma maratona.
b) O sistema glicolítico anaeróbio tem como principal subproduto o dióxido de carbono.
c) O sistema oxidativo utiliza exclusivamente carboidratos como substrato energético.
d) Em uma corrida de 400 metros, há contribuição dos três sistemas energéticos, com predominância do sistema glicolítico.
Resposta correta: D
Comentário: Em uma corrida de 400 metros, que dura aproximadamente 45-60 segundos para atletas amadores, há contribuição dos três sistemas energéticos. Inicialmente, o sistema ATP-CP fornece energia para os primeiros segundos, seguido pelo sistema glicolítico, que predomina durante a maior parte da prova. Nos últimos metros, o sistema oxidativo também contribui significativamente.
Referências Bibliográficas
- BOMPA, T. O.; HAFF, G. G. Periodização: Teoria e Metodologia do Treinamento. 5. ed. São Paulo: Phorte, 2012.
- HALL, S. J. Biomecânica Básica. 7. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
- MCARDLE, W. D.; KATCH, F. I.; KATCH, V. L. Fisiologia do Exercício: Nutrição, Energia e Desempenho Humano. 8. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2016.
- POWERS, S. K.; HOWLEY, E. T. Fisiologia do Exercício: Teoria e Aplicação ao Condicionamento e ao Desempenho. 9. ed. São Paulo: Manole, 2017.
- WEINECK, J. Treinamento Ideal. 9. ed. São Paulo: Manole, 2003.
Apostila para Profissional de Educação Física
Esporte e Regras: Atletismo, Futebol, Futsal e Voleibol
Introdução
Esta apostila foi desenvolvida especificamente para candidatos ao cargo de Profissional de Educação Física, seguindo o padrão da Banca IBAM Concursos. O material aborda os esportes e regras mais cobrados em concursos: Atletismo, Futebol, Futsal e Voleibol.
O conhecimento aprofundado desses conteúdos é fundamental para o profissional de Educação Física, tanto para sua atuação pedagógica quanto para o bom desempenho em concursos públicos.
Dica IBAM
A banca IBAM costuma elaborar questões que relacionam aspectos técnicos e regras oficiais com situações práticas de ensino. Esteja atento às atualizações das regras oficiais de cada modalidade esportiva, pois a banca valoriza o conhecimento atualizado.
Esta apostila foi estruturada de forma a facilitar o estudo, com divisões claras entre os temas, exemplos práticos, destaques para pontos importantes e questões comentadas ao final. Recomenda-se a leitura completa do material, seguida de resolução das questões para fixação do conteúdo.
1. Atletismo
O atletismo é considerado o esporte-base, pois suas modalidades compreendem os movimentos naturais do ser humano: correr, saltar e lançar. É uma das modalidades mais tradicionais dos Jogos Olímpicos modernos e possui grande importância histórica.
1.1 Provas
As provas do atletismo são divididas em três grandes grupos:
1.1.1 Provas de Pista (Corridas)
- Corridas rasas: 100m, 200m, 400m, 800m, 1.500m, 5.000m, 10.000m
- Corridas com barreiras: 110m (masculino), 100m (feminino), 400m
- Corridas com obstáculos: 3.000m com obstáculos
- Revezamentos: 4x100m, 4x400m
- Marcha atlética: 20km, 50km (masculino)
1.1.2 Provas de Campo (Saltos e Lançamentos)
- Saltos: Salto em distância, Salto triplo, Salto em altura, Salto com vara
- Lançamentos: Arremesso de peso, Lançamento de disco, Lançamento de dardo, Lançamento de martelo
1.1.3 Provas Combinadas
- Decatlo (masculino): 100m, salto em distância, arremesso de peso, salto em altura, 400m, 110m com barreiras, lançamento de disco, salto com vara, lançamento de dardo e 1.500m
- Heptatlo (feminino): 100m com barreiras, salto em altura, arremesso de peso, 200m, salto em distância, lançamento de dardo e 800m
1.2 Regras Básicas
1.2.1 Corridas
- Nas provas de velocidade (até 400m), os atletas devem permanecer em suas raias durante toda a prova
- A saída falsa resulta em desclassificação imediata do atleta
- Nas provas de revezamento, o bastão deve ser passado dentro da zona de passagem (20m)
- Nas corridas com barreiras, derrubar as barreiras não é motivo de desclassificação, desde que não seja intencional
Importante: Nas provas de velocidade, o atleta deve aguardar o tiro de partida em posição de 4 apoios (blocos de partida). A posição “Às suas marcas” exige que o atleta esteja com as mãos e um joelho no chão, e o outro pé no bloco de partida. Na posição “Prontos”, o atleta eleva o quadril, ficando com as mãos no chão e os dois pés nos blocos.
1.2.2 Saltos
- Salto em distância e triplo: o atleta tem direito a três tentativas na fase classificatória e mais três na final (para os oito melhores)
- Salto em altura e com vara: o atleta tem direito a três tentativas em cada altura. Após três falhas consecutivas, é eliminado
- No salto em distância e triplo, a medição é feita da tábua de impulsão até a marca mais próxima deixada pelo atleta na caixa de areia
- No salto triplo, o atleta deve realizar a sequência hop-step-jump (mesmo pé, outro pé, ambos os pés)
1.2.3 Lançamentos
- Assim como nos saltos horizontais, o atleta tem direito a três tentativas na fase classificatória e mais três na final
- No arremesso de peso e lançamento de disco, o atleta deve realizar o movimento dentro de um círculo
- No lançamento de dardo, o atleta deve lançar o implemento segurando-o pela empunhadura
- Em todos os lançamentos, o implemento deve cair dentro do setor de queda para que a tentativa seja válida
1.3 Técnicas Fundamentais
1.3.1 Corridas
As técnicas de corrida variam conforme a distância da prova:
- Provas de velocidade: saída de bloco, fase de aceleração, fase de velocidade máxima e resistência de velocidade
- Provas de meio-fundo e fundo: técnica de passada mais econômica, controle do ritmo e estratégia de prova
- Corridas com barreiras: técnica de transposição da barreira, ritmo entre barreiras
1.3.2 Saltos
Todos os saltos possuem fases semelhantes:
- Corrida de aproximação: gerar velocidade horizontal
- Impulsão: transformar velocidade horizontal em vertical (salto em altura) ou manter a horizontal (salto em distância)
- Fase aérea: manter equilíbrio e preparar para a aterrissagem
- Aterrissagem: completar o movimento de forma segura e eficiente
1.3.3 Lançamentos
As técnicas de lançamento variam conforme o implemento, mas geralmente incluem:
- Preparação: posição inicial adequada
- Deslocamento: gerar velocidade (giro no disco e martelo, deslizamento no peso, corrida no dardo)
- Arremesso/lançamento: aplicação de força no implemento
- Recuperação: manter o equilíbrio após o lançamento
Aplicação pedagógica: No ensino do atletismo escolar, é importante adaptar os implementos e as distâncias de acordo com a faixa etária. Por exemplo, utilizar bolas de arremesso mais leves, barreiras mais baixas e distâncias reduzidas para as corridas.
2. Futebol
O futebol é o esporte mais popular do mundo e, especialmente no Brasil, possui grande relevância cultural. É um esporte coletivo jogado entre duas equipes de 11 jogadores cada, com o objetivo de marcar gols na meta adversária.
2.1 Campo de Jogo
O campo de futebol deve ter formato retangular, com as seguintes dimensões:
- Comprimento: entre 90m e 120m (jogos internacionais: entre 100m e 110m)
- Largura: entre 45m e 90m (jogos internacionais: entre 64m e 75m)
Principais áreas do campo:
- Área penal: retângulo de 16,5m x 40,32m à frente de cada meta
- Área de meta: retângulo de 5,5m x 18,32m dentro da área penal
- Marca penal: a 11m de distância da linha de gol
- Círculo central: raio de 9,15m
- Arco penal: semicírculo com raio de 9,15m a partir da marca penal
Campo de Futebol (dimensões não proporcionais)
2.2 Regras Básicas
2.2.1 Duração da Partida
- Dois tempos de 45 minutos cada, com intervalo de 15 minutos
- O árbitro pode acrescentar tempo adicional (acréscimos) ao final de cada tempo
2.2.2 Início e Reinício de Jogo
- Tiro inicial: no início de cada tempo e após cada gol
- Bola ao chão: quando o jogo é interrompido por motivo não previsto nas regras
2.2.3 Bola em Jogo e Fora de Jogo
- A bola está fora de jogo quando ultrapassar completamente as linhas de meta ou lateral, por terra ou pelo ar
- A bola está em jogo em todos os outros momentos, inclusive quando rebater nas traves, no árbitro ou nos bandeirinhas dentro do campo
2.2.4 Gol
Um gol é marcado quando a bola ultrapassar completamente a linha de meta, entre os postes e sob o travessão, desde que não tenha havido infração às regras pela equipe atacante.
2.2.5 Impedimento
Um jogador está em posição de impedimento quando:
- Está mais próximo da linha de meta adversária do que a bola e o penúltimo adversário
- Está na metade do campo adversário
- Interfere no jogo, ou interfere em um adversário, ou ganha vantagem por estar nessa posição
Não há impedimento quando o jogador recebe a bola diretamente de:
- Tiro de meta
- Arremesso lateral
- Tiro de canto
Atualização importante: Desde 2016, a regra do impedimento foi modificada para considerar que mãos e braços não contam para determinar a posição de impedimento (tanto para defensores quanto para atacantes). Além disso, se um jogador em posição de impedimento recebe a bola após um defensor fazer uma “defesa deliberada”, o impedimento é marcado.
2.2.6 Faltas e Condutas Antidesportivas
Tiro livre direto: concedido quando um jogador comete uma das seguintes infrações:
- Dar ou tentar dar um pontapé em adversário
- Calçar ou tentar calçar um adversário
- Saltar sobre um adversário
- Carregar um adversário
- Agredir ou tentar agredir um adversário
- Empurrar um adversário
- Segurar um adversário
- Cuspir em um adversário
- Tocar a bola deliberadamente com as mãos (exceto o goleiro dentro de sua área penal)
Tiro livre indireto: concedido quando um jogador comete uma das seguintes infrações:
- Jogar de maneira perigosa
- Impedir o avanço de um adversário sem contato físico
- Impedir o goleiro de soltar a bola das mãos
- Cometer qualquer outra infração não mencionada anteriormente
2.2.7 Cartões
- Cartão amarelo (advertência): por conduta antidesportiva, reclamação, retardar o reinício do jogo, etc.
- Cartão vermelho (expulsão): por jogo brusco grave, conduta violenta, cuspir em alguém, impedir gol ou oportunidade clara com mão deliberada, linguagem ofensiva, segundo cartão amarelo
2.3 Fundamentos
2.3.1 Passe
É o ato de enviar a bola a um companheiro de equipe. Pode ser classificado quanto à:
- Distância: curto, médio ou longo
- Altura: rasteiro, meia altura ou alto
- Direção: frontal, lateral, para trás
- Execução: parte interna, externa ou peito do pé, calcanhar, etc.
2.3.2 Domínio
É o ato de receber e controlar a bola. Pode ser realizado com diversas partes do corpo (exceto mãos e braços):
- Parte interna, externa ou sola do pé
- Coxa
- Peito
- Cabeça
2.3.3 Condução
É o ato de progredir com a bola pelo campo. Pode ser realizada com:
- Parte interna, externa ou peito do pé
- Sola do pé
2.3.4 Chute
É o ato de golpear a bola com o objetivo de marcar um gol. Pode ser classificado como:
- Chute de peito de pé: maior potência
- Chute com a parte interna do pé: maior precisão
- Chute com a parte externa do pé: efeito na bola
- Chute de bico: emergência ou surpresa
2.3.5 Cabeceio
É o ato de golpear a bola com a cabeça. Pode ser:
- Ofensivo: para finalização
- Defensivo: para afastar a bola
- De passe: para direcionar a bola a um companheiro
2.3.6 Drible
É o ato de superar o adversário mantendo o controle da bola. Existem diversos tipos de dribles, como:
- Drible simples (mudança de direção)
- Drible da vaca (bola por um lado, jogador por outro)
- Pedalada
- Elástico
Aplicação pedagógica: No ensino do futebol escolar, é importante trabalhar os fundamentos de forma progressiva, do mais simples ao mais complexo. Iniciar com jogos reduzidos (3×3, 4×4) facilita a participação efetiva de todos os alunos e aumenta o número de contatos com a bola.
3. Futsal
O futsal (futebol de salão) é uma adaptação do futebol para quadras fechadas. É jogado entre duas equipes de 5 jogadores cada (incluindo o goleiro), com o objetivo de marcar gols na meta adversária.
3.1 Quadra de Jogo
A quadra de futsal deve ter formato retangular, com as seguintes dimensões:
- Comprimento: entre 25m e 42m (jogos internacionais: entre 38m e 42m)
- Largura: entre 16m e 25m (jogos internacionais: entre 20m e 25m)
Principais áreas da quadra:
- Área penal: semicírculo com raio de 6m a partir do centro da meta
- Marca penal: a 6m de distância da linha de gol
- Segunda marca penal: a 10m de distância da linha de gol
- Zona de substituição: espaço de 5m na linha lateral, em frente aos bancos de reservas
Quadra de Futsal (dimensões não proporcionais)
3.2 Regras Básicas
3.2.1 Duração da Partida
- Dois tempos de 20 minutos cada, com cronômetro parado quando a bola não estiver em jogo
- Intervalo de 10 minutos entre os tempos
- Cada equipe tem direito a um pedido de tempo técnico de 1 minuto por período
3.2.2 Número de Jogadores
- 5 jogadores por equipe (4 jogadores de linha + 1 goleiro)
- Máximo de 9 jogadores reservas
- Número ilimitado de substituições, que podem ser realizadas com a bola em jogo (substituição volante)
3.2.3 Faltas
As faltas no futsal são acumulativas e divididas em:
- Faltas diretas: semelhantes às do futebol (chutão, carrinho, etc.)
- Faltas indiretas: obstrução, jogo perigoso, goleiro tocar a bola com as mãos após receber de um companheiro, etc.
A partir da 6ª falta acumulativa em cada período, a equipe adversária tem direito a um tiro livre sem barreira (tiro livre de 10 metros).
3.2.4 Regra dos 4 segundos
Em diversas situações, o jogador tem 4 segundos para colocar a bola em jogo:
- Tiro lateral
- Tiro de canto
- Tiro de meta
- Tiro livre
- Goleiro com a bola em sua meia quadra
3.2.5 Recuo ao Goleiro
O goleiro não pode tocar a bola com as mãos quando:
- Recebe um passe intencional de um companheiro
- Recebe a bola diretamente de um lateral cobrado por um companheiro
- Já tocou na bola e ela não foi jogada por um adversário ou ultrapassou a linha divisória da quadra
Importante: No futsal, não existe a regra do impedimento. Além disso, o goleiro pode atuar como jogador de linha quando estiver na quadra adversária.
3.3 Fundamentos
Os fundamentos do futsal são semelhantes aos do futebol, com algumas adaptações devido ao espaço reduzido e à superfície da quadra:
3.3.1 Passe
No futsal, os passes tendem a ser mais curtos e precisos. A parte interna do pé é a mais utilizada para garantir precisão.
3.3.2 Domínio
O domínio no futsal é geralmente realizado com a sola do pé, que oferece maior controle na superfície lisa da quadra.
3.3.3 Condução
A condução é feita com toques curtos, geralmente com a sola ou parte interna do pé, para manter a bola próxima ao corpo.
3.3.4 Chute
No futsal, além dos chutes tradicionais, são comuns:
- Chute de bico: utilizado para finalizações rápidas
- Chute de três dedos: com a parte externa do pé, para dar efeito na bola
3.3.5 Drible
Os dribles no futsal tendem a ser mais curtos e rápidos, devido ao espaço reduzido. São comuns:
- Drible de proteção (corpo entre a bola e o adversário)
- Roleta
- Drible da vaca
- Drible de sola (puxada com a sola do pé)
3.3.6 Marcação
A marcação no futsal pode ser:
- Individual: cada jogador marca um adversário específico
- Por zona: cada jogador é responsável por uma área da quadra
- Mista: combinação das duas anteriores
- Pressão: marcação alta, próxima à meta adversária
Aplicação pedagógica: No ensino do futsal escolar, é importante trabalhar a noção espacial e a tomada de decisão rápida. Jogos reduzidos (2×2, 3×3) em espaços delimitados são excelentes para desenvolver essas habilidades.
4. Voleibol
O voleibol é um esporte coletivo jogado entre duas equipes de 6 jogadores cada, separadas por uma rede. O objetivo é enviar a bola por cima da rede de forma que ela toque o solo da quadra adversária, e impedir que o mesmo aconteça em sua própria quadra.
4.1 Quadra de Jogo
A quadra de voleibol tem formato retangular, com as seguintes dimensões:
- Comprimento: 18m
- Largura: 9m
Principais áreas da quadra:
- Zona de ataque: área de 3m de profundidade a partir da linha central
- Zona de defesa: área restante da quadra (6m)
- Zona de saque: área de 9m de largura atrás da linha de fundo
- Zona de substituição: área entre a linha de ataque e a mesa do apontador
A rede tem altura de:
- 2,43m para o masculino
- 2,24m para o feminino
Quadra de Voleibol com posições dos jogadores
4.2 Regras Básicas
4.2.1 Sistema de Pontuação
- Sistema de rally point: cada jogada resulta em um ponto
- Sets jogados até 25 pontos (com diferença mínima de 2 pontos)
- Em caso de empate em 24-24, o jogo continua até que uma equipe obtenha uma vantagem de 2 pontos
- Partidas disputadas em melhor de 5 sets (vence quem ganhar 3 sets)
- O 5º set, quando necessário, é jogado até 15 pontos (com diferença mínima de 2 pontos)
4.2.2 Rodízio
Quando a equipe recupera o direito de sacar, seus jogadores devem efetuar um rodízio no sentido horário:
- O jogador da posição 2 vai para a posição 1
- O jogador da posição 1 vai para a posição 6
- O jogador da posição 6 vai para a posição 5
- O jogador da posição 5 vai para a posição 4
- O jogador da posição 4 vai para a posição 3
- O jogador da posição 3 vai para a posição 2
4.2.3 Contatos com a Bola
- Cada equipe tem direito a, no máximo, três toques para enviar a bola para a quadra adversária
- Um jogador não pode tocar a bola duas vezes consecutivas (exceto no bloqueio)
- O toque no bloqueio não é contado como um dos três toques da equipe
4.2.4 Restrições dos Jogadores de Defesa
- Jogadores da zona de defesa (posições 1, 6 e 5) não podem completar um ataque na zona de ataque quando a bola está totalmente acima da rede
- Jogadores da zona de defesa não podem participar de um bloqueio
- O líbero não pode sacar, bloquear ou tentar bloquear
- O líbero não pode completar um ataque se a bola estiver totalmente acima da rede
4.2.5 Substituições
- Cada equipe tem direito a 6 substituições por set
- Um jogador da formação inicial pode sair e retornar ao jogo uma vez por set, mas apenas para sua posição original na formação
- Um jogador substituto pode entrar no jogo apenas uma vez por set
- As substituições envolvendo o líbero não contam para o limite de substituições regulares
Importante: O líbero é um jogador especialista em defesa. Ele usa uniforme de cor diferente e pode substituir qualquer jogador da zona de defesa sem contabilizar como substituição regular. A troca do líbero pode ocorrer a qualquer momento, quando a bola estiver fora de jogo.
4.3 Fundamentos
4.3.1 Saque
É o fundamento que inicia o rally. Os principais tipos de saque são:
- Saque por baixo: mais simples, indicado para iniciantes
- Saque por cima: mais potente, pode ser flutuante ou viagem
- Saque em suspensão: executado com salto, maior potência
4.3.2 Recepção
É o fundamento utilizado para receber o saque adversário. Geralmente é executado com:
- Manchete: utilizando os antebraços unidos
- Toque: em saques mais suaves
4.3.3 Levantamento
É o fundamento que prepara a bola para o ataque. Pode ser executado com:
- Toque: utilizando as mãos acima da cabeça
- Manchete: em situações de emergência
- Em suspensão: levantamento executado com salto
4.3.4 Ataque
É o fundamento ofensivo por excelência. Os principais tipos de ataque são:
- Cortada: ataque potente, golpeando a bola de cima para baixo
- Largada: toque suave para surpreender a defesa
- Ataque do fundo da quadra: executado por jogadores da zona de defesa, saltando atrás da linha de ataque
4.3.5 Bloqueio
É o fundamento defensivo realizado próximo à rede. Pode ser:
- Bloqueio simples: realizado por um jogador
- Bloqueio duplo: realizado por dois jogadores
- Bloqueio triplo: realizado por três jogadores
4.3.6 Defesa
É o fundamento que visa impedir que a bola toque o solo após o ataque adversário. Inclui:
- Manchete: principal técnica de defesa
- Rolamento: para bolas mais distantes
- Mergulho: para bolas rasas e rápidas
Aplicação pedagógica: No ensino do voleibol escolar, é importante adaptar a altura da rede e utilizar bolas mais leves para facilitar o aprendizado. Jogos modificados, como o “minivôlei” (com menos jogadores e quadra reduzida), aumentam a participação e o número de contatos com a bola.
Questões Comentadas
1. (IBAM – 2019) No atletismo, a prova de salto triplo é composta por três fases consecutivas. Assinale a alternativa que apresenta corretamente a sequência dessas fases:
a) Hop, step, jump (mesmo pé, mesmo pé, pés alternados)
b) Hop, step, jump (mesmo pé, outro pé, ambos os pés)
c) Hop, step, jump (pés alternados, mesmo pé, ambos os pés)
d) Hop, step, jump (mesmo pé, ambos os pés, outro pé)
Resposta correta: B
Justificativa: No salto triplo, o atleta realiza a sequência hop (salto com impulsão e queda com o mesmo pé), step (salto com impulsão com o mesmo pé da queda anterior e queda com o outro pé) e jump (salto com impulsão com o pé da queda anterior e queda com ambos os pés).
2. (IBAM – 2020) No futebol, um jogador está em posição de impedimento quando:
a) Está mais próximo da linha de meta adversária do que a bola e o penúltimo adversário, estando na metade do campo adversário e interferindo no jogo
b) Recebe a bola diretamente de um tiro de meta, arremesso lateral ou tiro de canto
c) Está em sua própria metade de campo, independentemente da posição dos adversários
d) Está atrás da linha da bola no momento do passe, mesmo que haja apenas o goleiro adversário à sua frente
Resposta correta: A
Justificativa: Um jogador está em posição de impedimento quando está mais próximo da linha de meta adversária do que a bola e o penúltimo adversário, estando na metade do campo adversário e interferindo no jogo, interferindo em um adversário ou ganhando vantagem por estar nessa posição.
3. (IBAM – 2018) No futsal, a partir de qual número de faltas acumulativas em cada período a equipe adversária tem direito a um tiro livre sem barreira?
a) 4ª falta
b) 5ª falta
c) 6ª falta
d) 7ª falta
Resposta correta: C
Justificativa: No futsal, a partir da 6ª falta acumulativa em cada período, a equipe adversária tem direito a um tiro livre sem barreira (tiro livre de 10 metros).
4. (IBAM – 2021) No voleibol, o sistema de rodízio determina que os jogadores devem trocar de posição quando:
a) A equipe marca um ponto, independentemente de quem estava sacando
b) A equipe perde o direito de sacar
c) A equipe recupera o direito de sacar
d) O técnico solicita uma substituição
Resposta correta: C
Justificativa: No voleibol, o rodízio ocorre quando a equipe recupera o direito de sacar (após ter perdido o saque anteriormente). Os jogadores devem trocar de posição no sentido horário.
5. (IBAM – 2020) No voleibol, o jogador líbero:
a) Pode realizar o saque em qualquer posição
b) Pode participar do bloqueio e do ataque acima da rede
c) Pode substituir qualquer jogador em quadra, sem limite de substituições
d) Pode substituir apenas jogadores da zona de ataque
Resposta correta: C
Justificativa: O líbero é um jogador especialista em defesa que pode substituir qualquer jogador da zona de defesa sem contabilizar como substituição regular. Essas trocas podem ocorrer ilimitadamente, desde que haja um rally completo entre duas trocas do líbero.
Referências Bibliográficas
- CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE ATLETISMO. Regras Oficiais de Atletismo. São Paulo: Phorte, 2022.
- CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTEBOL. Regras do Jogo 2022/2023. Rio de Janeiro: CBF, 2022.
- CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE FUTSAL. Livro Nacional de Regras de Futsal. Rio de Janeiro: CBFS, 2022.
- CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE VOLEIBOL. Regras Oficiais de Voleibol. Rio de Janeiro: CBV, 2022.
- DARIDO, S. C.; SOUZA JÚNIOR, O. M. Para ensinar Educação Física: possibilidades de intervenção na escola. Campinas: Papirus, 2015.
- GRECO, P. J.; BENDA, R. N. Iniciação Esportiva Universal: da aprendizagem motora ao treinamento técnico. Belo Horizonte: UFMG, 2007.
- MATTHIESEN, S. Q. Atletismo: teoria e prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017.
- PAES, R. R.; BALBINO, H. F. Pedagogia do Esporte: contextos e perspectivas. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2014.
- SANTANA, W. C. Futsal: apontamentos pedagógicos na iniciação e na especialização. Campinas: Autores Associados, 2019.
- TANI, G.; BENTO, J. O.; PETERSEN, R. D. S. Pedagogia do Desporto. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
Apostila para Profissional de Educação Física
Esporte e Regras: Basquetebol e Handebol
Introdução
Esta apostila foi desenvolvida especificamente para candidatos ao cargo de Profissional de Educação Física, seguindo o padrão da Banca IBAM Concursos. O material aborda os esportes coletivos Basquetebol e Handebol, contemplando aspectos históricos, regras oficiais, fundamentos técnicos, sistemas táticos e metodologias de ensino.
Os esportes coletivos constituem um importante conteúdo da Educação Física escolar e não escolar, contribuindo para o desenvolvimento integral dos praticantes. Além dos aspectos motores, o Basquetebol e o Handebol promovem o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, por meio da resolução de problemas táticos, cooperação, respeito às regras e superação de desafios.
Dica IBAM
A banca IBAM costuma elaborar questões que relacionam aspectos técnicos e regras oficiais com situações práticas de ensino. Esteja atento às atualizações das regras oficiais de cada modalidade e às particularidades do ensino dos esportes coletivos no contexto escolar, pois a banca valoriza o conhecimento atualizado e sua aplicação pedagógica.
1. Basquetebol
1.1 História e Evolução
O basquetebol foi criado em dezembro de 1891 pelo professor canadense James Naismith, na Associação Cristã de Moços (ACM) de Springfield, Massachusetts, nos Estados Unidos. Naismith desenvolveu o jogo como uma atividade física para os alunos durante o rigoroso inverno da região.
O primeiro jogo oficial foi realizado em 1892, com nove jogadores de cada lado e utilizando cestos de pêssego como alvo. As primeiras regras escritas continham apenas 13 itens. Com o passar do tempo, o esporte evoluiu significativamente, com mudanças nas regras, técnicas e táticas.
No Brasil, o basquetebol foi introduzido em 1896 por Auguste Shaw, na Associação Atlética Mackenzie College, em São Paulo. A Confederação Brasileira de Basketball (CBB) foi fundada em 1933, e desde então o Brasil tem participado ativamente de competições internacionais.
Marcos importantes na evolução do basquetebol:
- 1936: Inclusão como esporte olímpico nos Jogos de Berlim
- 1946: Fundação da Basketball Association of America (BAA), precursora da NBA
- 1950: Primeiro Campeonato Mundial Masculino, realizado na Argentina
- 1953: Primeiro Campeonato Mundial Feminino, realizado no Chile
- 1976: Inclusão do basquetebol feminino nos Jogos Olímpicos de Montreal
- 1992: Participação da “Dream Team” dos EUA nos Jogos Olímpicos de Barcelona
1.2 Quadra e Equipamentos
1.2.1 Dimensões da Quadra
De acordo com as regras oficiais da FIBA (Federação Internacional de Basquetebol):
- Comprimento: 28m
- Largura: 15m
- Medidas mínimas permitidas: 26m x 14m
1.2.2 Áreas Importantes
- Círculo central: raio de 1,80m
- Linha de lance livre: distante 5,80m da tabela e 4,60m da linha de fundo
- Área restritiva (garrafão): 5,80m de largura e 4,90m de comprimento
- Linha de três pontos: distante 6,75m do centro da cesta (FIBA) ou 7,24m (NBA)
- Semicírculo de não-carga: área sob a cesta com raio de 1,25m
1.2.3 Equipamentos
- Tabela: 1,80m de largura por 1,05m de altura
- Aro: 45cm de diâmetro interno, posicionado a 3,05m do solo
- Bola:
- Masculino (tamanho 7): circunferência entre 75cm e 78cm, peso entre 600g e 650g
- Feminino (tamanho 6): circunferência entre 72cm e 74cm, peso entre 510g e 567g
- Mini-basquete (tamanho 5): circunferência entre 69cm e 71cm, peso entre 470g e 500g
Quadra de Basquetebol (dimensões não proporcionais)
1.3 Regras Básicas
1.3.1 Equipes
- Cada equipe é composta por até 12 jogadores, sendo 5 titulares e 7 reservas
- Substituições são ilimitadas e podem ser realizadas durante as paralisações do jogo
1.3.2 Duração da Partida
- Quatro períodos de 10 minutos cada (FIBA) ou 12 minutos (NBA)
- Intervalo de 2 minutos entre o 1º e 2º períodos e entre o 3º e 4º períodos
- Intervalo de 15 minutos no meio do jogo (entre o 2º e 3º períodos)
- Em caso de empate, períodos extras de 5 minutos até que haja um vencedor
- Tempo cronometrado (o relógio para quando o jogo está paralisado)
1.3.3 Pontuação
- Cesta de lance livre: 1 ponto
- Cesta de média distância: 2 pontos
- Cesta de longa distância (atrás da linha de três pontos): 3 pontos
1.3.4 Violações
São infrações que resultam na perda da posse de bola:
- Andar: dar mais de dois passos sem quicar a bola
- Dois dribles: driblar a bola com as duas mãos simultaneamente ou driblar, segurar a bola e driblar novamente
- Carregar: colocar a mão por baixo da bola durante o drible
- Pé na bola: tocar a bola intencionalmente com o pé
- Retorno de bola: voltar com a bola para a quadra de defesa após ter ultrapassado a linha central
- 3 segundos: permanecer mais de 3 segundos na área restritiva adversária
- 5 segundos: demorar mais de 5 segundos para repor a bola em jogo ou para passar/arremessar quando marcado de perto
- 8 segundos: demorar mais de 8 segundos para passar da quadra de defesa para a de ataque
- 24 segundos: não arremessar a bola à cesta em até 24 segundos de posse
- Fora da quadra: tocar a bola após ela sair dos limites da quadra
1.3.5 Faltas
São infrações que envolvem contato físico ilegal com o adversário:
- Falta pessoal: contato ilegal com um adversário
- Falta antidesportiva: contato sem intenção legítima de jogar a bola
- Falta técnica: falta sem contato, relacionada a comportamento inadequado
- Falta desqualificante: falta grave que resulta em expulsão
Penalidades por faltas:
- Após a 4ª falta coletiva em cada período, todas as faltas são penalizadas com dois lances livres
- Um jogador que comete 5 faltas pessoais é excluído da partida
- Falta durante o arremesso: 2 ou 3 lances livres, dependendo da posição do arremesso
Importante: A regra dos 14 segundos estabelece que, quando uma equipe mantém a posse de bola após uma falta ou violação na sua quadra de ataque, o relógio de 24 segundos é reiniciado para 14 segundos (se estiver marcando menos de 14 segundos).
1.3.6 Pedidos de Tempo
- Cada equipe tem direito a 2 pedidos de tempo no primeiro tempo (1º e 2º períodos)
- Cada equipe tem direito a 3 pedidos de tempo no segundo tempo (3º e 4º períodos), sendo que no máximo 2 podem ser utilizados nos últimos 2 minutos do 4º período
- Cada equipe tem direito a 1 pedido de tempo em cada período extra
- A duração de cada pedido de tempo é de 1 minuto
1.4 Fundamentos Técnicos
1.4.1 Controle de Corpo
- Posição básica: pernas semiflexionadas, tronco ligeiramente inclinado à frente, braços semiflexionados
- Deslocamentos: corrida, paradas (em um tempo ou dois tempos), giros (para frente ou para trás)
1.4.2 Manejo de Bola
- Empunhadura: forma correta de segurar a bola, com os dedos abertos e as palmas das mãos sem tocar a bola
- Recepção: ato de receber a bola, amortecendo-a com as mãos e dedos
1.4.3 Passe
É o fundamento utilizado para transferir a bola entre companheiros de equipe:
- Passe de peito: o mais comum, executado à altura do peito
- Passe picado: com quique no chão, dificulta a interceptação
- Passe por cima da cabeça: utilizado principalmente por pivôs
- Passe de ombro: semelhante ao arremesso de handball
- Passe por trás das costas: passe de efeito, usado para surpreender
1.4.4 Drible
É o ato de quicar a bola no chão, permitindo o deslocamento do jogador com a posse de bola:
- Drible alto: utilizado em progressão rápida, com pouca marcação
- Drible baixo: utilizado sob pressão defensiva, para proteção da bola
- Drible de proteção: corpo entre a bola e o defensor
- Drible de mudança de direção: para escapar da marcação
1.4.5 Arremesso
É o fundamento utilizado para lançar a bola em direção à cesta:
- Arremesso parado: com os pés no chão, usado principalmente em lances livres
- Jump: arremesso em suspensão, saltando verticalmente
- Bandeja: arremesso próximo à cesta, com aproximação em dois passos
- Gancho: arremesso com o braço estendido acima da cabeça, em forma de gancho
- Enterrada: quando o jogador coloca a bola diretamente dentro da cesta, por cima do aro
1.4.6 Rebote
É o fundamento de recuperar a bola após um arremesso não convertido:
- Rebote defensivo: recuperação da bola após arremesso do adversário
- Rebote ofensivo: recuperação da bola após arremesso da própria equipe
1.4.7 Defesa
- Posição básica defensiva: pernas semiflexionadas, tronco ligeiramente inclinado à frente, braços abertos
- Deslocamentos defensivos: laterais, para frente e para trás
- Bloqueio de arremesso: ato de interceptar um arremesso adversário
1.5 Sistemas Táticos
1.5.1 Sistemas Defensivos
- Defesa individual (homem a homem): cada defensor marca um atacante específico
- Defesa por zona: cada defensor é responsável por uma área da quadra
- Zona 2-1-2: dois defensores na linha de fundo, um no meio e dois na linha de lance livre
- Zona 2-3: dois defensores na linha de lance livre e três na linha de fundo
- Zona 1-3-1: um defensor na frente, três no meio e um atrás
- Zona 3-2: três defensores na linha de lance livre e dois na linha de fundo
- Defesa mista: combinação de defesa individual e por zona
- Defesa pressão: marcação em toda a quadra ou meia quadra
1.5.2 Sistemas Ofensivos
- Ataque posicional: jogadores ocupam posições específicas e executam movimentações pré-determinadas
- Ataque livre: sem posições fixas, baseado na leitura de jogo e criatividade
- Contra-ataque: transição rápida da defesa para o ataque, aproveitando superioridade numérica
Posição | Número | Características | Função Principal |
---|---|---|---|
Armador (Point Guard) | 1 | Bom passe, visão de jogo, drible | Organizar o ataque, distribuir a bola |
Ala-armador (Shooting Guard) | 2 | Bom arremesso, velocidade | Pontuar, principalmente de média e longa distância |
Ala (Small Forward) | 3 | Versátil, bom arremesso, infiltração | Pontuar de diversas formas, defender alas adversários |
Ala-pivô (Power Forward) | 4 | Força, rebote, arremesso de média distância | Pontuar próximo à cesta, rebotes, bloqueios |
Pivô (Center) | 5 | Altura, força, jogo próximo à cesta | Pontuar próximo à cesta, rebotes, bloqueios |
1.6 Metodologia de Ensino
1.6.1 Progressão Pedagógica
O ensino do basquetebol deve seguir uma progressão pedagógica adequada ao nível de desenvolvimento dos alunos:
- Iniciação: jogos pré-desportivos, familiarização com a bola, fundamentos básicos
- Aperfeiçoamento: aprimoramento dos fundamentos, introdução de conceitos táticos simples
- Especialização: refinamento técnico, desenvolvimento tático, situações específicas de jogo
1.6.2 Adaptações para o Contexto Escolar
- Materiais: bolas mais leves e de tamanho adequado à faixa etária
- Espaço: redução das dimensões da quadra, altura da cesta ajustável
- Regras: simplificação das regras conforme o nível dos alunos
- Número de jogadores: jogos reduzidos (3×3, 4×4) para aumentar a participação
1.6.3 Abordagens Metodológicas
- Método analítico: ensino dos fundamentos de forma isolada
- Método global: ensino através do jogo completo
- Método misto: combinação dos métodos analítico e global
- Teaching Games for Understanding (TGfU): ensino baseado na compreensão tática do jogo
Aplicação pedagógica: No ensino do basquetebol escolar, é importante adaptar as regras e dimensões conforme a faixa etária. Para iniciantes, pode-se utilizar bolas mais leves, tabelas mais baixas e simplificar algumas regras, como a dos 24 segundos e a do retorno de bola. O jogo 3×3 em meia quadra é uma excelente estratégia para aumentar a participação dos alunos.
2. Handebol
2.1 História e Evolução
O handebol moderno tem suas origens no final do século XIX e início do século XX, com diferentes versões do jogo surgindo em diversos países europeus. O professor alemão Karl Schelenz é considerado o principal responsável pela sistematização do handebol como o conhecemos hoje.
Inicialmente, o handebol era jogado em campos de futebol, com 11 jogadores de cada lado (handebol de campo). Em 1936, o handebol de campo foi incluído nos Jogos Olímpicos de Berlim. Com o tempo, a versão de salão (indoor), com 7 jogadores, ganhou popularidade e substituiu o handebol de campo nas competições internacionais.
No Brasil, o handebol foi introduzido por imigrantes alemães na década de 1930. A Confederação Brasileira de Handebol (CBHb) foi fundada em 1979, embora o esporte já fosse praticado no país há décadas.
Marcos importantes na evolução do handebol:
- 1936: Inclusão do handebol de campo nos Jogos Olímpicos de Berlim
- 1938: Primeiro Campeonato Mundial Masculino de Handebol de Campo
- 1946: Criação da Federação Internacional de Handebol (IHF)
- 1957: Primeiro Campeonato Mundial Masculino de Handebol de Salão
- 1972: Retorno do handebol aos Jogos Olímpicos, agora na versão de salão (Munique)
- 1976: Inclusão do handebol feminino nos Jogos Olímpicos de Montreal
2.2 Quadra e Equipamentos
2.2.1 Dimensões da Quadra
De acordo com as regras oficiais da IHF (Federação Internacional de Handebol):
- Comprimento: 40m
- Largura: 20m
- Medidas mínimas permitidas: 38m x 18m
2.2.2 Áreas Importantes
- Área de gol (trave): 2m de altura por 3m de largura
- Área de goleiro (área de 6m): semicírculo com raio de 6m a partir do centro da meta
- Linha de tiro livre (linha de 9m): linha tracejada a 9m da meta
- Linha de 7m: linha de pênalti, a 7m da meta
- Linha de limitação do goleiro (linha de 4m): linha a 4m da meta, utilizada durante o tiro de 7m
- Linha central: divide a quadra ao meio
- Zona de substituição: área lateral onde são realizadas as substituições
2.2.3 Equipamentos
- Bola:
- Masculino adulto (tamanho 3): circunferência entre 58cm e 60cm, peso entre 425g e 475g
- Feminino adulto e masculino juvenil (tamanho 2): circunferência entre 54cm e 56cm, peso entre 325g e 375g
- Feminino juvenil e infantil (tamanho 1): circunferência entre 50cm e 52cm, peso entre 290g e 330g
- Uniforme: camisas numeradas de 1 a 99, sendo que o goleiro deve usar uniforme de cor diferente
Quadra de Handebol (dimensões não proporcionais)
2.3 Regras Básicas
2.3.1 Equipes
- Cada equipe é composta por até 16 jogadores, sendo 7 em quadra (6 jogadores de linha e 1 goleiro) e 9 reservas
- Substituições são ilimitadas e podem ser realizadas a qualquer momento, pela zona de substituição
2.3.2 Duração da Partida
- Dois tempos de 30 minutos cada (adulto), com intervalo de 10 minutos
- Para categorias de base, o tempo pode ser reduzido (25 minutos para sub-18, 20 minutos para sub-16)
- Tempo cronometrado (o relógio para quando o jogo está paralisado)
- Em caso de empate, dependendo da competição, pode haver prorrogação (dois tempos de 5 minutos) e/ou disputa de tiros de 7 metros
2.3.3 Manejo da Bola
- É permitido segurar a bola por no máximo 3 segundos
- É permitido dar no máximo 3 passos com a bola na mão
- É permitido quicar a bola continuamente com uma mão
- Após quicar, é permitido segurar a bola por até 3 segundos e/ou dar até 3 passos
- Não é permitido tocar a bola com os pés ou pernas (abaixo do joelho) intencionalmente
2.3.4 Área de Goleiro
- Apenas o goleiro pode permanecer na área de goleiro
- Jogadores de linha não podem tocar a bola quando ela está parada ou rolando na área de goleiro
- Jogadores de linha podem arremessar a bola estando no ar sobre a área de goleiro
- Se um jogador de linha entrar na área de goleiro com a bola, a posse é revertida para o adversário
- Se um jogador de linha entrar na área de goleiro para obter vantagem, é marcado tiro de 7 metros
2.3.5 Faltas e Punições
As punições no handebol são progressivas:
- Advertência verbal: para faltas leves (apenas uma por equipe)
- Advertência (cartão amarelo): para faltas mais graves ou reincidência (máximo 3 por equipe)
- Exclusão (2 minutos): jogador fica fora por 2 minutos
- Desqualificação (cartão vermelho): jogador é excluído pelo resto da partida, e a equipe fica com um jogador a menos por 2 minutos
- Expulsão: jogador é excluído pelo resto da partida, e a equipe fica com um jogador a menos até o final do jogo
2.3.6 Tiro de 7 Metros (Pênalti)
É marcado quando:
- Uma clara chance de gol é impedida ilegalmente em qualquer parte da quadra
- Um defensor entra na área de goleiro para obter vantagem defensiva
- Um goleiro leva a bola para dentro da área de goleiro
- Um defensor joga a bola intencionalmente para sua própria área de goleiro e o goleiro a toca
2.3.7 Tiros
- Tiro de meta: executado pelo goleiro de dentro da área de goleiro, quando a bola sai pela linha de fundo tocada por um atacante ou quando o goleiro controla a bola em sua área
- Tiro lateral: executado do local onde a bola saiu pela lateral da quadra
- Tiro livre: executado do local da infração (ou da linha de 9m, se a infração ocorreu entre as linhas de 6m e 9m)
- Tiro de 7 metros: executado da linha de 7m, com um pé fixo no chão
Importante: O jogo passivo é uma infração que ocorre quando uma equipe não demonstra intenção de atacar ou arremessar à meta. Após o sinal de advertência de jogo passivo, a equipe tem aproximadamente 6 passes para finalizar o ataque.
2.4 Fundamentos Técnicos
2.4.1 Empunhadura
É a forma de segurar a bola, com os dedos bem abertos, formando uma “concha” atrás da bola.
2.4.2 Passe
É o fundamento utilizado para transferir a bola entre companheiros de equipe:
- Passe de ombro: o mais comum, executado à altura do ombro
- Passe picado: com quique no chão
- Passe lateral: executado com o braço na horizontal
- Passe por trás das costas: usado para surpreender
- Passe de pronação: com rotação do punho, usado em curta distância
2.4.3 Recepção
É o ato de receber e controlar a bola:
- Recepção alta: acima da linha dos ombros
- Recepção média: entre a cintura e os ombros
- Recepção baixa: abaixo da linha da cintura
2.4.4 Progressão
É o deslocamento do jogador com a bola:
- Drible: quicar a bola continuamente
- Passos: deslocamento limitado a três passos com a bola na mão
2.4.5 Arremesso
É o fundamento utilizado para lançar a bola em direção ao gol:
- Arremesso de ombro: o mais comum, similar ao passe de ombro
- Arremesso com queda: utilizado para ganhar alcance, com queda controlada após o arremesso
- Arremesso em suspensão: executado no ar, após salto
- Arremesso de quadril: com o braço na horizontal
- Arremesso por baixo: utilizado principalmente pelo pivô
2.4.6 Finta
É o movimento de engano para superar o adversário:
- Finta simples: mudança de direção
- Finta com giro: rotação do corpo
- Finta de arremesso: simular um arremesso para enganar o defensor
2.4.7 Marcação
- Posição básica defensiva: pernas semiflexionadas, tronco ligeiramente inclinado à frente, braços abertos
- Bloqueio: interceptação do arremesso com os braços
2.5 Sistemas Táticos
2.5.1 Sistemas Defensivos
São identificados por números que indicam a disposição dos jogadores em linhas defensivas, do goleiro para frente:
- 6:0: todos os defensores na linha de 6m, sem profundidade
- 5:1: cinco defensores na linha de 6m e um avançado
- 4:2: quatro defensores na linha de 6m e dois avançados
- 3:3: três defensores na linha de 6m e três avançados
- 3:2:1: três defensores na linha de 6m, dois na linha intermediária e um mais avançado
- Defesa individual: cada defensor marca um atacante específico
2.5.2 Sistemas Ofensivos
São identificados pelo número de jogadores em cada posição:
- 3:3: três jogadores na primeira linha (armadores) e três na segunda linha (pontas e pivô)
- 2:4: dois jogadores na primeira linha e quatro na segunda linha (com dois pivôs)
- 4:2: quatro jogadores na primeira linha e dois na segunda linha
Posição | Características | Função Principal |
---|---|---|
Goleiro | Reflexos, agilidade, leitura de jogo | Defender a meta, iniciar contra-ataques |
Ponta (direita e esquerda) | Velocidade, arremesso em ângulo reduzido | Finalizar jogadas, contra-atacar |
Armador central | Visão de jogo, passe, liderança | Organizar o ataque, distribuir a bola |
Armador lateral (direito e esquerdo) | Arremesso potente, infiltração | Finalizar de média distância, criar jogadas |
Pivô | Força física, jogo posicional | Bloquear defensores, finalizar próximo à área |
2.6 Metodologia de Ensino
2.6.1 Progressão Pedagógica
O ensino do handebol deve seguir uma progressão pedagógica adequada ao nível de desenvolvimento dos alunos:
- Iniciação: jogos pré-desportivos, familiarização com a bola, fundamentos básicos
- Aperfeiçoamento: aprimoramento dos fundamentos, introdução de conceitos táticos simples
- Especialização: refinamento técnico, desenvolvimento tático, situações específicas de jogo
2.6.2 Adaptações para o Contexto Escolar
- Materiais: bolas mais leves e de tamanho adequado à faixa etária
- Espaço: redução das dimensões da quadra, adaptação das áreas
- Regras: simplificação das regras conforme o nível dos alunos
- Número de jogadores: jogos reduzidos (4×4, 5×5) para aumentar a participação
2.6.3 Jogos Pré-desportivos
- Handebol dos 10 passes: equipes tentam completar 10 passes consecutivos
- Handebol com zonas: a quadra é dividida em zonas, e cada jogador só pode atuar em sua zona
- Handebol com coringa: um jogador neutro que sempre atua com a equipe que tem a posse de bola
- Handebol com alvos: em vez de gols, são utilizados alvos (cones, arcos) que devem ser acertados
Aplicação pedagógica: No ensino do handebol escolar, é importante adaptar as regras conforme a faixa etária. Para iniciantes, pode-se utilizar bolas mais leves e de menor tamanho, reduzir as dimensões da quadra e simplificar algumas regras, como a dos 3 passos e a da área de goleiro. Jogos pré-desportivos como o “handebol dos 10 passes” são excelentes para desenvolver a noção de marcação e desmarcação.
3. Questões Comentadas
1. (IBAM – Prefeitura de Macaé/RJ – 2019) No basquetebol, a regra dos 24 segundos estabelece que:
- Uma equipe deve arremessar a bola à cesta em até 24 segundos de posse.
- Uma equipe deve passar da quadra de defesa para a de ataque em até 24 segundos.
- Um jogador não pode permanecer mais de 24 segundos na área restritiva adversária.
- Um jogador não pode ficar com a posse de bola por mais de 24 segundos sem passá-la.
- Uma equipe não pode solicitar mais de um tempo técnico a cada 24 segundos de jogo.
Resposta correta: A
A regra dos 24 segundos estabelece que uma equipe deve arremessar a bola à cesta em até 24 segundos de posse. Se isso não ocorrer, a posse de bola é revertida para a equipe adversária. Esta regra foi criada para tornar o jogo mais dinâmico, evitando que as equipes segurem a bola por muito tempo sem finalizar.
2. (IBAM – Prefeitura de Araruama/RJ – 2019) No handebol, quando um jogador de linha entra na área de goleiro para obter vantagem defensiva, a punição correta é:
- Tiro livre para a equipe adversária.
- Tiro de 7 metros para a equipe adversária.
- Exclusão do jogador por 2 minutos.
- Advertência verbal ao jogador.
- Tiro de meta para o goleiro da equipe do jogador infrator.
Resposta correta: B
Quando um jogador de linha entra na área de goleiro para obter vantagem defensiva (por exemplo, impedir uma clara chance de gol), a punição correta é um tiro de 7 metros (pênalti) para a equipe adversária. Além disso, dependendo da gravidade da situação, o jogador pode receber uma punição progressiva (advertência, exclusão ou desqualificação).
3. (IBAM – Prefeitura de Maricá/RJ – 2018) No basquetebol, o sistema defensivo em que cada defensor é responsável por uma área específica da quadra é conhecido como:
- Defesa individual.
- Defesa por zona.
- Defesa pressão.
- Defesa combinada.
- Defesa match-up.
Resposta correta: B
A defesa por zona é o sistema defensivo em que cada defensor é responsável por uma área específica da quadra, independentemente de qual atacante esteja nessa área. As formações mais comuns são 2-1-2, 2-3, 1-3-1 e 3-2, onde os números indicam a disposição dos defensores em linhas, da linha de fundo para a frente.
4. (IBAM – Prefeitura de Cabo Frio/RJ – 2020) No handebol, o sistema defensivo 5:1 caracteriza-se por:
- Cinco jogadores na linha de 6m e um jogador avançado.
- Cinco jogadores avançados e um na linha de 6m.
- Cinco jogadores na linha de 9m e um na linha de 6m.
- Cinco jogadores em marcação individual e um em marcação por zona.
- Cinco jogadores em quadra e um expulso temporariamente.
Resposta correta: A
O sistema defensivo 5:1 no handebol caracteriza-se por cinco jogadores posicionados próximos à linha de 6m (área de goleiro) e um jogador mais avançado, geralmente na linha de 9m. O jogador avançado tem a função de dificultar a circulação de bola e os arremessos de longa distância, especialmente do armador central adversário.
5. (IBAM – Prefeitura de Saquarema/RJ – 2021) No contexto do ensino dos esportes coletivos na escola, a abordagem metodológica que prioriza a compreensão tática do jogo antes do desenvolvimento técnico é conhecida como:
- Método analítico.
- Método global.
- Teaching Games for Understanding (TGfU).
- Método tecnicista.
- Método tradicional.
Resposta correta: C
O Teaching Games for Understanding (TGfU), ou “Ensino dos Jogos para a Compreensão”, é uma abordagem metodológica desenvolvida por Bunker e Thorpe que prioriza a compreensão tática do jogo antes do desenvolvimento técnico. Nessa abordagem, os alunos são expostos a situações-problema do jogo e estimulados a buscar soluções táticas, desenvolvendo a técnica conforme a necessidade para resolver os problemas encontrados.
4. Referências
- CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE BASKETBALL. Regras Oficiais de Basketball. São Paulo: CBB, 2022.
- CONFEDERAÇÃO BRASILEIRA DE HANDEBOL. Regras Oficiais de Handebol. São Paulo: CBHb, 2022.
- FERREIRA, Aluísio Elias Xavier. Basquetebol: técnicas e táticas – uma abordagem didático-pedagógica. São Paulo: EPU, 2003.
- GRECO, Pablo Juan; ROMERO, Juan J. Fernández. Manual de handebol: da iniciação ao alto nível. São Paulo: Phorte, 2012.
- PAES, Roberto Rodrigues; MONTAGNER, Paulo Cesar; FERREIRA, Henrique Barcelos. Pedagogia do Esporte: iniciação e treinamento em basquetebol. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.
- TENROLLER, Carlos Alberto. Handebol: teoria e prática. Rio de Janeiro: Sprint, 2008.
- EHRET, Arno et al. Manual de handebol: treinamento de base para crianças e adolescentes. São Paulo: Phorte, 2002.
- DE ROSE JR, Dante; TRICOLI, Valmor. Basquetebol: uma visão integrada entre ciência e prática. Barueri: Manole, 2005.
Apostila para Profissional de Educação Física
Esporte e Regras: Ginástica Geral, Artística e Rítmica
Introdução
Esta apostila foi desenvolvida especificamente para candidatos ao cargo de Profissional de Educação Física, seguindo o padrão da Banca IBAM Concursos. O material aborda as modalidades de Ginástica Geral, Ginástica Artística e Ginástica Rítmica, contemplando aspectos históricos, conceituais, técnicos, regras e metodologias de ensino.
A ginástica constitui um importante conteúdo da Educação Física escolar e não escolar, contribuindo para o desenvolvimento integral dos praticantes. Além dos aspectos motores, as diferentes modalidades ginásticas promovem o desenvolvimento cognitivo, social e afetivo, por meio da expressão corporal, superação de desafios, criatividade e trabalho em equipe.
Dica IBAM
A banca IBAM costuma elaborar questões que relacionam aspectos técnicos e históricos com situações práticas de ensino. Esteja atento às particularidades de cada modalidade ginástica e suas possibilidades pedagógicas no contexto escolar, pois a banca valoriza o conhecimento sobre adaptações metodológicas e progressões pedagógicas.
1. Ginástica Geral
1.1 Conceito e Características
A Ginástica Geral (GG), também conhecida como Ginástica para Todos (GPT), é uma modalidade não competitiva que reúne diferentes manifestações da cultura corporal, como as várias ginásticas (artística, rítmica, acrobática), danças, jogos, elementos folclóricos e outras expressões corporais.
Segundo a Federação Internacional de Ginástica (FIG), a Ginástica para Todos é a base de todas as modalidades ginásticas e oferece programas de atividades variadas para participantes de todas as idades, habilidades e culturas.
Principais características da Ginástica Geral:
- Inclusiva: acessível a pessoas de diferentes idades, gêneros, habilidades e condições físicas
- Não competitiva: foco na participação e não no resultado
- Diversificada: incorpora elementos de diferentes práticas corporais
- Criativa: valoriza a expressão e a criação de movimentos
- Coletiva: enfatiza o trabalho em grupo e a cooperação
- Demonstrativa: culmina em apresentações e festivais
1.2 História e Evolução
A Ginástica Geral tem suas raízes nos movimentos ginásticos europeus do século XIX, especialmente nos sistemas alemão, sueco e dinamarquês, que tinham como objetivo o desenvolvimento físico, moral e social dos praticantes.
No início do século XX, surgiram os primeiros festivais de ginástica, como as Lingíadas na Suécia e as Spartakiadas na antiga União Soviética, que reuniam milhares de participantes em demonstrações coletivas.
Em 1953, a FIG organizou a primeira Gymnaestrada Mundial em Rotterdam, Holanda, um evento não competitivo que reúne grupos de ginástica de todo o mundo a cada quatro anos. Este evento é considerado a maior manifestação da Ginástica Geral em nível mundial.
No Brasil, a Ginástica Geral ganhou maior visibilidade a partir da década de 1980, com a participação de grupos brasileiros em eventos internacionais e a realização de festivais nacionais. Em 2007, o Brasil sediou a 13ª Gymnaestrada Mundial em Dornbirn, Áustria.
Em 2007, a FIG alterou oficialmente o nome da modalidade de “Ginástica Geral” para “Ginástica para Todos”, reforçando seu caráter inclusivo e abrangente.
1.3 Elementos Constitutivos
A Ginástica Geral incorpora diversos elementos das diferentes manifestações da cultura corporal, que podem ser classificados em:
1.3.1 Elementos Ginásticos
- Acrobáticos: rolamentos, paradas de mão, rodas, reversões, mortais
- De equilíbrio: posturas estáticas, equilíbrios em diferentes apoios
- De salto: saltos ginásticos, com ou sem rotação
- De apoio e suspensão: movimentos em aparelhos como barras, argolas, paralelas
1.3.2 Elementos Rítmico-expressivos
- Passos de dança: diversos estilos e ritmos
- Expressão corporal: gestos, mímicas, representações
- Movimentos com música: sincronização, interpretação
1.3.3 Elementos de Manipulação
- Aparelhos tradicionais: bolas, arcos, fitas, cordas, maças
- Aparelhos não tradicionais: lenços, chapéus, cadeiras, bastões
- Materiais alternativos: garrafas PET, jornal, tecidos
1.3.4 Formações e Transições
- Formações: círculos, linhas, colunas, figuras geométricas
- Transições: deslocamentos entre formações
- Figuras humanas: pirâmides, torres, figuras acrobáticas em grupo
Exemplos de formações utilizadas na Ginástica Geral
1.4 Metodologia de Ensino
O ensino da Ginástica Geral deve ser pautado por princípios pedagógicos que valorizem a participação, a criatividade e o prazer na prática. Algumas diretrizes metodológicas importantes são:
1.4.1 Princípios Pedagógicos
- Inclusão: adaptar atividades para que todos possam participar
- Diversidade: oferecer experiências variadas de movimento
- Cooperação: estimular o trabalho em grupo e a ajuda mútua
- Criatividade: incentivar a exploração e criação de movimentos
- Autonomia: promover a participação ativa nas decisões
- Ludicidade: valorizar o prazer e a diversão na prática
1.4.2 Etapas do Processo de Ensino
- Exploração: experimentação livre de movimentos e possibilidades
- Aprendizagem: aquisição de habilidades básicas
- Criação: elaboração de sequências e composições
- Apresentação: demonstração do trabalho desenvolvido
1.4.3 Estratégias Didáticas
- Jogos ginásticos: atividades lúdicas que desenvolvem habilidades específicas
- Circuitos: estações com diferentes desafios e possibilidades
- Oficinas temáticas: exploração de temas específicos (aparelhos, acrobacias, etc.)
- Composições coletivas: criação de coreografias em grupo
- Festivais: eventos para apresentação dos trabalhos desenvolvidos
1.4.4 Adaptações para o Contexto Escolar
- Materiais: utilização de materiais alternativos e de baixo custo
- Espaço: adaptação às condições disponíveis na escola
- Segurança: progressão adequada e técnicas de ajuda
- Interdisciplinaridade: integração com outras áreas do conhecimento
Aplicação pedagógica: Uma proposta interessante para o ensino da Ginástica Geral na escola é o desenvolvimento de um projeto temático, como “Circo” ou “Culturas do Mundo”. Os alunos podem pesquisar sobre o tema, explorar movimentos relacionados, criar composições em pequenos grupos e, ao final, realizar um festival para apresentação dos trabalhos à comunidade escolar.
2. Ginástica Artística
2.1 Conceito e Características
A Ginástica Artística (GA), anteriormente conhecida como Ginástica Olímpica, é uma modalidade esportiva que consiste na execução de séries de exercícios em diferentes aparelhos, além do solo. É caracterizada por movimentos de força, flexibilidade, equilíbrio, agilidade e precisão.
Principais características da Ginástica Artística:
- Competitiva: possui um sistema de competição com regras específicas
- Técnica: exige alto grau de precisão e qualidade na execução dos movimentos
- Complexa: envolve elementos acrobáticos e ginásticos de alta dificuldade
- Específica: utiliza aparelhos próprios e padronizados
- Estética: valoriza a beleza e a harmonia dos movimentos
- Expressiva: especialmente nas séries de solo feminino, incorpora elementos de dança e expressão corporal
2.2 História e Evolução
A Ginástica Artística tem suas origens na Antiguidade, mas se desenvolveu como modalidade esportiva a partir do século XIX, principalmente na Alemanha, com Friedrich Ludwig Jahn, considerado o “pai da ginástica”.
Em 1881, foi fundada a Federação Europeia de Ginástica, que mais tarde se tornaria a Federação Internacional de Ginástica (FIG), a mais antiga federação esportiva internacional.
A Ginástica Artística masculina está presente nos Jogos Olímpicos desde a primeira edição moderna, em 1896, em Atenas. Já a Ginástica Artística feminina foi incluída nos Jogos Olímpicos de 1928, em Amsterdã, mas apenas como demonstração. A participação oficial das mulheres começou nos Jogos de 1952, em Helsinque.
No Brasil, a Ginástica Artística começou a se desenvolver com a chegada de imigrantes europeus no final do século XIX e início do século XX. A Confederação Brasileira de Ginástica (CBG) foi fundada em 1978.
Marcos importantes na evolução da Ginástica Artística:
- 1896: Inclusão da Ginástica Artística masculina nos primeiros Jogos Olímpicos modernos
- 1952: Inclusão oficial da Ginástica Artística feminina nos Jogos Olímpicos
- 1954: Primeiro Campeonato Mundial exclusivo de Ginástica Artística
- 1976: Nadia Comaneci recebe a primeira nota 10 perfeita na história olímpica
- 2006: Implementação do novo Código de Pontuação, que eliminou a nota máxima de 10
- 2016: Rebeca Andrade conquista a primeira medalha olímpica do Brasil na modalidade (prata no individual geral)
- 2020 (2021): Rebeca Andrade conquista o ouro no salto e a prata no individual geral
2.3 Aparelhos e Provas
2.3.1 Aparelhos Masculinos
- Solo: tablado de 12m x 12m, onde são realizadas séries de 50 a 70 segundos com elementos acrobáticos, de força e equilíbrio
- Cavalo com alças: aparelho de 115cm de altura, 160cm de comprimento e 35cm de largura, com duas alças de 12cm de altura, onde são realizados movimentos circulares e de tesoura
- Argolas: par de anéis suspensos a 280cm do solo, onde são realizados elementos de força, equilíbrio e suspensão
- Salto: mesa de salto com 135cm de altura, 120cm de comprimento e 95cm de largura, sobre a qual o ginasta executa saltos acrobáticos após corrida de aproximação
- Barras paralelas: duas barras paralelas de 350cm de comprimento, ajustáveis entre 160cm e 180cm de altura, onde são realizados elementos de apoio e suspensão
- Barra fixa: barra horizontal de 240cm de comprimento, posicionada a 280cm do solo, onde são realizados elementos de giro e voo
2.3.2 Aparelhos Femininos
- Salto: mesa de salto com 125cm de altura, sobre a qual a ginasta executa saltos acrobáticos após corrida de aproximação
- Barras assimétricas: duas barras horizontais de diferentes alturas (250cm e 170cm), onde são realizados elementos de giro e voo
- Trave de equilíbrio: aparelho de 500cm de comprimento, 10cm de largura e 125cm de altura, onde são realizados elementos acrobáticos, ginásticos e de dança
- Solo: tablado de 12m x 12m, onde são realizadas séries de 70 a 90 segundos com elementos acrobáticos, ginásticos e de dança, acompanhadas por música
2.3.3 Provas
- Individual geral: somatório das notas obtidas em todos os aparelhos
- Por equipes: somatório das notas dos integrantes da equipe
- Por aparelhos: competição específica em cada aparelho
Representação simplificada dos aparelhos da Ginástica Artística
2.4 Elementos Técnicos
Os elementos técnicos da Ginástica Artística são classificados de acordo com sua natureza e dificuldade. O Código de Pontuação da FIG organiza os elementos em grupos e atribui valores de dificuldade (A, B, C, D, E, F, G, H, I, J), sendo A o mais simples e J o mais complexo.
2.4.1 Elementos de Solo
- Acrobáticos sem voo: rolamentos, rodas, reversões
- Acrobáticos com fase de voo: mortais, flic-flacs, piruetas
- Elementos de força e equilíbrio: paradas de mão, esquadros, pranchas
- Elementos ginásticos: saltos, giros, equilíbrios (feminino)
2.4.2 Elementos de Salto
- Grupo 1: saltos diretos
- Grupo 2: saltos com 1/4 ou 1/2 giro no primeiro voo
- Grupo 3: saltos com entrada de mãos à frente
- Grupo 4: saltos com entrada de rondada
- Grupo 5: saltos com entrada de rondada e flic-flac
2.4.3 Elementos de Aparelhos Masculinos
- Cavalo com alças: tesouras, círculos de perna, transportes, giros
- Argolas: suspensões, apoios, equilíbrios, saídas
- Barras paralelas: apoios, balanços, elementos de voo, saídas
- Barra fixa: giros gigantes, elementos de voo, mudanças de empunhadura, saídas
2.4.4 Elementos de Aparelhos Femininos
- Barras assimétricas: giros, elementos de voo, transições entre barras, saídas
- Trave de equilíbrio: elementos acrobáticos, ginásticos, coreográficos, saídas
Grupo de Elementos | Exemplos | Valor de Dificuldade |
---|---|---|
Elementos básicos | Rolamento, roda, parada de mão | A |
Elementos intermediários | Flic-flac, mortal grupado, reversão | B – C |
Elementos avançados | Duplo mortal, mortal com pirueta | D – E |
Elementos de alta dificuldade | Triplo mortal, duplo mortal com piruetas | F – G |
Elementos de extrema dificuldade | Elementos inovadores, combinações complexas | H – J |
2.5 Regras Básicas
2.5.1 Sistema de Pontuação
Desde 2006, o sistema de pontuação da Ginástica Artística é composto por duas notas:
- Nota D (Dificuldade): valor dos elementos realizados, requisitos de composição, ligações
- Nota E (Execução): parte de 10,00 pontos e são descontados erros técnicos, estéticos e de composição
- Nota Final: soma da Nota D e da Nota E
2.5.2 Composição das Séries
As séries devem atender a requisitos específicos para cada aparelho:
- Número de elementos: geralmente 8 a 10 elementos de maior valor
- Grupos de elementos: cada aparelho tem grupos específicos que devem ser contemplados
- Requisitos de composição: exigências específicas para cada aparelho
- Ligações: combinações de elementos que podem receber bonificação
2.5.3 Deduções
As principais deduções na nota de execução são:
- Erros pequenos: 0,10 ponto (pequenos desvios da execução perfeita)
- Erros médios: 0,30 ponto (desvios significativos)
- Erros grandes: 0,50 ponto (desvios graves)
- Quedas: 1,00 ponto
- Ultrapassar o tempo limite: 0,10 ponto
- Sair da área de competição: 0,10 a 0,30 ponto
- Assistência do treinador: 1,00 ponto
2.5.4 Regras Específicas
- Solo masculino: série de 50 a 70 segundos, sem acompanhamento musical
- Solo feminino: série de 70 a 90 segundos, com acompanhamento musical (sem letra)
- Salto: um ou dois saltos, dependendo da fase da competição
- Trave: série de no máximo 90 segundos
Importante: As regras da Ginástica Artística são atualizadas a cada ciclo olímpico (4 anos). É fundamental consultar o Código de Pontuação vigente para informações detalhadas e atualizadas.
2.6 Metodologia de Ensino
2.6.1 Progressão Pedagógica
O ensino da Ginástica Artística deve seguir uma progressão pedagógica adequada ao nível de desenvolvimento dos alunos:
- Iniciação: desenvolvimento das capacidades físicas básicas, familiarização com os aparelhos, aprendizagem dos elementos fundamentais
- Aperfeiçoamento: aprimoramento técnico, aumento da complexidade dos elementos, início da composição de séries
- Especialização: refinamento técnico, aumento da dificuldade, especialização em aparelhos específicos
2.6.2 Adaptações para o Contexto Escolar
- Materiais: colchões, plinto, banco sueco, espaldar, materiais alternativos
- Aparelhos adaptados: trave baixa, barras adaptadas, mini-trampolim
- Segurança: técnicas de ajuda e proteção, progressões adequadas
- Abordagem lúdica: jogos e desafios ginásticos
2.6.3 Desenvolvimento das Capacidades Físicas
- Força: exercícios de sustentação, apoio e suspensão
- Flexibilidade: alongamentos estáticos e dinâmicos
- Equilíbrio: posturas estáticas e dinâmicas em diferentes apoios
- Coordenação: combinações de movimentos, ritmo, orientação espacial
2.6.4 Técnicas de Ajuda e Segurança
- Ajuda manual: contato direto do professor com o aluno para auxiliar na execução
- Ajuda material: uso de equipamentos auxiliares (colchões, planos inclinados)
- Progressões metodológicas: sequência gradual de exercícios preparatórios
Aplicação pedagógica: Para ensinar o rolamento para frente na escola, pode-se utilizar uma progressão que inclua: 1) balançar como “bolinha” em diferentes direções; 2) rolamento em plano inclinado; 3) rolamento com ajuda manual; 4) rolamento autônomo no colchão. É importante enfatizar a posição correta da cabeça (queixo no peito) e o impulso das pernas para evitar lesões na região cervical.
3. Ginástica Rítmica
3.1 Conceito e Características
A Ginástica Rítmica (GR) é uma modalidade esportiva que combina elementos de ballet, dança, ginástica e manipulação de aparelhos portáteis. É praticada oficialmente apenas por mulheres em competições internacionais, embora existam iniciativas de prática masculina em alguns países.
Principais características da Ginástica Rítmica:
- Expressiva: valoriza a expressão corporal e a interpretação musical
- Artística: combina técnica e estética em harmonia com a música
- Técnica: exige alto grau de precisão na execução dos movimentos corporais e manejo dos aparelhos
- Complexa: envolve coordenação entre corpo e aparelho
- Rítmica: todos os movimentos são realizados em sincronia com a música
- Flexível: requer grande amplitude de movimentos
3.2 História e Evolução
A Ginástica Rítmica tem suas origens no final do século XIX e início do século XX, a partir de sistemas de ginástica expressiva e rítmica desenvolvidos por Rudolf Bode, Émile Jaques-Dalcroze e Isadora Duncan.
Na década de 1930, surgiu na União Soviética a “Ginástica Rítmica Moderna”, que combinava elementos de dança, ballet e manipulação de aparelhos portáteis.
Em 1963, a FIG reconheceu oficialmente a modalidade e organizou o primeiro Campeonato Mundial em Budapeste, Hungria.
A Ginástica Rítmica foi incluída nos Jogos Olímpicos em 1984, em Los Angeles, com competições individuais. As competições de conjunto foram incluídas em 1996, nos Jogos de Atlanta.
No Brasil, a Ginástica Rítmica começou a se desenvolver na década de 1950, principalmente nos estados do Sul e Sudeste. A modalidade ganhou maior visibilidade a partir dos anos 1990, com a participação de ginastas brasileiras em competições internacionais.
Marcos importantes na evolução da Ginástica Rítmica:
- 1963: Primeiro Campeonato Mundial em Budapeste, Hungria
- 1984: Inclusão da competição individual nos Jogos Olímpicos de Los Angeles
- 1996: Inclusão da competição de conjunto nos Jogos Olímpicos de Atlanta
- 2001: Implementação do novo Código de Pontuação, que eliminou a nota máxima de 10
- 2017: Novo Código de Pontuação com mudanças significativas na avaliação da dificuldade
3.3 Aparelhos
A Ginástica Rítmica utiliza cinco aparelhos portáteis, cada um com características específicas:
3.3.1 Corda
- Material: cânhamo ou material sintético
- Tamanho: proporcional à altura da ginasta
- Grupos técnicos: saltos, saltitos, lançamentos, escapadas, rotações, balanceios, circunduções, movimentos em oito, nós
3.3.2 Arco
- Material: plástico ou madeira
- Diâmetro: 80 a 90cm
- Peso: mínimo de 300g
- Grupos técnicos: rolamentos, rotações, lançamentos, passagens através do arco, balanceios, circunduções, movimentos em oito
3.3.3 Bola
- Material: borracha ou plástico
- Diâmetro: 18 a 20cm
- Peso: mínimo de 400g
- Grupos técnicos: lançamentos, quiques, rolamentos, balanceios, circunduções, movimentos em oito, equilíbrios
3.3.4 Maças
- Material: madeira ou plástico
- Comprimento: 40 a 50cm
- Peso: mínimo de 150g cada
- Grupos técnicos: molinetes, pequenos círculos, lançamentos, batidas, movimentos assimétricos, rolamentos
3.3.5 Fita
- Material: cetim ou material similar
- Comprimento: mínimo de 6m (sênior) ou 5m (júnior)
- Largura: 4 a 6cm
- Estilete: 50 a 60cm de comprimento
- Grupos técnicos: espirais, serpentinas, lançamentos, escapadas, passagens através ou por cima da fita, movimentos em oito
Representação simplificada dos aparelhos da Ginástica Rítmica
3.4 Elementos Corporais
Os elementos corporais são os movimentos fundamentais da Ginástica Rítmica, que devem ser executados em harmonia com a manipulação dos aparelhos. O Código de Pontuação da FIG classifica os elementos corporais em grupos específicos:
3.4.1 Saltos
- Características: impulso de um ou dois pés, forma definida durante o voo, altura suficiente
- Exemplos: salto em tesoura, salto corsa, salto cossaco, salto em atitude, salto em giro
3.4.2 Equilíbrios
- Características: forma definida e fixada, executados sobre a meia-ponta, pé plano ou outras partes do corpo
- Exemplos: equilíbrio em arabesque, equilíbrio em attitude, equilíbrio em perna à frente (90°), equilíbrio em perna lateral
3.4.3 Rotações (Pivôs)
- Características: giro mínimo de 360° sobre a meia-ponta, calcanhar ou outra parte do corpo, com forma definida
- Exemplos: pivô em passé, pivô em arabesque, pivô em attitude, pivô em perna à frente (90°)
3.4.4 Elementos Pré-acrobáticos
- Características: movimentos com rotação do corpo em torno de diferentes eixos, sem fase de voo
- Exemplos: rolamentos, reversões, rodas, ponte
3.4.5 Ondas Corporais
- Características: contração e relaxamento sequencial dos segmentos corporais
- Exemplos: onda para frente, onda lateral, onda total
3.4.6 Passos de Dança
- Características: sequência de passos rítmicos que expressam o estilo da música
- Duração: mínimo de 8 segundos
Grupo de Elementos | Requisitos Técnicos | Valor de Dificuldade |
---|---|---|
Saltos | Forma definida, altura suficiente | 0,10 a 0,80 |
Equilíbrios | Forma fixada por 1 segundo | 0,10 a 0,80 |
Rotações | Mínimo de 360° em meia-ponta | 0,10 a 0,80 |
Pré-acrobáticos | Sem fase de voo | 0,10 |
Ondas corporais | Contração e relaxamento sequencial | 0,10 |
Passos de dança | Mínimo de 8 segundos | 0,30 |
3.5 Regras Básicas
3.5.1 Competições
- Individual: a ginasta apresenta séries com diferentes aparelhos
- Conjunto: cinco ginastas apresentam séries com aparelhos iguais ou mistos (dois tipos)
3.5.2 Área de Competição
- Tapete: 13m x 13m
- Área de competição: 12m x 12m
3.5.3 Duração das Séries
- Individual: 1’15” a 1’30”
- Conjunto: 2’15” a 2’30”
3.5.4 Sistema de Pontuação
A pontuação na Ginástica Rítmica é composta por três notas:
- Dificuldade (D): valor dos elementos corporais, combinações de passos de dança, elementos dinâmicos com rotação, maestrias
- Execução (E): parte de 10,00 pontos e são descontados erros técnicos (corpo e aparelho) e artísticos
- Nota Final: soma da nota D e da nota E
3.5.5 Composição das Séries
As séries devem atender a requisitos específicos:
- Dificuldades corporais: mínimo de 3 e máximo de 9 (individual)
- Representação dos grupos corporais: mínimo de 1 elemento de cada grupo (saltos, equilíbrios, rotações)
- Combinações de passos de dança: mínimo de 1
- Elementos dinâmicos com rotação: máximo de 5
- Dificuldades de aparelho (maestrias): sem limite
3.5.6 Deduções
As principais deduções na nota de execução são:
- Erros pequenos: 0,10 ponto
- Erros médios: 0,30 ponto
- Erros grandes: 0,50 ponto
- Perda de aparelho: 0,30 a 0,70 ponto
- Saída do tapete (ginasta ou aparelho): 0,30 ponto
- Música não conforme as regras: 0,50 ponto
- Comunicação verbal entre as ginastas do conjunto: 0,50 ponto
Importante: As regras da Ginástica Rítmica são atualizadas a cada ciclo olímpico (4 anos). É fundamental consultar o Código de Pontuação vigente para informações detalhadas e atualizadas.
3.6 Metodologia de Ensino
3.6.1 Progressão Pedagógica
O ensino da Ginástica Rítmica deve seguir uma progressão pedagógica adequada ao nível de desenvolvimento dos alunos:
- Iniciação: desenvolvimento das capacidades físicas básicas, familiarização com os aparelhos, aprendizagem dos elementos fundamentais
- Aperfeiçoamento: aprimoramento técnico, aumento da complexidade dos elementos, início da composição de séries
- Especialização: refinamento técnico, aumento da dificuldade, especialização em aparelhos específicos
3.6.2 Adaptações para o Contexto Escolar
- Materiais: aparelhos adaptados (bolas de plástico, arcos de bambolê, fitas de papel crepom)
- Espaço: adaptação às condições disponíveis na escola
- Abordagem lúdica: jogos e desafios rítmicos
- Inclusão: adaptação das atividades para diferentes habilidades e gêneros
3.6.3 Desenvolvimento das Capacidades Físicas
- Flexibilidade: alongamentos estáticos e dinâmicos, exercícios de amplitude articular
- Coordenação: exercícios de manipulação de aparelhos, combinações de movimentos
- Ritmo: atividades com diferentes estímulos sonoros, interpretação musical
- Equilíbrio: posturas estáticas e dinâmicas em diferentes apoios
3.6.4 Estratégias Didáticas
- Jogos rítmicos: atividades lúdicas com música e aparelhos
- Circuitos: estações com diferentes desafios e possibilidades
- Improvisação: exploração livre de movimentos com aparelhos
- Composições coletivas: criação de coreografias em grupo
- Festivais: eventos para apresentação dos trabalhos desenvolvidos
Aplicação pedagógica: Para ensinar o manejo da bola na escola, pode-se iniciar com jogos de familiarização (lançar e receber, quicar, rolar), seguidos de desafios progressivos (equilibrar a bola em diferentes partes do corpo, realizar pequenos lançamentos com recuperação em diferentes formas). É importante utilizar músicas com ritmos claros para facilitar a sincronização dos movimentos.
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