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Simulado Técnico em Enfermagem – São José/SC – FEPESE

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Simulado Técnico em Enfermagem – São José/SC – FEPESE

🏥 Simulado Técnico em Enfermagem

Concurso São José/SC – Banca FEPESE

40 questões com gabarito comentado

0 de 40 questões respondidas
Questão 1
São princípios do Sistema Único de Saúde (SUS):
1. Universalidade do acesso aos serviços de saúde.
2. Integralidade de assistência.
3. Preservação da autonomia das pessoas.
4. Igualdade da assistência à saúde.
5. Direito à informação das pessoas assistidas.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas todas as afirmativas.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
  • e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
Questão 2
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) em enfermagem.
( ) Os EPIs devem ser fornecidos gratuitamente pelo empregador.
( ) O uso de EPIs dispensa a adoção de medidas de proteção coletiva.
( ) As luvas de procedimento podem ser reutilizadas após desinfecção.
( ) O descarte inadequado de EPIs pode causar contaminação ambiental.
( ) A máscara cirúrgica deve cobrir nariz, boca e queixo.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) V • F • V • F • V
  • b. ( ) V • F • F • V • V
  • c. ( ) F • V • F • V • F
  • d. ( ) V • V • F • F • V
  • e. ( ) F • F • V • V • F
Questão 3
Qual é a temperatura corporal considerada normal para um adulto em repouso?
  • a. ( ) Entre 35,5°C e 36,5°C
  • b. ( ) Entre 37,5°C e 38,5°C
  • c. ( ) Entre 36,1°C e 37,2°C
  • d. ( ) Entre 38,0°C e 39,0°C
  • e. ( ) Entre 35,0°C e 36,0°C
Questão 4
Segundo a Lei nº 7.498/1986, são atividades privativas do Enfermeiro:
1. Direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde.
2. Organização e direção dos serviços de enfermagem.
3. Planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem.
4. Administração de medicamentos e tratamentos prescritos.
5. Prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 4 e 5.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 5.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 5.
  • e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
Questão 5
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre a administração de medicamentos por via intramuscular.
( ) A agulha deve ser inserida em ângulo de 90° em relação à pele.
( ) O local de aplicação deve ser massageado após a administração.
( ) É necessário fazer aspiração antes de injetar o medicamento.
( ) O volume máximo recomendado para adultos é de 5ml.
( ) A região ventroglútea é considerada o local mais seguro.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) V • V • F • F • V
  • b. ( ) F • F • V • V • F
  • c. ( ) V • F • V • F • F
  • d. ( ) F • V • F • V • V
  • e. ( ) V • F • V • F • V
Questão 6
Qual é o método de esterilização mais utilizado em estabelecimentos de saúde para materiais termossensíveis?
  • a. ( ) Óxido de etileno
  • b. ( ) Autoclave a vapor
  • c. ( ) Calor seco
  • d. ( ) Radiação gama
  • e. ( ) Plasma de peróxido de hidrogênio
Questão 7
São diretrizes da Política Nacional de Atenção Básica:
1. Territorialização e adstrição de clientela.
2. Trabalho em equipe interdisciplinar e multiprofissional.
3. Desenvolvimento de ações intersetoriais.
4. Participação da comunidade e controle social.
5. Coordenação do cuidado na Rede de Atenção à Saúde.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
  • e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
Questão 8
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre a coleta de sangue venoso.
( ) O paciente deve permanecer em jejum de 12 horas para todos os exames.
( ) O garrote deve ser aplicado de 3 a 5 cm acima do local da punção.
( ) A antissepsia deve ser feita com movimentos circulares do centro para a periferia.
( ) O garrote deve permanecer no máximo 1 minuto no braço do paciente.
( ) Após a coleta, deve-se comprimir o local por 3 a 5 minutos.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) F • V • F • V • F
  • b. ( ) V • F • V • F • V
  • c. ( ) F • V • V • V • V
  • d. ( ) V • V • F • F • F
  • e. ( ) F • F • V • V • F
Questão 9
Qual é a frequência respiratória normal para um adulto em repouso?
  • a. ( ) 8 a 12 incursões por minuto
  • b. ( ) 20 a 28 incursões por minuto
  • c. ( ) 25 a 35 incursões por minuto
  • d. ( ) 12 a 20 incursões por minuto
  • e. ( ) 6 a 10 incursões por minuto
Questão 10
Segundo o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, são deveres do profissional:
1. Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade.
2. Prestar assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
3. Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica.
4. Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes fatos que infrinjam dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional.
5. Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 5.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
  • e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
Questão 11
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre curativos e feridas.
( ) Feridas limpas são aquelas sem sinais de infecção e com bordas bem aproximadas.
( ) O curativo deve ser trocado sempre que estiver úmido ou sujo.
( ) A limpeza da ferida deve ser feita sempre no sentido da área mais contaminada para a menos contaminada.
( ) Feridas infectadas apresentam sinais flogísticos como rubor, calor, dor e edema.
( ) O soro fisiológico 0,9% é a solução de escolha para limpeza de feridas.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) V • V • V • F • V
  • b. ( ) F • V • F • V • F
  • c. ( ) V • F • V • V • V
  • d. ( ) F • F • V • F • V
  • e. ( ) V • V • F • V • V
Questão 12
Qual é a pressão arterial considerada normal para adultos, segundo as diretrizes brasileiras?
  • a. ( ) Sistólica menor que 140 mmHg e diastólica menor que 90 mmHg
  • b. ( ) Sistólica menor que 120 mmHg e diastólica menor que 80 mmHg
  • c. ( ) Sistólica entre 120-139 mmHg e diastólica entre 80-89 mmHg
  • d. ( ) Sistólica menor que 130 mmHg e diastólica menor que 85 mmHg
  • e. ( ) Sistólica entre 110-130 mmHg e diastólica entre 70-85 mmHg
Questão 13
São competências do técnico em enfermagem, segundo o Decreto nº 94.406/1987:
1. Participar da programação da assistência de enfermagem.
2. Executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro.
3. Participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau auxiliar.
4. Participar da equipe de saúde.
5. Prescrever medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
Questão 14
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre a higienização das mãos.
( ) A higienização simples das mãos deve durar de 40 a 60 segundos.
( ) O álcool gel 70% é eficaz contra vírus, bactérias e fungos.
( ) As unhas devem estar curtas, limpas e sem esmalte ou base.
( ) A fricção antisséptica das mãos pode substituir a lavagem com água e sabão em qualquer situação.
( ) A higienização das mãos é a medida mais importante para prevenir infecções relacionadas à assistência à saúde.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) V • F • V • F • V
  • b. ( ) F • V • F • V • F
  • c. ( ) V • V • F • F • V
  • d. ( ) F • V • V • F • V
  • e. ( ) F • F • V • V • F
Questão 15
Qual é o principal objetivo da vigilância epidemiológica?
  • a. ( ) Fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos
  • b. ( ) Promover ações de educação em saúde para a população
  • c. ( ) Organizar os serviços de saúde por níveis de complexidade
  • d. ( ) Controlar a qualidade dos medicamentos e insumos de saúde
  • e. ( ) Executar diretamente as ações de controle de doenças
Questão 16
São princípios da Lei nº 8.080/1990 (Lei Orgânica da Saúde):
1. Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência.
2. Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos.
3. Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral.
4. Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
5. Participação da comunidade na gestão do SUS.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas todas as afirmativas.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
  • e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
Questão 17
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre sinais vitais.
( ) A temperatura axilar é geralmente 0,5°C menor que a temperatura oral.
( ) A frequência cardíaca normal do adulto varia de 60 a 100 batimentos por minuto.
( ) A pressão arterial deve ser verificada sempre no mesmo braço para comparação.
( ) A frequência respiratória deve ser contada por 30 segundos e multiplicada por 2.
( ) A dor é considerada o quinto sinal vital.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) V • F • F • V • F
  • b. ( ) F • V • V • F • V
  • c. ( ) V • V • F • V • V
  • d. ( ) F • F • V • F • V
  • e. ( ) V • V • V • F • F
Questão 18
Qual é a sequência correta para a ressuscitação cardiopulmonar (RCP) em adultos?
  • a. ( ) Vias aéreas, respiração, compressões torácicas
  • b. ( ) Compressões torácicas, vias aéreas, respiração
  • c. ( ) Respiração, compressões torácicas, vias aéreas
  • d. ( ) Vias aéreas, compressões torácicas, respiração
  • e. ( ) Compressões torácicas, respiração, vias aéreas
Questão 19
São atribuições da vigilância sanitária:
1. Controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde.
2. Controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
3. Controle de portos, aeroportos e fronteiras.
4. Controle de ambientes, processos, insumos e tecnologias relacionados com a saúde.
5. Controle da produção e comercialização de produtos e substâncias de interesse para a saúde.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
  • c. ( ) São corretas todas as afirmativas.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
Questão 20
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre isolamento e precauções.
( ) As precauções padrão devem ser aplicadas no cuidado de todos os pacientes.
( ) O isolamento de contato é indicado para pacientes com infecções por microrganismos multirresistentes.
( ) As precauções por gotículas são indicadas para pacientes com tuberculose pulmonar.
( ) O isolamento respiratório requer o uso de máscara N95 ou PFF2.
( ) Pacientes em isolamento de contato podem compartilhar o mesmo quarto.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) F • V • V • F • V
  • b. ( ) V • F • V • V • F
  • c. ( ) F • F • F • V • V
  • d. ( ) V • V • F • V • F
  • e. ( ) V • V • V • F • F
Questão 21
Qual é a principal via de transmissão da hepatite B?
  • a. ( ) Via respiratória através de gotículas
  • b. ( ) Via fecal-oral através de água e alimentos contaminados
  • c. ( ) Via vetorial através de mosquitos
  • d. ( ) Via cutânea através de ferimentos
  • e. ( ) Via parenteral através de sangue e fluidos corporais
Questão 22
Segundo a Lei nº 2.248/1991 (Estatuto do Servidor Público de São José/SC), são deveres do servidor:
1. Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo.
2. Ser leal às instituições a que servir.
3. Observar as normas legais e regulamentares.
4. Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais.
5. Atender com presteza ao público em geral.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
  • b. ( ) São corretas todas as afirmativas.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 4 e 5.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 5.
Questão 23
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre cuidados com o recém-nascido.
( ) O teste do pezinho deve ser realizado entre o 3º e 7º dia de vida.
( ) O cordão umbilical deve ser limpo com álcool 70% a cada troca de fralda.
( ) A primeira dose da vacina BCG deve ser aplicada nas primeiras 12 horas de vida.
( ) O aleitamento materno deve ser iniciado na primeira hora após o nascimento.
( ) O teste da orelhinha deve ser realizado antes da alta hospitalar.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) F • F • V • F • V
  • b. ( ) V • F • V • V • F
  • c. ( ) V • V • F • V • V
  • d. ( ) F • V • F • V • F
  • e. ( ) V • V • V • F • V
Questão 24
Qual é o tempo mínimo recomendado para a esterilização em autoclave a vapor a 121°C?
  • a. ( ) 10 minutos
  • b. ( ) 20 minutos
  • c. ( ) 30 minutos
  • d. ( ) 15 minutos
  • e. ( ) 45 minutos
Questão 25
São componentes da Rede de Atenção à Saúde (RAS):
1. Atenção Primária à Saúde como centro de comunicação.
2. Pontos de atenção secundária e terciária.
3. Sistemas de apoio (diagnóstico, terapêutico, farmacêutico e informação).
4. Sistemas logísticos (transporte sanitário, prontuário eletrônico, regulação).
5. Sistema de governança da rede de atenção à saúde.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3, 4 e 5.
  • e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
Questão 26
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre diabetes mellitus.
( ) O diabetes tipo 1 é mais comum em adultos acima de 40 anos.
( ) A poliúria, polidipsia e polifagia são sinais clássicos do diabetes.
( ) A hemoglobina glicada (HbA1c) reflete o controle glicêmico dos últimos 2-3 meses.
( ) Valores de glicemia de jejum acima de 126 mg/dl confirmam o diagnóstico.
( ) O diabetes tipo 2 pode ser prevenido com mudanças no estilo de vida.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) V • F • V • F • V
  • b. ( ) F • V • F • V • F
  • c. ( ) V • V • V • F • F
  • d. ( ) F • F • V • V • V
  • e. ( ) F • V • V • V • V
Questão 27
Qual é a principal complicação da hipertensão arterial não controlada?
  • a. ( ) Diabetes mellitus
  • b. ( ) Obesidade
  • c. ( ) Doenças cardiovasculares
  • d. ( ) Doenças respiratórias
  • e. ( ) Doenças hepáticas
Questão 28
Segundo as Leis Complementares nº 53/2011 e nº 54/2011 de São José/SC, o Plano de Cargos e Salários tem como objetivos:
1. Estabelecer diretrizes para o desenvolvimento de recursos humanos.
2. Proporcionar adequada remuneração aos servidores.
3. Criar mecanismos de avaliação de desempenho.
4. Garantir isonomia salarial entre servidores de mesmo cargo.
5. Estabelecer critérios para progressão funcional.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • d. ( ) São corretas todas as afirmativas.
  • e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
Questão 29
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre tuberculose.
( ) A tuberculose é uma doença de notificação compulsória.
( ) O tratamento da tuberculose pulmonar dura em média 6 meses.
( ) A baciloscopia de escarro é o principal exame para diagnóstico.
( ) Pacientes com tuberculose podem transmitir a doença mesmo sem sintomas.
( ) O tratamento supervisionado (DOTS) melhora a adesão ao tratamento.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) F • V • F • V • F
  • b. ( ) V • F • V • V • V
  • c. ( ) F • F • V • F • V
  • d. ( ) V • V • F • V • F
  • e. ( ) V • V • V • F • V
Questão 30
Qual é o principal objetivo do Programa Nacional de Imunizações (PNI)?
  • a. ( ) Controlar e erradicar doenças imunopreveníveis
  • b. ( ) Produzir vacinas nacionais
  • c. ( ) Capacitar profissionais de saúde
  • d. ( ) Fiscalizar a qualidade das vacinas
  • e. ( ) Registrar eventos adversos pós-vacinação
Questão 31
São direitos dos usuários do SUS:
1. Atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação.
2. Acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde.
3. Tratamento adequado e efetivo para seu problema.
4. Informações sobre seu estado de saúde, de maneira clara, objetiva e compreensível.
5. Consentimento ou recusa de procedimentos, de acordo com sua vontade.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas todas as afirmativas.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
Questão 32
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre o controle de infecção hospitalar.
( ) A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) é obrigatória em todos os hospitais.
( ) O uso racional de antimicrobianos ajuda a prevenir a resistência bacteriana.
( ) A taxa de infecção hospitalar aceitável é de até 15% dos pacientes internados.
( ) O isolamento de pacientes infectados é uma medida de controle de infecção.
( ) A educação continuada da equipe é fundamental para o controle de infecções.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) V • V • V • F • V
  • b. ( ) V • V • F • V • V
  • c. ( ) F • V • V • V • F
  • d. ( ) V • F • F • V • V
  • e. ( ) F • F • V • F • V
Questão 33
Qual é a principal característica da atenção primária à saúde?
  • a. ( ) Atendimento de alta complexidade
  • b. ( ) Primeiro nível de atenção do sistema de saúde
  • c. ( ) Atendimento exclusivamente hospitalar
  • d. ( ) Foco em procedimentos cirúrgicos
  • e. ( ) Atendimento apenas de urgências
Questão 34
São estratégias da Política Nacional de Humanização (PNH):
1. Acolhimento com classificação de risco.
2. Clínica ampliada e compartilhada.
3. Valorização do trabalho e do trabalhador.
4. Fomento das grupalidades, coletivos e redes.
5. Construção da memória do SUS que dá certo.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 4 e 5.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • d. ( ) São corretas todas as afirmativas.
  • e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
Questão 35
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre cuidados paliativos.
( ) Os cuidados paliativos são indicados apenas para pacientes terminais.
( ) O controle da dor é um dos principais objetivos dos cuidados paliativos.
( ) A família deve ser incluída no plano de cuidados paliativos.
( ) Os cuidados paliativos aceleram ou retardam a morte.
( ) A comunicação adequada é fundamental nos cuidados paliativos.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) V • F • V • V • F
  • b. ( ) F • V • F • V • V
  • c. ( ) V • V • V • F • F
  • d. ( ) F • F • V • F • V
  • e. ( ) F • V • V • F • V
Questão 36
Qual é o principal objetivo da educação em saúde?
  • a. ( ) Aumentar o número de consultas médicas
  • b. ( ) Reduzir os custos do sistema de saúde
  • c. ( ) Capacitar apenas os profissionais de saúde
  • d. ( ) Promover mudanças de comportamento para melhoria da qualidade de vida
  • e. ( ) Divulgar informações sobre doenças
Questão 37
São competências da União no SUS, segundo a Lei nº 8.080/1990:
1. Definir e coordenar os sistemas de redes integradas de assistência de alta complexidade.
2. Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde.
3. Executar serviços de vigilância epidemiológica e sanitária.
4. Elaborar normas técnicas e estabelecer padrões de qualidade para promoção da saúde.
5. Promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas todas as afirmativas.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
Questão 38
Identifique abaixo as afirmativas verdadeiras (V) e as falsas (F) sobre o Sistema de Informação em Saúde.
( ) O SINAN é o sistema de informação de agravos de notificação.
( ) O SIM registra informações sobre mortalidade.
( ) O SINASC coleta dados sobre nascidos vivos.
( ) O SIA/SUS processa informações ambulatoriais do SUS.
( ) O SISVAN monitora o estado nutricional da população.

Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
  • a. ( ) V • V • V • V • V
  • b. ( ) F • V • V • F • V
  • c. ( ) V • F • V • V • F
  • d. ( ) V • V • F • V • V
  • e. ( ) F • F • V • F • V
Questão 39
Qual é a principal função do Conselho Nacional de Saúde?
  • a. ( ) Executar políticas de saúde
  • b. ( ) Prestar assistência médica
  • c. ( ) Controlar socialmente as políticas de saúde
  • d. ( ) Formar profissionais de saúde
  • e. ( ) Fiscalizar estabelecimentos de saúde
Questão 40
São princípios éticos fundamentais na assistência de enfermagem:
1. Beneficência – fazer o bem ao paciente.
2. Não maleficência – não causar dano ao paciente.
3. Autonomia – respeitar a vontade do paciente.
4. Justiça – tratar todos os pacientes com equidade.
5. Veracidade – ser honesto com o paciente.

Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
  • a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
  • b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
  • c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
  • d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
  • e. ( ) São corretas todas as afirmativas.


Apostila – Legislação Municipal de São José/SC

📚 Legislação Municipal de São José/SC

Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025

Estatuto do Servidor Público e Plano de Cargos e Salários

📋 ÍNDICE

  • 1. Lei nº 2.248/1991 – Estatuto do Servidor Público de São José/SC
  • 2. Direitos do Servidor Público
  • 3. Deveres do Servidor Público
  • 4. Proibições ao Servidor Público
  • 5. Regime Disciplinar
  • 6. Progressão Funcional
  • 7. Leis Complementares nº 53/2011 e 54/2011 – Plano de Cargos e Salários
  • 8. Estrutura de Cargos
  • 9. Sistema de Remuneração
  • 10. Avaliação de Desempenho
  • 11. Progressão no Plano de Cargos
  • 12. Disposições Finais e Atualizações 2025

1. Lei nº 2.248/1991 – Estatuto do Servidor Público de São José/SC

A Lei nº 2.248, de 27 de dezembro de 1991, institui o Estatuto dos Servidores Públicos do Município de São José, Estado de Santa Catarina, estabelecendo o regime jurídico único dos servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas municipais.

📌 CONCEITO FUNDAMENTAL: O Estatuto do Servidor Público é o conjunto de normas legais que regulamenta a vida funcional dos servidores públicos municipais, desde o ingresso até a aposentadoria, definindo direitos, deveres, responsabilidades e o regime disciplinar aplicável.

1.1 Disposições Preliminares

O estatuto aplica-se a todos os servidores públicos municipais, entendendo-se como servidor público a pessoa legalmente investida em cargo público de provimento efetivo ou em comissão.

Classificação dos Cargos Públicos:

  • Cargos de Provimento Efetivo: Aqueles cujo provimento depende de prévia aprovação em concurso público
  • Cargos de Provimento em Comissão: Aqueles de livre nomeação e exoneração
  • Funções de Confiança: Destinadas exclusivamente aos servidores efetivos
⚖️ PRINCÍPIO DA LEGALIDADE: A administração pública municipal obedece aos princípios da legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência, conforme estabelecido na Constituição Federal de 1988.

2. Direitos do Servidor Público

O Estatuto do Servidor Público de São José/SC assegura diversos direitos aos servidores municipais, visando garantir condições adequadas de trabalho e valorização profissional.

2.1 Direitos Fundamentais

Vencimento e Remuneração:

  • Percepção do vencimento do cargo efetivo
  • Gratificações e adicionais previstos em lei
  • Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno
  • Salário-família
  • Auxílio-alimentação
  • Auxílio-transporte

Licenças e Afastamentos:

  • Licença para tratamento de saúde
  • Licença por motivo de doença em pessoa da família
  • Licença à gestante e à adotante
  • Licença-paternidade
  • Licença para o serviço militar
  • Licença para atividade política
  • Licença para capacitação
  • Licença para tratar de interesses particulares
🏥 ESPECIAL PARA TÉCNICOS EM ENFERMAGEM: Os profissionais de enfermagem têm direito a adicional de insalubridade, adicional noturno diferenciado e licenças específicas relacionadas à exposição a riscos biológicos.

2.2 Direitos Previdenciários

  • Aposentadoria por invalidez permanente
  • Aposentadoria compulsória aos 75 anos
  • Aposentadoria voluntária por idade e tempo de contribuição
  • Pensão por morte aos dependentes
  • Auxílio-doença
  • Auxílio-acidente

2.3 Direitos Sociais

  • Férias anuais remuneradas de 30 dias
  • 13º salário
  • Adicional de 1/3 sobre as férias
  • Horário especial para servidor estudante
  • Horário especial para servidor portador de deficiência
  • Assistência à saúde do servidor e dependentes
⚠️ ATENÇÃO: O gozo dos direitos está condicionado ao cumprimento dos deveres funcionais e ao atendimento dos requisitos legais específicos para cada benefício.

3. Deveres do Servidor Público

Os deveres do servidor público municipal são obrigações funcionais que visam assegurar a eficiência, moralidade e legalidade da administração pública.

3.1 Deveres Fundamentais

Art. 116 – São deveres do servidor:

I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
   a) ao público em geral, prestando as informações requeridas;
   b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito;
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.

3.2 Deveres Específicos para Técnicos em Enfermagem

Além dos deveres gerais, os técnicos em enfermagem do serviço público municipal devem observar:

  • Prestar assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência
  • Manter sigilo sobre informações confidenciais dos pacientes
  • Comunicar ao enfermeiro responsável situações que comprometam a segurança do paciente
  • Utilizar adequadamente os equipamentos de proteção individual
  • Participar de programas de educação continuada
  • Cumprir protocolos e procedimentos operacionais padrão
  • Manter atualizados os registros de enfermagem
🩺 RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL: O técnico em enfermagem responde civil, penal e eticamente por seus atos profissionais, devendo sempre atuar dentro dos limites de sua competência técnica e legal.

3.3 Assiduidade e Pontualidade

O servidor deve cumprir integralmente sua jornada de trabalho, observando:

  • Horário de entrada e saída estabelecido
  • Permanência no local de trabalho durante o expediente
  • Comunicação prévia de ausências justificadas
  • Compensação de horários quando autorizada
Tipo de FaltaConsequênciaObservação
Falta JustificadaSem descontoCom apresentação de atestado médico ou documento comprobatório
Falta InjustificadaDesconto no vencimentoPode gerar processo administrativo disciplinar
AtrasoDesconto proporcionalReincidência pode caracterizar abandono de cargo

4. Proibições ao Servidor Público

As proibições estabelecidas no Estatuto visam preservar a moralidade, eficiência e imparcialidade da administração pública municipal.

4.1 Proibições Gerais

Art. 117 – Ao servidor é proibido:

I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical;
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem;
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada;
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas;
XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie;
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV – proceder de forma desidiosa;
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.

4.2 Proibições Específicas na Área da Saúde

Para os técnicos em enfermagem, além das proibições gerais, aplicam-se vedações específicas:

  • Executar atividades privativas do enfermeiro
  • Administrar medicamentos sem prescrição médica ou de enfermeiro
  • Divulgar informações sobre pacientes
  • Aceitar gratificações de pacientes ou familiares
  • Abandonar paciente sob seus cuidados
  • Delegar atividades privativas a pessoal não habilitado
⚠️ NEPOTISMO: É expressamente proibida a nomeação, contratação ou designação para cargos em comissão ou funções de confiança de cônjuge, companheiro ou parente até o terceiro grau, consanguíneo ou afim, da autoridade nomeante.

4.3 Acumulação de Cargos

É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários:

  • Dois cargos de professor
  • Um cargo de professor com outro técnico ou científico
  • Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas
🏥 ACUMULAÇÃO NA SAÚDE: Técnicos em enfermagem podem acumular dois cargos na área da saúde, desde que haja compatibilidade de horários e não prejudique o exercício de nenhum dos cargos.

5. Regime Disciplinar

O regime disciplinar estabelece as penalidades aplicáveis aos servidores que cometerem infrações funcionais, visando manter a ordem, disciplina e eficiência do serviço público.

5.1 Penalidades Disciplinares

As penalidades disciplinares aplicáveis aos servidores públicos municipais são:

PenalidadeAplicaçãoPrazo
AdvertênciaInfrações levesVerbal ou por escrito
SuspensãoReincidência ou infrações médiasAté 90 dias
DemissãoInfrações gravesDefinitiva
Cassação de AposentadoriaInfrações graves de aposentadoDefinitiva
Destituição de Cargo em ComissãoInfrações em cargo comissionadoImediata
Destituição de Função ComissionadaInfrações em função de confiançaImediata

5.2 Infrações e Penalidades Correspondentes

Advertência – Aplicada nos casos de:

  • Negligência no cumprimento dos deveres
  • Falta de urbanidade com o público
  • Descumprimento de horário sem justificativa
  • Inobservância de normas internas

Suspensão – Aplicada nos casos de:

  • Reincidência em falta punida com advertência
  • Insubordinação grave
  • Ofensa física em serviço
  • Ausência injustificada por mais de 30 dias consecutivos

Demissão – Aplicada nos casos de:

  • Crime contra a administração pública
  • Abandono de cargo
  • Inassiduidade habitual
  • Improbidade administrativa
  • Incontinência pública e conduta escandalosa
  • Insubordinação grave em serviço
  • Ofensa física em serviço contra servidor ou particular
  • Aplicação irregular de dinheiros públicos
  • Revelação de segredo apropriado em razão do cargo
  • Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio municipal
  • Corrupção
  • Acumulação ilegal de cargos
⚠️ PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR: A aplicação de penalidades de suspensão por mais de 30 dias e demissão exige a instauração de processo administrativo disciplinar, garantindo-se ao servidor o contraditório e a ampla defesa.

5.3 Prescrição das Infrações

As infrações disciplinares prescrevem nos seguintes prazos:

  • 180 dias: Para advertência
  • 2 anos: Para suspensão
  • 5 anos: Para demissão, cassação de aposentadoria e destituição de cargo em comissão
📅 CONTAGEM DO PRAZO: O prazo prescricional conta-se da data em que o fato se tornou conhecido pela administração, interrompendo-se com a instauração do processo disciplinar.

6. Progressão Funcional

A progressão funcional é o instituto que permite ao servidor avançar na carreira, mediante o atendimento de requisitos específicos estabelecidos em lei.

6.1 Modalidades de Progressão

Progressão Horizontal (por Mérito):

  • Avaliação de desempenho satisfatória
  • Interstício mínimo de 3 anos
  • Participação em cursos de capacitação
  • Ausência de penalidades disciplinares

Progressão Vertical (por Titulação):

  • Obtenção de título de graduação na área de atuação
  • Especialização, mestrado ou doutorado
  • Cursos de aperfeiçoamento reconhecidos
  • Certificações profissionais
🎓 EDUCAÇÃO CONTINUADA: Para técnicos em enfermagem, a participação em programas de educação continuada e a obtenção de certificações específicas da área são fundamentais para a progressão na carreira.

6.2 Critérios de Avaliação

A avaliação para progressão considera os seguintes aspectos:

CritérioPesoDescrição
Assiduidade20%Frequência e pontualidade
Disciplina20%Cumprimento de normas e regulamentos
Capacidade de Iniciativa20%Proatividade e inovação
Produtividade20%Qualidade e quantidade do trabalho
Responsabilidade20%Comprometimento com as atividades

6.3 Procedimentos para Progressão

  1. Requerimento do servidor interessado
  2. Análise dos requisitos pela chefia imediata
  3. Avaliação pela comissão de avaliação
  4. Homologação pela autoridade competente
  5. Publicação do ato de progressão
📋 DOCUMENTAÇÃO NECESSÁRIA: Para requerer progressão, o servidor deve apresentar: requerimento, certificados de cursos, declaração de tempo de serviço, avaliação de desempenho e certidão de antecedentes disciplinares.

7. Leis Complementares nº 53/2011 e 54/2011 – Plano de Cargos e Salários

As Leis Complementares nº 53/2011 e 54/2011 instituem o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos servidores públicos municipais de São José/SC, estabelecendo a estrutura de cargos, critérios de remuneração e desenvolvimento na carreira.

7.1 Objetivos do Plano de Cargos

O Plano de Cargos e Salários tem como principais objetivos:

  • Estabelecer diretrizes para o desenvolvimento de recursos humanos
  • Proporcionar adequada remuneração aos servidores
  • Criar mecanismos de avaliação de desempenho
  • Garantir isonomia salarial entre servidores de mesmo cargo
  • Estabelecer critérios para progressão funcional
  • Valorizar a capacitação e o aperfeiçoamento profissional
  • Promover a melhoria da qualidade dos serviços públicos
🎯 FINALIDADE: O Plano visa criar um sistema organizado de gestão de pessoas que permita o desenvolvimento profissional dos servidores e a melhoria contínua dos serviços prestados à população.

7.2 Princípios Norteadores

O Plano de Cargos e Salários fundamenta-se nos seguintes princípios:

  • Legalidade: Observância às normas constitucionais e legais
  • Impessoalidade: Tratamento igualitário a todos os servidores
  • Moralidade: Conduta ética na gestão de pessoas
  • Publicidade: Transparência nos atos administrativos
  • Eficiência: Otimização dos recursos humanos
  • Isonomia: Igualdade de tratamento para situações equivalentes
  • Mérito: Reconhecimento do desempenho e competência

7.3 Abrangência do Plano

O Plano de Cargos e Salários aplica-se a:

  • Servidores efetivos da administração direta
  • Servidores das autarquias municipais
  • Servidores das fundações públicas municipais
  • Ocupantes de cargos em comissão (parcialmente)
⚠️ EXCEÇÕES: Não se aplicam ao Plano os servidores temporários, terceirizados, estagiários e ocupantes exclusivos de cargos em comissão sem vínculo efetivo.

8. Estrutura de Cargos

A estrutura de cargos do município de São José/SC organiza-se em grupos ocupacionais, níveis de escolaridade e classes, proporcionando clareza na organização funcional.

8.1 Grupos Ocupacionais

Os cargos são organizados nos seguintes grupos:

GrupoDescriçãoExemplos de Cargos
OperacionalAtividades de apoio e execuçãoAuxiliar de Serviços Gerais, Motorista
TécnicoAtividades de nível médio/técnicoTécnico em Enfermagem, Técnico em Informática
SuperiorAtividades de nível superiorEnfermeiro, Médico, Engenheiro
MagistérioAtividades de ensinoProfessor, Coordenador Pedagógico

8.2 Níveis de Escolaridade

Os cargos são classificados conforme o nível de escolaridade exigido:

  • Nível I: Ensino Fundamental Incompleto
  • Nível II: Ensino Fundamental Completo
  • Nível III: Ensino Médio Completo
  • Nível IV: Ensino Médio + Curso Técnico
  • Nível V: Ensino Superior Completo
  • Nível VI: Ensino Superior + Especialização
🩺 TÉCNICO EM ENFERMAGEM: O cargo de Técnico em Enfermagem enquadra-se no Grupo Técnico, Nível IV, exigindo ensino médio completo e curso técnico em enfermagem com registro no COREN.

8.3 Classes e Referências

Cada cargo possui classes (A, B, C, D, E) e referências (1 a 15) que determinam o posicionamento salarial:

ClasseReferênciasCritério de Acesso
A1 a 3Ingresso no cargo
B4 a 6Progressão por mérito
C7 a 9Progressão por mérito + titulação
D10 a 12Progressão por mérito + titulação superior
E13 a 15Progressão por mérito + titulação máxima

8.4 Requisitos para Investidura

Para investidura no cargo de Técnico em Enfermagem, são exigidos:

  • Nacionalidade brasileira ou portuguesa
  • Gozo dos direitos políticos
  • Quitação com as obrigações militares e eleitorais
  • Nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo
  • Idade mínima de 18 anos
  • Aptidão física e mental
  • Curso técnico em enfermagem
  • Registro no Conselho Regional de Enfermagem (COREN)
📋 DOCUMENTAÇÃO: A posse no cargo depende da apresentação de toda documentação comprobatória dos requisitos, incluindo diploma, registro profissional e exames médicos admissionais.

9. Sistema de Remuneração

O sistema de remuneração dos servidores municipais de São José/SC é estruturado de forma a garantir equidade interna e competitividade externa, considerando as responsabilidades e complexidade de cada cargo.

9.1 Composição da Remuneração

A remuneração do servidor é composta por:

Vencimento Básico:

  • Valor fixo correspondente ao cargo, classe e referência
  • Base de cálculo para demais vantagens
  • Reajustado conforme política salarial municipal

Vantagens Pessoais:

  • Adicional por tempo de serviço (quinquênios)
  • Adicional de titulação
  • Gratificação de função (quando aplicável)

Vantagens do Cargo:

  • Adicional de insalubridade
  • Adicional de periculosidade
  • Adicional noturno
  • Adicional de plantão
🏥 ADICIONAIS PARA ENFERMAGEM: Técnicos em enfermagem têm direito a adicional de insalubridade (10%, 20% ou 40% do salário mínimo), adicional noturno (25% sobre a hora diurna) e adicional de plantão quando aplicável.

9.2 Tabela Salarial

A tabela salarial é estruturada por níveis e referências, sendo atualizada anualmente conforme disponibilidade orçamentária e política salarial do município.

ReferênciaClasse AClasse BClasse CClasse DClasse E
1R$ 2.500,00
2R$ 2.625,00
3R$ 2.756,25
4R$ 2.894,06
5R$ 3.038,77

*Valores exemplificativos – consultar tabela oficial atualizada

9.3 Adicional por Tempo de Serviço

O adicional por tempo de serviço é concedido a cada quinquênio de efetivo exercício:

  • 5 anos: 5% sobre o vencimento básico
  • 10 anos: 10% sobre o vencimento básico
  • 15 anos: 15% sobre o vencimento básico
  • 20 anos: 20% sobre o vencimento básico
  • 25 anos: 25% sobre o vencimento básico
  • 30 anos: 30% sobre o vencimento básico
  • 35 anos: 35% sobre o vencimento básico
⏰ CONTAGEM DE TEMPO: Para efeito de quinquênio, considera-se o tempo de efetivo exercício no serviço público municipal, incluindo licenças remuneradas e afastamentos legais.

9.4 Adicional de Titulação

Concedido aos servidores que possuem titulação superior à exigida para o cargo:

TitulaçãoPercentualBase de Cálculo
Graduação (para cargo de nível médio)10%Vencimento básico
Especialização5%Vencimento básico
Mestrado10%Vencimento básico
Doutorado15%Vencimento básico
🎓 REQUISITOS: A titulação deve ser na área de atuação do servidor ou área afim, reconhecida pelo MEC, e comprovada mediante apresentação de diploma ou certificado.

10. Avaliação de Desempenho

A avaliação de desempenho é instrumento de gestão de pessoas que visa aferir o rendimento do servidor, identificar necessidades de capacitação e subsidiar decisões sobre progressão funcional.

10.1 Objetivos da Avaliação

  • Verificar o cumprimento das atribuições do cargo
  • Identificar potencialidades e necessidades de desenvolvimento
  • Subsidiar programas de capacitação
  • Fundamentar decisões sobre progressão na carreira
  • Promover o diálogo entre chefia e subordinado
  • Melhorar a qualidade dos serviços prestados

10.2 Periodicidade e Responsabilidade

A avaliação de desempenho é realizada:

  • Anualmente: Para todos os servidores efetivos
  • Ao final do estágio probatório: Para servidores em período de experiência
  • Quando solicitada: Para fins de progressão ou remoção

A responsabilidade pela avaliação é da chefia imediata, com participação de comissão de avaliação quando necessário.

10.3 Critérios de Avaliação

A avaliação considera os seguintes fatores:

FatorPesoIndicadores
Conhecimento do Trabalho25%Domínio técnico, atualização profissional
Qualidade do Trabalho25%Precisão, organização, atenção aos detalhes
Produtividade20%Volume de trabalho, cumprimento de prazos
Relacionamento15%Trabalho em equipe, atendimento ao público
Assiduidade e Pontualidade15%Frequência, cumprimento de horários

10.4 Escala de Pontuação

Cada fator é pontuado conforme escala de 1 a 5:

  • 5 – Excelente: Desempenho excepcional, supera expectativas
  • 4 – Muito Bom: Desempenho acima da média esperada
  • 3 – Bom: Desempenho satisfatório, atende expectativas
  • 2 – Regular: Desempenho abaixo do esperado, necessita melhoria
  • 1 – Insatisfatório: Desempenho inadequado, requer ação corretiva
📊 RESULTADO FINAL: O resultado final é a média ponderada dos fatores avaliados. Pontuação igual ou superior a 3,0 é considerada satisfatória para fins de progressão.

10.5 Procedimentos da Avaliação

  1. Comunicação prévia ao servidor sobre o período de avaliação
  2. Preenchimento do formulário de avaliação pela chefia
  3. Entrevista de feedback com o servidor
  4. Assinatura do servidor (concordância ou discordância)
  5. Encaminhamento à área de recursos humanos
  6. Arquivo na pasta funcional do servidor
⚠️ DIREITO DE RECURSO: O servidor que discordar da avaliação pode interpor recurso no prazo de 15 dias, que será analisado por comissão específica.

11. Progressão no Plano de Cargos

A progressão no Plano de Cargos e Salários permite ao servidor evoluir na carreira mediante o atendimento de critérios objetivos, promovendo o desenvolvimento profissional e a melhoria dos serviços.

11.1 Modalidades de Progressão

Progressão Horizontal:

Movimentação do servidor dentro da mesma classe, passando de uma referência para outra imediatamente superior.

Requisitos:

  • Interstício mínimo de 3 anos na referência atual
  • Avaliação de desempenho satisfatória (≥ 3,0)
  • Ausência de penalidades disciplinares nos últimos 2 anos
  • Participação em programa de capacitação (mínimo 40 horas)

Progressão Vertical:

Movimentação do servidor de uma classe para outra imediatamente superior.

Requisitos:

  • Estar na referência máxima da classe atual
  • Interstício mínimo de 4 anos na classe
  • Avaliação de desempenho excelente (≥ 4,0)
  • Titulação adicional na área de atuação
  • Participação em programa de capacitação (mínimo 80 horas)
  • Ausência de penalidades disciplinares nos últimos 3 anos
🎯 LIMITE DE PROGRESSÃO: A progressão está limitada à disponibilidade orçamentária e ao percentual máximo de 20% dos servidores de cada cargo por ano.

11.2 Capacitação Profissional

A participação em programas de capacitação é requisito essencial para progressão:

Modalidades Aceitas:

  • Cursos promovidos pela administração municipal
  • Cursos de instituições de ensino reconhecidas
  • Seminários, congressos e workshops
  • Cursos de educação à distância certificados
  • Programas de pós-graduação

Áreas Prioritárias para Técnicos em Enfermagem:

  • Urgência e emergência
  • Saúde pública e epidemiologia
  • Controle de infecção hospitalar
  • Humanização em saúde
  • Gestão em saúde
  • Tecnologias em enfermagem
  • Ética profissional
📚 BANCO DE HORAS: O servidor pode acumular horas de capacitação além do mínimo exigido, criando um “banco de horas” para futuras progressões.

11.3 Processo de Progressão

  1. Requerimento: Servidor solicita progressão mediante requerimento fundamentado
  2. Análise Documental: Verificação do cumprimento dos requisitos
  3. Avaliação: Análise da avaliação de desempenho e capacitação
  4. Parecer da Chefia: Manifestação da chefia imediata
  5. Decisão: Deliberação da autoridade competente
  6. Homologação: Publicação do ato de progressão

11.4 Cronograma Anual

A progressão funcional segue cronograma anual estabelecido:

PeríodoAtividadeResponsável
Janeiro a MarçoAbertura de inscriçõesRecursos Humanos
Abril a MaioAnálise dos requerimentosComissão de Avaliação
JunhoDivulgação dos resultadosRecursos Humanos
JulhoRecursos e revisõesComissão Recursal
AgostoHomologação finalPrefeito Municipal
SetembroImplementaçãoRecursos Humanos
⚠️ EFEITOS FINANCEIROS: A progressão produz efeitos financeiros a partir do mês seguinte à publicação do ato, não havendo pagamento retroativo.

12. Disposições Finais e Atualizações 2025

As legislações municipais de São José/SC passaram por importantes atualizações e adequações em 2025, visando modernizar a gestão de pessoas e alinhar-se às melhores práticas de administração pública.

12.1 Principais Alterações em 2025

Modernização Digital:

  • Implementação do sistema eletrônico de gestão de pessoas
  • Digitalização dos processos de progressão funcional
  • Portal do servidor com acesso a informações funcionais
  • Avaliação de desempenho online

Sustentabilidade e Meio Ambiente:

  • Inclusão de critérios ambientais na avaliação de desempenho
  • Programas de capacitação em sustentabilidade
  • Incentivos para práticas ecológicas no trabalho

Saúde e Bem-estar:

  • Ampliação dos programas de qualidade de vida
  • Licenças especiais para tratamento de saúde mental
  • Flexibilização de horários para servidores com necessidades especiais
  • Programa de prevenção ao assédio moral e sexual
🏥 ENFERMAGEM 2025: Reconhecimento da enfermagem como categoria essencial, com criação de gratificação específica por risco biológico e programa especial de capacitação em novas tecnologias de saúde.

12.2 Compliance e Transparência

Novas medidas de compliance foram implementadas:

  • Canal de denúncias anônimas
  • Comitê de ética e integridade
  • Programa de integridade pública
  • Transparência ativa em dados de pessoal
  • Auditoria interna em recursos humanos

12.3 Inclusão e Diversidade

Políticas de inclusão e diversidade foram fortalecidas:

  • Cotas para pessoas com deficiência ampliadas
  • Programa de acessibilidade nos locais de trabalho
  • Capacitação em diversidade e inclusão
  • Comitê de promoção da igualdade

12.4 Teletrabalho e Flexibilização

Regulamentação do trabalho remoto e híbrido:

  • Critérios para autorização de teletrabalho
  • Equipamentos e infraestrutura necessária
  • Controle de jornada no trabalho remoto
  • Avaliação por resultados
💻 TRABALHO HÍBRIDO: Para atividades administrativas compatíveis, foi regulamentado o trabalho híbrido, combinando presencial e remoto, com foco na produtividade e qualidade de vida.

12.5 Capacitação Continuada

Fortalecimento dos programas de desenvolvimento:

  • Escola de Governo Municipal
  • Parcerias com universidades
  • Plataforma de educação à distância
  • Trilhas de aprendizagem por cargo
  • Mentoria e coaching interno

12.6 Considerações Finais

A legislação municipal de São José/SC representa um marco na gestão de pessoas do setor público, estabelecendo diretrizes claras para o desenvolvimento profissional e a valorização dos servidores.

Para os técnicos em enfermagem, as normas garantem:

  • Carreira estruturada com possibilidades de crescimento
  • Remuneração compatível com as responsabilidades
  • Programas específicos de capacitação
  • Reconhecimento da importância da categoria
  • Condições adequadas de trabalho
📖 ESTUDO CONTÍNUO: É fundamental que os servidores mantenham-se atualizados sobre as normas legais, participem dos programas de capacitação e busquem constantemente o aprimoramento profissional.
⚠️ CONSULTA OFICIAL: Esta apostila tem caráter didático. Para consultas oficiais, sempre recorra aos textos legais originais disponíveis no site oficial da Prefeitura de São José/SC.

Última atualização: Janeiro de 2025

Fonte: Legislação Municipal de São José/SC – Leis nº 2.248/1991, 53/2011 e 54/2011


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Apostila SUS – Parte 1 – Sistema Único de Saúde

🏥 Sistema Único de Saúde (SUS)

Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025

PARTE 1: Fundamentos, Legislação e Organização

📚 PARTE 1 DE 2 – Esta apostila está dividida em duas partes para melhor organização do conteúdo

📋 ÍNDICE – PARTE 1

  • 1. Introdução ao Sistema Único de Saúde (SUS)
  • 2. Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde
  • 3. Princípios Fundamentais do SUS
  • 4. Diretrizes do SUS
  • 5. Lei nº 8.142/1990 – Participação Popular e Financiamento
  • 6. Competências dos Entes Federativos
  • 7. Organização dos Serviços de Saúde
  • 8. Atenção Básica à Saúde
  • 9. Atenção de Média Complexidade
  • 10. Atenção de Alta Complexidade

1. Introdução ao Sistema Único de Saúde (SUS)

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis nº 8.080/1990 e 8.142/1990. Representa uma conquista histórica da sociedade brasileira na garantia do direito universal à saúde.

🏛️ MARCO CONSTITUCIONAL: O artigo 196 da Constituição Federal estabelece que “a saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.

1.1 Contexto Histórico

Antes da criação do SUS, o sistema de saúde brasileiro era fragmentado e excludente. A assistência médica era restrita aos trabalhadores formais contribuintes da Previdência Social, deixando grande parte da população sem acesso aos serviços de saúde.

Movimento da Reforma Sanitária:

  • Década de 1970: Críticas ao modelo médico-assistencial privatista
  • 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986): Marco na construção do SUS
  • Constituição de 1988: Consagração da saúde como direito universal
  • Leis Orgânicas da Saúde (1990): Regulamentação do sistema

1.2 Conceito de Saúde no SUS

O SUS adota um conceito ampliado de saúde, que vai além da ausência de doença, considerando os determinantes sociais da saúde:

  • Condições de vida e trabalho
  • Educação e renda
  • Habitação e saneamento
  • Alimentação e nutrição
  • Meio ambiente
  • Acesso a bens e serviços essenciais
🌟 CONCEITO AMPLIADO: “A saúde tem como fatores determinantes e condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a educação, o transporte, o lazer e o acesso aos bens e serviços essenciais” (Lei 8.080/1990, Art. 3º).

1.3 Características Gerais do SUS

O SUS caracteriza-se como um sistema:

  • Único: Mesmo sistema em todo território nacional
  • Universal: Atende a todos os brasileiros e estrangeiros residentes
  • Integral: Oferece ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação
  • Equitativo: Trata desigualmente os desiguais para reduzir diferenças
  • Descentralizado: Gestão compartilhada entre União, Estados e Municípios
  • Participativo: Controle social através de conselhos e conferências
📊 DIMENSÃO DO SUS: O SUS atende mais de 215 milhões de brasileiros, realizando anualmente cerca de 2,8 bilhões de procedimentos ambulatoriais, 11 milhões de internações e 150 milhões de consultas médicas.

2. Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde

A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes.

2.1 Objetivos da Lei 8.080/1990

Art. 4º – O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

A lei estabelece que o SUS é constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde prestados por:

  • Órgãos e instituições públicas federais
  • Órgãos e instituições públicas estaduais
  • Órgãos e instituições públicas municipais
  • Administração direta e indireta
  • Fundações mantidas pelo Poder Público

2.2 Campo de Atuação do SUS

Segundo o artigo 6º da Lei 8.080/1990, estão incluídas no campo de atuação do SUS:

I – Execução de ações:

  • Vigilância sanitária
  • Vigilância epidemiológica
  • Saúde do trabalhador
  • Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica

II – Participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico

III – Ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde

IV – Vigilância nutricional e orientação alimentar

V – Colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho

VI – Formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos

VII – Controle e fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde

VIII – Fiscalização e inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano

IX – Participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos

X – Incremento do desenvolvimento científico e tecnológico em sua área de atuação

XI – Formulação e execução da política de sangue e seus derivados

🔬 VIGILÂNCIAS EM SAÚDE: O SUS atua em quatro tipos de vigilância: sanitária (produtos e serviços), epidemiológica (doenças e agravos), ambiental (fatores ambientais) e saúde do trabalhador (ambientes e processos de trabalho).

2.3 Serviços Privados no SUS

A Lei 8.080/1990 permite a participação complementar da iniciativa privada no SUS, estabelecendo critérios específicos:

Art. 24 – Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços ofertados pela iniciativa privada.

Critérios para Participação Privada:

  • Participação complementar, não substitutiva
  • Preferência para entidades filantrópicas e sem fins lucrativos
  • Formalização através de contratos ou convênios
  • Observância dos princípios e diretrizes do SUS
  • Submissão às normas técnicas e administrativas
⚠️ VEDAÇÕES: É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou subvenções às instituições privadas com fins lucrativos, bem como a participação direta ou indireta de empresas ou capitais estrangeiros na assistência à saúde.

3. Princípios Fundamentais do SUS

Os princípios do SUS são diretrizes fundamentais que orientam a organização e funcionamento do sistema de saúde brasileiro. Dividem-se em princípios doutrinários (ideológicos) e organizativos (operacionais).

3.1 Princípios Doutrinários

3.1.1 Universalidade

🌍 UNIVERSALIDADE: A saúde é um direito de cidadania de todas as pessoas, cabendo ao Estado assegurar este direito, sendo o acesso às ações e serviços garantido a todos, independentemente de sexo, raça, ocupação ou outras características sociais ou pessoais.

A universalidade significa que:

  • Todos têm direito à saúde
  • Não há distinção entre usuários
  • Independe de contribuição prévia
  • Abrange brasileiros e estrangeiros residentes
  • Garante acesso a todos os níveis de atenção

3.1.2 Equidade

⚖️ EQUIDADE: O objetivo da equidade é diminuir desigualdades. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguais e, por isso, têm necessidades distintas. Em outras palavras, equidade significa tratar desigualmente os desiguais, investindo mais onde a carência é maior.

A equidade implica em:

  • Reconhecimento das diferenças nas condições de vida
  • Necessidades diferenciadas de atenção
  • Priorização de grupos vulneráveis
  • Distribuição de recursos conforme necessidades
  • Redução das desigualdades em saúde

3.1.3 Integralidade

🔄 INTEGRALIDADE: As ações de saúde devem ser combinadas e voltadas ao mesmo tempo para a prevenção e a cura. Os serviços de saúde devem funcionar atendendo o indivíduo como um ser humano integral, submetido às mais diferentes situações de vida e trabalho, que o leva a adoecer e a morrer.

A integralidade abrange:

  • Ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação
  • Atendimento nos três níveis de complexidade
  • Visão integral do ser humano
  • Articulação entre diferentes serviços
  • Continuidade do cuidado
🎯 INTEGRALIDADE NA PRÁTICA: Para o técnico em enfermagem, a integralidade significa compreender que cada usuário tem necessidades únicas, devendo receber cuidado que considere seus aspectos biológicos, psicológicos e sociais.

3.2 Princípios Organizativos

3.2.1 Descentralização

🏛️ DESCENTRALIZAÇÃO: É entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo, a partir da ideia de que quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto.

A descentralização envolve:

  • Redistribuição de poder e responsabilidades
  • Comando único em cada esfera de governo
  • Municipalização dos serviços
  • Autonomia dos entes federativos
  • Cooperação técnica e financeira

3.2.2 Regionalização e Hierarquização

📍 REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO: Os serviços devem ser organizados em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma determinada área geográfica, planejados a partir de critérios epidemiológicos, e com definição e conhecimento da população a ser atendida.

Características da regionalização e hierarquização:

NívelComplexidadeCaracterísticas
Atenção BásicaBaixaPorta de entrada, problemas mais frequentes
Atenção SecundáriaMédiaEspecialidades, exames complementares
Atenção TerciáriaAltaProcedimentos complexos, alta tecnologia
Atenção Básica
Complexidade: Baixa
Características: Porta de entrada, problemas mais frequentes
Atenção Secundária
Complexidade: Média
Características: Especialidades, exames complementares
Atenção Terciária
Complexidade: Alta
Características: Procedimentos complexos, alta tecnologia

3.2.3 Participação Popular (Controle Social)

👥 PARTICIPAÇÃO POPULAR: É a garantia constitucional de que a população, através de suas entidades representativas, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, nos três níveis de governo.

Mecanismos de participação:

  • Conselhos de Saúde (permanentes)
  • Conferências de Saúde (periódicas)
  • Audiências públicas
  • Ouvidorias
  • Comissões locais de saúde
🗳️ COMPOSIÇÃO DOS CONSELHOS: Os Conselhos de Saúde têm composição paritária: 50% de usuários e 50% divididos entre trabalhadores de saúde (25%), prestadores de serviços (12,5%) e gestores (12,5%).

4. Diretrizes do SUS

As diretrizes do SUS são orientações gerais que complementam os princípios, estabelecendo como o sistema deve funcionar na prática para garantir o cumprimento de seus objetivos.

4.1 Diretrizes Estabelecidas na Lei 8.080/1990

Art. 7º – As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde (SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes princípios:

I – Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência

II – Integralidade de assistência

Entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.

III – Preservação da autonomia das pessoas

Na defesa de sua integridade física e moral, respeitando-se a dignidade humana e os direitos fundamentais.

IV – Igualdade da assistência à saúde

Sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, garantindo tratamento igualitário a todos os usuários.

V – Direito à informação

Às pessoas assistidas, sobre sua saúde, incluindo diagnóstico, prognóstico, tratamento e riscos envolvidos.

VI – Divulgação de informações

Quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário, promovendo transparência e acesso à informação.

VII – Utilização da epidemiologia

Para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática, baseando decisões em evidências científicas.

VIII – Participação da comunidade

No controle social das ações e serviços de saúde, garantindo a democratização da gestão.

IX – Descentralização político-administrativa

Com direção única em cada esfera de governo, enfatizando a descentralização dos serviços para os municípios e a regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.

X – Integração em nível executivo

Das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico, reconhecendo a intersetorialidade da saúde.

XI – Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos

Da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população.

XII – Capacidade de resolução dos serviços

Em todos os níveis de assistência, garantindo que cada nível seja capaz de resolver os problemas de sua competência.

XIII – Organização dos serviços públicos

De modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos, otimizando recursos e evitando desperdícios.

🩺 PARA TÉCNICOS EM ENFERMAGEM: Essas diretrizes orientam diretamente a prática profissional, especialmente no que se refere ao direito à informação, preservação da autonomia e integralidade da assistência.

4.2 Diretrizes Operacionais

4.2.1 Territorialização

Organização dos serviços com base em territórios definidos, considerando:

  • Características geográficas
  • Perfil epidemiológico
  • Densidade populacional
  • Acessibilidade aos serviços
  • Recursos disponíveis

4.2.2 Porta de Entrada

Definição clara dos pontos de acesso ao sistema:

  • Atenção Básica (porta de entrada preferencial)
  • Urgência e Emergência
  • Atenção Psicossocial
  • Serviços especiais de acesso aberto

4.2.3 Referência e Contrarreferência

Sistema de encaminhamentos entre os níveis de atenção:

  • Referência: encaminhamento para nível de maior complexidade
  • Contrarreferência: retorno ao nível de origem
  • Continuidade do cuidado
  • Comunicação entre serviços

Fluxo de Referência e Contrarreferência

Atenção Básica

↕️

Atenção Especializada

↕️

Atenção Hospitalar

5. Lei nº 8.142/1990 – Participação Popular e Financiamento

A Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.

5.1 Instâncias de Participação Popular

Art. 1º – O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes instâncias colegiadas:

I – a Conferência de Saúde;
II – o Conselho de Saúde.

5.1.1 Conferências de Saúde

As Conferências de Saúde são instâncias máximas de deliberação do SUS:

  • Periodicidade: A cada quatro anos
  • Convocação: Poder Executivo ou Conselho de Saúde
  • Representação: Vários segmentos sociais
  • Objetivo: Avaliar situação de saúde e propor diretrizes

Composição das Conferências:

SegmentoPercentualRepresentação
Usuários50%Movimentos sociais, sindicatos, associações
Trabalhadores de Saúde25%Conselhos profissionais, sindicatos
Gestores e Prestadores25%Governo e setor privado
Usuários
Percentual: 50%
Representação: Movimentos sociais, sindicatos, associações
Trabalhadores de Saúde
Percentual: 25%
Representação: Conselhos profissionais, sindicatos
Gestores e Prestadores
Percentual: 25%
Representação: Governo e setor privado

5.1.2 Conselhos de Saúde

Os Conselhos de Saúde são órgãos colegiados permanentes do SUS:

  • Caráter: Deliberativo
  • Funcionamento: Permanente
  • Composição: Paritária (50% usuários)
  • Âmbito: Nacional, estadual, municipal e local

Competências dos Conselhos de Saúde:

  • Formular estratégias e controlar a execução da política de saúde
  • Deliberar sobre o Plano de Saúde
  • Aprovar o orçamento da saúde
  • Fiscalizar e controlar gastos
  • Propor critérios para programação e execução financeira
  • Estabelecer diretrizes para aplicação de recursos
🏛️ PODER DELIBERATIVO: Os Conselhos de Saúde têm poder de decisão sobre as políticas de saúde, não sendo apenas consultivos. Suas deliberações devem ser acatadas pelos gestores.

5.2 Transferências Intergovernamentais

A Lei 8.142/1990 estabelece as condições para transferência de recursos entre os entes federativos:

5.2.1 Fundo Nacional de Saúde

Os recursos do SUS são repassados através do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde.

5.2.2 Modalidades de Transferência

  • Transferências regulares e automáticas: Fundo a fundo
  • Transferências eventuais: Convênios específicos

5.2.3 Requisitos para Recebimento de Recursos

Para receber recursos federais, Estados e Municípios devem:

  • Ter Fundo de Saúde
  • Ter Conselho de Saúde funcionando
  • Ter Plano de Saúde
  • Apresentar relatórios de gestão
  • Ter contrapartida de recursos próprios
  • Ter Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS)
⚠️ SUSPENSÃO DE RECURSOS: O não cumprimento dos requisitos pode levar à suspensão das transferências de recursos federais para Estados e Municípios.

5.3 Contrapartida dos Entes Federativos

A Lei estabelece percentuais mínimos de aplicação em saúde:

Ente FederativoPercentual MínimoBase de Cálculo
UniãoValor do ano anterior + variação PIBReceita corrente líquida
Estados12%Receita de impostos
Municípios15%Receita de impostos
União
Percentual Mínimo: Valor do ano anterior + variação PIB
Base de Cálculo: Receita corrente líquida
Estados
Percentual Mínimo: 12%
Base de Cálculo: Receita de impostos
Municípios
Percentual Mínimo: 15%
Base de Cálculo: Receita de impostos
💰 EMENDA CONSTITUCIONAL 95/2016: Estabeleceu o “Novo Regime Fiscal” que congelou os gastos públicos por 20 anos, impactando o financiamento da saúde. Em 2025, há discussões sobre flexibilização para investimentos em saúde.

6. Competências dos Entes Federativos

O SUS é organizado de forma descentralizada, com competências específicas para cada esfera de governo: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Cada ente tem responsabilidades definidas na gestão do sistema.

6.1 Competências da União

À direção nacional do SUS compete:

6.1.1 Formulação de Políticas

  • Formular, avaliar e apoiar políticas nacionais de saúde
  • Participar na formulação e implementação das políticas de controle das agressões ao meio ambiente
  • Definir e coordenar os sistemas de redes integradas de assistência

6.1.2 Normatização e Regulamentação

  • Estabelecer normas e executar a vigilância sanitária
  • Estabelecer critérios e parâmetros para o controle da qualidade sanitária
  • Promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional

6.1.3 Coordenação e Cooperação

  • Coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica
  • Prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios
  • Elaborar normas para regular as relações entre o SUS e os serviços privados

6.1.4 Gestão de Sistemas

  • Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde
  • Coordenar a rede nacional de laboratórios de saúde pública
  • Estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria
🏛️ MINISTÉRIO DA SAÚDE: É o órgão responsável pela direção nacional do SUS, formulando políticas nacionais e coordenando o sistema em âmbito federal.

6.2 Competências dos Estados

À direção estadual do SUS compete:

6.2.1 Gestão Regional

  • Promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde
  • Acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do SUS
  • Prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios

6.2.2 Coordenação Estadual

  • Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de vigilância epidemiológica
  • Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de vigilância sanitária
  • Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros

6.2.3 Regulação e Controle

  • Estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde
  • Formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade
  • Colaborar com a União na execução da vigilância sanitária

6.3 Competências dos Municípios

À direção municipal do SUS compete:

6.3.1 Gestão Local

  • Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde
  • Gerir e executar os serviços públicos de saúde
  • Participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do SUS

6.3.2 Execução de Ações

  • Executar serviços de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e nutrição
  • Dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde
  • Colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana

6.3.3 Gestão de Recursos

  • Formar consórcios administrativos intermunicipais
  • Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros
  • Colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária
🏘️ MUNICIPALIZAÇÃO: O município é o principal responsável pela execução das ações e serviços de saúde em seu território, sendo considerado o gestor do SUS no âmbito local.

6.4 Gestão Compartilhada

Algumas competências são compartilhadas entre os entes federativos:

ÁreaUniãoEstadosMunicípios
Vigilância EpidemiológicaCoordenação nacionalCoordenação estadualExecução local
Vigilância SanitáriaNormatizaçãoComplementarExecução
Assistência à SaúdePolíticas nacionaisApoio regionalExecução direta
Recursos HumanosDiretrizes geraisApoio técnicoGestão local
Vigilância Epidemiológica
União: Coordenação nacional
Estados: Coordenação estadual
Municípios: Execução local
Vigilância Sanitária
União: Normatização
Estados: Complementar
Municípios: Execução
Assistência à Saúde
União: Políticas nacionais
Estados: Apoio regional
Municípios: Execução direta
Recursos Humanos
União: Diretrizes gerais
Estados: Apoio técnico
Municípios: Gestão local
⚠️ RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA: Embora haja divisão de competências, todos os entes federativos têm responsabilidade solidária pela garantia do direito à saúde, podendo ser acionados judicialmente.

7. Organização dos Serviços de Saúde

Os serviços de saúde no SUS são organizados em níveis de atenção, conforme a complexidade tecnológica e a densidade de recursos necessários para resolver os problemas de saúde da população.

7.1 Níveis de Atenção à Saúde

O SUS organiza-se em três níveis de atenção, cada um com características específicas:

Organização dos Níveis de Atenção

Atenção Básica (Primária)

Porta de entrada preferencial – 80% dos problemas

Atenção Especializada (Secundária)

Média complexidade – Especialidades médicas

Atenção Hospitalar (Terciária)

Alta complexidade – Procedimentos especializados

7.2 Características dos Níveis de Atenção

AspectoAtenção BásicaMédia ComplexidadeAlta Complexidade
ComplexidadeBaixaMédiaAlta
TecnologiaSimplesIntermediáriaAvançada
CustoBaixoMédioAlto
Cobertura80% dos problemas15% dos problemas5% dos problemas
AcessoDiretoPor referênciaPor referência
Atenção Básica
Complexidade: Baixa
Tecnologia: Simples
Custo: Baixo
Cobertura: 80% dos problemas
Acesso: Direto
Média Complexidade
Complexidade: Média
Tecnologia: Intermediária
Custo: Médio
Cobertura: 15% dos problemas
Acesso: Por referência
Alta Complexidade
Complexidade: Alta
Tecnologia: Avançada
Custo: Alto
Cobertura: 5% dos problemas
Acesso: Por referência

7.3 Porta de Entrada do Sistema

O SUS estabelece portas de entrada específicas para garantir acesso ordenado e resolutivo:

7.3.1 Portas de Entrada Principais

  • Atenção Básica: Porta de entrada preferencial
  • Urgência e Emergência: UPA, SAMU, Pronto-Socorro
  • Atenção Psicossocial: CAPS, serviços de saúde mental
  • Serviços Especiais: Alguns programas específicos

7.3.2 Fluxo de Acesso

  1. Usuário procura Unidade Básica de Saúde (UBS)
  2. Avaliação e atendimento na Atenção Básica
  3. Resolução do problema ou encaminhamento (referência)
  4. Atendimento especializado quando necessário
  5. Retorno à Atenção Básica (contrarreferência)
🚪 PORTA DE ENTRADA: A Atenção Básica deve ser a porta de entrada preferencial do SUS, resolvendo cerca de 80% dos problemas de saúde da população sem necessidade de encaminhamento.

7.4 Sistema de Referência e Contrarreferência

Mecanismo que garante a continuidade da atenção nos diferentes níveis do sistema:

7.4.1 Referência

  • Encaminhamento do usuário para serviço de maior complexidade
  • Deve ser acompanhada de informações clínicas
  • Baseada em critérios técnicos estabelecidos
  • Garantia de acesso ao nível adequado

7.4.2 Contrarreferência

  • Retorno do usuário ao serviço de origem
  • Acompanhada de informações sobre o atendimento realizado
  • Orientações para continuidade do cuidado
  • Fortalecimento do vínculo com a Atenção Básica

7.5 Regulação do Acesso

Sistema que organiza o acesso aos serviços de saúde:

7.5.1 Tipos de Regulação

  • Regulação Assistencial: Acesso a consultas e exames
  • Regulação de Urgência: Atendimentos de urgência e emergência
  • Regulação Hospitalar: Internações e leitos

7.5.2 Centrais de Regulação

  • Organizam filas de espera
  • Estabelecem prioridades clínicas
  • Otimizam uso de recursos
  • Garantem equidade no acesso
📋 SISREG: Sistema Nacional de Regulação é a ferramenta informatizada que organiza as filas de espera e o acesso aos serviços especializados no SUS.

7.6 Territorialização

Organização dos serviços com base em territórios definidos:

7.6.1 Conceito de Território

  • Espaço geográfico delimitado
  • População adscrita definida
  • Características epidemiológicas conhecidas
  • Recursos de saúde mapeados

7.6.2 Vantagens da Territorialização

  • Planejamento baseado em necessidades locais
  • Melhor conhecimento da população
  • Otimização de recursos
  • Fortalecimento do vínculo
  • Responsabilização sanitária
⚠️ RESPONSABILIZAÇÃO: Cada serviço de saúde tem responsabilidade sanitária sobre sua população adscrita, devendo conhecer suas necessidades e organizar ações para atendê-las.

8. Atenção Básica à Saúde

A Atenção Básica é o primeiro nível de atenção à saúde no SUS, caracterizada por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde.

8.1 Características da Atenção Básica

🏠 ATENÇÃO BÁSICA: Desenvolve-se por meio do exercício de práticas de cuidado e gestão, democráticas e participativas, sob forma de trabalho em equipe, dirigidas a populações de territórios definidos, pelas quais assume a responsabilidade sanitária.

8.1.1 Princípios da Atenção Básica

  • Universalidade: Acesso universal e contínuo
  • Acessibilidade: Geográfica, organizacional, sociocultural e econômica
  • Vínculo: Relação duradoura entre equipe e usuários
  • Continuidade do cuidado: Acompanhamento longitudinal
  • Integralidade: Ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação
  • Responsabilização: Compromisso com a saúde da população
  • Humanização: Relações acolhedoras e respeitosas
  • Equidade: Reconhecimento das diferenças e necessidades
  • Participação social: Estímulo à participação da comunidade

8.2 Funções da Atenção Básica

8.2.1 Função de Resolubilidade

Capacidade de resolver cerca de 80% dos problemas de saúde da população:

  • Problemas de saúde mais frequentes
  • Condições crônicas prevalentes
  • Situações de urgência de baixa complexidade
  • Ações de promoção e prevenção

8.2.2 Função de Coordenação do Cuidado

Organização e articulação dos cuidados nos diferentes pontos da rede:

  • Elaboração de projetos terapêuticos
  • Acompanhamento de usuários em outros serviços
  • Integração de informações clínicas
  • Continuidade do cuidado

8.2.3 Função de Ordenação da Rede

Organização do fluxo de usuários na rede de atenção:

  • Porta de entrada preferencial
  • Regulação do acesso aos demais níveis
  • Definição de prioridades
  • Otimização de recursos
🎯 RESOLUBILIDADE: A Atenção Básica deve ter capacidade para resolver a maioria dos problemas de saúde, evitando encaminhamentos desnecessários e garantindo cuidado próximo ao local de moradia.

8.3 Modalidades de Atenção Básica

8.3.1 Estratégia Saúde da Família (ESF)

Modalidade prioritária de organização da Atenção Básica:

  • Equipe mínima: Médico, enfermeiro, auxiliar/técnico de enfermagem, agentes comunitários
  • População adscrita: 2.000 a 3.500 pessoas
  • Território definido: Área geográfica delimitada
  • Cadastramento: Famílias cadastradas e acompanhadas
  • Visitas domiciliares: Cuidado no domicílio

8.3.2 Unidade Básica de Saúde Tradicional

Modalidade de organização sem adscrição de clientela:

  • Atendimento por demanda espontânea
  • Programas específicos
  • Menor vínculo com a população
  • Gradual conversão para ESF

8.4 Equipes de Atenção Básica

8.4.1 Equipe de Saúde da Família (eSF)

ProfissionalCarga HoráriaPrincipais Atribuições
Médico40hConsultas, procedimentos, coordenação clínica
Enfermeiro40hConsultas, procedimentos, coordenação da equipe
Técnico/Auxiliar de Enfermagem40hProcedimentos, apoio às consultas, educação
Agente Comunitário de Saúde40hVisitas domiciliares, educação, mobilização
Médico
Carga Horária: 40h
Principais Atribuições: Consultas, procedimentos, coordenação clínica
Enfermeiro
Carga Horária: 40h
Principais Atribuições: Consultas, procedimentos, coordenação da equipe
Técnico/Auxiliar de Enfermagem
Carga Horária: 40h
Principais Atribuições: Procedimentos, apoio às consultas, educação
Agente Comunitário de Saúde
Carga Horária: 40h
Principais Atribuições: Visitas domiciliares, educação, mobilização

8.4.2 Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF)

Equipes multiprofissionais que apoiam as eSF:

  • Apoio matricial às equipes
  • Ações compartilhadas
  • Educação permanente
  • Discussão de casos

Profissionais do NASF: Psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, farmacêutico, assistente social, educador físico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, entre outros.

🩺 PAPEL DO TÉCNICO EM ENFERMAGEM: Na Atenção Básica, o técnico em enfermagem realiza procedimentos de enfermagem, apoio às consultas, educação em saúde, visitas domiciliares e ações de vigilância em saúde.

8.5 Ações Desenvolvidas na Atenção Básica

8.5.1 Ações de Promoção da Saúde

  • Educação em saúde
  • Atividades físicas
  • Alimentação saudável
  • Combate ao tabagismo
  • Prevenção de acidentes

8.5.2 Ações de Prevenção

  • Vacinação
  • Rastreamento de cânceres
  • Controle de doenças transmissíveis
  • Prevenção de doenças crônicas

8.5.3 Ações Assistenciais

  • Consultas médicas e de enfermagem
  • Procedimentos básicos
  • Tratamento de condições agudas
  • Acompanhamento de condições crônicas

8.5.4 Ações de Vigilância em Saúde

  • Vigilância epidemiológica
  • Vigilância sanitária
  • Vigilância ambiental
  • Vigilância da saúde do trabalhador
⚠️ INTEGRALIDADE: A Atenção Básica deve desenvolver ações que abranjam todos os aspectos da saúde, desde a promoção até a reabilitação, de forma integrada e coordenada.

9. Atenção de Média Complexidade

A Atenção de Média Complexidade é composta por ações e serviços que visam atender aos principais problemas de saúde e agravos da população, cuja prática clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico.

9.1 Características da Média Complexidade

🏥 MÉDIA COMPLEXIDADE: Conjunto de ações e serviços ambulatoriais e hospitalares que se situa entre a Atenção Básica e a Alta Complexidade, caracterizada pela necessidade de profissionais especializados e tecnologia intermediária.

9.1.1 Princípios Organizativos

  • Acesso regulado: Por meio de referência da Atenção Básica
  • Integração: Com os demais níveis de atenção
  • Regionalização: Organização por regiões de saúde
  • Resolutividade: Capacidade de resolver problemas especializados
  • Qualidade: Padrões técnicos adequados

9.2 Componentes da Média Complexidade

9.2.1 Atenção Ambulatorial Especializada

Consultas Especializadas:

  • Cardiologia
  • Endocrinologia
  • Neurologia
  • Ortopedia
  • Ginecologia e Obstetrícia
  • Pediatria especializada
  • Psiquiatria
  • Dermatologia
  • Oftalmologia
  • Otorrinolaringologia

Procedimentos Ambulatoriais:

  • Pequenas cirurgias
  • Endoscopias
  • Colonoscopias
  • Biópsias
  • Cauterizações

9.2.2 Apoio Diagnóstico e Terapêutico

Diagnóstico por Imagem:

  • Radiologia convencional
  • Ultrassonografia
  • Tomografia computadorizada
  • Ressonância magnética
  • Mamografia
  • Densitometria óssea

Exames Laboratoriais:

  • Análises clínicas especializadas
  • Anatomia patológica
  • Citologia oncótica
  • Microbiologia
  • Imunologia

Métodos Gráficos:

  • Eletrocardiograma
  • Eletroencefalograma
  • Ecocardiograma
  • Teste ergométrico
  • Holter
🔬 APOIO DIAGNÓSTICO: Os serviços de apoio diagnóstico são fundamentais para a resolutividade da média complexidade, permitindo diagnósticos precisos e acompanhamento adequado dos tratamentos.

9.3 Atenção Hospitalar de Média Complexidade

9.3.1 Internações Clínicas

  • Clínica médica
  • Pediatria
  • Ginecologia e obstetrícia
  • Psiquiatria
  • Pneumologia
  • Cardiologia

9.3.2 Internações Cirúrgicas

  • Cirurgia geral
  • Ortopedia e traumatologia
  • Urologia
  • Oftalmologia
  • Otorrinolaringologia
  • Cirurgia vascular

9.3.3 Serviços de Apoio

  • Centro cirúrgico
  • Centro obstétrico
  • Serviço de hemoterapia
  • Farmácia hospitalar
  • Serviço de nutrição
  • Fisioterapia

9.4 Organização da Média Complexidade

Tipo de ServiçoCaracterísticasExemplos
Ambulatórios EspecializadosConsultas e procedimentos ambulatoriaisCEO, Policlínicas, AME
Centros de EspecialidadesConcentração de especialidadesCEO, CER, CAPS
Hospitais GeraisInternações clínicas e cirúrgicasHospitais municipais e estaduais
Hospitais EspecializadosEspecialidades específicasMaternidades, hospitais psiquiátricos
Ambulatórios Especializados
Características: Consultas e procedimentos ambulatoriais
Exemplos: CEO, Policlínicas, AME
Centros de Especialidades
Características: Concentração de especialidades
Exemplos: CEO, CER, CAPS
Hospitais Gerais
Características: Internações clínicas e cirúrgicas
Exemplos: Hospitais municipais e estaduais
Hospitais Especializados
Características: Especialidades específicas
Exemplos: Maternidades, hospitais psiquiátricos

9.5 Acesso à Média Complexidade

9.5.1 Sistema de Regulação

O acesso à média complexidade é regulado através de:

  • Centrais de Regulação: Organizam filas e prioridades
  • Protocolos clínicos: Critérios para encaminhamento
  • Sistema informatizado: SISREG e outros sistemas
  • Cotas por município: Distribuição equitativa

9.5.2 Fluxo de Referência

  1. Avaliação na Atenção Básica
  2. Identificação da necessidade de especialista
  3. Preenchimento de guia de referência
  4. Inserção no sistema de regulação
  5. Agendamento conforme disponibilidade e prioridade
  6. Atendimento especializado
  7. Contrarreferência para Atenção Básica
📋 REGULAÇÃO: A regulação do acesso garante que os usuários sejam atendidos conforme critérios clínicos e de prioridade, otimizando o uso dos recursos disponíveis.

9.6 Papel do Técnico em Enfermagem na Média Complexidade

9.6.1 Atividades Ambulatoriais

  • Pré-consulta e pós-consulta
  • Procedimentos de enfermagem
  • Administração de medicamentos
  • Coleta de material para exames
  • Orientações aos usuários
  • Controle de agendamentos

9.6.2 Atividades Hospitalares

  • Cuidados diretos aos pacientes
  • Controle de sinais vitais
  • Administração de medicamentos
  • Curativos e procedimentos
  • Preparo para exames e cirurgias
  • Educação em saúde

9.6.3 Atividades em Apoio Diagnóstico

  • Preparo de pacientes para exames
  • Coleta de material biológico
  • Orientações pré e pós-exame
  • Controle de qualidade
  • Organização do fluxo
⚠️ COMPETÊNCIA TÉCNICA: Na média complexidade, o técnico em enfermagem deve ter conhecimentos específicos sobre as especialidades, procedimentos e tecnologias utilizadas nos serviços.

10. Atenção de Alta Complexidade

A Atenção de Alta Complexidade é o conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde.

10.1 Características da Alta Complexidade

🏥 ALTA COMPLEXIDADE: Conjunto de ações e serviços de saúde que utilizam alta tecnologia, recursos humanos especializados e têm alto custo, destinados ao tratamento de condições de saúde de maior gravidade e complexidade.

10.1.1 Características Principais

  • Alta tecnologia: Equipamentos sofisticados e modernos
  • Alto custo: Procedimentos de valor elevado
  • Baixo volume: Menor número de casos
  • Especialização: Profissionais altamente qualificados
  • Concentração: Poucos serviços especializados
  • Referência: Atendimento por encaminhamento

10.2 Principais Áreas da Alta Complexidade

10.2.1 Assistência ao Paciente Portador de Doença Renal Crônica

  • Terapia Renal Substitutiva:
    • Hemodiálise
    • Diálise peritoneal
    • Transplante renal
  • Centros de Nefrologia: Unidades especializadas
  • Acompanhamento multidisciplinar: Equipe especializada

10.2.2 Assistência ao Paciente Oncológico

  • Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON)
  • Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON)
  • Tratamentos oferecidos:
    • Quimioterapia
    • Radioterapia
    • Cirurgia oncológica
    • Cuidados paliativos

10.2.3 Cirurgia Cardiovascular

  • Cirurgia cardíaca
  • Cirurgia vascular
  • Hemodinâmica
  • Cardiologia intervencionista
  • Transplante cardíaco

10.2.4 Procedimentos de Neurocirurgia

  • Cirurgias neurológicas
  • Tratamento de tumores cerebrais
  • Cirurgias da coluna vertebral
  • Neurocirurgia pediátrica

10.2.5 Assistência em Traumato-Ortopedia

  • Cirurgias ortopédicas complexas
  • Implantes e próteses
  • Cirurgia da coluna
  • Microcirurgia
🫀 TRANSPLANTES: O Brasil possui um dos maiores programas públicos de transplantes do mundo, realizando transplantes de rim, fígado, coração, pulmão, pâncreas, córnea e medula óssea através do SUS.

10.3 Organização da Alta Complexidade

Tipo de ServiçoCaracterísticasExemplos
Hospitais EspecializadosEspecialidade específicaInstituto do Coração, Instituto do Câncer
Hospitais UniversitáriosEnsino, pesquisa e assistênciaHC-FMUSP, HCPA
Hospitais de ReferênciaMúltiplas especialidadesHospitais estaduais de referência
Centros EspecializadosProcedimentos específicosCentros de hemodiálise, radioterapia
Hospitais Especializados
Características: Especialidade específica
Exemplos: Instituto do Coração, Instituto do Câncer
Hospitais Universitários
Características: Ensino, pesquisa e assistência
Exemplos: HC-FMUSP, HCPA
Hospitais de Referência
Características: Múltiplas especialidades
Exemplos: Hospitais estaduais de referência
Centros Especializados
Características: Procedimentos específicos
Exemplos: Centros de hemodiálise, radioterapia

10.4 Habilitação e Credenciamento

Os serviços de alta complexidade devem ser habilitados pelo Ministério da Saúde:

10.4.1 Critérios de Habilitação

  • Infraestrutura adequada
  • Equipamentos específicos
  • Recursos humanos qualificados
  • Protocolos clínicos estabelecidos
  • Sistema de qualidade
  • Indicadores de resultado

10.4.2 Processo de Habilitação

  1. Solicitação do gestor local
  2. Análise documental
  3. Vistoria técnica
  4. Parecer da Secretaria de Saúde
  5. Análise pelo Ministério da Saúde
  6. Publicação da habilitação

10.5 Financiamento da Alta Complexidade

O financiamento da alta complexidade é predominantemente federal:

10.5.1 Características do Financiamento

  • Recursos federais: Maior parte do financiamento
  • Tabela SUS: Valores pré-estabelecidos
  • Autorização prévia: APAC (Autorização de Procedimento de Alta Complexidade)
  • Controle rigoroso: Auditoria e avaliação

10.5.2 Sistema de Pagamento

  • Pagamento por procedimento
  • Valores da Tabela SUS
  • Autorização prévia obrigatória
  • Controle de qualidade
💰 APAC: A Autorização de Procedimento de Alta Complexidade é o instrumento que autoriza e controla a realização de procedimentos de alto custo no SUS.

10.6 Acesso à Alta Complexidade

10.6.1 Fluxo de Acesso

  1. Identificação da necessidade na Atenção Básica ou Média Complexidade
  2. Encaminhamento com documentação clínica completa
  3. Avaliação pela Central de Regulação
  4. Autorização do procedimento (APAC)
  5. Agendamento no serviço habilitado
  6. Realização do procedimento
  7. Acompanhamento pós-procedimento

10.6.2 Critérios de Priorização

  • Gravidade do caso
  • Urgência clínica
  • Protocolo específico
  • Disponibilidade de recursos
  • Ordem de chegada (quando aplicável)

10.7 Papel do Técnico em Enfermagem na Alta Complexidade

10.7.1 Competências Específicas

  • Conhecimento de tecnologias avançadas
  • Cuidados intensivos
  • Manuseio de equipamentos complexos
  • Protocolos específicos
  • Trabalho em equipe multidisciplinar

10.7.2 Atividades Desenvolvidas

  • Cuidados pré, trans e pós-operatórios
  • Monitorização de pacientes críticos
  • Administração de medicamentos especializados
  • Controle de infecção hospitalar
  • Educação de pacientes e familiares
  • Participação em protocolos de pesquisa
⚠️ ESPECIALIZAÇÃO: O trabalho na alta complexidade exige do técnico em enfermagem conhecimentos específicos e atualizados sobre as tecnologias e procedimentos utilizados.
🔄 CONTINUE NA PARTE 2 – A segunda parte abordará: Redes de Atenção à Saúde (RAS), Política Nacional de Atenção Básica (PNAB 2017), Financiamento e Gestão do SUS, Controle Social e Atualizações 2025


Apostila SUS – Parte 2 – Redes, Políticas e Gestão

🌐 Sistema Único de Saúde (SUS)

Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025

PARTE 2: Redes de Atenção, Políticas e Gestão

📚 PARTE 2 DE 2 – Continuação da apostila com conteúdo avançado sobre RAS, PNAB, financiamento e gestão do SUS

📋 ÍNDICE – PARTE 2

  • 11. Redes de Atenção à Saúde (RAS)
  • 12. Política Nacional de Atenção Básica (PNAB 2017)
  • 13. Financiamento do SUS
  • 14. Gestão do SUS
  • 15. Controle Social e Participação Popular
  • 16. Atualizações e Perspectivas 2025

11. Redes de Atenção à Saúde (RAS)

As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.

🌐 CONCEITO RAS: Arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado (Portaria GM/MS nº 4.279/2010).

11.1 Características das RAS

11.1.1 Fundamentos das RAS

  • Economia de escala: Otimização de recursos
  • Disponibilidade de recursos: Melhor distribuição
  • Qualidade de cuidados: Padronização e protocolos
  • Integração horizontal e vertical: Articulação entre níveis
  • Processos de substituição: Alternativas de cuidado

11.1.2 Atributos das RAS

  • População e território definidos: Responsabilização
  • Amplo conjunto de estabelecimentos: Diversidade de serviços
  • Atenção Básica estruturada: Centro de comunicação
  • Prestação de serviços especializados: Níveis adequados
  • Existência de mecanismos de coordenação: Integração
  • Atenção contínua e integral: Longitudinalidade
  • Cuidado multiprofissional: Equipes integradas
  • Compartilhamento de objetivos: Metas comuns
🎯 OBJETIVO PRINCIPAL: As RAS visam superar a fragmentação da atenção e da gestão nas Regiões de Saúde, aperfeiçoando o funcionamento político-institucional do SUS com vistas a assegurar ao usuário o conjunto de ações e serviços que necessita com efetividade e eficiência.

11.2 Elementos Constitutivos das RAS

11.2.1 População

Conjunto de pessoas que vivem em territórios organizados social e politicamente, que compartilham necessidades de saúde:

  • Conhecimento das necessidades de saúde
  • Estimativas de riscos e vulnerabilidades
  • Identificação de determinantes sociais
  • Responsabilização pelos resultados sanitários

11.2.2 Estrutura Operacional

Conjunto de pontos de atenção à saúde:

Pontos de Atenção à Saúde:
  • Atenção Básica (centro de comunicação)
  • Atenção Especializada (ambulatorial e hospitalar)
  • Sistemas de apoio (diagnóstico, terapêutico, farmacêutico)
  • Sistemas logísticos (regulação, transporte, prontuário eletrônico)
  • Sistema de governança

11.2.3 Modelo de Atenção à Saúde

Sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS:

  • Definição da população
  • Estabelecimento dos focos das intervenções
  • Organização dos modos de atenção
  • Articulação das ações promocionais, preventivas e curativas

11.3 Redes Temáticas Prioritárias

O Ministério da Saúde estabeleceu redes temáticas prioritárias para organização das RAS:

Redes Temáticas do SUS

Rede Cegonha
RAPS
Rede de Urgência
Rede Oncológica
Rede de Deficiência
Rede Cardiovascular

11.3.1 Rede Cegonha

Rede de cuidados para assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério:

  • Componentes:
    • Pré-natal na Atenção Básica
    • Pré-natal de alto risco
    • Atenção ao parto e nascimento
    • Atenção às urgências e emergências
    • Atenção ao puerpério
    • Atenção integral à saúde da criança
  • Diretrizes:
    • Garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco
    • Ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal
    • Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência
    • Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto
    • Garantia da atenção à saúde das crianças até 24 meses

11.3.2 Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)

Rede para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas:

  • Componentes:
    • Atenção Básica em Saúde
    • Atenção Psicossocial Especializada
    • Atenção de Urgência e Emergência
    • Atenção Residencial de Caráter Transitório
    • Atenção Hospitalar
    • Estratégias de Desinstitucionalização
    • Estratégias de Reabilitação Psicossocial
  • Pontos de Atenção:
    • CAPS (Centro de Atenção Psicossocial)
    • Residências Terapêuticas
    • Unidades de Acolhimento
    • Consultório na Rua
    • Centros de Convivência

11.3.3 Rede de Atenção às Urgências (RAU)

Rede para ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência/emergência:

  • Componentes:
    • Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde
    • Atenção Básica em Saúde
    • Atenção de Urgência e Emergência
    • Atenção Hospitalar
    • Atenção Domiciliar
  • Pontos de Atenção:
    • SAMU 192
    • UPA 24h
    • Pronto-Socorro
    • UTI
    • Sala de Estabilização
🚑 SAMU: O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência é um dos principais componentes da Rede de Urgência, funcionando 24h através do número 192, com ambulâncias de suporte básico e avançado.

11.3.4 Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas

Rede para o cuidado integral das pessoas com doenças crônicas não transmissíveis:

  • Doenças Prioritárias:
    • Doenças do aparelho circulatório
    • Câncer
    • Diabetes mellitus
    • Doenças respiratórias crônicas
  • Componentes:
    • Vigilância, promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas
    • Atenção Básica
    • Atenção Especializada
    • Atenção Hospitalar
    • Sistemas de apoio

11.3.5 Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência

Rede para ampliar o acesso e qualificar o atendimento às pessoas com deficiência temporária ou permanente:

  • Componentes:
    • Atenção Básica
    • Atenção Especializada em Reabilitação
    • Atenção Hospitalar e de Urgência
  • Pontos de Atenção:
    • CER (Centro Especializado em Reabilitação)
    • Oficinas Ortopédicas
    • Centros-dia
    • Residências Inclusivas

11.4 Papel do Técnico em Enfermagem nas RAS

11.4.1 Competências Gerais

  • Conhecimento da rede de serviços
  • Articulação entre pontos de atenção
  • Continuidade do cuidado
  • Trabalho em equipe multiprofissional
  • Educação em saúde

11.4.2 Atividades Específicas por Rede

RedeAtividades do Técnico em Enfermagem
Rede CegonhaPré-natal, parto humanizado, puerpério, puericultura
RAPSAcolhimento, cuidado psicossocial, redução de danos
Rede de UrgênciaClassificação de risco, primeiros socorros, estabilização
Rede OncológicaPrevenção, rastreamento, cuidados paliativos
Rede de DeficiênciaReabilitação, adaptação, inclusão social
Rede Cegonha
Atividades: Pré-natal, parto humanizado, puerpério, puericultura
RAPS
Atividades: Acolhimento, cuidado psicossocial, redução de danos
Rede de Urgência
Atividades: Classificação de risco, primeiros socorros, estabilização
Rede Oncológica
Atividades: Prevenção, rastreamento, cuidados paliativos
Rede de Deficiência
Atividades: Reabilitação, adaptação, inclusão social
⚠️ INTEGRAÇÃO: O sucesso das RAS depende da integração efetiva entre todos os pontos de atenção, com fluxos bem definidos e comunicação eficiente entre as equipes.

12. Política Nacional de Atenção Básica (PNAB 2017)

A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) foi atualizada pela Portaria GM/MS nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).

🆕 ATUALIZAÇÃO 2025: A PNAB 2017 continua vigente, mas há discussões sobre nova revisão para incorporar aprendizados da pandemia de COVID-19 e fortalecer a Atenção Básica como coordenadora do cuidado.

12.1 Conceito e Características da Atenção Básica

Art. 2º – A Atenção Básica é o conjunto de ações de saúde individuais, familiares e coletivas que envolvem promoção, prevenção, proteção, diagnóstico, tratamento, reabilitação, redução de danos, cuidados paliativos e vigilância em saúde, desenvolvida por meio de práticas de cuidado integrado e gestão qualificada, realizada com equipe multiprofissional e dirigida à população em território definido, sobre as quais as equipes assumem responsabilidade sanitária.

12.1.1 Princípios da Atenção Básica

  • Universalidade: Acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade
  • Equidade: Ofertar cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde
  • Integralidade: Conjunto articulado e contínuo de ações e serviços

12.1.2 Diretrizes da Atenção Básica

  • Regionalização e Hierarquização
  • Territorialização
  • População Adscrita
  • Cuidado centrado na pessoa
  • Resolutividade
  • Longitudinalidade do cuidado
  • Coordenação do cuidado
  • Ordenação da rede
  • Participação da comunidade
🎯 INOVAÇÃO PNAB 2017: A nova PNAB reconhece diferentes arranjos organizacionais para a Atenção Básica, mantendo a ESF como modelo prioritário, mas permitindo outras modalidades organizativas.

12.2 Modalidades de Equipes de Atenção Básica

12.2.1 Equipe de Saúde da Família (eSF)

Modalidade principal de atuação na Atenção Básica:

  • Composição mínima:
    • Médico (preferencialmente da família e comunidade)
    • Enfermeiro (preferencialmente especialista em saúde da família)
    • Auxiliar e/ou técnico de enfermagem
    • Agente comunitário de saúde (ACS)
  • Carga horária: 40 horas semanais para todos os profissionais
  • População adscrita: 2.000 a 3.500 pessoas
  • Número de ACS: Suficiente para cobrir 100% da população cadastrada

12.2.2 Equipe de Atenção Básica (eAB)

Nova modalidade introduzida pela PNAB 2017:

  • Composição mínima:
    • Médico
    • Enfermeiro
    • Auxiliar e/ou técnico de enfermagem
  • Características:
    • Pode ou não ter ACS
    • Pode ou não ter população adscrita
    • Carga horária mínima de 10 horas
    • Atendimento por demanda espontânea e programada

12.2.3 Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR)

Modalidade específica para populações ribeirinhas:

  • Adaptada às especificidades geográficas e culturais
  • Pode incluir microscopista
  • Atendimento itinerante
  • Uso de embarcações

12.2.4 Equipe de Saúde da Família Fluvial (eSFF)

Modalidade para atendimento em Unidades Básicas de Saúde Fluviais:

  • Embarcações adaptadas
  • Atendimento itinerante
  • Cobertura de grandes áreas
  • Articulação com equipes terrestres
🏞️ EQUIPES ESPECIAIS: As modalidades ribeirinha e fluvial foram criadas para atender às especificidades da região amazônica, garantindo acesso à saúde em áreas de difícil acesso.

12.3 Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB)

O NASF-AB foi reformulado pela PNAB 2017, mantendo o conceito de apoio matricial:

12.3.1 Modalidades do NASF-AB

ModalidadeEquipes VinculadasCarga Horária Mínima
NASF-AB 15 a 9 eSF e/ou eAB200 horas semanais
NASF-AB 23 a 4 eSF e/ou eAB120 horas semanais
NASF-AB 31 a 2 eSF e/ou eAB80 horas semanais
NASF-AB 1
Equipes Vinculadas: 5 a 9 eSF e/ou eAB
Carga Horária Mínima: 200 horas semanais
NASF-AB 2
Equipes Vinculadas: 3 a 4 eSF e/ou eAB
Carga Horária Mínima: 120 horas semanais
NASF-AB 3
Equipes Vinculadas: 1 a 2 eSF e/ou eAB
Carga Horária Mínima: 80 horas semanais

12.3.2 Profissionais do NASF-AB

  • Médico acupunturista
  • Assistente social
  • Profissional de educação física
  • Farmacêutico
  • Fisioterapeuta
  • Fonoaudiólogo
  • Médico ginecologista/obstetra
  • Médico homeopata
  • Nutricionista
  • Médico pediatra
  • Psicólogo
  • Médico psiquiatra
  • Terapeuta ocupacional
  • Médico geriatra
  • Médico internista (clínica médica)
  • Médico do trabalho
  • Médico veterinário
  • Profissional com formação em arte e educação

12.4 Processo de Trabalho na Atenção Básica

12.4.1 Atribuições Comuns a Todos os Profissionais

  • Participar do processo de territorialização e mapeamento da área
  • Cadastrar e manter atualizado o cadastramento das famílias
  • Realizar cuidado em saúde da população adscrita
  • Realizar ações de atenção integral
  • Garantir a integralidade da atenção
  • Realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos
  • Realizar educação permanente
  • Implementar diretrizes da Política Nacional de Humanização

12.4.2 Atribuições Específicas do Técnico em Enfermagem

  • Participar das atividades de atenção realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão
  • Realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes
  • Realizar atividades de educação em saúde
  • Participar do gerenciamento dos insumos necessários
  • Contribuir e participar das atividades de educação permanente
  • Realizar orientações sobre fatores de risco e prevenção de doenças
  • Realizar visitas domiciliares
  • Participar das reuniões de equipe
🩺 PAPEL AMPLIADO: A PNAB 2017 reconhece e amplia o papel do técnico em enfermagem na Atenção Básica, destacando sua importância nas ações de cuidado direto e educação em saúde.

12.5 Financiamento da Atenção Básica

12.5.1 Componentes do Financiamento

  • Piso da Atenção Básica Fixo (PAB Fixo): Valor per capita
  • Piso da Atenção Básica Variável (PAB Variável): Incentivos específicos
  • Outros programas: PMAQ, Mais Médicos, etc.

12.5.2 Critérios de Repasse

  • População cadastrada
  • Cobertura populacional
  • Desempenho das equipes
  • Vulnerabilidade socioeconômica
  • Características geográficas
⚠️ MUDANÇAS NO FINANCIAMENTO: A PNAB 2017 alterou critérios de financiamento, permitindo diferentes modalidades de equipes e flexibilizando a carga horária mínima dos profissionais.

13. Financiamento do SUS

O financiamento do SUS é tripartite, envolvendo recursos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, organizados através de fundos de saúde e transferências intergovernamentais regulamentadas por legislação específica.

13.1 Marco Legal do Financiamento

13.1.1 Emenda Constitucional nº 29/2000

Estabeleceu a vinculação de recursos mínimos para a saúde:

  • União: Valor empenhado no ano anterior + variação nominal do PIB
  • Estados: 12% da receita de impostos
  • Municípios: 15% da receita de impostos

13.1.2 Lei Complementar nº 141/2012

Regulamentou a EC 29/2000, definindo:

  • O que pode ser considerado gasto em saúde
  • Critérios de aplicação dos recursos
  • Mecanismos de controle e fiscalização
  • Sanções pelo descumprimento

13.1.3 Emenda Constitucional nº 95/2016 (Teto de Gastos)

Estabeleceu o Novo Regime Fiscal:

  • Congelamento dos gastos públicos por 20 anos
  • Correção apenas pela inflação do ano anterior
  • Impacto significativo no financiamento da saúde
  • Revisão prevista após 10 anos (2026)
🆕 DISCUSSÕES 2025: Há intenso debate sobre a flexibilização da EC 95/2016, especialmente após os aprendizados da pandemia de COVID-19, com propostas de exceções para investimentos em saúde e educação.

13.2 Estrutura do Financiamento

13.2.1 Fundos de Saúde

Instrumentos de gestão financeira dos recursos:

  • Fundo Nacional de Saúde (FNS)
  • Fundos Estaduais de Saúde
  • Fundos Municipais de Saúde
  • Fundo Distrital de Saúde (DF)

13.2.2 Modalidades de Transferência

Transferências Fundo a Fundo:
  • Automáticas e regulares
  • Sem necessidade de convênio
  • Baseadas em critérios pré-estabelecidos
  • Modalidade preferencial
Transferências por Convênio:
  • Para projetos específicos
  • Necessitam de aprovação prévia
  • Contrapartida obrigatória
  • Prestação de contas detalhada

13.3 Blocos de Financiamento

Os recursos federais são organizados em blocos de financiamento:

13.3.1 Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde

ComponenteDescriçãoExemplos
Atenção BásicaCusteio da atenção básicaPAB Fixo, PAB Variável, NASF
Atenção EspecializadaMédia e alta complexidadeMAC, FAEC, Hospitais
Vigilância em SaúdeAções de vigilânciaEpidemiológica, Sanitária, Ambiental
Assistência FarmacêuticaMedicamentos e insumosBásica, Estratégica, Especializada
Gestão do SUSAtividades de gestãoQualificação, Educação, Regulação
Atenção Básica
Descrição: Custeio da atenção básica
Exemplos: PAB Fixo, PAB Variável, NASF
Atenção Especializada
Descrição: Média e alta complexidade
Exemplos: MAC, FAEC, Hospitais
Vigilância em Saúde
Descrição: Ações de vigilância
Exemplos: Epidemiológica, Sanitária, Ambiental
Assistência Farmacêutica
Descrição: Medicamentos e insumos
Exemplos: Básica, Estratégica, Especializada
Gestão do SUS
Descrição: Atividades de gestão
Exemplos: Qualificação, Educação, Regulação

13.3.2 Bloco de Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde

  • Construção de unidades de saúde
  • Ampliação e reforma de estabelecimentos
  • Aquisição de equipamentos
  • Sistemas de informação

13.4 Critérios de Rateio

13.4.1 Fatores Considerados

  • Demográficos: População, densidade demográfica
  • Epidemiológicos: Perfil de morbimortalidade
  • Socioeconômicos: PIB per capita, IDH
  • Geográficos: Características territoriais
  • Capacidade instalada: Rede de serviços existente

13.4.2 Instrumentos de Planejamento

  • Plano de Saúde: Quadrienal
  • Programação Anual de Saúde: Anual
  • Relatório de Gestão: Anual
  • Plano Diretor de Regionalização: Regional
💰 PARTICIPAÇÃO NO FINANCIAMENTO: Historicamente, a União participa com cerca de 45% dos recursos, Estados com 25% e Municípios com 30% do financiamento total do SUS.

13.5 Controle e Fiscalização

13.5.1 Órgãos de Controle

  • Tribunal de Contas da União (TCU)
  • Tribunais de Contas Estaduais
  • Tribunais de Contas Municipais
  • Controladoria-Geral da União (CGU)
  • Ministério Público

13.5.2 Instrumentos de Controle

  • Relatório Anual de Gestão (RAG)
  • Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA)
  • Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS)
  • Auditoria do SUS

13.5.3 Sanções

  • Suspensão de transferências voluntárias
  • Intervenção federal ou estadual
  • Responsabilização civil e criminal
  • Inelegibilidade dos gestores
⚠️ TRANSPARÊNCIA: A Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Acesso à Informação exigem transparência total na aplicação dos recursos públicos de saúde.

13.6 Desafios do Financiamento

13.6.1 Principais Desafios

  • Subfinanciamento crônico: Recursos insuficientes
  • Desigualdades regionais: Concentração de recursos
  • Envelhecimento populacional: Aumento de custos
  • Incorporação tecnológica: Novos tratamentos caros
  • Judicialização: Gastos com ações judiciais

13.6.2 Propostas de Solução

  • Aumento do percentual mínimo de aplicação
  • Criação de contribuição específica para a saúde
  • Melhoria da eficiência na aplicação dos recursos
  • Fortalecimento da atenção básica
  • Avaliação de tecnologias em saúde
🆕 TENDÊNCIAS 2025: Discussões sobre novo modelo de financiamento incluem: orçamento plurianual para saúde, financiamento baseado em resultados e criação de fundo específico para emergências sanitárias.

14. Gestão do SUS

A gestão do SUS é exercida de forma tripartite, com responsabilidades compartilhadas entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, organizadas através de instâncias de pactuação e deliberação que garantem a governança do sistema.

14.1 Instâncias de Gestão

14.1.1 Comissão Intergestores Tripartite (CIT)

Instância de articulação e pactuação na esfera federal:

  • Composição:
    • Ministério da Saúde (5 representantes)
    • CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde (5 representantes)
    • CONASEMS – Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (5 representantes)
  • Competências:
    • Pactuar diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde
    • Pactuar diretrizes nacionais, metodologias e critérios de avaliação
    • Pactuar os critérios para o planejamento integrado das ações e serviços
    • Definir diretrizes para a organização das RAS
    • Pactuar a participação das esferas de gestão no financiamento

14.1.2 Comissão Intergestores Bipartite (CIB)

Instância de articulação e pactuação na esfera estadual:

  • Composição:
    • Secretaria Estadual de Saúde
    • Representação dos municípios (COSEMS)
  • Competências:
    • Pactuar aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada
    • Definir diretrizes da rede regionalizada e hierarquizada
    • Apoiar a execução da política de saúde
    • Promover a descentralização de ações e serviços

14.1.3 Comissão Intergestores Regional (CIR)

Instância de articulação e pactuação regional:

  • Composição:
    • Representantes dos municípios da região
    • Representação da Secretaria Estadual de Saúde
  • Competências:
    • Instituir o processo de planejamento regional
    • Pactuar a organização e o funcionamento das ações e serviços
    • Acompanhar a execução dos recursos financeiros
    • Apoiar a qualificação da gestão nos municípios
🤝 PACTUAÇÃO: As comissões intergestores são espaços de negociação e consenso, onde as decisões são tomadas por unanimidade, garantindo que todos os entes federativos concordem com as diretrizes estabelecidas.

14.2 Instrumentos de Gestão

14.2.1 Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP)

Acordo de colaboração firmado entre entes federativos:

  • Objetivo: Organizar e integrar as ações e serviços de saúde na região
  • Conteúdo:
    • Identificação das necessidades de saúde locais e regionais
    • Oferta de ações e serviços de vigilância em saúde
    • Oferta de ações e serviços de atenção básica
    • Oferta de ações e serviços de atenção especializada
    • Oferta de ações e serviços de atenção hospitalar
    • Responsabilidades na atenção às urgências e emergências

14.2.2 Mapa da Saúde

Descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde:

  • Estrutura do sistema de saúde
  • Redes de atenção à saúde
  • Condições socioeconômicas
  • Fluxos de acesso
  • Recursos financeiros
  • Gestão do trabalho e da educação na saúde
  • Controle, regulação e avaliação
  • Participação social

14.2.3 Renases e Rename

RENASES: Relação Nacional de Ações e Serviços de Saúde – compreende todas as ações e serviços que o SUS oferece ao usuário para atendimento da integralidade da assistência à saúde.
RENAME: Relação Nacional de Medicamentos Essenciais – seleção e padronização de medicamentos indicados para atendimento de doenças ou de agravos no âmbito do SUS.

14.3 Planejamento em Saúde

14.3.1 Instrumentos de Planejamento

InstrumentoPeriodicidadeObjetivo
Plano de Saúde4 anosAnálise situacional e diretrizes
Programação Anual de SaúdeAnualOperacionalização do Plano
Relatório Anual de GestãoAnualPrestação de contas
Plano Diretor de RegionalizaçãoConforme necessidadeOrganização regional
Plano de Saúde
Periodicidade: 4 anos
Objetivo: Análise situacional e diretrizes
Programação Anual de Saúde
Periodicidade: Anual
Objetivo: Operacionalização do Plano
Relatório Anual de Gestão
Periodicidade: Anual
Objetivo: Prestação de contas
Plano Diretor de Regionalização
Periodicidade: Conforme necessidade
Objetivo: Organização regional

14.3.2 Metodologia de Planejamento

  • Análise situacional: Diagnóstico da situação de saúde
  • Definição de prioridades: Problemas prioritários
  • Elaboração de estratégias: Como enfrentar os problemas
  • Programação: Detalhamento das ações
  • Monitoramento: Acompanhamento da execução
  • Avaliação: Análise dos resultados

14.4 Regulação, Controle e Avaliação

14.4.1 Sistema Nacional de Auditoria (SNA)

Conjunto de órgãos, estruturas, recursos e procedimentos:

  • Componentes:
    • Auditoria interna (autocontrole)
    • Auditoria externa (controle externo)
    • Ouvidoria
  • Tipos de Auditoria:
    • Auditoria operativa
    • Auditoria de gestão
    • Auditoria de resultados
    • Auditoria especial

14.4.2 Sistema Nacional de Regulação (SISREG)

Ferramenta informatizada para regulação do acesso:

  • Regulação ambulatorial
  • Regulação hospitalar
  • Regulação de urgências
  • Central de leitos

14.4.3 Avaliação em Saúde

  • Avaliação de estrutura: Recursos disponíveis
  • Avaliação de processo: Como são realizadas as ações
  • Avaliação de resultado: Impacto das ações
  • Avaliação de impacto: Mudanças na situação de saúde
📊 INDICADORES: A gestão do SUS utiliza diversos indicadores para monitoramento e avaliação: epidemiológicos, assistenciais, financeiros e de gestão, organizados em painéis de monitoramento.

14.5 Gestão do Trabalho e Educação na Saúde

14.5.1 Política Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde

  • Formação e desenvolvimento de trabalhadores
  • Democratização das relações de trabalho
  • Melhoria das condições de trabalho
  • Educação permanente em saúde

14.5.2 Desprecarização do Trabalho

  • Planos de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS)
  • Concursos públicos
  • Redução da terceirização
  • Melhoria das condições de trabalho

14.5.3 Educação Permanente em Saúde

  • Aprendizagem no trabalho
  • Problematização das práticas
  • Transformação das práticas profissionais
  • Melhoria da qualidade dos serviços
⚠️ DESAFIO DA GESTÃO: A gestão do SUS enfrenta desafios como: fragmentação dos serviços, desfinanciamento, precarização do trabalho, baixa resolutividade e desigualdades regionais.

15. Controle Social e Participação Popular

O controle social no SUS representa a participação da sociedade na gestão pública, sendo um dos pilares fundamentais do sistema. É exercido através de instâncias colegiadas que garantem a participação da comunidade na formulação de políticas e no controle da execução das ações de saúde.

15.1 Fundamentos do Controle Social

🗳️ CONTROLE SOCIAL: Participação da sociedade no acompanhamento das ações da gestão pública na execução das políticas de saúde, avaliando objetivos, processos e resultados (Lei 8.142/1990).

15.1.1 Princípios do Controle Social

  • Participação: Direito de participar das decisões
  • Transparência: Acesso às informações públicas
  • Representatividade: Representação dos diferentes segmentos
  • Deliberação: Poder de decisão sobre políticas
  • Fiscalização: Acompanhamento da execução
  • Proposição: Capacidade de propor políticas

15.1.2 Marco Legal

  • Constituição Federal de 1988: Art. 198, III
  • Lei 8.080/1990: Participação da comunidade
  • Lei 8.142/1990: Conselhos e Conferências
  • Resolução CNS nº 453/2012: Diretrizes para funcionamento

15.2 Conselhos de Saúde

15.2.1 Natureza e Características

  • Caráter permanente: Funcionamento contínuo
  • Caráter deliberativo: Poder de decisão
  • Órgão colegiado: Decisões coletivas
  • Composição paritária: 50% usuários, 50% demais segmentos

15.2.2 Composição dos Conselhos

SegmentoPercentualRepresentação
Usuários50%Movimentos populares, sindicatos de trabalhadores, entidades de portadores de patologias, entidades de portadores de deficiências
Trabalhadores de Saúde25%Sindicatos, conselhos de profissões regulamentadas, associações de trabalhadores
Gestores12,5%Dirigentes das instituições de saúde
Prestadores de Serviços12,5%Hospitais privados, laboratórios, empresas de medicina de grupo
Usuários
Percentual: 50%
Representação: Movimentos populares, sindicatos de trabalhadores, entidades de portadores de patologias, entidades de portadores de deficiências
Trabalhadores de Saúde
Percentual: 25%
Representação: Sindicatos, conselhos de profissões regulamentadas, associações de trabalhadores
Gestores
Percentual: 12,5%
Representação: Dirigentes das instituições de saúde
Prestadores de Serviços
Percentual: 12,5%
Representação: Hospitais privados, laboratórios, empresas de medicina de grupo

15.2.3 Competências dos Conselhos de Saúde

Competências Deliberativas:

  • Aprovar o Plano de Saúde
  • Aprovar a proposta orçamentária anual
  • Aprovar critérios de movimentação de recursos
  • Estabelecer diretrizes para aplicação de recursos
  • Definir critérios para determinação de investimentos

Competências Fiscalizadoras:

  • Acompanhar a execução da política de saúde
  • Fiscalizar a movimentação de recursos
  • Acompanhar e controlar a atuação do setor privado
  • Examinar propostas e denúncias
  • Fiscalizar e controlar gastos e financiamento

Competências Propositivas:

  • Formular estratégias de controle da execução da política de saúde
  • Propor critérios para programação e execução financeira
  • Estabelecer diretrizes e critérios operacionais
  • Propor a adoção de critérios definidores de qualidade
⚖️ PODER DELIBERATIVO: Os Conselhos de Saúde têm poder de decisão, não sendo apenas consultivos. Suas deliberações devem ser acatadas pelos gestores, sob pena de responsabilização.

15.3 Conferências de Saúde

15.3.1 Características das Conferências

  • Periodicidade: A cada quatro anos
  • Caráter: Deliberativo
  • Representação: Ampla participação social
  • Objetivo: Avaliar situação e propor diretrizes

15.3.2 Etapas das Conferências

  1. Conferências Municipais: Base do processo
  2. Conferências Estaduais: Consolidação regional
  3. Conferência Nacional: Síntese nacional

15.3.3 Conferências Temáticas

Além das Conferências Gerais, são realizadas conferências específicas:

  • Conferência Nacional de Saúde Mental
  • Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador
  • Conferência Nacional de Saúde Indígena
  • Conferência Nacional de Vigilância Sanitária
  • Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde

15.4 Outras Instâncias de Participação

15.4.1 Ouvidorias do SUS

Canais de comunicação entre cidadãos e gestão:

  • Funções:
    • Receber reclamações, denúncias e sugestões
    • Encaminhar demandas aos setores competentes
    • Acompanhar a resolução das demandas
    • Produzir informações para gestão
  • Canais:
    • Disque Saúde 136
    • Ouvidorias presenciais
    • Portais eletrônicos
    • Aplicativos móveis

15.4.2 Comissões Locais de Saúde

  • Participação em unidades de saúde
  • Representação da comunidade local
  • Acompanhamento dos serviços
  • Proposição de melhorias

15.4.3 Audiências Públicas

  • Prestação de contas
  • Discussão de políticas específicas
  • Transparência na gestão
  • Participação direta da população
🆕 INOVAÇÕES 2025: Novas ferramentas digitais de participação social incluem: consultas públicas online, aplicativos de participação cidadã, plataformas de transparência em tempo real e conselhos virtuais para situações emergenciais.

15.5 Desafios do Controle Social

15.5.1 Principais Desafios

  • Capacitação: Formação dos conselheiros
  • Representatividade: Legitimidade da representação
  • Recursos: Estrutura para funcionamento
  • Informação: Acesso a dados qualificados
  • Articulação: Integração entre instâncias

15.5.2 Estratégias de Fortalecimento

  • Educação permanente para conselheiros
  • Melhoria da infraestrutura dos conselhos
  • Ampliação do acesso à informação
  • Fortalecimento das entidades representativas
  • Uso de tecnologias de informação

15.6 Papel do Técnico em Enfermagem no Controle Social

15.6.1 Participação Direta

  • Representação nos conselhos de saúde
  • Participação em conferências
  • Atuação em comissões locais
  • Colaboração com ouvidorias

15.6.2 Facilitação da Participação

  • Informar usuários sobre direitos
  • Orientar sobre canais de participação
  • Estimular a participação comunitária
  • Apoiar a organização de grupos

15.6.3 Transparência e Prestação de Contas

  • Fornecer informações sobre serviços
  • Explicar processos e fluxos
  • Colaborar com avaliações
  • Participar de audiências públicas
⚠️ RESPONSABILIDADE PROFISSIONAL: O técnico em enfermagem, como trabalhador do SUS, tem responsabilidade ética e profissional de apoiar e fortalecer o controle social, contribuindo para a democratização da gestão em saúde.

16. Atualizações e Perspectivas 2025

O Sistema Único de Saúde continua em constante evolução, adaptando-se aos novos desafios epidemiológicos, tecnológicos e sociais. As perspectivas para 2025 incluem transformações digitais, novos modelos de cuidado e adaptações pós-pandemia.

16.1 Transformação Digital do SUS

16.1.1 Saúde Digital e Telemedicina

A pandemia de COVID-19 acelerou a adoção de tecnologias digitais na saúde:

  • Telemedicina regulamentada:
    • Teleconsulta para consultas de rotina
    • Telemonitoramento de pacientes crônicos
    • Teleinterconsulta entre profissionais
    • Telerregulação para otimização de fluxos
  • Prontuário Eletrônico Nacional:
    • Integração de dados entre serviços
    • Histórico completo do paciente
    • Prescrição eletrônica
    • Resultados de exames integrados
🆕 CONECTE SUS: Plataforma digital que integra dados de saúde dos brasileiros, permitindo acesso ao histórico de vacinação, exames, consultas e medicamentos através de aplicativo móvel.

16.1.2 Inteligência Artificial e Big Data

  • Análise preditiva: Identificação de riscos e surtos
  • Apoio ao diagnóstico: IA para interpretação de exames
  • Gestão de recursos: Otimização de leitos e equipamentos
  • Medicina personalizada: Tratamentos baseados em dados genômicos

16.1.3 Internet das Coisas (IoT) em Saúde

  • Dispositivos wearables para monitoramento
  • Sensores em equipamentos hospitalares
  • Monitoramento ambiental em tempo real
  • Gestão inteligente de medicamentos

16.2 Novos Modelos de Atenção

16.2.1 Atenção Domiciliar Expandida

Crescimento da atenção domiciliar como alternativa ao cuidado hospitalar:

  • Modalidades:
    • Atenção Domiciliar 1 (AD1) – Atenção Básica
    • Atenção Domiciliar 2 (AD2) – Equipes multiprofissionais
    • Atenção Domiciliar 3 (AD3) – Cuidados intensivos
  • Tecnologias de apoio:
    • Monitoramento remoto
    • Equipamentos portáteis
    • Aplicativos de comunicação
    • Sistemas de alerta

16.2.2 Cuidados Paliativos Integrados

  • Expansão dos cuidados paliativos em todos os níveis
  • Formação específica para profissionais
  • Protocolos de cuidado humanizado
  • Apoio às famílias

16.2.3 Medicina de Precisão

  • Terapias genéticas no SUS
  • Farmacogenômica
  • Biomarcadores para diagnóstico
  • Tratamentos personalizados

16.3 Adaptações Pós-Pandemia

16.3.1 Fortalecimento da Vigilância em Saúde

Lições aprendidas com a COVID-19:

  • Sistema de Alerta Precoce:
    • Monitoramento de síndromes respiratórias
    • Vigilância genômica de patógenos
    • Integração de dados laboratoriais
    • Comunicação de risco aprimorada
  • Preparação para Emergências:
    • Reserva estratégica de insumos
    • Planos de contingência atualizados
    • Capacitação contínua das equipes
    • Articulação intersetorial

16.3.2 Saúde Mental Prioritária

Reconhecimento da importância da saúde mental:

  • Ampliação da RAPS
  • Integração da saúde mental na atenção básica
  • Programas de prevenção ao suicídio
  • Apoio psicossocial em emergências

16.3.3 Fortalecimento da Atenção Básica

  • Reconhecimento como porta de entrada preferencial
  • Investimento em infraestrutura
  • Capacitação das equipes
  • Integração com tecnologias digitais
🦠 APRENDIZADOS COVID-19: A pandemia evidenciou a importância de um sistema de saúde robusto, integrado e preparado para emergências, levando a reformulações nas políticas de vigilância e atenção à saúde.

16.4 Sustentabilidade e Meio Ambiente

16.4.1 Saúde Planetária

Reconhecimento da relação entre saúde humana e meio ambiente:

  • Mudanças Climáticas e Saúde:
    • Adaptação a eventos climáticos extremos
    • Monitoramento de doenças emergentes
    • Preparação para migrações climáticas
    • Redução da pegada de carbono do setor saúde
  • One Health:
    • Integração saúde humana, animal e ambiental
    • Prevenção de zoonoses
    • Vigilância integrada
    • Abordagem multissetorial

16.4.2 Hospitais Verdes

  • Gestão sustentável de resíduos
  • Eficiência energética
  • Uso racional da água
  • Construções sustentáveis

16.5 Inovação e Pesquisa

16.5.1 Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS)

Fortalecimento da capacidade nacional de produção:

  • Produção Nacional:
    • Medicamentos estratégicos
    • Vacinas
    • Equipamentos médicos
    • Insumos para diagnóstico
  • Parcerias para Desenvolvimento Produtivo (PDP):
    • Transferência de tecnologia
    • Redução da dependência externa
    • Fortalecimento da indústria nacional
    • Acesso a tecnologias estratégicas

16.5.2 Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS)

  • CONITEC fortalecida
  • Avaliação baseada em evidências
  • Análise de custo-efetividade
  • Participação social nas decisões

16.6 Desafios Demográficos

16.6.1 Envelhecimento Populacional

Adaptação do SUS ao envelhecimento acelerado:

  • Atenção ao Idoso:
    • Cuidado integrado e coordenado
    • Prevenção de fragilidade
    • Gestão de multimorbidades
    • Cuidados de longa duração
  • Formação Profissional:
    • Geriatria e gerontologia
    • Cuidados paliativos
    • Reabilitação
    • Abordagem multidisciplinar

16.6.2 Transição Epidemiológica

  • Dupla carga de doenças
  • Doenças crônicas não transmissíveis
  • Causas externas
  • Doenças emergentes e reemergentes

16.7 Papel do Técnico em Enfermagem no SUS 2025

16.7.1 Novas Competências

  • Competências Digitais:
    • Uso de tecnologias de informação
    • Telemedicina e telemonitoramento
    • Prontuário eletrônico
    • Aplicativos de saúde
  • Cuidado Integral:
    • Abordagem biopsicossocial
    • Cuidados paliativos
    • Saúde mental
    • Promoção da saúde

16.7.2 Educação Permanente

  • Aprendizagem ao longo da vida
  • Educação à distância
  • Simulação realística
  • Competências interprofissionais

16.7.3 Liderança e Gestão

  • Participação na gestão de serviços
  • Liderança de equipes
  • Melhoria da qualidade
  • Segurança do paciente
🚀 FUTURO DA ENFERMAGEM: O técnico em enfermagem do futuro será um profissional conectado, com competências digitais, visão integral do cuidado e capacidade de adaptação às constantes mudanças tecnológicas e epidemiológicas.

16.8 Perspectivas de Financiamento

16.8.1 Novos Modelos de Financiamento

  • Pagamento por Performance:
    • Indicadores de qualidade
    • Resultados em saúde
    • Satisfação do usuário
    • Eficiência na gestão
  • Orçamento Baseado em Valor:
    • Custo-efetividade
    • Desfechos clínicos
    • Qualidade de vida
    • Sustentabilidade

16.8.2 Investimentos Prioritários

  • Infraestrutura tecnológica
  • Formação de recursos humanos
  • Pesquisa e desenvolvimento
  • Atenção básica fortalecida
⚠️ DESAFIOS FUTUROS: O SUS 2025 enfrentará desafios como envelhecimento populacional, mudanças climáticas, novas tecnologias caras e necessidade de sustentabilidade financeira, exigindo adaptação constante e inovação.

16.9 Conclusão: SUS Resiliente e Adaptativo

O Sistema Único de Saúde continua sua trajetória de evolução, adaptando-se aos novos desafios do século XXI. As perspectivas para 2025 mostram um SUS mais digital, integrado e preparado para enfrentar emergências sanitárias, mantendo seus princípios fundamentais de universalidade, equidade e integralidade.

🌟 VISÃO 2025: Um SUS fortalecido pela tecnologia, sustentado pela participação social, preparado para emergências e comprometido com a saúde integral da população brasileira, mantendo-se como referência mundial de sistema público universal de saúde.


Apostila Vigilância e Segurança em Saúde – Técnico em Enfermagem 2025

🛡️ Vigilância e Segurança em Saúde

Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025

Vigilância Epidemiológica, Sanitária, Biossegurança e Ética

📋 ÍNDICE

  • 1. Vigilância Epidemiológica
  • 2. Vigilância Sanitária
  • 3. Higiene e Prevenção de Acidentes no Trabalho
  • 4. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
  • 5. Ética e Humanização na Atenção à Saúde
  • 6. Biossegurança em Serviços de Saúde

1. Vigilância Epidemiológica

A Vigilância Epidemiológica constitui um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.

🔍 CONCEITO OFICIAL: “Conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva” (Lei 8.080/1990, Art. 6º, § 2º).

1.1 Objetivos da Vigilância Epidemiológica

1.1.1 Objetivos Gerais

  • Conhecer a situação de saúde: Identificar problemas prioritários
  • Detectar mudanças: Alterações no padrão de ocorrência de doenças
  • Recomendar medidas: Ações de prevenção e controle
  • Avaliar impacto: Efetividade das medidas implementadas
  • Divulgar informações: Comunicação para tomada de decisões

1.1.2 Objetivos Específicos

  • Coletar, processar, analisar e interpretar dados
  • Investigar epidemias e surtos
  • Recomendar e promover medidas de controle
  • Avaliar medidas de controle
  • Divulgar informações pertinentes

1.2 Funções da Vigilância Epidemiológica

1.2.1 Coleta de Dados

Primeira etapa do sistema de vigilância:

  • Fontes de dados:
    • Notificação compulsória
    • Investigação epidemiológica
    • Inquéritos epidemiológicos
    • Sistemas de informação em saúde
    • Estudos epidemiológicos especiais
    • Dados demográficos e socioeconômicos
    • Dados ambientais
  • Qualidade dos dados:
    • Oportunidade (tempo adequado)
    • Completitude (dados completos)
    • Consistência (dados coerentes)
    • Validade (dados corretos)

1.2.2 Sistema de Notificação

PrazoSituaçãoExemplos
Imediata (até 24h)Emergências de saúde públicaCólera, Febre Amarela, Peste, Varíola
SemanalDoenças de notificação regularDengue, Tuberculose, Sífilis, HIV
MensalAgravos específicosViolência doméstica, Acidentes de trabalho
Imediata (até 24h)
Situação: Emergências de saúde pública
Exemplos: Cólera, Febre Amarela, Peste, Varíola
Semanal
Situação: Doenças de notificação regular
Exemplos: Dengue, Tuberculose, Sífilis, HIV
Mensal
Situação: Agravos específicos
Exemplos: Violência doméstica, Acidentes de trabalho

1.2.3 Lista de Doenças de Notificação Compulsória (2025)

Principais Doenças de Notificação Compulsória

COVID-19
Dengue
Tuberculose
Sífilis
HIV/AIDS
Hepatites Virais
Febre Amarela
Malária
Leishmaniose
Hanseníase
Meningites
Coqueluche
Sarampo
Rubéola
Varicela
Influenza
Chikungunya
Zika
🆕 ATUALIZAÇÕES 2025: A lista de notificação compulsória foi atualizada incluindo novas variantes de COVID-19, monkeypox (mpox) e outras doenças emergentes identificadas pela vigilância genômica.

1.3 Investigação Epidemiológica

1 Verificação do diagnóstico: Confirmar a existência dos casos
2 Confirmação da existência do surto: Comparar com dados históricos
3 Caracterização do surto: Pessoa, tempo e lugar
4 Levantamento de hipóteses: Possíveis causas e fontes
5 Teste de hipóteses: Estudos epidemiológicos
6 Implementação de medidas: Controle e prevenção
7 Avaliação das medidas: Efetividade das ações
8 Relatório final: Documentação e divulgação

1.4 Papel do Técnico em Enfermagem

  • Identificação de casos: Reconhecer sinais e sintomas
  • Notificação: Comunicar casos suspeitos ou confirmados
  • Coleta de dados: Preenchimento correto de fichas
  • Educação em saúde: Orientar pacientes e familiares
  • Medidas de controle: Implementar ações preventivas
⚠️ RESPONSABILIDADE LEGAL: A notificação compulsória é obrigação legal de todos os profissionais de saúde, incluindo técnicos em enfermagem. O não cumprimento pode resultar em sanções administrativas, civis e penais.

2. Vigilância Sanitária

A Vigilância Sanitária constitui um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.

🏛️ CONCEITO LEGAL: “Conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde” (Lei 8.080/1990, Art. 6º, § 1º).

2.1 Objetivos da Vigilância Sanitária

  • Proteção da saúde: Eliminar, diminuir ou prevenir riscos
  • Controle sanitário: Produtos, serviços e ambientes
  • Regulamentação: Normas e padrões de qualidade
  • Fiscalização: Cumprimento das normas sanitárias
  • Educação sanitária: Orientação à população e setores regulados

2.2 Controle de Produtos

2.2.1 Medicamentos

  • Registro: Avaliação de eficácia e segurança
  • Fabricação: Boas Práticas de Fabricação (BPF)
  • Distribuição: Controle da cadeia de suprimentos
  • Farmacovigilância: Monitoramento de eventos adversos

2.2.2 Alimentos

  • Registro e notificação: Alimentos com alegações funcionais
  • Padrões de qualidade: Composição nutricional e contaminantes
  • Boas práticas: BPF e APPCC

2.2.3 Produtos para Saúde

  • Classificação por risco: Classes I a IV
  • Controles regulatórios: Cadastro, registro e tecnovigilância

2.3 Controle de Serviços

2.3.1 Serviços de Saúde

  • Licenciamento: Alvará sanitário e licença de funcionamento
  • Requisitos técnicos: Estrutura, equipamentos e recursos humanos
  • Inspeções: Programadas, por denúncia e de rotina

2.3.2 Serviços de Alimentação

  • Boas práticas: Manipulação higiênica e controle de temperatura
  • Estrutura física: Layout adequado e controle de pragas

2.4 Controle de Ambientes

  • Ambientes de trabalho: Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT)
  • Ambientes de uso coletivo: Piscinas, academias, escolas, hotéis
⚖️ PODER DE POLÍCIA: A Vigilância Sanitária exerce poder de polícia administrativa, podendo aplicar sanções como advertências, multas, apreensões, interdições e cancelamento de licenças para proteger a saúde pública.
🆕 INOVAÇÕES 2025: Implementação de blockchain para rastreabilidade de medicamentos, inteligência artificial para detecção de falsificações e sistemas de farmacovigilância em tempo real integrados aos prontuários eletrônicos.

3. Higiene e Prevenção de Acidentes no Trabalho

A higiene e segurança no trabalho em saúde envolvem um conjunto de medidas destinadas a proteger a integridade física e mental dos trabalhadores, prevenindo acidentes, doenças ocupacionais e promovendo ambientes de trabalho seguros e saudáveis.

3.1 Conceitos Fundamentais

🏥 SAÚDE OCUPACIONAL: Estado de bem-estar físico, mental e social do trabalhador em relação ao seu trabalho, não apenas a ausência de doença ou enfermidade.
  • Acidente de trabalho: Evento súbito que ocorre durante o exercício do trabalho, causando lesão corporal ou perturbação funcional
  • Doença ocupacional: Doença produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
  • Risco ocupacional: Probabilidade de ocorrência de evento adverso à saúde do trabalhador
  • Perigo: Fonte ou situação com potencial para causar danos

3.2 Riscos Ocupacionais em Saúde

Tipo de RiscoCorExemplosEfeitos na Saúde
FísicosVerdeRuído, radiação, temperaturaPerda auditiva, queimaduras, estresse térmico
QuímicosVermelhoMedicamentos, desinfetantes, gasesIntoxicação, alergias, câncer
BiológicosMarromVírus, bactérias, fungosInfecções, hepatites, tuberculose
ErgonômicosAmareloPostura inadequada, repetitividadeLER/DORT, fadiga, estresse
AcidentesAzulPerfurocortantes, quedas, choquesFerimentos, fraturas, morte
Riscos Físicos (Verde)
Exemplos: Ruído, radiação, temperatura
Efeitos: Perda auditiva, queimaduras, estresse térmico
Riscos Químicos (Vermelho)
Exemplos: Medicamentos, desinfetantes, gases
Efeitos: Intoxicação, alergias, câncer
Riscos Biológicos (Marrom)
Exemplos: Vírus, bactérias, fungos
Efeitos: Infecções, hepatites, tuberculose
Riscos Ergonômicos (Amarelo)
Exemplos: Postura inadequada, repetitividade
Efeitos: LER/DORT, fadiga, estresse
Riscos de Acidentes (Azul)
Exemplos: Perfurocortantes, quedas, choques
Efeitos: Ferimentos, fraturas, morte

3.3 Hierarquia das Medidas de Controle

1 Eliminação: Remover completamente o risco
2 Substituição: Trocar por algo menos perigoso
3 Controles de engenharia: Isolamento, ventilação, barreiras
4 Controles administrativos: Procedimentos, treinamentos, sinalizações
5 Equipamentos de proteção individual: EPIs como última barreira

3.4 Acidentes com Material Biológico

3.4.1 Conduta Pós-Exposição

1 Cuidados imediatos: Lavar com água e sabão, não apertar o ferimento
2 Comunicação: Notificar imediatamente a chefia e o SESMT
3 Avaliação médica: Procurar atendimento médico urgente (até 2 horas)
4 Testes laboratoriais: Sorologia do acidentado e paciente-fonte
5 Profilaxia: Medicamentos antivirais se indicado
6 Seguimento: Acompanhamento médico por 6 meses
7 Documentação: CAT (Comunicação de Acidente de Trabalho)
⏰ URGÊNCIA: A profilaxia pós-exposição deve ser iniciada preferencialmente nas primeiras 2 horas após o acidente, no máximo até 72 horas para HIV e imediatamente para hepatite B.
🆕 ATUALIZAÇÕES 2025: Implementação de telemedicina ocupacional para consultas de rotina, uso de wearables para monitoramento contínuo da saúde dos trabalhadores e inteligência artificial para predição de riscos ocupacionais.

4. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)

Os Equipamentos de Proteção Individual são dispositivos ou produtos de uso individual utilizados pelo trabalhador, destinados à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.

🦺 CONCEITO LEGAL: “Todo dispositivo ou produto, de uso individual utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho” (NR-6, item 6.1).

4.1 EPIs Específicos para Enfermagem

4.1.1 Proteção Respiratória

TipoProteçãoIndicaçãoObservações
Máscara cirúrgicaGotículasProcedimentos de rotinaNão protege contra aerossóis
N95/PFF2AerossóisTuberculose, COVID-19Teste de vedação obrigatório
N99/PFF3Aerossóis (maior eficiência)Procedimentos de alto riscoMaior resistência respiratória
Máscara Cirúrgica
Proteção: Gotículas
Indicação: Procedimentos de rotina
Observações: Não protege contra aerossóis
N95/PFF2
Proteção: Aerossóis
Indicação: Tuberculose, COVID-19
Observações: Teste de vedação obrigatório
N99/PFF3
Proteção: Aerossóis (maior eficiência)
Indicação: Procedimentos de alto risco
Observações: Maior resistência respiratória

4.1.2 Proteção das Mãos

  • Luvas de procedimento: Látex, nitrilo ou vinil, uso único
  • Luvas estéreis: Procedimentos invasivos e cirurgias
  • Luvas de proteção química: Manipulação de quimioterápicos
  • Luvas de proteção térmica: Manuseio de materiais quentes

4.2 Uso Correto dos EPIs

4.2.1 Sequência de Colocação (Paramentação)

1 Higienização das mãos: Água e sabão ou álcool gel
2 Avental: Amarrar na altura do pescoço e cintura
3 Máscara/Respirador: Ajustar bem ao rosto, testar vedação
4 Óculos/Protetor facial: Posicionar sobre a máscara
5 Luvas: Cobrir os punhos do avental

4.2.2 Sequência de Retirada (Desparamentação)

1 Luvas: Retirar sem contaminar as mãos
2 Higienização das mãos: Álcool gel
3 Óculos/Protetor facial: Segurar pelas hastes
4 Avental: Retirar sem contaminar o uniforme
5 Máscara/Respirador: Retirar pelos elásticos
6 Higienização das mãos: Água e sabão
⚠️ CONTAMINAÇÃO: A retirada incorreta dos EPIs é uma das principais causas de contaminação dos profissionais. Sempre seguir a sequência correta e evitar tocar a parte externa dos equipamentos.

4.3 Responsabilidades

4.3.1 Responsabilidades do Empregador

  • Fornecer EPIs adequados gratuitamente
  • Treinar os trabalhadores
  • Exigir o uso correto
  • Substituir quando necessário
  • Responsabilizar-se pela higienização e manutenção

4.3.2 Responsabilidades do Trabalhador

  • Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina
  • Responsabilizar-se pela guarda e conservação
  • Comunicar ao empregador qualquer alteração
  • Cumprir as determinações do empregador
⚖️ OBRIGAÇÃO LEGAL: O uso de EPI é obrigatório por lei. O trabalhador que se recusar a usar pode ser demitido por justa causa, e o empregador que não fornecer pode ser multado e responsabilizado por acidentes.
🆕 TECNOLOGIAS 2025: Desenvolvimento de EPIs inteligentes com sensores que monitoram a qualidade do ar, detectam vazamentos e alertam sobre a necessidade de troca. Materiais antimicrobianos e nanotecnologia para maior proteção.

5. Ética e Humanização na Atenção à Saúde

A ética e humanização na atenção à saúde constituem pilares fundamentais para uma assistência de qualidade, baseada no respeito à dignidade humana, na promoção dos direitos dos usuários e na construção de relações mais humanas e solidárias entre profissionais e pacientes.

5.1 Fundamentos da Ética em Saúde

🤝 ÉTICA: Conjunto de princípios morais que orientam a conduta humana, estabelecendo o que é certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto nas relações entre as pessoas.

5.1.1 Princípios Fundamentais da Bioética

  • Autonomia: Respeito à capacidade de autodeterminação e direito de tomar decisões sobre a própria vida
  • Beneficência: Obrigação de fazer o bem e promover o bem-estar do paciente
  • Não-maleficência: Obrigação de não causar dano (“Primum non nocere”)
  • Justiça: Distribuição equitativa de benefícios e riscos, igualdade de acesso aos cuidados

5.2 Direitos dos Usuários dos Serviços de Saúde

  • Direito ao acesso: Universal e igualitário, sem discriminação
  • Direito à informação: Sobre seu estado de saúde e procedimentos
  • Direito à participação: Nas decisões sobre seu tratamento
  • Direito à privacidade: Confidencialidade das informações
  • Direito ao tratamento adequado: Humanizado, com dignidade e respeito

5.3 Sigilo Profissional

🔒 SIGILO PROFISSIONAL: Obrigação ética e legal de manter em segredo as informações obtidas no exercício profissional, protegendo a privacidade e intimidade dos pacientes.

5.3.1 Exceções ao Sigilo

  • Autorização do paciente: Consentimento expresso
  • Obrigação legal: Notificação compulsória, ordem judicial
  • Justa causa: Proteção da vida do paciente ou de terceiros
⚠️ VIOLAÇÃO DO SIGILO: A quebra do sigilo profissional pode resultar em sanções éticas, administrativas, civis e penais. É crime previsto no Código Penal (Art. 154).

5.4 Consentimento Livre e Esclarecido

Processo pelo qual o paciente, após receber informações adequadas sobre sua condição, tratamento proposto, riscos e alternativas, decide livremente sobre sua participação no tratamento.

5.4.1 Elementos Essenciais

  • Informação: Diagnóstico, tratamento, riscos, benefícios e alternativas
  • Compreensão: Linguagem adequada e verificação do entendimento
  • Voluntariedade: Ausência de coerção e liberdade de escolha

5.5 Humanização da Assistência

5.5.1 Política Nacional de Humanização (PNH)

Política transversal do SUS que visa qualificar as práticas de gestão e de atenção em saúde.

5.5.2 Diretrizes da Humanização

  • Acolhimento: Recepção do usuário desde sua chegada
  • Gestão participativa: Inclusão de trabalhadores e usuários
  • Clínica ampliada: Compromisso com o sujeito e sua singularidade
  • Valorização do trabalho: Reconhecimento dos trabalhadores

5.6 Comunicação Humanizada

  • Comunicação verbal: Linguagem clara, tom adequado, escuta ativa
  • Comunicação não verbal: Expressão facial, postura, gestos, contato visual
  • Barreiras à comunicação: Físicas, psicológicas, culturais, técnicas

5.7 Papel do Técnico em Enfermagem

  • Respeito à dignidade: Tratar todos com respeito, sem discriminação
  • Competência profissional: Atuar dentro de suas competências
  • Responsabilidade: Assumir responsabilidade pelos atos
  • Acolhimento: Receber com cordialidade e demonstrar interesse
  • Comunicação efetiva: Usar linguagem adequada e demonstrar empatia
🆕 TENDÊNCIAS 2025: Implementação de programas de inteligência emocional para profissionais de saúde, uso de tecnologias para melhorar a comunicação com pacientes e desenvolvimento de protocolos de cuidado centrado na pessoa.

6. Biossegurança em Serviços de Saúde

A biossegurança em serviços de saúde compreende o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas e do meio ambiente.

🔬 BIOSSEGURANÇA: Conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas e do meio ambiente.

6.1 Princípios da Biossegurança

  • Contenção: Confinamento seguro de agentes infecciosos
  • Isolamento: Separação de agentes perigosos do ambiente
  • Controle: Medidas para reduzir riscos
  • Proteção: Equipamentos e procedimentos de segurança

6.2 Níveis de Biossegurança

NívelRiscoAgentesMedidas de Contenção
NB-1BaixoE. coli não patogênicaPráticas básicas de laboratório
NB-2ModeradoHepatite B, HIV, SalmonellaCabine de segurança biológica
NB-3AltoTuberculose, Febre AmarelaLaboratório de contenção
NB-4MáximoEbola, MarburgMáxima contenção
NB-1 (Baixo Risco)
Agentes: E. coli não patogênica
Medidas: Práticas básicas de laboratório
NB-2 (Risco Moderado)
Agentes: Hepatite B, HIV, Salmonella
Medidas: Cabine de segurança biológica
NB-3 (Alto Risco)
Agentes: Tuberculose, Febre Amarela
Medidas: Laboratório de contenção
NB-4 (Risco Máximo)
Agentes: Ebola, Marburg
Medidas: Máxima contenção

6.3 Precauções Padrão

Medidas de prevenção que devem ser aplicadas no cuidado de todos os pacientes, independentemente do diagnóstico confirmado ou presumido de doença infecciosa.

6.3.1 Componentes das Precauções Padrão

  • Higienização das mãos:
    • Antes e após contato com paciente
    • Antes de procedimentos assépticos
    • Após risco de exposição a fluidos corporais
    • Após contato com superfícies próximas ao paciente
  • Uso de EPIs:
    • Luvas para contato com sangue e fluidos corporais
    • Avental para proteção da roupa
    • Máscara e proteção ocular quando há risco de respingos
  • Cuidados com perfurocortantes:
    • Não reencapar agulhas
    • Descartar em recipientes rígidos
    • Não quebrar ou entortar agulhas
  • Limpeza e desinfecção:
    • Superfícies e equipamentos
    • Produtos adequados
    • Técnicas corretas

6.4 Precauções Baseadas na Transmissão

6.4.1 Precauções para Contato

  • Indicações: Infecções por microrganismos multirresistentes, C. difficile
  • Medidas: Quarto privativo, luvas e avental para todos os contatos

6.4.2 Precauções para Gotículas

  • Indicações: Influenza, coqueluche, meningite meningocócica
  • Medidas: Máscara cirúrgica, distância mínima de 1 metro

6.4.3 Precauções para Aerossóis

  • Indicações: Tuberculose, sarampo, varicela, COVID-19
  • Medidas: Quarto com pressão negativa, respirador N95/PFF2

6.5 Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde

6.5.1 Classificação dos Resíduos (RDC 222/2018)

  • Grupo A (Infectantes):
    • A1: Culturas, vacinas vencidas
    • A2: Carcaças de animais
    • A3: Peças anatômicas
    • A4: Filtros, materiais perfurocortantes
    • A5: Órgãos e tecidos
  • Grupo B (Químicos): Medicamentos, reagentes químicos
  • Grupo C (Radioativos): Materiais com radionuclídeos
  • Grupo D (Comuns): Papel, plástico não contaminado
  • Grupo E (Perfurocortantes): Agulhas, bisturis, vidros

6.5.2 Segregação e Acondicionamento

  • Segregação na fonte: Separar no momento da geração
  • Recipientes adequados: Sacos e recipientes específicos para cada grupo
  • Identificação: Símbolos e cores padronizadas
  • Limite de peso: Máximo de 2/3 da capacidade

6.6 Limpeza, Desinfecção e Esterilização

6.6.1 Limpeza

  • Conceito: Remoção de sujidade visível
  • Produtos: Detergentes neutros ou enzimáticos
  • Técnica: Fricção mecânica

6.6.2 Desinfecção

  • Conceito: Eliminação de microrganismos patogênicos
  • Níveis:
    • Alto nível: Elimina todos os microrganismos
    • Nível intermediário: Elimina bactérias vegetativas e vírus
    • Baixo nível: Elimina bactérias vegetativas
  • Produtos: Álcool 70%, hipoclorito, quaternário de amônio

6.6.3 Esterilização

  • Conceito: Eliminação completa de todas as formas de vida microbiana
  • Métodos:
    • Vapor saturado sob pressão (autoclave)
    • Óxido de etileno
    • Plasma de peróxido de hidrogênio
    • Radiação gama

6.7 Controle de Infecção Hospitalar

6.7.1 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)

  • Composição: Médico, enfermeiro, farmacêutico, outros profissionais
  • Atribuições: Elaborar normas, investigar surtos, educar profissionais

6.7.2 Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)

  • Função: Executar as ações de controle de infecção
  • Atividades: Vigilância epidemiológica, assessoria técnica

6.8 Papel do Técnico em Enfermagem na Biossegurança

  • Aplicação das precauções: Padrão e baseadas na transmissão
  • Uso correto de EPIs: Seleção, uso e descarte adequados
  • Higienização das mãos: Técnica correta e momentos adequados
  • Gerenciamento de resíduos: Segregação e acondicionamento corretos
  • Limpeza e desinfecção: Técnicas e produtos apropriados
  • Educação em saúde: Orientar pacientes e familiares
  • Notificação: Comunicar situações de risco
🛡️ RESPONSABILIDADE COLETIVA: A biossegurança é responsabilidade de todos os profissionais de saúde. O técnico em enfermagem deve ser protagonista na implementação de medidas de segurança, protegendo pacientes, colegas e comunidade.
🆕 INOVAÇÕES 2025: Implementação de sistemas de monitoramento em tempo real da adesão às práticas de biossegurança, uso de inteligência artificial para predição de surtos e desenvolvimento de novos materiais antimicrobianos para superfícies hospitalares.
📚 CONCLUSÃO: A vigilância e segurança em saúde são fundamentais para a prática segura e eficaz do técnico em enfermagem. O domínio destes conhecimentos é essencial para a proteção dos pacientes, profissionais e comunidade, contribuindo para a qualidade da assistência e a promoção da saúde pública.


Apostila Legislação da Enfermagem – Técnico em Enfermagem 2025

⚖️ Legislação da Enfermagem

Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025

Lei do Exercício Profissional, Código de Ética e Sistema COFEN/COREN

📋 ÍNDICE

  • 1. Lei nº 7.498/1986 – Exercício da Enfermagem
  • 2. Decreto nº 94.406/1987 – Regulamentação da Lei
  • 3. Resolução COFEN nº 564/2017 – Código de Ética
  • 4. Sistema COFEN/COREN
  • 5. Responsabilidade Civil, Penal e Ética

1. Lei nº 7.498/1986 – Exercício da Enfermagem

A Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem no Brasil, estabelecendo as categorias profissionais, suas competências e atividades privativas. Esta lei é fundamental para compreender a estrutura legal da profissão de enfermagem no país.

📜 LEI Nº 7.498/1986: “Dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem, e dá outras providências.” Sancionada pelo Presidente José Sarney em 25 de junho de 1986.

1.1 Categorias Profissionais da Enfermagem

A Lei 7.498/1986 estabelece que o exercício da enfermagem é privativo dos profissionais inscritos nos Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN), divididos em quatro categorias:

Categorias Profissionais da Enfermagem

Enfermeiro
Técnico em Enfermagem
Auxiliar de Enfermagem
Parteiro

1.1.1 Enfermeiro

Art. 7º – São enfermeiros:
I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por escola de enfermagem, nos termos da lei;
II – o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferido nos termos da lei;
III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de enfermeiro, de enfermeira obstétrica ou de obstetriz;
IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de enfermeiro conforme legislação específica.

1.1.2 Técnico em Enfermagem

Art. 8º – São técnicos de enfermagem:
I – o titular do diploma ou do certificado de técnico de enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente;
II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de técnico de enfermagem.

1.1.3 Auxiliar de Enfermagem

Art. 9º – São auxiliares de enfermagem:
I – o titular do certificado de auxiliar de enfermagem conferido por entidade de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão competente;
II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de julho de 1956;
III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
IV – o titular de certificado de enfermeiro prático ou prático de enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades Federativas, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 20.931, de 11 de janeiro de 1932, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
V – o pessoal enquadrado como auxiliar de enfermagem, nos termos do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.

1.1.4 Parteiro

Art. 10 – São parteiros:
I – o titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
II – o titular do diploma ou certificado de parteiro, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, na forma da legislação específica.

1.2 Atividades Privativas do Enfermeiro

O artigo 11 da Lei 7.498/1986 estabelece as atividades que são privativas do enfermeiro, ou seja, que só podem ser exercidas por profissionais com formação superior em enfermagem:

Art. 11 – O Enfermeiro exerce todas as atividades de enfermagem, cabendo-lhe:
I – privativamente:
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem;
e) consulta de enfermagem;
f) prescrição da assistência de enfermagem;
g) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas.

1.3 Atividades do Técnico em Enfermagem

O artigo 12 da Lei 7.498/1986 define as atividades que podem ser exercidas pelo técnico em enfermagem:

Art. 12 – O técnico de enfermagem exerce atividade de nível médio, envolvendo orientação e acompanhamento do trabalho de enfermagem em grau auxiliar, e participação no planejamento da assistência de enfermagem, cabendo-lhe especialmente:
a) participar da programação da assistência de enfermagem;
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no Parágrafo único do Art. 11 desta Lei;
c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau auxiliar;
d) participar da equipe de saúde.
📌 IMPORTANTE: O técnico em enfermagem pode executar todas as ações de enfermagem, EXCETO aquelas privativas do enfermeiro listadas no artigo 11, inciso I.

1.4 Atividades do Auxiliar de Enfermagem

Art. 13 – O auxiliar de enfermagem exerce atividades de nível médio, de natureza repetitiva, envolvendo serviços auxiliares de enfermagem sob supervisão, bem como a participação em nível de execução simples, em processos de tratamento, cabendo-lhe especialmente:
a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;
b) executar ações de tratamento simples;
c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
d) participar da equipe de saúde.

1.5 Exercício da Profissão

Art. 14 – Incumbe a todo o pessoal de enfermagem:
I – cumprir e fazer cumprir o Código de Ética dos profissionais de enfermagem;
II – exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade;
III – prestar assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência;
IV – proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde;
V – exercer ou participar da assistência de enfermagem, quando convocado, em situação de emergência, epidemia, catástrofe e guerra;
VI – respeitar os princípios éticos e legais da profissão;
VII – participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do aprimoramento técnico-científico, do exercício da cidadania e das reivindicações por melhores condições de assistência, trabalho e remuneração;
VIII – aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão;
IX – colaborar com a fiscalização do exercício profissional;
X – exercer a profissão com autonomia, respeitados os preceitos legais e os princípios éticos;
XI – fundamentar suas ações técnico-científicas, éticas e legais;
XII – participar da prática multiprofissional e interdisciplinar com responsabilidade, autonomia e liberdade;
XIII – conhecer, cumprir e fazer cumprir o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e as normas do Sistema COFEN/COREns;
XIV – exercer suas atividades fazendo uso dos conhecimentos e avanços técnicos e científicos.
🆕 ATUALIZAÇÃO 2025: O artigo 14 foi atualizado pela Lei nº 14.434/2022, incluindo novos incisos que reforçam a responsabilidade ética, técnica e científica dos profissionais de enfermagem, especialmente após as experiências da pandemia de COVID-19.

1.6 Supervisão e Responsabilidade Técnica

Art. 15 – As atividades referidas nos arts. 12 e 13 desta lei, quando exercidas em instituições de saúde, públicas e privadas, e em programas de saúde, somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão de Enfermeiro.
⚠️ SUPERVISÃO OBRIGATÓRIA: Técnicos e auxiliares de enfermagem SEMPRE devem trabalhar sob supervisão de enfermeiro. Esta é uma exigência legal fundamental para a segurança do paciente.

2. Decreto nº 94.406/1987 – Regulamentação da Lei

O Decreto nº 94.406, de 8 de junho de 1987, regulamenta a Lei nº 7.498/1986, detalhando as competências específicas de cada categoria profissional e estabelecendo normas para o exercício da enfermagem.

📋 DECRETO Nº 94.406/1987: “Regulamenta a Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, que dispõe sobre o exercício da enfermagem, e dá outras providências.” Assinado pelo Presidente José Sarney.

2.1 Competências Específicas do Técnico em Enfermagem

O artigo 10 do Decreto 94.406/1987 detalha as competências específicas do técnico em enfermagem:

Art. 10 – O Técnico de Enfermagem exerce as atividades auxiliares, de nível médio técnico, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe:
I – assistir ao Enfermeiro:
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de enfermagem;
b) na prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado grave;
c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância epidemiológica;
d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar;
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde;
f) na execução dos programas referidos nas letras “c”, “d” e “e” deste artigo;
II – executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do Enfermeiro e as referidas no art. 11 deste decreto;
III – integrar a equipe de saúde.

2.2 Atividades Específicas Detalhadas

2.2.1 Cuidados Diretos ao Paciente

  • Sinais vitais: Verificação de temperatura, pulso, respiração e pressão arterial
  • Administração de medicamentos: Por via oral, tópica, intramuscular, subcutânea e endovenosa (conforme prescrição)
  • Curativos: Simples e complexos, conforme orientação do enfermeiro
  • Higiene e conforto: Banho no leito, higiene oral, mudança de decúbito
  • Alimentação: Auxílio na alimentação e administração de dieta enteral

2.2.2 Procedimentos Técnicos

  • Coleta de material: Para exames laboratoriais (sangue, urina, fezes, escarro)
  • Sondagens: Vesical de demora e de alívio, nasogástrica
  • Oxigenoterapia: Instalação e manutenção de oxigênio
  • Aspiração: De vias aéreas superiores
  • Controles: Balanço hídrico, glicemia capilar

2.2.3 Atividades Educativas e Preventivas

  • Orientação ao paciente: Sobre cuidados de saúde e prevenção
  • Educação em saúde: Participação em programas educativos
  • Imunização: Aplicação de vacinas conforme programa
  • Vigilância epidemiológica: Identificação e notificação de casos

2.3 Limitações e Restrições

⚠️ ATIVIDADES VEDADAS AO TÉCNICO EM ENFERMAGEM:
  • Prescrição de medicamentos ou tratamentos
  • Consulta de enfermagem
  • Direção de serviços de enfermagem
  • Auditoria em enfermagem
  • Cuidados de enfermagem de alta complexidade sem supervisão

2.4 Supervisão e Delegação

Art. 11 – O Auxiliar de Enfermagem executa as atividades auxiliares, de nível médio, atribuídas à equipe de enfermagem, cabendo-lhe:
I – preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos;
II – observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação;
III – executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras atividades de enfermagem, tais como:
a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral;
b) realizar controle hídrico;
c) fazer curativos;
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e calor ou frio;
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas;
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis;
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico;
h) colher material para exames laboratoriais;
i) prestar cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios;
j) circular em salas de cirurgia e, se necessário, instrumentar;
l) executar atividades de desinfecção e esterilização;
IV – prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua segurança, inclusive:
a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e do ambiente de trabalho;
c) integrar a equipe de saúde;
d) participar de atividades de educação em saúde, inclusive:
e) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de enfermagem e médicas;
f) executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes;
g) participar dos procedimentos pós-morte.
📌 DIFERENÇA TÉCNICO X AUXILIAR: O técnico em enfermagem tem formação mais ampla e pode participar do planejamento da assistência, enquanto o auxiliar executa atividades mais simples e repetitivas, sempre sob supervisão.

2.5 Responsabilidade Técnica

Art. 13 – As atividades de que tratam os arts. 10 e 11 somente poderão ser exercidas sob supervisão, orientação e direção de Enfermeiro.
Parágrafo único – O disposto neste artigo não se aplica aos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem que trabalhem em unidades básicas de saúde, onde não há Enfermeiro lotado, desde que sejam supervisionados, orientados e dirigidos, mediata ou imediatamente, por Enfermeiro que integre a equipe de saúde da unidade ou do sistema local de saúde.
🆕 INTERPRETAÇÃO ATUAL 2025: Com a expansão da telemedicina e telessaúde, a supervisão “mediata” pode incluir orientação à distância através de tecnologias de comunicação, desde que garantida a segurança do paciente e o cumprimento das normas técnicas.

3. Resolução COFEN nº 564/2017 – Código de Ética

A Resolução COFEN nº 564/2017 aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, estabelecendo princípios, direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos profissionais de enfermagem.

⚖️ CÓDIGO DE ÉTICA: “Conjunto de normas e princípios que orientam a conduta profissional, baseado nos valores da sociedade e nos princípios que regem a profissão, conferindo-lhe o caráter de compromisso ético-social.”

3.1 Princípios Fundamentais

O Código de Ética estabelece princípios fundamentais que norteiam toda a prática profissional da enfermagem:

Princípio I
A enfermagem é uma profissão comprometida com a saúde e qualidade de vida da pessoa, família e coletividade.
Princípio II
O profissional de enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os preceitos éticos e legais.
Princípio III
O profissional de enfermagem respeita a vida, a dignidade e os direitos humanos, em todas as suas dimensões.
Princípio IV
O profissional de enfermagem exerce suas atividades com competência para a promoção do ser humano na sua integralidade, de acordo com os princípios da ética e da bioética.
Princípio V
O profissional de enfermagem exerce a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade.
Princípio VI
O profissional de enfermagem assegura a continuidade da assistência de enfermagem em condições que ofereçam segurança, mesmo em circunstâncias adversas.
Princípio VII
O profissional de enfermagem atua na educação e na pesquisa com rigor científico e fundamentação ética.
Princípio VIII
O profissional de enfermagem participa como integrante da equipe de saúde, das ações que visem satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos princípios das políticas públicas de saúde e ambientais.
Princípio IX
O profissional de enfermagem respeita os direitos da pessoa nas situações de nascimento, vida, morte e luto.
Princípio X
O profissional de enfermagem atua sempre em benefício da pessoa, família e coletividade, evitando causar danos físicos, psíquicos, morais e ambientais.

3.2 Direitos dos Profissionais de Enfermagem

O Capítulo II do Código de Ética estabelece os direitos dos profissionais de enfermagem:

  • Art. 1º – Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos
  • Art. 2º – Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação a sua prática profissional
  • Art. 3º – Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa dos direitos e interesses da categoria e da sociedade
  • Art. 4º – Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do Conselho Regional de Enfermagem
  • Art. 5º – Ter acesso às informações relacionadas à pessoa, família e coletividade, necessárias ao exercício profissional
  • Art. 6º – Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade
  • Art. 7º – Ter respeitadas as suas convicções políticas, religiosas, éticas, ideológicas e partidárias, desde que não interfiram no exercício profissional
  • Art. 8º – Receber tratamento condigno por parte de empregadores, superiores hierárquicos, pares, subordinados e diferentes categorias profissionais
  • Art. 9º – Ter direito à remuneração justa pelo trabalho realizado
  • Art. 10 – Recusar-se a trabalhar em locais onde as condições sejam inseguras ou inadequadas ao exercício profissional
📌 DIREITO DE RECUSA: O profissional tem o direito de recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência ou que não ofereçam segurança. Este é um direito fundamental para a proteção do profissional e do paciente.

3.3 Responsabilidades e Deveres

O Capítulo III estabelece as responsabilidades e deveres dos profissionais de enfermagem:

3.3.1 Responsabilidades Gerais

  • Art. 11 – Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade
  • Art. 12 – Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência
  • Art. 13 – Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem
  • Art. 14 – Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão

3.3.2 Deveres Específicos na Assistência

  • Art. 15 – Prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer natureza
  • Art. 16 – Garantir a continuidade da assistência de enfermagem em condições que ofereçam segurança
  • Art. 17 – Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência de enfermagem
  • Art. 18 – Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem-estar

3.4 Proibições

O Capítulo IV estabelece as proibições aos profissionais de enfermagem, organizadas por seções:

3.4.1 Das Relações com a Pessoa, Família e Coletividade

  • Art. 35 – Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência prestada
  • Art. 36 – Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte
  • Art. 37 – Executar procedimentos ou participar da assistência à saúde sem estar devidamente capacitado
  • Art. 38 – Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independentemente de ter sido praticada individualmente ou em equipe

3.4.2 Das Relações com os Trabalhadores de Enfermagem, Saúde e Outros

  • Art. 49 – Assumir responsabilidades para as quais não esteja habilitado
  • Art. 50 – Executar ou determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às demais normas que regulam o exercício da enfermagem
  • Art. 51 – Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de enfermagem ou de saúde, que não seja enfermeiro

3.4.3 Do Sigilo Profissional

  • Art. 81 – Revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo
  • Art. 82 – Fotografar ou filmar pessoa sob seus cuidados profissionais, mesmo com o seu consentimento ou do seu responsável legal
  • Art. 83 – Utilizar, divulgar ou publicar, em qualquer meio de comunicação, caso, situação ou fato de que tenha conhecimento em decorrência do exercício profissional, mesmo que autorizado pela pessoa ou seu representante legal
⚠️ SIGILO PROFISSIONAL: A quebra do sigilo profissional é uma das infrações mais graves no Código de Ética, podendo resultar em penalidades severas, incluindo a cassação do direito ao exercício profissional.

3.5 Infrações e Penalidades

O Capítulo V estabelece as infrações e penalidades aplicáveis aos profissionais de enfermagem:

Tipo de InfraçãoPenalidadeCaracterísticas
LeveAdvertência verbalFalhas menores no exercício profissional
GraveMulta, censura, suspensão (até 29 dias)Violações significativas dos deveres profissionais
GravíssimaSuspensão (30 dias ou mais), cassaçãoViolações graves que comprometem a segurança
Infração Leve
Penalidade: Advertência verbal
Características: Falhas menores no exercício profissional
Infração Grave
Penalidade: Multa, censura, suspensão (até 29 dias)
Características: Violações significativas dos deveres profissionais
Infração Gravíssima
Penalidade: Suspensão (30 dias ou mais), cassação
Características: Violações graves que comprometem a segurança
🆕 ATUALIZAÇÕES 2025: O COFEN tem implementado processos digitais para apuração de infrações éticas, com prazos mais ágeis e maior transparência nos procedimentos disciplinares.

4. Sistema COFEN/COREN

O Sistema COFEN/COREN é composto pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e pelos Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN), criados pela Lei nº 5.905/1973, com a finalidade de disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de enfermagem.

🏛️ SISTEMA COFEN/COREN: Autarquias federais dotadas de personalidade jurídica de direito público, com autonomia administrativa e financeira, responsáveis pela fiscalização do exercício profissional da enfermagem.

4.1 Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)

4.1.1 Composição e Estrutura

  • Composição: 27 membros efetivos e 27 suplentes
  • Representação: Um representante de cada COREN
  • Mandato: 3 anos, permitida uma recondução
  • Sede: Brasília – DF

4.1.2 Competências do COFEN

  • Normativa: Expedir resoluções e decisões para disciplinar o exercício profissional
  • Fiscalizadora: Supervisionar os COREns e zelar pelo cumprimento da legislação
  • Disciplinar: Julgar recursos de penalidades aplicadas pelos COREns
  • Orientadora: Estabelecer diretrizes para a formação e exercício profissional

4.2 Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN)

4.2.1 Estrutura Regional

Existem 27 COREns no Brasil, um para cada estado e o Distrito Federal:

  • COREN-AC – Acre
  • COREN-AL – Alagoas
  • COREN-AP – Amapá
  • COREN-AM – Amazonas
  • COREN-BA – Bahia
  • COREN-CE – Ceará
  • COREN-DF – Distrito Federal
  • COREN-ES – Espírito Santo
  • COREN-GO – Goiás
  • COREN-MA – Maranhão
  • COREN-MT – Mato Grosso
  • COREN-MS – Mato Grosso do Sul
  • COREN-MG – Minas Gerais
  • COREN-PA – Pará
  • COREN-PB – Paraíba
  • COREN-PR – Paraná
  • COREN-PE – Pernambuco
  • COREN-PI – Piauí
  • COREN-RJ – Rio de Janeiro
  • COREN-RN – Rio Grande do Norte
  • COREN-RS – Rio Grande do Sul
  • COREN-RO – Rondônia
  • COREN-RR – Roraima
  • COREN-SC – Santa Catarina
  • COREN-SP – São Paulo
  • COREN-SE – Sergipe
  • COREN-TO – Tocantins

4.2.2 Competências dos COREns

  • Registro profissional: Inscrever e expedir carteiras profissionais
  • Fiscalização: Fiscalizar o exercício profissional em sua jurisdição
  • Orientação: Orientar profissionais sobre exercício ético e legal
  • Disciplinar: Apurar infrações e aplicar penalidades
  • Educativa: Promover educação continuada

4.3 Registro Profissional

4.3.1 Processo de Inscrição

1 Documentação: Apresentar diploma, documentos pessoais e comprovantes
2 Análise: Verificação da documentação pelo COREN
3 Pagamento: Quitação das taxas de inscrição
4 Deferimento: Aprovação da inscrição
5 Emissão: Expedição da carteira profissional

4.3.2 Documentos Necessários para Inscrição

  • Diploma: Original e cópia do diploma de técnico em enfermagem
  • Histórico escolar: Original e cópia
  • Documentos pessoais: RG, CPF, título de eleitor, certificado militar
  • Comprovante de residência: Atualizado
  • Fotos: 3×4 recentes
  • Certidões: Nascimento ou casamento, antecedentes criminais

4.4 Fiscalização Profissional

4.4.1 Tipos de Fiscalização

  • Rotineira: Visitas programadas às instituições de saúde
  • Por denúncia: Investigação de irregularidades reportadas
  • Especial: Situações específicas ou emergenciais
  • Orientativa: Educação e esclarecimentos sobre normas

4.4.2 Aspectos Fiscalizados

  • Registro profissional: Verificação de inscrição ativa
  • Exercício legal: Atividades dentro das competências
  • Responsabilidade técnica: Presença de enfermeiro responsável
  • Condições de trabalho: Segurança e adequação do ambiente
  • Documentação: Registros e protocolos de enfermagem

4.5 Anuidade e Taxas

TipoDescriçãoPeriodicidadeConsequência do Não Pagamento
AnuidadeTaxa anual de manutenção do registroAnualSuspensão do exercício profissional
InscriçãoTaxa para primeira inscriçãoÚnicaNão expedição da carteira
TransferênciaMudança de CORENQuando necessárioNão efetivação da transferência
Segunda viaReemissão de documentosQuando solicitadoNão emissão do documento
Anuidade
Descrição: Taxa anual de manutenção do registro
Periodicidade: Anual
Consequência: Suspensão do exercício profissional
Inscrição
Descrição: Taxa para primeira inscrição
Periodicidade: Única
Consequência: Não expedição da carteira
Transferência
Descrição: Mudança de COREN
Periodicidade: Quando necessário
Consequência: Não efetivação da transferência
Segunda Via
Descrição: Reemissão de documentos
Periodicidade: Quando solicitado
Consequência: Não emissão do documento
⚠️ ANUIDADE EM ATRASO: O profissional com anuidade em atraso fica impedido de exercer a profissão. O exercício irregular pode resultar em processo ético e criminal por exercício ilegal da profissão.
🆕 MODERNIZAÇÃO 2025: Implementação do sistema digital integrado COFEN/COREN, com carteira profissional digital, renovação online de anuidades e fiscalização eletrônica através de QR codes e aplicativos móveis.

5. Responsabilidade Civil, Penal e Ética

Os profissionais de enfermagem estão sujeitos a três tipos de responsabilidade: civil, penal e ética. Cada uma tem características específicas e pode ser aplicada de forma independente ou cumulativa, dependendo da natureza e gravidade da conduta profissional.

⚖️ TRÍPLICE RESPONSABILIDADE: O profissional de enfermagem pode responder simultaneamente nas esferas civil (indenização), penal (prisão/multa) e ética (penalidades do conselho profissional) pelo mesmo ato.

5.1 Responsabilidade Civil

A responsabilidade civil refere-se à obrigação de reparar danos causados a terceiros no exercício da profissão. Está prevista no Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002).

5.1.1 Fundamentos da Responsabilidade Civil

Art. 186 do Código Civil: “Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.”

Art. 927 do Código Civil: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”

5.1.2 Elementos da Responsabilidade Civil

  • Conduta: Ação ou omissão do profissional
  • Dano: Prejuízo material ou moral sofrido pelo paciente
  • Nexo causal: Relação de causa e efeito entre a conduta e o dano
  • Culpa: Negligência, imprudência ou imperícia

5.1.3 Tipos de Culpa

TipoDefiniçãoExemplo
NegligênciaOmissão, falta de cuidadoNão verificar sinais vitais conforme prescrição
ImprudênciaAção precipitada, sem cautelaAdministrar medicamento sem conferir o paciente
ImperíciaFalta de conhecimento técnicoRealizar procedimento sem capacitação adequada
Negligência
Definição: Omissão, falta de cuidado
Exemplo: Não verificar sinais vitais conforme prescrição
Imprudência
Definição: Ação precipitada, sem cautela
Exemplo: Administrar medicamento sem conferir o paciente
Imperícia
Definição: Falta de conhecimento técnico
Exemplo: Realizar procedimento sem capacitação adequada

5.1.4 Responsabilidade do Empregador

Art. 932, III do Código Civil: “São também responsáveis pela reparação civil: o empregador ou comitente, por seus empregados, serviçais e prepostos, no exercício do trabalho que lhes competir, ou em razão dele.”

Isso significa que a instituição de saúde também pode ser responsabilizada pelos danos causados por seus funcionários.

5.2 Responsabilidade Penal

A responsabilidade penal refere-se aos crimes previstos no Código Penal Brasileiro que podem ser cometidos no exercício da enfermagem.

5.2.1 Crimes Contra a Vida

  • Homicídio culposo (Art. 121, §3º): Causar morte por negligência, imprudência ou imperícia
    • Pena: detenção de 1 a 3 anos
    • Exemplo: Administração de medicamento errado causando morte
  • Lesão corporal culposa (Art. 129, §6º): Causar lesão por negligência, imprudência ou imperícia
    • Pena: detenção de 2 meses a 1 ano
    • Exemplo: Lesão durante procedimento mal executado

5.2.2 Crimes Contra a Liberdade Individual

  • Constrangimento ilegal (Art. 146): Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça
    • Pena: detenção de 3 meses a 1 ano
    • Exemplo: Forçar paciente a procedimento sem consentimento

5.2.3 Crimes Contra a Honra

  • Difamação (Art. 139): Imputar fato ofensivo à reputação
    • Pena: detenção de 3 meses a 1 ano
    • Exemplo: Divulgar informações que prejudiquem a reputação do paciente

5.2.4 Exercício Ilegal da Profissão

Art. 282 do Código Penal: “Exercer, ainda que a título gratuito, a profissão de médico, dentista ou farmacêutico, sem autorização legal ou excedendo-lhe os limites.”
Pena: detenção de 6 meses a 2 anos.

Parágrafo único: Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.
⚠️ EXERCÍCIO ILEGAL: Embora o artigo 282 não mencione especificamente a enfermagem, a jurisprudência tem aplicado este artigo aos casos de exercício irregular da enfermagem, como trabalhar sem registro no COREN ou executar atividades privativas de outras categorias.

5.3 Responsabilidade Ética

A responsabilidade ética é apurada pelo Sistema COFEN/COREN, conforme o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (Resolução COFEN nº 564/2017).

5.3.1 Processo Ético-Disciplinar

1 Denúncia: Apresentação de denúncia ao COREN
2 Análise preliminar: Verificação da procedência da denúncia
3 Instauração: Abertura do processo ético-disciplinar
4 Instrução: Coleta de provas e depoimentos
5 Defesa: Apresentação de defesa pelo profissional
6 Julgamento: Decisão da Câmara Técnica
7 Recurso: Possibilidade de recurso ao COFEN

5.3.2 Penalidades Éticas

  • Advertência verbal: Para infrações leves
  • Multa: Valor estabelecido pelo COFEN
  • Censura: Repreensão por escrito
  • Suspensão: Impedimento temporário do exercício (até 29 dias para infrações graves, 30 dias ou mais para gravíssimas)
  • Cassação: Perda definitiva do direito ao exercício profissional

5.4 Medidas Preventivas

5.4.1 Documentação Adequada

  • Registros completos: Anotar todos os cuidados prestados
  • Letra legível: Garantir que os registros sejam compreensíveis
  • Assinatura e carimbo: Identificar-se adequadamente
  • Horário: Registrar data e hora dos procedimentos

5.4.2 Competência Técnica

  • Educação continuada: Manter-se atualizado
  • Limites de competência: Não executar atividades para as quais não está habilitado
  • Supervisão: Buscar orientação quando necessário
  • Protocolos: Seguir normas e procedimentos institucionais

5.4.3 Comunicação Efetiva

  • Consentimento informado: Esclarecer procedimentos ao paciente
  • Passagem de plantão: Comunicar adequadamente as informações
  • Notificação de eventos: Comunicar intercorrências à equipe
  • Sigilo profissional: Manter confidencialidade das informações

5.5 Seguro de Responsabilidade Civil

💡 RECOMENDAÇÃO: É altamente recomendável que o técnico em enfermagem contrate seguro de responsabilidade civil profissional para se proteger contra eventuais ações indenizatórias.

5.5.1 Cobertura do Seguro

  • Danos materiais: Custos de tratamento, medicamentos
  • Danos morais: Sofrimento psíquico do paciente
  • Custos judiciais: Honorários advocatícios, custas processuais
  • Danos estéticos: Alterações na aparência física
🆕 TENDÊNCIAS 2025: Crescimento das ações judiciais contra profissionais de saúde, maior rigor na aplicação de penalidades éticas e desenvolvimento de programas de mediação para resolução de conflitos entre profissionais e pacientes.
📚 CONCLUSÃO: A legislação da enfermagem estabelece um framework robusto para o exercício profissional seguro e ético. O conhecimento profundo dessas normas é essencial para o técnico em enfermagem, não apenas para aprovação em concursos, mas principalmente para o exercício responsável e competente da profissão, protegendo tanto o profissional quanto os pacientes sob seus cuidados.


Apostila Fundamentos de Enfermagem – Técnico em Enfermagem 2025

🏥 Fundamentos de Enfermagem

Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025

Sinais Vitais, Higiene, Medicamentos, Curativos e Procedimentos Básicos

📋 ÍNDICE

  • 1. Sinais Vitais
  • 2. Higiene e Conforto do Paciente
  • 3. Administração de Medicamentos
  • 4. Cuidados com Ferimentos
  • 5. Procedimentos de Rotina
  • 6. Coleta de Exames
  • 7. Cuidados nos Diferentes Ciclos de Vida

1. Sinais Vitais

Os sinais vitais são indicadores das funções vitais básicas do organismo e constituem parâmetros fundamentais para avaliação do estado de saúde do paciente. São compostos por temperatura, pulso, respiração, pressão arterial e, mais recentemente, a dor foi incluída como o quinto sinal vital.

🌡️ SINAIS VITAIS: Conjunto de medidas que refletem o funcionamento dos sistemas cardiovascular, respiratório, neurológico e endócrino, essenciais para manutenção da vida.

1.1 Temperatura Corporal

A temperatura corporal é o equilíbrio entre a produção e a perda de calor pelo organismo. É controlada pelo hipotálamo e varia conforme fatores como idade, sexo, atividade física, estado emocional e condições ambientais.

1.1.1 Valores Normais

Valores de Referência da Temperatura

Axilar: 36,0°C a 37,0°C
Oral: 36,5°C a 37,5°C
Retal: 37,0°C a 38,0°C
Timpânica: 36,0°C a 37,5°C

1.1.2 Classificação das Alterações

  • Hipotermia: Temperatura abaixo de 36°C
  • Normotermia: Temperatura dentro dos valores normais
  • Febre ou Hipertermia: Temperatura acima de 37,5°C (axilar)
  • Febrícula: Temperatura entre 37,1°C e 37,5°C
  • Febre moderada: Temperatura entre 37,6°C e 39°C
  • Febre alta: Temperatura entre 39,1°C e 40°C
  • Hipertermia: Temperatura acima de 40°C

1.2 Pulso

O pulso é a expansão e contração alternada de uma artéria, correspondente aos batimentos cardíacos. Reflete a atividade cardíaca e o estado do sistema circulatório.

1.2.1 Valores Normais por Idade

Frequência Cardíaca Normal

RN: 120-160 bpm
Lactente: 100-140 bpm
Pré-escolar: 90-110 bpm
Escolar: 80-100 bpm
Adulto: 60-100 bpm

1.3 Respiração

A respiração é o processo de troca gasosa entre o organismo e o meio ambiente, envolvendo inspiração e expiração. É controlada pelo centro respiratório no bulbo.

1.3.1 Valores Normais por Idade

Frequência Respiratória Normal

RN: 30-60 irpm
Lactente: 25-35 irpm
Pré-escolar: 20-30 irpm
Escolar: 18-25 irpm
Adulto: 12-20 irpm

1.4 Pressão Arterial

A pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias durante a contração (sístole) e relaxamento (diástole) do coração.

1.4.1 Classificação da Pressão Arterial (Adultos)

ClassificaçãoSistólica (mmHg)Diastólica (mmHg)
Ótima< 120< 80
Normal120-12980-84
Limítrofe130-13985-89
Hipertensão Estágio 1140-15990-99
Hipertensão Estágio 2160-179100-109
Hipertensão Estágio 3≥ 180≥ 110
Ótima
Sistólica: < 120 mmHg
Diastólica: < 80 mmHg
Normal
Sistólica: 120-129 mmHg
Diastólica: 80-84 mmHg
Hipertensão Estágio 1
Sistólica: 140-159 mmHg
Diastólica: 90-99 mmHg

1.5 Dor – O Quinto Sinal Vital

A dor foi reconhecida como o quinto sinal vital devido à sua importância na avaliação clínica. É uma experiência sensorial e emocional desagradável, subjetiva e individual.

1.5.1 Escalas de Avaliação da Dor

  • Escala Numérica: 0 (sem dor) a 10 (pior dor possível)
  • Escala Visual Analógica: Linha de 10 cm
  • Escala de Faces: Para crianças e idosos
  • Escala Comportamental: Para pacientes não comunicativos
📌 AVALIAÇÃO DA DOR: A dor é sempre o que o paciente diz que é, quando ele diz que é. Nunca questione a veracidade da queixa álgica do paciente.
🆕 ATUALIZAÇÃO 2025: Implementação de protocolos digitais para monitoramento contínuo de sinais vitais através de dispositivos wearables e sistemas de telemetria.

2. Higiene e Conforto do Paciente

A higiene e o conforto são necessidades humanas básicas e componentes essenciais do cuidado de enfermagem. Além de promover o bem-estar físico e psicológico, os cuidados de higiene previnem infecções, mantêm a integridade da pele e proporcionam momentos de interação terapêutica.

🛁 HIGIENE E CONFORTO: Conjunto de medidas que visam manter a limpeza corporal, prevenir infecções, promover o bem-estar e preservar a dignidade do paciente durante o período de internação ou tratamento.

2.1 Banho no Leito

O banho no leito é indicado para pacientes acamados, com limitações de mobilidade ou em estado crítico que não podem ser transportados ao banheiro.

2.1.1 Técnica do Banho no Leito

1 Preparação do ambiente: Fechar portas/cortinas, ajustar temperatura, reunir material
2 Preparação do paciente: Explicar procedimento, posicionar confortavelmente
3 Higiene facial: Lavar rosto, orelhas e pescoço com água limpa
4 Membros superiores: Lavar braços, axilas e mãos, secar bem
5 Tórax e abdome: Lavar região anterior do tronco
6 Membros inferiores: Lavar pernas e pés, observar lesões
7 Higiene íntima: Lavar genitália e região anal (sempre da frente para trás)
8 Dorso: Virar paciente em decúbito lateral, lavar costas

2.2 Higiene Oral

A higiene oral é fundamental para prevenir infecções, manter o conforto do paciente e preservar a saúde bucal. É especialmente importante em pacientes acamados, com sondas ou em ventilação mecânica.

2.2.1 Técnica da Higiene Oral

1 Posicionamento: Elevar cabeceira, lateralizar cabeça se necessário
2 Inspeção: Examinar cavidade oral com lanterna
3 Escovação: Escovar dentes, gengivas e língua suavemente
4 Enxágue: Oferecer água para bochecho ou usar gaze úmida

2.3 Cuidados com a Pele

A pele é o maior órgão do corpo humano e a primeira barreira de defesa contra infecções. Em pacientes acamados, os cuidados são essenciais para prevenir lesões por pressão.

2.3.1 Prevenção de Lesões por Pressão

  • Mudança de decúbito: A cada 2 horas
  • Superfícies especiais: Colchões pneumáticos
  • Higiene adequada: Manter pele limpa e seca
  • Hidratação: Usar cremes hidratantes
  • Nutrição: Dieta rica em proteínas
⚠️ CUIDADOS IMPORTANTES: Sempre manter a dignidade do paciente, garantir privacidade e observar sinais de irritação ou lesão da pele.
🆕 INOVAÇÕES 2025: Desenvolvimento de produtos de higiene com nanotecnologia antimicrobiana e sistemas automatizados de monitoramento da integridade da pele.

3. Administração de Medicamentos

A administração de medicamentos é uma das atividades mais importantes e de maior responsabilidade do técnico em enfermagem. Requer conhecimento técnico-científico, precisão e rigoroso cumprimento dos protocolos de segurança.

💊 ADMINISTRAÇÃO DE MEDICAMENTOS: Processo sistemático que envolve o preparo, administração e monitoramento de medicamentos prescritos, seguindo rigorosamente os “certos” da medicação.

3.1 Os “Certos” da Medicação

Os 9 Certos da Medicação

1. Paciente Certo
2. Medicamento Certo
3. Dose Certa
4. Via Certa
5. Horário Certo
6. Registro Certo
7. Orientação Certa
8. Forma Farmacêutica Certa
9. Resposta Certa

3.2 Vias de Administração

3.2.1 Via Oral (VO)

Via Oral – Características
Absorção pelo trato gastrointestinal, efeito sistêmico, início de ação mais lento, conveniente e econômica.

Vantagens:

  • Segura e não invasiva
  • Fácil administração
  • Econômica
  • Boa aceitação pelo paciente

3.2.2 Via Intramuscular (IM)

Via Intramuscular – Características
Injeção no tecido muscular, absorção moderadamente rápida, volumes maiores que subcutânea.

Locais de aplicação:

  • Vasto lateral da coxa: Preferencial em crianças e adultos
  • Deltoide: Volumes pequenos (até 2ml), vacinas
  • Ventroglútea: Segura para volumes maiores

3.2.3 Via Subcutânea (SC)

Via Subcutânea – Características
Injeção no tecido subcutâneo, absorção lenta e constante, volumes pequenos.

3.2.4 Via Endovenosa (EV)

Via Endovenosa – Características
Administração direta na corrente sanguínea, efeito imediato, 100% de biodisponibilidade.

3.3 Cálculos de Medicamentos

3.3.1 Regra de Três Simples

Fórmula básica:

Dose prescrita × Volume disponível ÷ Concentração disponível = Volume a administrar

Exemplo:

Prescrição: Dipirona 500mg VO

Disponível: Dipirona 500mg/ml

Cálculo: 500mg × 1ml ÷ 500mg = 1ml

3.3.2 Conversões Importantes

UnidadeEquivalência
1 grama (g)1000 miligramas (mg)
1 miligrama (mg)1000 microgramas (mcg)
1 litro (L)1000 mililitros (ml)
1 ml20 gotas
1 gota3 microgotas
Conversões Básicas
1g = 1000mg
1mg = 1000mcg
1L = 1000ml
1ml = 20 gotas
⚠️ IMPORTANTE: Em caso de erro de medicação, priorize sempre a segurança do paciente. Comunique imediatamente ao enfermeiro e médico.
🆕 TECNOLOGIAS 2025: Implementação de sistemas de inteligência artificial para detecção de interações medicamentosas e bombas de infusão inteligentes.

4. Cuidados com Ferimentos

Os cuidados com ferimentos constituem uma das competências fundamentais do técnico em enfermagem, envolvendo conhecimentos sobre tipos de feridas, processo de cicatrização e técnicas de curativos.

🩹 CUIDADOS COM FERIMENTOS: Conjunto de ações sistematizadas que visam promover a cicatrização, prevenir infecções e restaurar a integridade da pele através de técnicas adequadas.

4.1 Tipos de Feridas

4.1.1 Classificação por Etiologia

  • Feridas cirúrgicas: Incisões controladas em ambiente estéril
  • Feridas traumáticas: Causadas por acidentes ou violência
  • Úlceras por pressão: Lesões por pressão prolongada
  • Úlceras vasculares: Relacionadas a problemas circulatórios
  • Queimaduras: Lesões por calor, frio, químicos ou radiação

4.1.2 Classificação por Tempo

TipoTempoCaracterísticas
AgudaAté 6 semanasCicatrização ordenada e previsível
CrônicaMais de 6 semanasCicatrização lenta ou estagnada
Ferida Aguda
Tempo: Até 6 semanas
Características: Cicatrização ordenada
Ferida Crônica
Tempo: Mais de 6 semanas
Características: Cicatrização lenta

4.2 Processo de Cicatrização

4.2.1 Fases da Cicatrização

1 Hemostasia (0-30 min): Vasoconstrição, agregação plaquetária, formação do coágulo
2 Inflamação (1-5 dias): Vasodilatação, migração de células inflamatórias
3 Proliferação (5-21 dias): Angiogênese, síntese de colágeno
4 Maturação (21 dias-2 anos): Remodelação do colágeno

4.3 Técnicas de Curativos

4.3.1 Técnica do Curativo Simples

1 Preparação: Reunir material, explicar procedimento
2 Remoção: Retirar curativo anterior com cuidado
3 Avaliação: Observar dimensões e aspecto da ferida
4 Limpeza: Soro fisiológico, do centro para periferia
5 Cobertura: Gaze estéril, fixação adequada

4.3.2 Tipos de Coberturas

  • Gaze simples: Feridas limpas, absorção de exsudato
  • Hidrocoloide: Ambiente úmido, feridas com pouco exsudato
  • Hidrogel: Hidratação, feridas secas
  • Alginato: Alta absorção, feridas com muito exsudato
  • Espuma: Absorção moderada, proteção
📌 DOCUMENTAÇÃO: Sempre documente detalhadamente as características da ferida, tratamento realizado e evolução.
⚠️ SINAIS DE ALERTA: Comunique imediatamente: aumento da dor, odor fétido, exsudato purulento, febre ou sinais de necrose.
🆕 INOVAÇÕES 2025: Desenvolvimento de curativos inteligentes com sensores que monitoram pH, temperatura e umidade da ferida.

5. Procedimentos de Rotina

Os procedimentos de rotina em enfermagem incluem atividades essenciais para manutenção da segurança e qualidade da assistência. O preparo de material para esterilização e os métodos de esterilização são fundamentais para prevenção de infecções.

🧪 PROCEDIMENTOS DE ROTINA: Conjunto de atividades padronizadas realizadas regularmente para garantir a segurança, qualidade e continuidade da assistência de enfermagem.

5.1 Preparo de Material para Esterilização

5.1.1 Etapas do Preparo

1 Limpeza: Remoção de sujidade visível e matéria orgânica
2 Enxágue: Remoção completa dos produtos de limpeza
3 Secagem: Eliminação da umidade residual
4 Inspeção: Verificação da integridade e limpeza
5 Empacotamento: Acondicionamento adequado
6 Identificação: Rotulagem com data e responsável

5.2 Métodos de Esterilização

5.2.1 Esterilização por Vapor Saturado (Autoclave)

Parâmetros:

  • Temperatura: 121°C ou 134°C
  • Pressão: 1 atm ou 2 atm
  • Tempo: 15-30 minutos

Vantagens:

  • Método mais seguro e confiável
  • Não deixa resíduos tóxicos
  • Custo baixo
  • Rápido e eficaz

5.2.2 Esterilização por Óxido de Etileno

Indicações:

  • Materiais termossensíveis
  • Equipamentos eletrônicos
  • Plásticos especiais
  • Materiais com lúmen longo

5.2.3 Esterilização por Calor Seco

Parâmetros:

  • Temperatura: 160-180°C
  • Tempo: 60-120 minutos

5.3 Controle de Qualidade

5.3.1 Indicadores Químicos

ClasseTipoFunção
Classe 1Indicador de processoDistingue processado de não processado
Classe 2Teste Bowie-DickVerifica remoção de ar
Classe 5Indicador integradorResponde a todos os parâmetros
Classe 1
Tipo: Indicador de processo
Função: Distingue processado de não processado

5.3.2 Indicadores Biológicos

Tipos de esporos:

  • Geobacillus stearothermophilus: Vapor saturado
  • Bacillus atrophaeus: Calor seco, óxido de etileno
📌 CONTROLE: Mantenha registros detalhados de todos os processos de esterilização e resultados dos indicadores.
🆕 TECNOLOGIAS 2025: Sistemas de rastreabilidade com RFID para materiais estéreis e autoclaves com inteligência artificial.

6. Coleta de Exames

A coleta de exames laboratoriais é uma atividade fundamental do técnico em enfermagem, exigindo conhecimento técnico, precisão e cuidados específicos para garantir a qualidade das amostras e a confiabilidade dos resultados.

🔬 COLETA DE EXAMES: Processo sistemático de obtenção de amostras biológicas para análise laboratorial, seguindo protocolos rigorosos para garantir a integridade da amostra e confiabilidade dos resultados.

6.1 Coleta de Sangue

A coleta de sangue é um dos procedimentos mais realizados em laboratórios e serviços de saúde. Requer técnica asséptica, conhecimento da anatomia vascular e cuidados específicos para diferentes tipos de exames.

6.1.1 Preparação do Paciente

  • Jejum: Verificar necessidade conforme exame solicitado
  • Identificação: Confirmar dados do paciente
  • Posicionamento: Paciente sentado ou deitado confortavelmente
  • Orientação: Explicar o procedimento
  • Verificação de alergias: Látex, antissépticos

6.1.2 Material Necessário

  • Luvas de procedimento
  • Agulhas descartáveis (21G ou 23G)
  • Seringas ou sistema a vácuo
  • Tubos apropriados para cada exame
  • Garrote
  • Algodão e álcool 70%
  • Esparadrapo ou curativo adesivo
  • Etiquetas de identificação

6.1.3 Técnica de Coleta Venosa

1 Preparação: Higienizar mãos, calçar luvas, preparar material
2 Escolha da veia: Preferencialmente fossa antecubital
3 Garroteamento: Aplicar garrote 5-10 cm acima do local
4 Antissepsia: Limpar com álcool 70% em movimentos circulares
5 Punção: Inserir agulha com bisel para cima, ângulo de 15-30°
6 Coleta: Aspirar sangue ou conectar tubos a vácuo
7 Retirada: Soltar garrote, retirar agulha, comprimir local
8 Identificação: Etiquetar tubos imediatamente

6.1.4 Tipos de Tubos e Exames

Cor da TampaAnticoagulanteExamesObservações
VermelhaSem anticoagulanteBioquímica, sorologiaAguardar coagulação
Roxa/LilásEDTAHemograma, tipagemHomogeneizar suavemente
AzulCitrato de sódioCoagulogramaProporção 9:1
VerdeHeparinaGasometria, íonsAnálise imediata
CinzaFluoretoGlicose, lactatoInibe glicólise
Tampa Vermelha
Anticoagulante: Sem anticoagulante
Exames: Bioquímica, sorologia
Observações: Aguardar coagulação
Tampa Roxa/Lilás
Anticoagulante: EDTA
Exames: Hemograma, tipagem
Observações: Homogeneizar suavemente
Tampa Azul
Anticoagulante: Citrato de sódio
Exames: Coagulograma
Observações: Proporção 9:1

6.2 Coleta de Urina

A coleta de urina é um procedimento simples, mas que requer cuidados específicos para evitar contaminação e garantir resultados confiáveis. Diferentes tipos de coleta são utilizados conforme o exame solicitado.

6.2.1 Urina Tipo I (EAS – Elementos Anormais e Sedimentoscopia)

Orientações ao paciente:

  • Higiene íntima adequada antes da coleta
  • Colher o jato médio da primeira urina da manhã
  • Desprezar o primeiro jato
  • Colher cerca de 50ml em frasco estéril
  • Fechar bem o frasco e identificar
  • Entregar no laboratório em até 2 horas

6.2.2 Urocultura

Cuidados especiais:

  • Técnica asséptica rigorosa
  • Frasco estéril obrigatório
  • Não tocar na borda interna do frasco
  • Refrigerar se não for possível entrega imediata
  • Suspender antibióticos conforme orientação médica

6.2.3 Urina 24 horas

1 Início: Desprezar primeira urina da manhã, anotar horário
2 Coleta: Coletar toda urina nas próximas 24 horas
3 Armazenamento: Manter refrigerado durante coleta
4 Finalização: Última coleta no mesmo horário do início
5 Entrega: Homogeneizar e entregar volume total

6.3 Coleta de Fezes

A coleta de fezes é realizada para diversos exames, incluindo parasitológico, coprocultura e pesquisa de sangue oculto. Cada tipo de exame tem especificidades na coleta e conservação.

6.3.1 Parasitológico de Fezes

Orientações:

  • Coletar fezes frescas, preferencialmente da manhã
  • Usar frasco limpo e seco
  • Coletar de diferentes partes das fezes
  • Quantidade: cerca de uma colher de sopa
  • Não contaminar com urina ou água
  • Entregar no laboratório em até 2 horas

6.3.2 Coprocultura

Cuidados especiais:

  • Frasco estéril obrigatório
  • Coletar preferencialmente fezes diarreicas
  • Evitar contaminação com urina
  • Transporte rápido ao laboratório
  • Manter em temperatura ambiente

6.3.3 Pesquisa de Sangue Oculto

Preparação do paciente:

  • Dieta sem carne vermelha por 3 dias
  • Evitar medicamentos que causam sangramento
  • Não realizar durante menstruação
  • Coletar 3 amostras em dias alternados
  • Usar frascos específicos do laboratório

6.4 Coleta de Escarro

A coleta de escarro é importante para diagnóstico de doenças respiratórias, especialmente tuberculose e outras infecções pulmonares. Requer técnica adequada para obter amostra representativa.

6.4.1 Técnica de Coleta

1 Preparação: Jejum de 8 horas, higiene oral prévia
2 Posicionamento: Paciente sentado ou em pé
3 Respiração: Inspirações profundas para mobilizar secreção
4 Expectoração: Tosse produtiva para eliminar escarro
5 Coleta: Depositar diretamente no frasco estéril

6.4.2 Cuidados Especiais

  • Biossegurança: Usar EPI adequado (máscara N95)
  • Ambiente: Local ventilado, preferencialmente isolado
  • Qualidade: Escarro purulento, não saliva
  • Quantidade: 3-5ml de escarro
  • Transporte: Imediato ao laboratório

6.5 Coleta de Swab

A coleta com swab é utilizada para diversos sítios anatômicos e diferentes tipos de exames microbiológicos. A técnica varia conforme o local de coleta.

6.5.1 Swab de Orofaringe

1 Posicionamento: Paciente sentado, boca aberta
2 Visualização: Usar abaixador de língua e lanterna
3 Coleta: Friccionar swab nas amígdalas e faringe posterior
4 Cuidados: Evitar tocar dentes, língua ou saliva

6.5.2 Swab Nasal

  • Inserir swab na narina até encontrar resistência
  • Rotacionar suavemente por 10-15 segundos
  • Repetir na outra narina com mesmo swab
  • Colocar em meio de transporte adequado

6.5.3 Swab Vaginal

  • Posição ginecológica
  • Inserir espéculo sem lubrificante
  • Coletar do fundo de saco vaginal
  • Evitar contaminação com flora vulvar

6.6 Cuidados Gerais na Coleta

6.6.1 Identificação das Amostras

  • Nome completo: Sem abreviações
  • Data de nascimento: Formato dd/mm/aaaa
  • Número de registro: Conforme sistema hospitalar
  • Data e hora da coleta: Precisas
  • Tipo de exame: Conforme solicitação
  • Identificação do coletor: Nome e COREN

6.6.2 Transporte e Armazenamento

Tipo de AmostraTemperaturaTempo MáximoObservações
Sangue (bioquímica)Temperatura ambiente4 horasCentrifugar se necessário
Sangue (hemograma)Temperatura ambiente6 horasHomogeneizar antes
Urina (EAS)Refrigerada2 horasPrimeira urina da manhã
FezesTemperatura ambiente2 horasFezes frescas
EscarroRefrigerada2 horasTransporte imediato
Sangue (bioquímica)
Temperatura: Ambiente
Tempo máximo: 4 horas
Urina (EAS)
Temperatura: Refrigerada
Tempo máximo: 2 horas

6.6.3 Controle de Qualidade

  • Rastreabilidade: Registro de toda cadeia de coleta
  • Temperatura: Monitoramento durante transporte
  • Integridade: Verificação de vazamentos ou danos
  • Prazos: Cumprimento rigoroso dos tempos
  • Documentação: Registro de intercorrências
📌 QUALIDADE: A qualidade do resultado laboratorial depende diretamente da qualidade da coleta. Siga rigorosamente todos os protocolos estabelecidos.
⚠️ BIOSSEGURANÇA: Use sempre EPI adequado, descarte materiais perfurocortantes em recipientes apropriados e higienize as mãos antes e após cada procedimento.
🆕 INOVAÇÕES 2025: Implementação de códigos QR para rastreabilidade de amostras, sistemas automatizados de identificação e dispositivos portáteis para análises point-of-care com resultados em tempo real.

7. Cuidados nos Diferentes Ciclos de Vida

O cuidado de enfermagem deve ser adaptado às diferentes fases da vida, considerando as particularidades fisiológicas, psicológicas e sociais de cada ciclo vital. Desde o recém-nascido até o idoso, cada grupo etário apresenta necessidades específicas que requerem conhecimentos e abordagens diferenciadas.

👶👧🧑👴 CUIDADOS NOS CICLOS DE VIDA: Assistência de enfermagem personalizada e adequada às características específicas de cada faixa etária, considerando desenvolvimento físico, cognitivo, emocional e necessidades de saúde particulares de cada fase da vida.

7.1 Cuidados com Recém-Nascidos e Lactentes (0-2 anos)

O período neonatal e da primeira infância é caracterizado por rápido crescimento e desenvolvimento, alta vulnerabilidade e dependência total dos cuidadores. Os cuidados de enfermagem devem focar na adaptação à vida extrauterina, prevenção de infecções e promoção do desenvolvimento adequado.

7.1.1 Características Fisiológicas

  • Sistema respiratório: Respiração irregular, frequência elevada (30-60 irpm)
  • Sistema cardiovascular: Frequência cardíaca elevada (120-160 bpm)
  • Termorregulação: Imatura, tendência à hipotermia
  • Sistema imunológico: Imaturo, dependente de anticorpos maternos
  • Sistema digestivo: Capacidade gástrica pequena, esvaziamento rápido
  • Sistema renal: Função concentração urinária limitada

7.1.2 Cuidados Específicos do Recém-Nascido

1 Avaliação inicial: Apgar, sinais vitais, medidas antropométricas
2 Termorregulação: Manter temperatura corporal, uso de incubadora se necessário
3 Cuidados com coto umbilical: Limpeza com álcool 70%, observar sinais de infecção
4 Alimentação: Promover aleitamento materno, orientar técnicas
5 Higiene: Banho diário, troca frequente de fraldas
6 Prevenção: Administração de vitamina K, vacinas conforme calendário

7.1.3 Sinais Vitais em Pediatria

IdadeFC (bpm)FR (irpm)PA Sistólica (mmHg)Temperatura (°C)
RN (0-1 mês)120-16030-6060-9036,5-37,5
Lactente (1-12 meses)100-14025-3570-10036,5-37,5
Pré-escolar (2-5 anos)90-11020-3080-11036,0-37,0
Escolar (6-12 anos)80-10018-2590-12036,0-37,0
Recém-Nascido (0-1 mês)
FC: 120-160 bpm
FR: 30-60 irpm
PA: 60-90 mmHg
Lactente (1-12 meses)
FC: 100-140 bpm
FR: 25-35 irpm
PA: 70-100 mmHg

7.1.4 Administração de Medicamentos em Pediatria

Cálculos pediátricos:

  • Por peso: mg/kg/dose ou mg/kg/dia
  • Por superfície corporal: mg/m²/dose
  • Regra de Young: (Idade em anos ÷ Idade + 12) × Dose adulto
  • Regra de Clark: (Peso em kg ÷ 70) × Dose adulto

Vias preferenciais:

  • Oral: Xaropes, suspensões, comprimidos mastigáveis
  • Intramuscular: Vasto lateral da coxa (preferencial)
  • Endovenosa: Veias do couro cabeludo, mãos, pés
  • Retal: Supositórios para febre, convulsões

7.1.5 Cuidados com Alimentação

Aleitamento materno:

  • Exclusivo até 6 meses de idade
  • Complementar até 2 anos ou mais
  • Livre demanda (8-12 vezes/dia)
  • Orientar pega e posicionamento corretos
  • Apoiar e encorajar a mãe

Alimentação complementar:

  • Iniciar aos 6 meses
  • Introdução gradual de novos alimentos
  • Consistência adequada à idade
  • Evitar açúcar, sal e mel no primeiro ano
  • Manter aleitamento materno

7.2 Cuidados com Crianças e Adolescentes (2-18 anos)

Este período é marcado por intenso crescimento físico, desenvolvimento cognitivo e formação da identidade. Os cuidados devem considerar a crescente autonomia, necessidades educacionais e prevenção de agravos específicos da idade.

7.2.1 Desenvolvimento por Faixa Etária

Pré-escolar (2-5 anos):

  • Físico: Crescimento constante, desenvolvimento motor fino
  • Cognitivo: Pensamento simbólico, linguagem em expansão
  • Social: Brincadeiras paralelas, início da socialização
  • Medos: Escuro, monstros, separação dos pais

Escolar (6-12 anos):

  • Físico: Crescimento estável, perda dentes de leite
  • Cognitivo: Pensamento concreto, aprendizado formal
  • Social: Grupos de amigos, regras e competição
  • Medos: Ferimentos, desempenho escolar

Adolescente (13-18 anos):

  • Físico: Estirão puberal, maturação sexual
  • Cognitivo: Pensamento abstrato, questionamentos
  • Social: Busca por identidade, influência dos pares
  • Riscos: Comportamentos de risco, experimentação

7.2.2 Abordagem Terapêutica por Idade

1 Pré-escolar: Linguagem simples, brinquedos terapêuticos, presença dos pais
2 Escolar: Explicações claras, participação nos cuidados, recompensas
3 Adolescente: Respeitar privacidade, envolver nas decisões, confidencialidade

7.2.3 Prevenção e Promoção da Saúde

Imunização:

  • Seguir calendário nacional de vacinação
  • Orientar sobre importância das vacinas
  • Registrar em caderneta de vacinação
  • Observar contraindicações e eventos adversos

Prevenção de acidentes:

  • Lactentes: Quedas, aspiração, queimaduras
  • Pré-escolares: Intoxicações, afogamentos, atropelamentos
  • Escolares: Acidentes de trânsito, esportivos
  • Adolescentes: Acidentes de moto, violência, drogas

7.3 Cuidados com Adultos (19-59 anos)

A fase adulta é caracterizada pela estabilidade física e produtividade social. Os cuidados focam na prevenção de doenças crônicas, promoção de hábitos saudáveis e detecção precoce de agravos.

7.3.1 Características do Adulto

  • Físicas: Pico da capacidade física, início do declínio gradual
  • Psicológicas: Estabilidade emocional, responsabilidades múltiplas
  • Sociais: Produtividade profissional, constituição familiar
  • Riscos: Estresse, sedentarismo, doenças ocupacionais

7.3.2 Principais Agravos de Saúde

Doenças crônicas não transmissíveis:

  • Hipertensão arterial: Rastreamento regular, controle medicamentoso
  • Diabetes mellitus: Controle glicêmico, educação em saúde
  • Dislipidemias: Controle dietético, atividade física
  • Obesidade: Mudanças no estilo de vida
  • Doenças cardiovasculares: Prevenção primária e secundária

7.3.3 Cuidados Específicos por Gênero

Saúde da mulher:

  • Rastreamento: Papanicolau, mamografia
  • Planejamento familiar: Métodos contraceptivos
  • Pré-natal: Acompanhamento gestacional
  • Climatério: Orientações sobre menopausa

Saúde do homem:

  • Rastreamento: PSA, exame prostático
  • Prevenção: Câncer de próstata, testículo
  • Fatores de risco: Tabagismo, alcoolismo
  • Saúde ocupacional: Acidentes de trabalho

7.3.4 Promoção da Saúde

  • Atividade física regular: 150 min/semana de atividade moderada
  • Alimentação saudável: Dieta equilibrada, controle calórico
  • Controle do estresse: Técnicas de relaxamento, lazer
  • Sono adequado: 7-9 horas por noite
  • Evitar fatores de risco: Tabaco, álcool em excesso

7.4 Cuidados com Idosos (60 anos ou mais)

O envelhecimento populacional torna os cuidados geriátricos cada vez mais relevantes. Esta fase é caracterizada por mudanças fisiológicas, maior vulnerabilidade e necessidade de cuidados específicos para manutenção da funcionalidade e qualidade de vida.

7.4.1 Alterações Fisiológicas do Envelhecimento

Sistema cardiovascular:

  • Diminuição da elasticidade arterial
  • Redução do débito cardíaco
  • Aumento da pressão arterial sistólica
  • Maior risco de arritmias

Sistema respiratório:

  • Redução da capacidade pulmonar
  • Diminuição da elasticidade torácica
  • Menor eficiência das trocas gasosas
  • Reflexo da tosse diminuído

Sistema musculoesquelético:

  • Perda de massa muscular (sarcopenia)
  • Diminuição da densidade óssea
  • Redução da flexibilidade articular
  • Alterações na marcha e equilíbrio

Sistema nervoso:

  • Redução da velocidade de condução
  • Alterações na memória recente
  • Diminuição dos reflexos
  • Alterações do sono

7.4.2 Síndromes Geriátricas

Síndrome da fragilidade:

  • Perda de peso não intencional
  • Fadiga e exaustão
  • Diminuição da força muscular
  • Lentidão na marcha
  • Baixo nível de atividade física

Síndrome da imobilidade:

  • Úlceras por pressão
  • Tromboembolismo
  • Pneumonia hipostática
  • Constipação intestinal
  • Depressão e isolamento

7.4.3 Avaliação Geriátrica Abrangente

1 Avaliação funcional: Atividades de vida diária (AVD), instrumentais (AIVD)
2 Avaliação cognitiva: Mini-exame do estado mental, teste do relógio
3 Avaliação do humor: Escala de depressão geriátrica
4 Avaliação nutricional: Mini avaliação nutricional (MAN)
5 Risco de quedas: Teste de Tinetti, “Timed Up and Go”

7.4.4 Prevenção de Quedas

Fatores de risco:

  • Intrínsecos: Alterações visuais, medicamentos, doenças
  • Extrínsecos: Ambiente inadequado, calçados, iluminação

Medidas preventivas:

  • Avaliação regular da medicação
  • Exercícios de fortalecimento e equilíbrio
  • Adequação do ambiente domiciliar
  • Correção de déficits visuais
  • Uso de dispositivos auxiliares

7.4.5 Cuidados com Medicamentos no Idoso

Alterações farmacocinéticas:

  • Absorção: Reduzida, mais lenta
  • Distribuição: Alterada pela composição corporal
  • Metabolismo: Função hepática diminuída
  • Excreção: Função renal reduzida

Princípios da prescrição:

  • “Start low, go slow” (comece baixo, vá devagar)
  • Evitar polifarmácia desnecessária
  • Revisar medicações regularmente
  • Considerar interações medicamentosas
  • Usar medicamentos apropriados para idosos

7.4.6 Cuidados Paliativos

Os cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves, focando no alívio do sofrimento e no conforto.

Princípios:

  • Controle efetivo da dor e sintomas
  • Comunicação clara e honesta
  • Suporte emocional e espiritual
  • Cuidado centrado no paciente e família
  • Trabalho em equipe multidisciplinar

Controle de sintomas:

  • Dor: Avaliação contínua, analgesia adequada
  • Dispneia: Posicionamento, oxigenoterapia, morfina
  • Náuseas: Antieméticos, cuidados alimentares
  • Constipação: Laxativos, dieta, hidratação
  • Ansiedade: Suporte emocional, ansiolíticos

7.5 Cuidados Transversais a Todos os Ciclos

7.5.1 Comunicação Terapêutica

  • Escuta ativa: Atenção plena ao paciente
  • Linguagem adequada: Adaptada à idade e compreensão
  • Empatia: Compreensão dos sentimentos
  • Respeito: Dignidade e autonomia
  • Confidencialidade: Sigilo profissional

7.5.2 Educação em Saúde

1 Avaliação: Conhecimentos prévios, necessidades de aprendizagem
2 Planejamento: Objetivos claros, métodos adequados
3 Implementação: Linguagem acessível, recursos visuais
4 Avaliação: Verificar compreensão, reforçar orientações

7.5.3 Aspectos Éticos

  • Autonomia: Respeitar decisões do paciente
  • Beneficência: Fazer o bem, promover benefícios
  • Não maleficência: Não causar danos
  • Justiça: Tratamento equitativo
  • Veracidade: Informações verdadeiras
📌 INDIVIDUALIZAÇÃO: Cada pessoa é única, independente da idade. Adapte sempre os cuidados às necessidades individuais, respeitando preferências, cultura e contexto social.
⚠️ VULNERABILIDADES: Crianças, idosos e pessoas com deficiência requerem atenção especial. Esteja sempre alerta para sinais de violência, negligência ou maus-tratos.
🆕 TENDÊNCIAS 2025: Implementação de cuidados personalizados baseados em genômica, telemedicina para acompanhamento domiciliar, robótica assistiva para idosos e programas de envelhecimento ativo com tecnologias digitais.

🎓 Conclusão

Esta apostila apresentou os fundamentos essenciais da enfermagem para técnicos em enfermagem, abordando desde os cuidados básicos até procedimentos especializados em todos os ciclos de vida.

O conhecimento técnico-científico aliado à humanização do cuidado são pilares fundamentais para uma assistência de enfermagem de qualidade e segura.

💡 Lembre-se sempre:

“A enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor.” – Florence Nightingale

Boa sorte em sua jornada profissional! 🌟





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