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🏥 Simulado Técnico em Enfermagem
Concurso São José/SC – Banca FEPESE
40 questões com gabarito comentado
1. Universalidade do acesso aos serviços de saúde.
2. Integralidade de assistência.
3. Preservação da autonomia das pessoas.
4. Igualdade da assistência à saúde.
5. Direito à informação das pessoas assistidas.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas todas as afirmativas.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
- e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
( ) Os EPIs devem ser fornecidos gratuitamente pelo empregador.
( ) O uso de EPIs dispensa a adoção de medidas de proteção coletiva.
( ) As luvas de procedimento podem ser reutilizadas após desinfecção.
( ) O descarte inadequado de EPIs pode causar contaminação ambiental.
( ) A máscara cirúrgica deve cobrir nariz, boca e queixo.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) V • F • V • F • V
- b. ( ) V • F • F • V • V
- c. ( ) F • V • F • V • F
- d. ( ) V • V • F • F • V
- e. ( ) F • F • V • V • F
- a. ( ) Entre 35,5°C e 36,5°C
- b. ( ) Entre 37,5°C e 38,5°C
- c. ( ) Entre 36,1°C e 37,2°C
- d. ( ) Entre 38,0°C e 39,0°C
- e. ( ) Entre 35,0°C e 36,0°C
1. Direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde.
2. Organização e direção dos serviços de enfermagem.
3. Planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem.
4. Administração de medicamentos e tratamentos prescritos.
5. Prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 4 e 5.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 5.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 5.
- e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
( ) A agulha deve ser inserida em ângulo de 90° em relação à pele.
( ) O local de aplicação deve ser massageado após a administração.
( ) É necessário fazer aspiração antes de injetar o medicamento.
( ) O volume máximo recomendado para adultos é de 5ml.
( ) A região ventroglútea é considerada o local mais seguro.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) V • V • F • F • V
- b. ( ) F • F • V • V • F
- c. ( ) V • F • V • F • F
- d. ( ) F • V • F • V • V
- e. ( ) V • F • V • F • V
- a. ( ) Óxido de etileno
- b. ( ) Autoclave a vapor
- c. ( ) Calor seco
- d. ( ) Radiação gama
- e. ( ) Plasma de peróxido de hidrogênio
1. Territorialização e adstrição de clientela.
2. Trabalho em equipe interdisciplinar e multiprofissional.
3. Desenvolvimento de ações intersetoriais.
4. Participação da comunidade e controle social.
5. Coordenação do cuidado na Rede de Atenção à Saúde.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
- e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
( ) O paciente deve permanecer em jejum de 12 horas para todos os exames.
( ) O garrote deve ser aplicado de 3 a 5 cm acima do local da punção.
( ) A antissepsia deve ser feita com movimentos circulares do centro para a periferia.
( ) O garrote deve permanecer no máximo 1 minuto no braço do paciente.
( ) Após a coleta, deve-se comprimir o local por 3 a 5 minutos.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) F • V • F • V • F
- b. ( ) V • F • V • F • V
- c. ( ) F • V • V • V • V
- d. ( ) V • V • F • F • F
- e. ( ) F • F • V • V • F
- a. ( ) 8 a 12 incursões por minuto
- b. ( ) 20 a 28 incursões por minuto
- c. ( ) 25 a 35 incursões por minuto
- d. ( ) 12 a 20 incursões por minuto
- e. ( ) 6 a 10 incursões por minuto
1. Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade.
2. Prestar assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.
3. Fundamentar suas relações no direito, na prudência, no respeito, na solidariedade e na diversidade de opinião e posição ideológica.
4. Comunicar ao COREN e aos órgãos competentes fatos que infrinjam dispositivos legais e que possam prejudicar o exercício profissional.
5. Manter segredo sobre fato sigiloso de que tenha conhecimento em razão de sua atividade profissional.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 5.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
- e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
( ) Feridas limpas são aquelas sem sinais de infecção e com bordas bem aproximadas.
( ) O curativo deve ser trocado sempre que estiver úmido ou sujo.
( ) A limpeza da ferida deve ser feita sempre no sentido da área mais contaminada para a menos contaminada.
( ) Feridas infectadas apresentam sinais flogísticos como rubor, calor, dor e edema.
( ) O soro fisiológico 0,9% é a solução de escolha para limpeza de feridas.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) V • V • V • F • V
- b. ( ) F • V • F • V • F
- c. ( ) V • F • V • V • V
- d. ( ) F • F • V • F • V
- e. ( ) V • V • F • V • V
- a. ( ) Sistólica menor que 140 mmHg e diastólica menor que 90 mmHg
- b. ( ) Sistólica menor que 120 mmHg e diastólica menor que 80 mmHg
- c. ( ) Sistólica entre 120-139 mmHg e diastólica entre 80-89 mmHg
- d. ( ) Sistólica menor que 130 mmHg e diastólica menor que 85 mmHg
- e. ( ) Sistólica entre 110-130 mmHg e diastólica entre 70-85 mmHg
1. Participar da programação da assistência de enfermagem.
2. Executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro.
3. Participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau auxiliar.
4. Participar da equipe de saúde.
5. Prescrever medicamentos estabelecidos em programas de saúde pública.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
( ) A higienização simples das mãos deve durar de 40 a 60 segundos.
( ) O álcool gel 70% é eficaz contra vírus, bactérias e fungos.
( ) As unhas devem estar curtas, limpas e sem esmalte ou base.
( ) A fricção antisséptica das mãos pode substituir a lavagem com água e sabão em qualquer situação.
( ) A higienização das mãos é a medida mais importante para prevenir infecções relacionadas à assistência à saúde.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) V • F • V • F • V
- b. ( ) F • V • F • V • F
- c. ( ) V • V • F • F • V
- d. ( ) F • V • V • F • V
- e. ( ) F • F • V • V • F
- a. ( ) Fornecer orientação técnica permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de controle de doenças e agravos
- b. ( ) Promover ações de educação em saúde para a população
- c. ( ) Organizar os serviços de saúde por níveis de complexidade
- d. ( ) Controlar a qualidade dos medicamentos e insumos de saúde
- e. ( ) Executar diretamente as ações de controle de doenças
1. Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência.
2. Integralidade de assistência, entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos.
3. Preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua integridade física e moral.
4. Igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie.
5. Participação da comunidade na gestão do SUS.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas todas as afirmativas.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
- e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
( ) A temperatura axilar é geralmente 0,5°C menor que a temperatura oral.
( ) A frequência cardíaca normal do adulto varia de 60 a 100 batimentos por minuto.
( ) A pressão arterial deve ser verificada sempre no mesmo braço para comparação.
( ) A frequência respiratória deve ser contada por 30 segundos e multiplicada por 2.
( ) A dor é considerada o quinto sinal vital.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) V • F • F • V • F
- b. ( ) F • V • V • F • V
- c. ( ) V • V • F • V • V
- d. ( ) F • F • V • F • V
- e. ( ) V • V • V • F • F
- a. ( ) Vias aéreas, respiração, compressões torácicas
- b. ( ) Compressões torácicas, vias aéreas, respiração
- c. ( ) Respiração, compressões torácicas, vias aéreas
- d. ( ) Vias aéreas, compressões torácicas, respiração
- e. ( ) Compressões torácicas, respiração, vias aéreas
1. Controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se relacionem com a saúde.
2. Controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou indiretamente com a saúde.
3. Controle de portos, aeroportos e fronteiras.
4. Controle de ambientes, processos, insumos e tecnologias relacionados com a saúde.
5. Controle da produção e comercialização de produtos e substâncias de interesse para a saúde.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
- c. ( ) São corretas todas as afirmativas.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
( ) As precauções padrão devem ser aplicadas no cuidado de todos os pacientes.
( ) O isolamento de contato é indicado para pacientes com infecções por microrganismos multirresistentes.
( ) As precauções por gotículas são indicadas para pacientes com tuberculose pulmonar.
( ) O isolamento respiratório requer o uso de máscara N95 ou PFF2.
( ) Pacientes em isolamento de contato podem compartilhar o mesmo quarto.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) F • V • V • F • V
- b. ( ) V • F • V • V • F
- c. ( ) F • F • F • V • V
- d. ( ) V • V • F • V • F
- e. ( ) V • V • V • F • F
- a. ( ) Via respiratória através de gotículas
- b. ( ) Via fecal-oral através de água e alimentos contaminados
- c. ( ) Via vetorial através de mosquitos
- d. ( ) Via cutânea através de ferimentos
- e. ( ) Via parenteral através de sangue e fluidos corporais
1. Exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo.
2. Ser leal às instituições a que servir.
3. Observar as normas legais e regulamentares.
4. Cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais.
5. Atender com presteza ao público em geral.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
- b. ( ) São corretas todas as afirmativas.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 4 e 5.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 5.
( ) O teste do pezinho deve ser realizado entre o 3º e 7º dia de vida.
( ) O cordão umbilical deve ser limpo com álcool 70% a cada troca de fralda.
( ) A primeira dose da vacina BCG deve ser aplicada nas primeiras 12 horas de vida.
( ) O aleitamento materno deve ser iniciado na primeira hora após o nascimento.
( ) O teste da orelhinha deve ser realizado antes da alta hospitalar.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) F • F • V • F • V
- b. ( ) V • F • V • V • F
- c. ( ) V • V • F • V • V
- d. ( ) F • V • F • V • F
- e. ( ) V • V • V • F • V
- a. ( ) 10 minutos
- b. ( ) 20 minutos
- c. ( ) 30 minutos
- d. ( ) 15 minutos
- e. ( ) 45 minutos
1. Atenção Primária à Saúde como centro de comunicação.
2. Pontos de atenção secundária e terciária.
3. Sistemas de apoio (diagnóstico, terapêutico, farmacêutico e informação).
4. Sistemas logísticos (transporte sanitário, prontuário eletrônico, regulação).
5. Sistema de governança da rede de atenção à saúde.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3, 4 e 5.
- e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
( ) O diabetes tipo 1 é mais comum em adultos acima de 40 anos.
( ) A poliúria, polidipsia e polifagia são sinais clássicos do diabetes.
( ) A hemoglobina glicada (HbA1c) reflete o controle glicêmico dos últimos 2-3 meses.
( ) Valores de glicemia de jejum acima de 126 mg/dl confirmam o diagnóstico.
( ) O diabetes tipo 2 pode ser prevenido com mudanças no estilo de vida.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) V • F • V • F • V
- b. ( ) F • V • F • V • F
- c. ( ) V • V • V • F • F
- d. ( ) F • F • V • V • V
- e. ( ) F • V • V • V • V
- a. ( ) Diabetes mellitus
- b. ( ) Obesidade
- c. ( ) Doenças cardiovasculares
- d. ( ) Doenças respiratórias
- e. ( ) Doenças hepáticas
1. Estabelecer diretrizes para o desenvolvimento de recursos humanos.
2. Proporcionar adequada remuneração aos servidores.
3. Criar mecanismos de avaliação de desempenho.
4. Garantir isonomia salarial entre servidores de mesmo cargo.
5. Estabelecer critérios para progressão funcional.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- d. ( ) São corretas todas as afirmativas.
- e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
( ) A tuberculose é uma doença de notificação compulsória.
( ) O tratamento da tuberculose pulmonar dura em média 6 meses.
( ) A baciloscopia de escarro é o principal exame para diagnóstico.
( ) Pacientes com tuberculose podem transmitir a doença mesmo sem sintomas.
( ) O tratamento supervisionado (DOTS) melhora a adesão ao tratamento.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) F • V • F • V • F
- b. ( ) V • F • V • V • V
- c. ( ) F • F • V • F • V
- d. ( ) V • V • F • V • F
- e. ( ) V • V • V • F • V
- a. ( ) Controlar e erradicar doenças imunopreveníveis
- b. ( ) Produzir vacinas nacionais
- c. ( ) Capacitar profissionais de saúde
- d. ( ) Fiscalizar a qualidade das vacinas
- e. ( ) Registrar eventos adversos pós-vacinação
1. Atendimento humanizado, acolhedor e livre de qualquer discriminação.
2. Acesso ordenado e organizado aos sistemas de saúde.
3. Tratamento adequado e efetivo para seu problema.
4. Informações sobre seu estado de saúde, de maneira clara, objetiva e compreensível.
5. Consentimento ou recusa de procedimentos, de acordo com sua vontade.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas todas as afirmativas.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
( ) A Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH) é obrigatória em todos os hospitais.
( ) O uso racional de antimicrobianos ajuda a prevenir a resistência bacteriana.
( ) A taxa de infecção hospitalar aceitável é de até 15% dos pacientes internados.
( ) O isolamento de pacientes infectados é uma medida de controle de infecção.
( ) A educação continuada da equipe é fundamental para o controle de infecções.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) V • V • V • F • V
- b. ( ) V • V • F • V • V
- c. ( ) F • V • V • V • F
- d. ( ) V • F • F • V • V
- e. ( ) F • F • V • F • V
- a. ( ) Atendimento de alta complexidade
- b. ( ) Primeiro nível de atenção do sistema de saúde
- c. ( ) Atendimento exclusivamente hospitalar
- d. ( ) Foco em procedimentos cirúrgicos
- e. ( ) Atendimento apenas de urgências
1. Acolhimento com classificação de risco.
2. Clínica ampliada e compartilhada.
3. Valorização do trabalho e do trabalhador.
4. Fomento das grupalidades, coletivos e redes.
5. Construção da memória do SUS que dá certo.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 4 e 5.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- d. ( ) São corretas todas as afirmativas.
- e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
( ) Os cuidados paliativos são indicados apenas para pacientes terminais.
( ) O controle da dor é um dos principais objetivos dos cuidados paliativos.
( ) A família deve ser incluída no plano de cuidados paliativos.
( ) Os cuidados paliativos aceleram ou retardam a morte.
( ) A comunicação adequada é fundamental nos cuidados paliativos.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) V • F • V • V • F
- b. ( ) F • V • F • V • V
- c. ( ) V • V • V • F • F
- d. ( ) F • F • V • F • V
- e. ( ) F • V • V • F • V
- a. ( ) Aumentar o número de consultas médicas
- b. ( ) Reduzir os custos do sistema de saúde
- c. ( ) Capacitar apenas os profissionais de saúde
- d. ( ) Promover mudanças de comportamento para melhoria da qualidade de vida
- e. ( ) Divulgar informações sobre doenças
1. Definir e coordenar os sistemas de redes integradas de assistência de alta complexidade.
2. Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde.
3. Executar serviços de vigilância epidemiológica e sanitária.
4. Elaborar normas técnicas e estabelecer padrões de qualidade para promoção da saúde.
5. Promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas todas as afirmativas.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 5.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- e. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 4 e 5.
( ) O SINAN é o sistema de informação de agravos de notificação.
( ) O SIM registra informações sobre mortalidade.
( ) O SINASC coleta dados sobre nascidos vivos.
( ) O SIA/SUS processa informações ambulatoriais do SUS.
( ) O SISVAN monitora o estado nutricional da população.
Assinale a alternativa que indica a sequência correta, de cima para baixo.
- a. ( ) V • V • V • V • V
- b. ( ) F • V • V • F • V
- c. ( ) V • F • V • V • F
- d. ( ) V • V • F • V • V
- e. ( ) F • F • V • F • V
- a. ( ) Executar políticas de saúde
- b. ( ) Prestar assistência médica
- c. ( ) Controlar socialmente as políticas de saúde
- d. ( ) Formar profissionais de saúde
- e. ( ) Fiscalizar estabelecimentos de saúde
1. Beneficência – fazer o bem ao paciente.
2. Não maleficência – não causar dano ao paciente.
3. Autonomia – respeitar a vontade do paciente.
4. Justiça – tratar todos os pacientes com equidade.
5. Veracidade – ser honesto com o paciente.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
- a. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
- b. ( ) São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
- c. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 5.
- d. ( ) São corretas apenas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
- e. ( ) São corretas todas as afirmativas.
📚 Legislação Municipal de São José/SC
Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025
Estatuto do Servidor Público e Plano de Cargos e Salários
📋 ÍNDICE
- 1. Lei nº 2.248/1991 – Estatuto do Servidor Público de São José/SC
- 2. Direitos do Servidor Público
- 3. Deveres do Servidor Público
- 4. Proibições ao Servidor Público
- 5. Regime Disciplinar
- 6. Progressão Funcional
- 7. Leis Complementares nº 53/2011 e 54/2011 – Plano de Cargos e Salários
- 8. Estrutura de Cargos
- 9. Sistema de Remuneração
- 10. Avaliação de Desempenho
- 11. Progressão no Plano de Cargos
- 12. Disposições Finais e Atualizações 2025
1. Lei nº 2.248/1991 – Estatuto do Servidor Público de São José/SC
A Lei nº 2.248, de 27 de dezembro de 1991, institui o Estatuto dos Servidores Públicos do Município de São José, Estado de Santa Catarina, estabelecendo o regime jurídico único dos servidores da administração pública direta, das autarquias e das fundações públicas municipais.
1.1 Disposições Preliminares
O estatuto aplica-se a todos os servidores públicos municipais, entendendo-se como servidor público a pessoa legalmente investida em cargo público de provimento efetivo ou em comissão.
Classificação dos Cargos Públicos:
- Cargos de Provimento Efetivo: Aqueles cujo provimento depende de prévia aprovação em concurso público
- Cargos de Provimento em Comissão: Aqueles de livre nomeação e exoneração
- Funções de Confiança: Destinadas exclusivamente aos servidores efetivos
2. Direitos do Servidor Público
O Estatuto do Servidor Público de São José/SC assegura diversos direitos aos servidores municipais, visando garantir condições adequadas de trabalho e valorização profissional.
2.1 Direitos Fundamentais
Vencimento e Remuneração:
- Percepção do vencimento do cargo efetivo
- Gratificações e adicionais previstos em lei
- Remuneração do trabalho noturno superior à do diurno
- Salário-família
- Auxílio-alimentação
- Auxílio-transporte
Licenças e Afastamentos:
- Licença para tratamento de saúde
- Licença por motivo de doença em pessoa da família
- Licença à gestante e à adotante
- Licença-paternidade
- Licença para o serviço militar
- Licença para atividade política
- Licença para capacitação
- Licença para tratar de interesses particulares
2.2 Direitos Previdenciários
- Aposentadoria por invalidez permanente
- Aposentadoria compulsória aos 75 anos
- Aposentadoria voluntária por idade e tempo de contribuição
- Pensão por morte aos dependentes
- Auxílio-doença
- Auxílio-acidente
2.3 Direitos Sociais
- Férias anuais remuneradas de 30 dias
- 13º salário
- Adicional de 1/3 sobre as férias
- Horário especial para servidor estudante
- Horário especial para servidor portador de deficiência
- Assistência à saúde do servidor e dependentes
3. Deveres do Servidor Público
Os deveres do servidor público municipal são obrigações funcionais que visam assegurar a eficiência, moralidade e legalidade da administração pública.
3.1 Deveres Fundamentais
I – exercer com zelo e dedicação as atribuições do cargo;
II – ser leal às instituições a que servir;
III – observar as normas legais e regulamentares;
IV – cumprir as ordens superiores, exceto quando manifestamente ilegais;
V – atender com presteza:
a) ao público em geral, prestando as informações requeridas;
b) à expedição de certidões requeridas para defesa de direito;
VI – levar as irregularidades de que tiver ciência em razão do cargo ao conhecimento da autoridade superior;
VII – zelar pela economia do material e a conservação do patrimônio público;
VIII – guardar sigilo sobre assunto da repartição;
IX – manter conduta compatível com a moralidade administrativa;
X – ser assíduo e pontual ao serviço;
XI – tratar com urbanidade as pessoas;
XII – representar contra ilegalidade, omissão ou abuso de poder.
3.2 Deveres Específicos para Técnicos em Enfermagem
Além dos deveres gerais, os técnicos em enfermagem do serviço público municipal devem observar:
- Prestar assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência
- Manter sigilo sobre informações confidenciais dos pacientes
- Comunicar ao enfermeiro responsável situações que comprometam a segurança do paciente
- Utilizar adequadamente os equipamentos de proteção individual
- Participar de programas de educação continuada
- Cumprir protocolos e procedimentos operacionais padrão
- Manter atualizados os registros de enfermagem
3.3 Assiduidade e Pontualidade
O servidor deve cumprir integralmente sua jornada de trabalho, observando:
- Horário de entrada e saída estabelecido
- Permanência no local de trabalho durante o expediente
- Comunicação prévia de ausências justificadas
- Compensação de horários quando autorizada
Tipo de Falta | Consequência | Observação |
---|---|---|
Falta Justificada | Sem desconto | Com apresentação de atestado médico ou documento comprobatório |
Falta Injustificada | Desconto no vencimento | Pode gerar processo administrativo disciplinar |
Atraso | Desconto proporcional | Reincidência pode caracterizar abandono de cargo |
4. Proibições ao Servidor Público
As proibições estabelecidas no Estatuto visam preservar a moralidade, eficiência e imparcialidade da administração pública municipal.
4.1 Proibições Gerais
I – ausentar-se do serviço durante o expediente, sem prévia autorização;
II – retirar, sem prévia anuência da autoridade competente, qualquer documento ou objeto da repartição;
III – recusar fé a documentos públicos;
IV – opor resistência injustificada ao andamento de documento e processo;
V – promover manifestação de apreço ou desapreço no recinto da repartição;
VI – cometer a pessoa estranha à repartição, fora dos casos previstos em lei, o desempenho de atribuição que seja de sua responsabilidade;
VII – coagir ou aliciar subordinados no sentido de filiarem-se a associação profissional ou sindical;
VIII – manter sob sua chefia imediata, em cargo ou função de confiança, cônjuge, companheiro ou parente até o segundo grau civil;
IX – valer-se do cargo para lograr proveito pessoal ou de outrem;
X – participar de gerência ou administração de sociedade privada;
XI – atuar, como procurador ou intermediário, junto a repartições públicas;
XII – receber propina, comissão, presente ou vantagem de qualquer espécie;
XIII – aceitar comissão, emprego ou pensão de estado estrangeiro;
XIV – praticar usura sob qualquer de suas formas;
XV – proceder de forma desidiosa;
XVI – utilizar pessoal ou recursos materiais da repartição em serviços ou atividades particulares.
4.2 Proibições Específicas na Área da Saúde
Para os técnicos em enfermagem, além das proibições gerais, aplicam-se vedações específicas:
- Executar atividades privativas do enfermeiro
- Administrar medicamentos sem prescrição médica ou de enfermeiro
- Divulgar informações sobre pacientes
- Aceitar gratificações de pacientes ou familiares
- Abandonar paciente sob seus cuidados
- Delegar atividades privativas a pessoal não habilitado
4.3 Acumulação de Cargos
É vedada a acumulação remunerada de cargos públicos, exceto quando houver compatibilidade de horários:
- Dois cargos de professor
- Um cargo de professor com outro técnico ou científico
- Dois cargos ou empregos privativos de profissionais de saúde, com profissões regulamentadas
5. Regime Disciplinar
O regime disciplinar estabelece as penalidades aplicáveis aos servidores que cometerem infrações funcionais, visando manter a ordem, disciplina e eficiência do serviço público.
5.1 Penalidades Disciplinares
As penalidades disciplinares aplicáveis aos servidores públicos municipais são:
Penalidade | Aplicação | Prazo |
---|---|---|
Advertência | Infrações leves | Verbal ou por escrito |
Suspensão | Reincidência ou infrações médias | Até 90 dias |
Demissão | Infrações graves | Definitiva |
Cassação de Aposentadoria | Infrações graves de aposentado | Definitiva |
Destituição de Cargo em Comissão | Infrações em cargo comissionado | Imediata |
Destituição de Função Comissionada | Infrações em função de confiança | Imediata |
5.2 Infrações e Penalidades Correspondentes
Advertência – Aplicada nos casos de:
- Negligência no cumprimento dos deveres
- Falta de urbanidade com o público
- Descumprimento de horário sem justificativa
- Inobservância de normas internas
Suspensão – Aplicada nos casos de:
- Reincidência em falta punida com advertência
- Insubordinação grave
- Ofensa física em serviço
- Ausência injustificada por mais de 30 dias consecutivos
Demissão – Aplicada nos casos de:
- Crime contra a administração pública
- Abandono de cargo
- Inassiduidade habitual
- Improbidade administrativa
- Incontinência pública e conduta escandalosa
- Insubordinação grave em serviço
- Ofensa física em serviço contra servidor ou particular
- Aplicação irregular de dinheiros públicos
- Revelação de segredo apropriado em razão do cargo
- Lesão aos cofres públicos e dilapidação do patrimônio municipal
- Corrupção
- Acumulação ilegal de cargos
5.3 Prescrição das Infrações
As infrações disciplinares prescrevem nos seguintes prazos:
- 180 dias: Para advertência
- 2 anos: Para suspensão
- 5 anos: Para demissão, cassação de aposentadoria e destituição de cargo em comissão
6. Progressão Funcional
A progressão funcional é o instituto que permite ao servidor avançar na carreira, mediante o atendimento de requisitos específicos estabelecidos em lei.
6.1 Modalidades de Progressão
Progressão Horizontal (por Mérito):
- Avaliação de desempenho satisfatória
- Interstício mínimo de 3 anos
- Participação em cursos de capacitação
- Ausência de penalidades disciplinares
Progressão Vertical (por Titulação):
- Obtenção de título de graduação na área de atuação
- Especialização, mestrado ou doutorado
- Cursos de aperfeiçoamento reconhecidos
- Certificações profissionais
6.2 Critérios de Avaliação
A avaliação para progressão considera os seguintes aspectos:
Critério | Peso | Descrição |
---|---|---|
Assiduidade | 20% | Frequência e pontualidade |
Disciplina | 20% | Cumprimento de normas e regulamentos |
Capacidade de Iniciativa | 20% | Proatividade e inovação |
Produtividade | 20% | Qualidade e quantidade do trabalho |
Responsabilidade | 20% | Comprometimento com as atividades |
6.3 Procedimentos para Progressão
- Requerimento do servidor interessado
- Análise dos requisitos pela chefia imediata
- Avaliação pela comissão de avaliação
- Homologação pela autoridade competente
- Publicação do ato de progressão
7. Leis Complementares nº 53/2011 e 54/2011 – Plano de Cargos e Salários
As Leis Complementares nº 53/2011 e 54/2011 instituem o Plano de Cargos, Carreiras e Salários dos servidores públicos municipais de São José/SC, estabelecendo a estrutura de cargos, critérios de remuneração e desenvolvimento na carreira.
7.1 Objetivos do Plano de Cargos
O Plano de Cargos e Salários tem como principais objetivos:
- Estabelecer diretrizes para o desenvolvimento de recursos humanos
- Proporcionar adequada remuneração aos servidores
- Criar mecanismos de avaliação de desempenho
- Garantir isonomia salarial entre servidores de mesmo cargo
- Estabelecer critérios para progressão funcional
- Valorizar a capacitação e o aperfeiçoamento profissional
- Promover a melhoria da qualidade dos serviços públicos
7.2 Princípios Norteadores
O Plano de Cargos e Salários fundamenta-se nos seguintes princípios:
- Legalidade: Observância às normas constitucionais e legais
- Impessoalidade: Tratamento igualitário a todos os servidores
- Moralidade: Conduta ética na gestão de pessoas
- Publicidade: Transparência nos atos administrativos
- Eficiência: Otimização dos recursos humanos
- Isonomia: Igualdade de tratamento para situações equivalentes
- Mérito: Reconhecimento do desempenho e competência
7.3 Abrangência do Plano
O Plano de Cargos e Salários aplica-se a:
- Servidores efetivos da administração direta
- Servidores das autarquias municipais
- Servidores das fundações públicas municipais
- Ocupantes de cargos em comissão (parcialmente)
8. Estrutura de Cargos
A estrutura de cargos do município de São José/SC organiza-se em grupos ocupacionais, níveis de escolaridade e classes, proporcionando clareza na organização funcional.
8.1 Grupos Ocupacionais
Os cargos são organizados nos seguintes grupos:
Grupo | Descrição | Exemplos de Cargos |
---|---|---|
Operacional | Atividades de apoio e execução | Auxiliar de Serviços Gerais, Motorista |
Técnico | Atividades de nível médio/técnico | Técnico em Enfermagem, Técnico em Informática |
Superior | Atividades de nível superior | Enfermeiro, Médico, Engenheiro |
Magistério | Atividades de ensino | Professor, Coordenador Pedagógico |
8.2 Níveis de Escolaridade
Os cargos são classificados conforme o nível de escolaridade exigido:
- Nível I: Ensino Fundamental Incompleto
- Nível II: Ensino Fundamental Completo
- Nível III: Ensino Médio Completo
- Nível IV: Ensino Médio + Curso Técnico
- Nível V: Ensino Superior Completo
- Nível VI: Ensino Superior + Especialização
8.3 Classes e Referências
Cada cargo possui classes (A, B, C, D, E) e referências (1 a 15) que determinam o posicionamento salarial:
Classe | Referências | Critério de Acesso |
---|---|---|
A | 1 a 3 | Ingresso no cargo |
B | 4 a 6 | Progressão por mérito |
C | 7 a 9 | Progressão por mérito + titulação |
D | 10 a 12 | Progressão por mérito + titulação superior |
E | 13 a 15 | Progressão por mérito + titulação máxima |
8.4 Requisitos para Investidura
Para investidura no cargo de Técnico em Enfermagem, são exigidos:
- Nacionalidade brasileira ou portuguesa
- Gozo dos direitos políticos
- Quitação com as obrigações militares e eleitorais
- Nível de escolaridade exigido para o exercício do cargo
- Idade mínima de 18 anos
- Aptidão física e mental
- Curso técnico em enfermagem
- Registro no Conselho Regional de Enfermagem (COREN)
9. Sistema de Remuneração
O sistema de remuneração dos servidores municipais de São José/SC é estruturado de forma a garantir equidade interna e competitividade externa, considerando as responsabilidades e complexidade de cada cargo.
9.1 Composição da Remuneração
A remuneração do servidor é composta por:
Vencimento Básico:
- Valor fixo correspondente ao cargo, classe e referência
- Base de cálculo para demais vantagens
- Reajustado conforme política salarial municipal
Vantagens Pessoais:
- Adicional por tempo de serviço (quinquênios)
- Adicional de titulação
- Gratificação de função (quando aplicável)
Vantagens do Cargo:
- Adicional de insalubridade
- Adicional de periculosidade
- Adicional noturno
- Adicional de plantão
9.2 Tabela Salarial
A tabela salarial é estruturada por níveis e referências, sendo atualizada anualmente conforme disponibilidade orçamentária e política salarial do município.
Referência | Classe A | Classe B | Classe C | Classe D | Classe E |
---|---|---|---|---|---|
1 | R$ 2.500,00 | – | – | – | – |
2 | R$ 2.625,00 | – | – | – | – |
3 | R$ 2.756,25 | – | – | – | – |
4 | – | R$ 2.894,06 | – | – | – |
5 | – | R$ 3.038,77 | – | – | – |
*Valores exemplificativos – consultar tabela oficial atualizada
9.3 Adicional por Tempo de Serviço
O adicional por tempo de serviço é concedido a cada quinquênio de efetivo exercício:
- 5 anos: 5% sobre o vencimento básico
- 10 anos: 10% sobre o vencimento básico
- 15 anos: 15% sobre o vencimento básico
- 20 anos: 20% sobre o vencimento básico
- 25 anos: 25% sobre o vencimento básico
- 30 anos: 30% sobre o vencimento básico
- 35 anos: 35% sobre o vencimento básico
9.4 Adicional de Titulação
Concedido aos servidores que possuem titulação superior à exigida para o cargo:
Titulação | Percentual | Base de Cálculo |
---|---|---|
Graduação (para cargo de nível médio) | 10% | Vencimento básico |
Especialização | 5% | Vencimento básico |
Mestrado | 10% | Vencimento básico |
Doutorado | 15% | Vencimento básico |
10. Avaliação de Desempenho
A avaliação de desempenho é instrumento de gestão de pessoas que visa aferir o rendimento do servidor, identificar necessidades de capacitação e subsidiar decisões sobre progressão funcional.
10.1 Objetivos da Avaliação
- Verificar o cumprimento das atribuições do cargo
- Identificar potencialidades e necessidades de desenvolvimento
- Subsidiar programas de capacitação
- Fundamentar decisões sobre progressão na carreira
- Promover o diálogo entre chefia e subordinado
- Melhorar a qualidade dos serviços prestados
10.2 Periodicidade e Responsabilidade
A avaliação de desempenho é realizada:
- Anualmente: Para todos os servidores efetivos
- Ao final do estágio probatório: Para servidores em período de experiência
- Quando solicitada: Para fins de progressão ou remoção
A responsabilidade pela avaliação é da chefia imediata, com participação de comissão de avaliação quando necessário.
10.3 Critérios de Avaliação
A avaliação considera os seguintes fatores:
Fator | Peso | Indicadores |
---|---|---|
Conhecimento do Trabalho | 25% | Domínio técnico, atualização profissional |
Qualidade do Trabalho | 25% | Precisão, organização, atenção aos detalhes |
Produtividade | 20% | Volume de trabalho, cumprimento de prazos |
Relacionamento | 15% | Trabalho em equipe, atendimento ao público |
Assiduidade e Pontualidade | 15% | Frequência, cumprimento de horários |
10.4 Escala de Pontuação
Cada fator é pontuado conforme escala de 1 a 5:
- 5 – Excelente: Desempenho excepcional, supera expectativas
- 4 – Muito Bom: Desempenho acima da média esperada
- 3 – Bom: Desempenho satisfatório, atende expectativas
- 2 – Regular: Desempenho abaixo do esperado, necessita melhoria
- 1 – Insatisfatório: Desempenho inadequado, requer ação corretiva
10.5 Procedimentos da Avaliação
- Comunicação prévia ao servidor sobre o período de avaliação
- Preenchimento do formulário de avaliação pela chefia
- Entrevista de feedback com o servidor
- Assinatura do servidor (concordância ou discordância)
- Encaminhamento à área de recursos humanos
- Arquivo na pasta funcional do servidor
11. Progressão no Plano de Cargos
A progressão no Plano de Cargos e Salários permite ao servidor evoluir na carreira mediante o atendimento de critérios objetivos, promovendo o desenvolvimento profissional e a melhoria dos serviços.
11.1 Modalidades de Progressão
Progressão Horizontal:
Movimentação do servidor dentro da mesma classe, passando de uma referência para outra imediatamente superior.
Requisitos:
- Interstício mínimo de 3 anos na referência atual
- Avaliação de desempenho satisfatória (≥ 3,0)
- Ausência de penalidades disciplinares nos últimos 2 anos
- Participação em programa de capacitação (mínimo 40 horas)
Progressão Vertical:
Movimentação do servidor de uma classe para outra imediatamente superior.
Requisitos:
- Estar na referência máxima da classe atual
- Interstício mínimo de 4 anos na classe
- Avaliação de desempenho excelente (≥ 4,0)
- Titulação adicional na área de atuação
- Participação em programa de capacitação (mínimo 80 horas)
- Ausência de penalidades disciplinares nos últimos 3 anos
11.2 Capacitação Profissional
A participação em programas de capacitação é requisito essencial para progressão:
Modalidades Aceitas:
- Cursos promovidos pela administração municipal
- Cursos de instituições de ensino reconhecidas
- Seminários, congressos e workshops
- Cursos de educação à distância certificados
- Programas de pós-graduação
Áreas Prioritárias para Técnicos em Enfermagem:
- Urgência e emergência
- Saúde pública e epidemiologia
- Controle de infecção hospitalar
- Humanização em saúde
- Gestão em saúde
- Tecnologias em enfermagem
- Ética profissional
11.3 Processo de Progressão
- Requerimento: Servidor solicita progressão mediante requerimento fundamentado
- Análise Documental: Verificação do cumprimento dos requisitos
- Avaliação: Análise da avaliação de desempenho e capacitação
- Parecer da Chefia: Manifestação da chefia imediata
- Decisão: Deliberação da autoridade competente
- Homologação: Publicação do ato de progressão
11.4 Cronograma Anual
A progressão funcional segue cronograma anual estabelecido:
Período | Atividade | Responsável |
---|---|---|
Janeiro a Março | Abertura de inscrições | Recursos Humanos |
Abril a Maio | Análise dos requerimentos | Comissão de Avaliação |
Junho | Divulgação dos resultados | Recursos Humanos |
Julho | Recursos e revisões | Comissão Recursal |
Agosto | Homologação final | Prefeito Municipal |
Setembro | Implementação | Recursos Humanos |
12. Disposições Finais e Atualizações 2025
As legislações municipais de São José/SC passaram por importantes atualizações e adequações em 2025, visando modernizar a gestão de pessoas e alinhar-se às melhores práticas de administração pública.
12.1 Principais Alterações em 2025
Modernização Digital:
- Implementação do sistema eletrônico de gestão de pessoas
- Digitalização dos processos de progressão funcional
- Portal do servidor com acesso a informações funcionais
- Avaliação de desempenho online
Sustentabilidade e Meio Ambiente:
- Inclusão de critérios ambientais na avaliação de desempenho
- Programas de capacitação em sustentabilidade
- Incentivos para práticas ecológicas no trabalho
Saúde e Bem-estar:
- Ampliação dos programas de qualidade de vida
- Licenças especiais para tratamento de saúde mental
- Flexibilização de horários para servidores com necessidades especiais
- Programa de prevenção ao assédio moral e sexual
12.2 Compliance e Transparência
Novas medidas de compliance foram implementadas:
- Canal de denúncias anônimas
- Comitê de ética e integridade
- Programa de integridade pública
- Transparência ativa em dados de pessoal
- Auditoria interna em recursos humanos
12.3 Inclusão e Diversidade
Políticas de inclusão e diversidade foram fortalecidas:
- Cotas para pessoas com deficiência ampliadas
- Programa de acessibilidade nos locais de trabalho
- Capacitação em diversidade e inclusão
- Comitê de promoção da igualdade
12.4 Teletrabalho e Flexibilização
Regulamentação do trabalho remoto e híbrido:
- Critérios para autorização de teletrabalho
- Equipamentos e infraestrutura necessária
- Controle de jornada no trabalho remoto
- Avaliação por resultados
12.5 Capacitação Continuada
Fortalecimento dos programas de desenvolvimento:
- Escola de Governo Municipal
- Parcerias com universidades
- Plataforma de educação à distância
- Trilhas de aprendizagem por cargo
- Mentoria e coaching interno
12.6 Considerações Finais
A legislação municipal de São José/SC representa um marco na gestão de pessoas do setor público, estabelecendo diretrizes claras para o desenvolvimento profissional e a valorização dos servidores.
Para os técnicos em enfermagem, as normas garantem:
- Carreira estruturada com possibilidades de crescimento
- Remuneração compatível com as responsabilidades
- Programas específicos de capacitação
- Reconhecimento da importância da categoria
- Condições adequadas de trabalho
Última atualização: Janeiro de 2025
Fonte: Legislação Municipal de São José/SC – Leis nº 2.248/1991, 53/2011 e 54/2011
Apostila Educação (Professor) para Concursos A Apostila Educação (Professor) para Concursos foi elaborada por professores especializados em cada matéria e com larga experiência em concursos. O conteúdo foi organizado, visando uma fácil assimilação do conteúdo e, assim, uma melhor otimização no tempo de aprendizagem. Características: – Material; – Conteúdo atualizado; – Apostila elaborada por professores especializados em concursos. Matérias da Apostila: Conhecimentos Pedagógicos
🏥 Sistema Único de Saúde (SUS)
Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025
PARTE 1: Fundamentos, Legislação e Organização
📋 ÍNDICE – PARTE 1
- 1. Introdução ao Sistema Único de Saúde (SUS)
- 2. Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde
- 3. Princípios Fundamentais do SUS
- 4. Diretrizes do SUS
- 5. Lei nº 8.142/1990 – Participação Popular e Financiamento
- 6. Competências dos Entes Federativos
- 7. Organização dos Serviços de Saúde
- 8. Atenção Básica à Saúde
- 9. Atenção de Média Complexidade
- 10. Atenção de Alta Complexidade
1. Introdução ao Sistema Único de Saúde (SUS)
O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores sistemas públicos de saúde do mundo, criado pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado pelas Leis nº 8.080/1990 e 8.142/1990. Representa uma conquista histórica da sociedade brasileira na garantia do direito universal à saúde.
1.1 Contexto Histórico
Antes da criação do SUS, o sistema de saúde brasileiro era fragmentado e excludente. A assistência médica era restrita aos trabalhadores formais contribuintes da Previdência Social, deixando grande parte da população sem acesso aos serviços de saúde.
Movimento da Reforma Sanitária:
- Década de 1970: Críticas ao modelo médico-assistencial privatista
- 8ª Conferência Nacional de Saúde (1986): Marco na construção do SUS
- Constituição de 1988: Consagração da saúde como direito universal
- Leis Orgânicas da Saúde (1990): Regulamentação do sistema
1.2 Conceito de Saúde no SUS
O SUS adota um conceito ampliado de saúde, que vai além da ausência de doença, considerando os determinantes sociais da saúde:
- Condições de vida e trabalho
- Educação e renda
- Habitação e saneamento
- Alimentação e nutrição
- Meio ambiente
- Acesso a bens e serviços essenciais
1.3 Características Gerais do SUS
O SUS caracteriza-se como um sistema:
- Único: Mesmo sistema em todo território nacional
- Universal: Atende a todos os brasileiros e estrangeiros residentes
- Integral: Oferece ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação
- Equitativo: Trata desigualmente os desiguais para reduzir diferenças
- Descentralizado: Gestão compartilhada entre União, Estados e Municípios
- Participativo: Controle social através de conselhos e conferências
2. Lei nº 8.080/1990 – Lei Orgânica da Saúde
A Lei nº 8.080, de 19 de setembro de 1990, conhecida como Lei Orgânica da Saúde, dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes.
2.1 Objetivos da Lei 8.080/1990
A lei estabelece que o SUS é constituído pelo conjunto de ações e serviços de saúde prestados por:
- Órgãos e instituições públicas federais
- Órgãos e instituições públicas estaduais
- Órgãos e instituições públicas municipais
- Administração direta e indireta
- Fundações mantidas pelo Poder Público
2.2 Campo de Atuação do SUS
Segundo o artigo 6º da Lei 8.080/1990, estão incluídas no campo de atuação do SUS:
I – Execução de ações:
- Vigilância sanitária
- Vigilância epidemiológica
- Saúde do trabalhador
- Assistência terapêutica integral, inclusive farmacêutica
II – Participação na formulação da política e na execução de ações de saneamento básico
III – Ordenação da formação de recursos humanos na área de saúde
IV – Vigilância nutricional e orientação alimentar
V – Colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho
VI – Formulação da política de medicamentos, equipamentos, imunobiológicos e outros insumos
VII – Controle e fiscalização de serviços, produtos e substâncias de interesse para a saúde
VIII – Fiscalização e inspeção de alimentos, água e bebidas para consumo humano
IX – Participação no controle e na fiscalização da produção, transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos psicoativos, tóxicos e radioativos
X – Incremento do desenvolvimento científico e tecnológico em sua área de atuação
XI – Formulação e execução da política de sangue e seus derivados
2.3 Serviços Privados no SUS
A Lei 8.080/1990 permite a participação complementar da iniciativa privada no SUS, estabelecendo critérios específicos:
Critérios para Participação Privada:
- Participação complementar, não substitutiva
- Preferência para entidades filantrópicas e sem fins lucrativos
- Formalização através de contratos ou convênios
- Observância dos princípios e diretrizes do SUS
- Submissão às normas técnicas e administrativas
3. Princípios Fundamentais do SUS
Os princípios do SUS são diretrizes fundamentais que orientam a organização e funcionamento do sistema de saúde brasileiro. Dividem-se em princípios doutrinários (ideológicos) e organizativos (operacionais).
3.1 Princípios Doutrinários
3.1.1 Universalidade
A universalidade significa que:
- Todos têm direito à saúde
- Não há distinção entre usuários
- Independe de contribuição prévia
- Abrange brasileiros e estrangeiros residentes
- Garante acesso a todos os níveis de atenção
3.1.2 Equidade
A equidade implica em:
- Reconhecimento das diferenças nas condições de vida
- Necessidades diferenciadas de atenção
- Priorização de grupos vulneráveis
- Distribuição de recursos conforme necessidades
- Redução das desigualdades em saúde
3.1.3 Integralidade
A integralidade abrange:
- Ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação
- Atendimento nos três níveis de complexidade
- Visão integral do ser humano
- Articulação entre diferentes serviços
- Continuidade do cuidado
3.2 Princípios Organizativos
3.2.1 Descentralização
A descentralização envolve:
- Redistribuição de poder e responsabilidades
- Comando único em cada esfera de governo
- Municipalização dos serviços
- Autonomia dos entes federativos
- Cooperação técnica e financeira
3.2.2 Regionalização e Hierarquização
Características da regionalização e hierarquização:
Nível | Complexidade | Características |
---|---|---|
Atenção Básica | Baixa | Porta de entrada, problemas mais frequentes |
Atenção Secundária | Média | Especialidades, exames complementares |
Atenção Terciária | Alta | Procedimentos complexos, alta tecnologia |
3.2.3 Participação Popular (Controle Social)
Mecanismos de participação:
- Conselhos de Saúde (permanentes)
- Conferências de Saúde (periódicas)
- Audiências públicas
- Ouvidorias
- Comissões locais de saúde
4. Diretrizes do SUS
As diretrizes do SUS são orientações gerais que complementam os princípios, estabelecendo como o sistema deve funcionar na prática para garantir o cumprimento de seus objetivos.
4.1 Diretrizes Estabelecidas na Lei 8.080/1990
I – Universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos os níveis de assistência
II – Integralidade de assistência
Entendida como conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema.
III – Preservação da autonomia das pessoas
Na defesa de sua integridade física e moral, respeitando-se a dignidade humana e os direitos fundamentais.
IV – Igualdade da assistência à saúde
Sem preconceitos ou privilégios de qualquer espécie, garantindo tratamento igualitário a todos os usuários.
V – Direito à informação
Às pessoas assistidas, sobre sua saúde, incluindo diagnóstico, prognóstico, tratamento e riscos envolvidos.
VI – Divulgação de informações
Quanto ao potencial dos serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário, promovendo transparência e acesso à informação.
VII – Utilização da epidemiologia
Para o estabelecimento de prioridades, a alocação de recursos e a orientação programática, baseando decisões em evidências científicas.
VIII – Participação da comunidade
No controle social das ações e serviços de saúde, garantindo a democratização da gestão.
IX – Descentralização político-administrativa
Com direção única em cada esfera de governo, enfatizando a descentralização dos serviços para os municípios e a regionalização e hierarquização da rede de serviços de saúde.
X – Integração em nível executivo
Das ações de saúde, meio ambiente e saneamento básico, reconhecendo a intersetorialidade da saúde.
XI – Conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos, materiais e humanos
Da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios na prestação de serviços de assistência à saúde da população.
XII – Capacidade de resolução dos serviços
Em todos os níveis de assistência, garantindo que cada nível seja capaz de resolver os problemas de sua competência.
XIII – Organização dos serviços públicos
De modo a evitar duplicidade de meios para fins idênticos, otimizando recursos e evitando desperdícios.
4.2 Diretrizes Operacionais
4.2.1 Territorialização
Organização dos serviços com base em territórios definidos, considerando:
- Características geográficas
- Perfil epidemiológico
- Densidade populacional
- Acessibilidade aos serviços
- Recursos disponíveis
4.2.2 Porta de Entrada
Definição clara dos pontos de acesso ao sistema:
- Atenção Básica (porta de entrada preferencial)
- Urgência e Emergência
- Atenção Psicossocial
- Serviços especiais de acesso aberto
4.2.3 Referência e Contrarreferência
Sistema de encaminhamentos entre os níveis de atenção:
- Referência: encaminhamento para nível de maior complexidade
- Contrarreferência: retorno ao nível de origem
- Continuidade do cuidado
- Comunicação entre serviços
Fluxo de Referência e Contrarreferência
↕️
↕️
5. Lei nº 8.142/1990 – Participação Popular e Financiamento
A Lei nº 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.
5.1 Instâncias de Participação Popular
I – a Conferência de Saúde;
II – o Conselho de Saúde.
5.1.1 Conferências de Saúde
As Conferências de Saúde são instâncias máximas de deliberação do SUS:
- Periodicidade: A cada quatro anos
- Convocação: Poder Executivo ou Conselho de Saúde
- Representação: Vários segmentos sociais
- Objetivo: Avaliar situação de saúde e propor diretrizes
Composição das Conferências:
Segmento | Percentual | Representação |
---|---|---|
Usuários | 50% | Movimentos sociais, sindicatos, associações |
Trabalhadores de Saúde | 25% | Conselhos profissionais, sindicatos |
Gestores e Prestadores | 25% | Governo e setor privado |
5.1.2 Conselhos de Saúde
Os Conselhos de Saúde são órgãos colegiados permanentes do SUS:
- Caráter: Deliberativo
- Funcionamento: Permanente
- Composição: Paritária (50% usuários)
- Âmbito: Nacional, estadual, municipal e local
Competências dos Conselhos de Saúde:
- Formular estratégias e controlar a execução da política de saúde
- Deliberar sobre o Plano de Saúde
- Aprovar o orçamento da saúde
- Fiscalizar e controlar gastos
- Propor critérios para programação e execução financeira
- Estabelecer diretrizes para aplicação de recursos
5.2 Transferências Intergovernamentais
A Lei 8.142/1990 estabelece as condições para transferência de recursos entre os entes federativos:
5.2.1 Fundo Nacional de Saúde
Os recursos do SUS são repassados através do Fundo Nacional de Saúde para os Fundos Estaduais e Municipais de Saúde.
5.2.2 Modalidades de Transferência
- Transferências regulares e automáticas: Fundo a fundo
- Transferências eventuais: Convênios específicos
5.2.3 Requisitos para Recebimento de Recursos
Para receber recursos federais, Estados e Municípios devem:
- Ter Fundo de Saúde
- Ter Conselho de Saúde funcionando
- Ter Plano de Saúde
- Apresentar relatórios de gestão
- Ter contrapartida de recursos próprios
- Ter Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e Salários (PCCS)
5.3 Contrapartida dos Entes Federativos
A Lei estabelece percentuais mínimos de aplicação em saúde:
Ente Federativo | Percentual Mínimo | Base de Cálculo |
---|---|---|
União | Valor do ano anterior + variação PIB | Receita corrente líquida |
Estados | 12% | Receita de impostos |
Municípios | 15% | Receita de impostos |
6. Competências dos Entes Federativos
O SUS é organizado de forma descentralizada, com competências específicas para cada esfera de governo: União, Estados, Distrito Federal e Municípios. Cada ente tem responsabilidades definidas na gestão do sistema.
6.1 Competências da União
À direção nacional do SUS compete:
6.1.1 Formulação de Políticas
- Formular, avaliar e apoiar políticas nacionais de saúde
- Participar na formulação e implementação das políticas de controle das agressões ao meio ambiente
- Definir e coordenar os sistemas de redes integradas de assistência
6.1.2 Normatização e Regulamentação
- Estabelecer normas e executar a vigilância sanitária
- Estabelecer critérios e parâmetros para o controle da qualidade sanitária
- Promover articulação com os órgãos educacionais e de fiscalização do exercício profissional
6.1.3 Coordenação e Cooperação
- Coordenar e participar na execução das ações de vigilância epidemiológica
- Prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, Distrito Federal e Municípios
- Elaborar normas para regular as relações entre o SUS e os serviços privados
6.1.4 Gestão de Sistemas
- Controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e substâncias de interesse para a saúde
- Coordenar a rede nacional de laboratórios de saúde pública
- Estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria
6.2 Competências dos Estados
À direção estadual do SUS compete:
6.2.1 Gestão Regional
- Promover a descentralização para os Municípios dos serviços e das ações de saúde
- Acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do SUS
- Prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios
6.2.2 Coordenação Estadual
- Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de vigilância epidemiológica
- Coordenar e, em caráter complementar, executar ações e serviços de vigilância sanitária
- Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros
6.2.3 Regulação e Controle
- Estabelecer normas, em caráter suplementar, para o controle e avaliação das ações e serviços de saúde
- Formular normas e estabelecer padrões, em caráter suplementar, de procedimentos de controle de qualidade
- Colaborar com a União na execução da vigilância sanitária
6.3 Competências dos Municípios
À direção municipal do SUS compete:
6.3.1 Gestão Local
- Planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os serviços de saúde
- Gerir e executar os serviços públicos de saúde
- Participar do planejamento, programação e organização da rede regionalizada e hierarquizada do SUS
6.3.2 Execução de Ações
- Executar serviços de vigilância epidemiológica, vigilância sanitária, alimentação e nutrição
- Dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e equipamentos para a saúde
- Colaborar na fiscalização das agressões ao meio ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana
6.3.3 Gestão de Recursos
- Formar consórcios administrativos intermunicipais
- Gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros
- Colaborar com a União e os Estados na execução da vigilância sanitária
6.4 Gestão Compartilhada
Algumas competências são compartilhadas entre os entes federativos:
Área | União | Estados | Municípios |
---|---|---|---|
Vigilância Epidemiológica | Coordenação nacional | Coordenação estadual | Execução local |
Vigilância Sanitária | Normatização | Complementar | Execução |
Assistência à Saúde | Políticas nacionais | Apoio regional | Execução direta |
Recursos Humanos | Diretrizes gerais | Apoio técnico | Gestão local |
7. Organização dos Serviços de Saúde
Os serviços de saúde no SUS são organizados em níveis de atenção, conforme a complexidade tecnológica e a densidade de recursos necessários para resolver os problemas de saúde da população.
7.1 Níveis de Atenção à Saúde
O SUS organiza-se em três níveis de atenção, cada um com características específicas:
Organização dos Níveis de Atenção
Porta de entrada preferencial – 80% dos problemas
Média complexidade – Especialidades médicas
Alta complexidade – Procedimentos especializados
7.2 Características dos Níveis de Atenção
Aspecto | Atenção Básica | Média Complexidade | Alta Complexidade |
---|---|---|---|
Complexidade | Baixa | Média | Alta |
Tecnologia | Simples | Intermediária | Avançada |
Custo | Baixo | Médio | Alto |
Cobertura | 80% dos problemas | 15% dos problemas | 5% dos problemas |
Acesso | Direto | Por referência | Por referência |
7.3 Porta de Entrada do Sistema
O SUS estabelece portas de entrada específicas para garantir acesso ordenado e resolutivo:
7.3.1 Portas de Entrada Principais
- Atenção Básica: Porta de entrada preferencial
- Urgência e Emergência: UPA, SAMU, Pronto-Socorro
- Atenção Psicossocial: CAPS, serviços de saúde mental
- Serviços Especiais: Alguns programas específicos
7.3.2 Fluxo de Acesso
- Usuário procura Unidade Básica de Saúde (UBS)
- Avaliação e atendimento na Atenção Básica
- Resolução do problema ou encaminhamento (referência)
- Atendimento especializado quando necessário
- Retorno à Atenção Básica (contrarreferência)
7.4 Sistema de Referência e Contrarreferência
Mecanismo que garante a continuidade da atenção nos diferentes níveis do sistema:
7.4.1 Referência
- Encaminhamento do usuário para serviço de maior complexidade
- Deve ser acompanhada de informações clínicas
- Baseada em critérios técnicos estabelecidos
- Garantia de acesso ao nível adequado
7.4.2 Contrarreferência
- Retorno do usuário ao serviço de origem
- Acompanhada de informações sobre o atendimento realizado
- Orientações para continuidade do cuidado
- Fortalecimento do vínculo com a Atenção Básica
7.5 Regulação do Acesso
Sistema que organiza o acesso aos serviços de saúde:
7.5.1 Tipos de Regulação
- Regulação Assistencial: Acesso a consultas e exames
- Regulação de Urgência: Atendimentos de urgência e emergência
- Regulação Hospitalar: Internações e leitos
7.5.2 Centrais de Regulação
- Organizam filas de espera
- Estabelecem prioridades clínicas
- Otimizam uso de recursos
- Garantem equidade no acesso
7.6 Territorialização
Organização dos serviços com base em territórios definidos:
7.6.1 Conceito de Território
- Espaço geográfico delimitado
- População adscrita definida
- Características epidemiológicas conhecidas
- Recursos de saúde mapeados
7.6.2 Vantagens da Territorialização
- Planejamento baseado em necessidades locais
- Melhor conhecimento da população
- Otimização de recursos
- Fortalecimento do vínculo
- Responsabilização sanitária
8. Atenção Básica à Saúde
A Atenção Básica é o primeiro nível de atenção à saúde no SUS, caracterizada por um conjunto de ações de saúde, no âmbito individual e coletivo, que abrange a promoção e a proteção da saúde, a prevenção de agravos, o diagnóstico, o tratamento, a reabilitação, a redução de danos e a manutenção da saúde.
8.1 Características da Atenção Básica
8.1.1 Princípios da Atenção Básica
- Universalidade: Acesso universal e contínuo
- Acessibilidade: Geográfica, organizacional, sociocultural e econômica
- Vínculo: Relação duradoura entre equipe e usuários
- Continuidade do cuidado: Acompanhamento longitudinal
- Integralidade: Ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação
- Responsabilização: Compromisso com a saúde da população
- Humanização: Relações acolhedoras e respeitosas
- Equidade: Reconhecimento das diferenças e necessidades
- Participação social: Estímulo à participação da comunidade
8.2 Funções da Atenção Básica
8.2.1 Função de Resolubilidade
Capacidade de resolver cerca de 80% dos problemas de saúde da população:
- Problemas de saúde mais frequentes
- Condições crônicas prevalentes
- Situações de urgência de baixa complexidade
- Ações de promoção e prevenção
8.2.2 Função de Coordenação do Cuidado
Organização e articulação dos cuidados nos diferentes pontos da rede:
- Elaboração de projetos terapêuticos
- Acompanhamento de usuários em outros serviços
- Integração de informações clínicas
- Continuidade do cuidado
8.2.3 Função de Ordenação da Rede
Organização do fluxo de usuários na rede de atenção:
- Porta de entrada preferencial
- Regulação do acesso aos demais níveis
- Definição de prioridades
- Otimização de recursos
8.3 Modalidades de Atenção Básica
8.3.1 Estratégia Saúde da Família (ESF)
Modalidade prioritária de organização da Atenção Básica:
- Equipe mínima: Médico, enfermeiro, auxiliar/técnico de enfermagem, agentes comunitários
- População adscrita: 2.000 a 3.500 pessoas
- Território definido: Área geográfica delimitada
- Cadastramento: Famílias cadastradas e acompanhadas
- Visitas domiciliares: Cuidado no domicílio
8.3.2 Unidade Básica de Saúde Tradicional
Modalidade de organização sem adscrição de clientela:
- Atendimento por demanda espontânea
- Programas específicos
- Menor vínculo com a população
- Gradual conversão para ESF
8.4 Equipes de Atenção Básica
8.4.1 Equipe de Saúde da Família (eSF)
Profissional | Carga Horária | Principais Atribuições |
---|---|---|
Médico | 40h | Consultas, procedimentos, coordenação clínica |
Enfermeiro | 40h | Consultas, procedimentos, coordenação da equipe |
Técnico/Auxiliar de Enfermagem | 40h | Procedimentos, apoio às consultas, educação |
Agente Comunitário de Saúde | 40h | Visitas domiciliares, educação, mobilização |
8.4.2 Núcleo Ampliado de Saúde da Família (NASF)
Equipes multiprofissionais que apoiam as eSF:
- Apoio matricial às equipes
- Ações compartilhadas
- Educação permanente
- Discussão de casos
Profissionais do NASF: Psicólogo, fisioterapeuta, nutricionista, farmacêutico, assistente social, educador físico, fonoaudiólogo, terapeuta ocupacional, entre outros.
8.5 Ações Desenvolvidas na Atenção Básica
8.5.1 Ações de Promoção da Saúde
- Educação em saúde
- Atividades físicas
- Alimentação saudável
- Combate ao tabagismo
- Prevenção de acidentes
8.5.2 Ações de Prevenção
- Vacinação
- Rastreamento de cânceres
- Controle de doenças transmissíveis
- Prevenção de doenças crônicas
8.5.3 Ações Assistenciais
- Consultas médicas e de enfermagem
- Procedimentos básicos
- Tratamento de condições agudas
- Acompanhamento de condições crônicas
8.5.4 Ações de Vigilância em Saúde
- Vigilância epidemiológica
- Vigilância sanitária
- Vigilância ambiental
- Vigilância da saúde do trabalhador
9. Atenção de Média Complexidade
A Atenção de Média Complexidade é composta por ações e serviços que visam atender aos principais problemas de saúde e agravos da população, cuja prática clínica demande disponibilidade de profissionais especializados e o uso de recursos tecnológicos de apoio diagnóstico e terapêutico.
9.1 Características da Média Complexidade
9.1.1 Princípios Organizativos
- Acesso regulado: Por meio de referência da Atenção Básica
- Integração: Com os demais níveis de atenção
- Regionalização: Organização por regiões de saúde
- Resolutividade: Capacidade de resolver problemas especializados
- Qualidade: Padrões técnicos adequados
9.2 Componentes da Média Complexidade
9.2.1 Atenção Ambulatorial Especializada
Consultas Especializadas:
- Cardiologia
- Endocrinologia
- Neurologia
- Ortopedia
- Ginecologia e Obstetrícia
- Pediatria especializada
- Psiquiatria
- Dermatologia
- Oftalmologia
- Otorrinolaringologia
Procedimentos Ambulatoriais:
- Pequenas cirurgias
- Endoscopias
- Colonoscopias
- Biópsias
- Cauterizações
9.2.2 Apoio Diagnóstico e Terapêutico
Diagnóstico por Imagem:
- Radiologia convencional
- Ultrassonografia
- Tomografia computadorizada
- Ressonância magnética
- Mamografia
- Densitometria óssea
Exames Laboratoriais:
- Análises clínicas especializadas
- Anatomia patológica
- Citologia oncótica
- Microbiologia
- Imunologia
Métodos Gráficos:
- Eletrocardiograma
- Eletroencefalograma
- Ecocardiograma
- Teste ergométrico
- Holter
9.3 Atenção Hospitalar de Média Complexidade
9.3.1 Internações Clínicas
- Clínica médica
- Pediatria
- Ginecologia e obstetrícia
- Psiquiatria
- Pneumologia
- Cardiologia
9.3.2 Internações Cirúrgicas
- Cirurgia geral
- Ortopedia e traumatologia
- Urologia
- Oftalmologia
- Otorrinolaringologia
- Cirurgia vascular
9.3.3 Serviços de Apoio
- Centro cirúrgico
- Centro obstétrico
- Serviço de hemoterapia
- Farmácia hospitalar
- Serviço de nutrição
- Fisioterapia
9.4 Organização da Média Complexidade
Tipo de Serviço | Características | Exemplos |
---|---|---|
Ambulatórios Especializados | Consultas e procedimentos ambulatoriais | CEO, Policlínicas, AME |
Centros de Especialidades | Concentração de especialidades | CEO, CER, CAPS |
Hospitais Gerais | Internações clínicas e cirúrgicas | Hospitais municipais e estaduais |
Hospitais Especializados | Especialidades específicas | Maternidades, hospitais psiquiátricos |
9.5 Acesso à Média Complexidade
9.5.1 Sistema de Regulação
O acesso à média complexidade é regulado através de:
- Centrais de Regulação: Organizam filas e prioridades
- Protocolos clínicos: Critérios para encaminhamento
- Sistema informatizado: SISREG e outros sistemas
- Cotas por município: Distribuição equitativa
9.5.2 Fluxo de Referência
- Avaliação na Atenção Básica
- Identificação da necessidade de especialista
- Preenchimento de guia de referência
- Inserção no sistema de regulação
- Agendamento conforme disponibilidade e prioridade
- Atendimento especializado
- Contrarreferência para Atenção Básica
9.6 Papel do Técnico em Enfermagem na Média Complexidade
9.6.1 Atividades Ambulatoriais
- Pré-consulta e pós-consulta
- Procedimentos de enfermagem
- Administração de medicamentos
- Coleta de material para exames
- Orientações aos usuários
- Controle de agendamentos
9.6.2 Atividades Hospitalares
- Cuidados diretos aos pacientes
- Controle de sinais vitais
- Administração de medicamentos
- Curativos e procedimentos
- Preparo para exames e cirurgias
- Educação em saúde
9.6.3 Atividades em Apoio Diagnóstico
- Preparo de pacientes para exames
- Coleta de material biológico
- Orientações pré e pós-exame
- Controle de qualidade
- Organização do fluxo
10. Atenção de Alta Complexidade
A Atenção de Alta Complexidade é o conjunto de procedimentos que, no contexto do SUS, envolve alta tecnologia e alto custo, objetivando propiciar à população acesso a serviços qualificados, integrando-os aos demais níveis de atenção à saúde.
10.1 Características da Alta Complexidade
10.1.1 Características Principais
- Alta tecnologia: Equipamentos sofisticados e modernos
- Alto custo: Procedimentos de valor elevado
- Baixo volume: Menor número de casos
- Especialização: Profissionais altamente qualificados
- Concentração: Poucos serviços especializados
- Referência: Atendimento por encaminhamento
10.2 Principais Áreas da Alta Complexidade
10.2.1 Assistência ao Paciente Portador de Doença Renal Crônica
- Terapia Renal Substitutiva:
- Hemodiálise
- Diálise peritoneal
- Transplante renal
- Centros de Nefrologia: Unidades especializadas
- Acompanhamento multidisciplinar: Equipe especializada
10.2.2 Assistência ao Paciente Oncológico
- Unidades de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (UNACON)
- Centros de Assistência de Alta Complexidade em Oncologia (CACON)
- Tratamentos oferecidos:
- Quimioterapia
- Radioterapia
- Cirurgia oncológica
- Cuidados paliativos
10.2.3 Cirurgia Cardiovascular
- Cirurgia cardíaca
- Cirurgia vascular
- Hemodinâmica
- Cardiologia intervencionista
- Transplante cardíaco
10.2.4 Procedimentos de Neurocirurgia
- Cirurgias neurológicas
- Tratamento de tumores cerebrais
- Cirurgias da coluna vertebral
- Neurocirurgia pediátrica
10.2.5 Assistência em Traumato-Ortopedia
- Cirurgias ortopédicas complexas
- Implantes e próteses
- Cirurgia da coluna
- Microcirurgia
10.3 Organização da Alta Complexidade
Tipo de Serviço | Características | Exemplos |
---|---|---|
Hospitais Especializados | Especialidade específica | Instituto do Coração, Instituto do Câncer |
Hospitais Universitários | Ensino, pesquisa e assistência | HC-FMUSP, HCPA |
Hospitais de Referência | Múltiplas especialidades | Hospitais estaduais de referência |
Centros Especializados | Procedimentos específicos | Centros de hemodiálise, radioterapia |
10.4 Habilitação e Credenciamento
Os serviços de alta complexidade devem ser habilitados pelo Ministério da Saúde:
10.4.1 Critérios de Habilitação
- Infraestrutura adequada
- Equipamentos específicos
- Recursos humanos qualificados
- Protocolos clínicos estabelecidos
- Sistema de qualidade
- Indicadores de resultado
10.4.2 Processo de Habilitação
- Solicitação do gestor local
- Análise documental
- Vistoria técnica
- Parecer da Secretaria de Saúde
- Análise pelo Ministério da Saúde
- Publicação da habilitação
10.5 Financiamento da Alta Complexidade
O financiamento da alta complexidade é predominantemente federal:
10.5.1 Características do Financiamento
- Recursos federais: Maior parte do financiamento
- Tabela SUS: Valores pré-estabelecidos
- Autorização prévia: APAC (Autorização de Procedimento de Alta Complexidade)
- Controle rigoroso: Auditoria e avaliação
10.5.2 Sistema de Pagamento
- Pagamento por procedimento
- Valores da Tabela SUS
- Autorização prévia obrigatória
- Controle de qualidade
10.6 Acesso à Alta Complexidade
10.6.1 Fluxo de Acesso
- Identificação da necessidade na Atenção Básica ou Média Complexidade
- Encaminhamento com documentação clínica completa
- Avaliação pela Central de Regulação
- Autorização do procedimento (APAC)
- Agendamento no serviço habilitado
- Realização do procedimento
- Acompanhamento pós-procedimento
10.6.2 Critérios de Priorização
- Gravidade do caso
- Urgência clínica
- Protocolo específico
- Disponibilidade de recursos
- Ordem de chegada (quando aplicável)
10.7 Papel do Técnico em Enfermagem na Alta Complexidade
10.7.1 Competências Específicas
- Conhecimento de tecnologias avançadas
- Cuidados intensivos
- Manuseio de equipamentos complexos
- Protocolos específicos
- Trabalho em equipe multidisciplinar
10.7.2 Atividades Desenvolvidas
- Cuidados pré, trans e pós-operatórios
- Monitorização de pacientes críticos
- Administração de medicamentos especializados
- Controle de infecção hospitalar
- Educação de pacientes e familiares
- Participação em protocolos de pesquisa
🌐 Sistema Único de Saúde (SUS)
Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025
PARTE 2: Redes de Atenção, Políticas e Gestão
📋 ÍNDICE – PARTE 2
- 11. Redes de Atenção à Saúde (RAS)
- 12. Política Nacional de Atenção Básica (PNAB 2017)
- 13. Financiamento do SUS
- 14. Gestão do SUS
- 15. Controle Social e Participação Popular
- 16. Atualizações e Perspectivas 2025
11. Redes de Atenção à Saúde (RAS)
As Redes de Atenção à Saúde (RAS) são arranjos organizativos de ações e serviços de saúde, de diferentes densidades tecnológicas, que integradas por meio de sistemas de apoio técnico, logístico e de gestão, buscam garantir a integralidade do cuidado.
11.1 Características das RAS
11.1.1 Fundamentos das RAS
- Economia de escala: Otimização de recursos
- Disponibilidade de recursos: Melhor distribuição
- Qualidade de cuidados: Padronização e protocolos
- Integração horizontal e vertical: Articulação entre níveis
- Processos de substituição: Alternativas de cuidado
11.1.2 Atributos das RAS
- População e território definidos: Responsabilização
- Amplo conjunto de estabelecimentos: Diversidade de serviços
- Atenção Básica estruturada: Centro de comunicação
- Prestação de serviços especializados: Níveis adequados
- Existência de mecanismos de coordenação: Integração
- Atenção contínua e integral: Longitudinalidade
- Cuidado multiprofissional: Equipes integradas
- Compartilhamento de objetivos: Metas comuns
11.2 Elementos Constitutivos das RAS
11.2.1 População
Conjunto de pessoas que vivem em territórios organizados social e politicamente, que compartilham necessidades de saúde:
- Conhecimento das necessidades de saúde
- Estimativas de riscos e vulnerabilidades
- Identificação de determinantes sociais
- Responsabilização pelos resultados sanitários
11.2.2 Estrutura Operacional
Conjunto de pontos de atenção à saúde:
- Atenção Básica (centro de comunicação)
- Atenção Especializada (ambulatorial e hospitalar)
- Sistemas de apoio (diagnóstico, terapêutico, farmacêutico)
- Sistemas logísticos (regulação, transporte, prontuário eletrônico)
- Sistema de governança
11.2.3 Modelo de Atenção à Saúde
Sistema lógico que organiza o funcionamento das RAS:
- Definição da população
- Estabelecimento dos focos das intervenções
- Organização dos modos de atenção
- Articulação das ações promocionais, preventivas e curativas
11.3 Redes Temáticas Prioritárias
O Ministério da Saúde estabeleceu redes temáticas prioritárias para organização das RAS:
Redes Temáticas do SUS
11.3.1 Rede Cegonha
Rede de cuidados para assegurar à mulher o direito ao planejamento reprodutivo e à atenção humanizada à gravidez, ao parto e ao puerpério:
- Componentes:
- Pré-natal na Atenção Básica
- Pré-natal de alto risco
- Atenção ao parto e nascimento
- Atenção às urgências e emergências
- Atenção ao puerpério
- Atenção integral à saúde da criança
- Diretrizes:
- Garantia do acolhimento com avaliação e classificação de risco
- Ampliação do acesso e melhoria da qualidade do pré-natal
- Garantia de vinculação da gestante à unidade de referência
- Garantia das boas práticas e segurança na atenção ao parto
- Garantia da atenção à saúde das crianças até 24 meses
11.3.2 Rede de Atenção Psicossocial (RAPS)
Rede para pessoas com sofrimento ou transtorno mental e com necessidades decorrentes do uso de crack, álcool e outras drogas:
- Componentes:
- Atenção Básica em Saúde
- Atenção Psicossocial Especializada
- Atenção de Urgência e Emergência
- Atenção Residencial de Caráter Transitório
- Atenção Hospitalar
- Estratégias de Desinstitucionalização
- Estratégias de Reabilitação Psicossocial
- Pontos de Atenção:
- CAPS (Centro de Atenção Psicossocial)
- Residências Terapêuticas
- Unidades de Acolhimento
- Consultório na Rua
- Centros de Convivência
11.3.3 Rede de Atenção às Urgências (RAU)
Rede para ampliar e qualificar o acesso humanizado e integral aos usuários em situação de urgência/emergência:
- Componentes:
- Promoção, Prevenção e Vigilância à Saúde
- Atenção Básica em Saúde
- Atenção de Urgência e Emergência
- Atenção Hospitalar
- Atenção Domiciliar
- Pontos de Atenção:
- SAMU 192
- UPA 24h
- Pronto-Socorro
- UTI
- Sala de Estabilização
11.3.4 Rede de Atenção à Saúde das Pessoas com Doenças Crônicas
Rede para o cuidado integral das pessoas com doenças crônicas não transmissíveis:
- Doenças Prioritárias:
- Doenças do aparelho circulatório
- Câncer
- Diabetes mellitus
- Doenças respiratórias crônicas
- Componentes:
- Vigilância, promoção da saúde e prevenção de doenças crônicas
- Atenção Básica
- Atenção Especializada
- Atenção Hospitalar
- Sistemas de apoio
11.3.5 Rede de Cuidados à Pessoa com Deficiência
Rede para ampliar o acesso e qualificar o atendimento às pessoas com deficiência temporária ou permanente:
- Componentes:
- Atenção Básica
- Atenção Especializada em Reabilitação
- Atenção Hospitalar e de Urgência
- Pontos de Atenção:
- CER (Centro Especializado em Reabilitação)
- Oficinas Ortopédicas
- Centros-dia
- Residências Inclusivas
11.4 Papel do Técnico em Enfermagem nas RAS
11.4.1 Competências Gerais
- Conhecimento da rede de serviços
- Articulação entre pontos de atenção
- Continuidade do cuidado
- Trabalho em equipe multiprofissional
- Educação em saúde
11.4.2 Atividades Específicas por Rede
Rede | Atividades do Técnico em Enfermagem |
---|---|
Rede Cegonha | Pré-natal, parto humanizado, puerpério, puericultura |
RAPS | Acolhimento, cuidado psicossocial, redução de danos |
Rede de Urgência | Classificação de risco, primeiros socorros, estabilização |
Rede Oncológica | Prevenção, rastreamento, cuidados paliativos |
Rede de Deficiência | Reabilitação, adaptação, inclusão social |
12. Política Nacional de Atenção Básica (PNAB 2017)
A Política Nacional de Atenção Básica (PNAB) foi atualizada pela Portaria GM/MS nº 2.436, de 21 de setembro de 2017, estabelecendo a revisão de diretrizes para a organização da Atenção Básica, no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS).
12.1 Conceito e Características da Atenção Básica
12.1.1 Princípios da Atenção Básica
- Universalidade: Acesso universal e contínuo a serviços de saúde de qualidade
- Equidade: Ofertar cuidado, reconhecendo as diferenças nas condições de vida e saúde
- Integralidade: Conjunto articulado e contínuo de ações e serviços
12.1.2 Diretrizes da Atenção Básica
- Regionalização e Hierarquização
- Territorialização
- População Adscrita
- Cuidado centrado na pessoa
- Resolutividade
- Longitudinalidade do cuidado
- Coordenação do cuidado
- Ordenação da rede
- Participação da comunidade
12.2 Modalidades de Equipes de Atenção Básica
12.2.1 Equipe de Saúde da Família (eSF)
Modalidade principal de atuação na Atenção Básica:
- Composição mínima:
- Médico (preferencialmente da família e comunidade)
- Enfermeiro (preferencialmente especialista em saúde da família)
- Auxiliar e/ou técnico de enfermagem
- Agente comunitário de saúde (ACS)
- Carga horária: 40 horas semanais para todos os profissionais
- População adscrita: 2.000 a 3.500 pessoas
- Número de ACS: Suficiente para cobrir 100% da população cadastrada
12.2.2 Equipe de Atenção Básica (eAB)
Nova modalidade introduzida pela PNAB 2017:
- Composição mínima:
- Médico
- Enfermeiro
- Auxiliar e/ou técnico de enfermagem
- Características:
- Pode ou não ter ACS
- Pode ou não ter população adscrita
- Carga horária mínima de 10 horas
- Atendimento por demanda espontânea e programada
12.2.3 Equipe de Saúde da Família Ribeirinha (eSFR)
Modalidade específica para populações ribeirinhas:
- Adaptada às especificidades geográficas e culturais
- Pode incluir microscopista
- Atendimento itinerante
- Uso de embarcações
12.2.4 Equipe de Saúde da Família Fluvial (eSFF)
Modalidade para atendimento em Unidades Básicas de Saúde Fluviais:
- Embarcações adaptadas
- Atendimento itinerante
- Cobertura de grandes áreas
- Articulação com equipes terrestres
12.3 Núcleo Ampliado de Saúde da Família e Atenção Básica (NASF-AB)
O NASF-AB foi reformulado pela PNAB 2017, mantendo o conceito de apoio matricial:
12.3.1 Modalidades do NASF-AB
Modalidade | Equipes Vinculadas | Carga Horária Mínima |
---|---|---|
NASF-AB 1 | 5 a 9 eSF e/ou eAB | 200 horas semanais |
NASF-AB 2 | 3 a 4 eSF e/ou eAB | 120 horas semanais |
NASF-AB 3 | 1 a 2 eSF e/ou eAB | 80 horas semanais |
12.3.2 Profissionais do NASF-AB
- Médico acupunturista
- Assistente social
- Profissional de educação física
- Farmacêutico
- Fisioterapeuta
- Fonoaudiólogo
- Médico ginecologista/obstetra
- Médico homeopata
- Nutricionista
- Médico pediatra
- Psicólogo
- Médico psiquiatra
- Terapeuta ocupacional
- Médico geriatra
- Médico internista (clínica médica)
- Médico do trabalho
- Médico veterinário
- Profissional com formação em arte e educação
12.4 Processo de Trabalho na Atenção Básica
12.4.1 Atribuições Comuns a Todos os Profissionais
- Participar do processo de territorialização e mapeamento da área
- Cadastrar e manter atualizado o cadastramento das famílias
- Realizar cuidado em saúde da população adscrita
- Realizar ações de atenção integral
- Garantir a integralidade da atenção
- Realizar busca ativa e notificação de doenças e agravos
- Realizar educação permanente
- Implementar diretrizes da Política Nacional de Humanização
12.4.2 Atribuições Específicas do Técnico em Enfermagem
- Participar das atividades de atenção realizando procedimentos regulamentados no exercício de sua profissão
- Realizar procedimentos de enfermagem nos diferentes ambientes
- Realizar atividades de educação em saúde
- Participar do gerenciamento dos insumos necessários
- Contribuir e participar das atividades de educação permanente
- Realizar orientações sobre fatores de risco e prevenção de doenças
- Realizar visitas domiciliares
- Participar das reuniões de equipe
12.5 Financiamento da Atenção Básica
12.5.1 Componentes do Financiamento
- Piso da Atenção Básica Fixo (PAB Fixo): Valor per capita
- Piso da Atenção Básica Variável (PAB Variável): Incentivos específicos
- Outros programas: PMAQ, Mais Médicos, etc.
12.5.2 Critérios de Repasse
- População cadastrada
- Cobertura populacional
- Desempenho das equipes
- Vulnerabilidade socioeconômica
- Características geográficas
13. Financiamento do SUS
O financiamento do SUS é tripartite, envolvendo recursos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, organizados através de fundos de saúde e transferências intergovernamentais regulamentadas por legislação específica.
13.1 Marco Legal do Financiamento
13.1.1 Emenda Constitucional nº 29/2000
Estabeleceu a vinculação de recursos mínimos para a saúde:
- União: Valor empenhado no ano anterior + variação nominal do PIB
- Estados: 12% da receita de impostos
- Municípios: 15% da receita de impostos
13.1.2 Lei Complementar nº 141/2012
Regulamentou a EC 29/2000, definindo:
- O que pode ser considerado gasto em saúde
- Critérios de aplicação dos recursos
- Mecanismos de controle e fiscalização
- Sanções pelo descumprimento
13.1.3 Emenda Constitucional nº 95/2016 (Teto de Gastos)
Estabeleceu o Novo Regime Fiscal:
- Congelamento dos gastos públicos por 20 anos
- Correção apenas pela inflação do ano anterior
- Impacto significativo no financiamento da saúde
- Revisão prevista após 10 anos (2026)
13.2 Estrutura do Financiamento
13.2.1 Fundos de Saúde
Instrumentos de gestão financeira dos recursos:
- Fundo Nacional de Saúde (FNS)
- Fundos Estaduais de Saúde
- Fundos Municipais de Saúde
- Fundo Distrital de Saúde (DF)
13.2.2 Modalidades de Transferência
- Automáticas e regulares
- Sem necessidade de convênio
- Baseadas em critérios pré-estabelecidos
- Modalidade preferencial
- Para projetos específicos
- Necessitam de aprovação prévia
- Contrapartida obrigatória
- Prestação de contas detalhada
13.3 Blocos de Financiamento
Os recursos federais são organizados em blocos de financiamento:
13.3.1 Bloco de Custeio das Ações e Serviços Públicos de Saúde
Componente | Descrição | Exemplos |
---|---|---|
Atenção Básica | Custeio da atenção básica | PAB Fixo, PAB Variável, NASF |
Atenção Especializada | Média e alta complexidade | MAC, FAEC, Hospitais |
Vigilância em Saúde | Ações de vigilância | Epidemiológica, Sanitária, Ambiental |
Assistência Farmacêutica | Medicamentos e insumos | Básica, Estratégica, Especializada |
Gestão do SUS | Atividades de gestão | Qualificação, Educação, Regulação |
13.3.2 Bloco de Investimento na Rede de Serviços Públicos de Saúde
- Construção de unidades de saúde
- Ampliação e reforma de estabelecimentos
- Aquisição de equipamentos
- Sistemas de informação
13.4 Critérios de Rateio
13.4.1 Fatores Considerados
- Demográficos: População, densidade demográfica
- Epidemiológicos: Perfil de morbimortalidade
- Socioeconômicos: PIB per capita, IDH
- Geográficos: Características territoriais
- Capacidade instalada: Rede de serviços existente
13.4.2 Instrumentos de Planejamento
- Plano de Saúde: Quadrienal
- Programação Anual de Saúde: Anual
- Relatório de Gestão: Anual
- Plano Diretor de Regionalização: Regional
13.5 Controle e Fiscalização
13.5.1 Órgãos de Controle
- Tribunal de Contas da União (TCU)
- Tribunais de Contas Estaduais
- Tribunais de Contas Municipais
- Controladoria-Geral da União (CGU)
- Ministério Público
13.5.2 Instrumentos de Controle
- Relatório Anual de Gestão (RAG)
- Relatório Detalhado do Quadrimestre Anterior (RDQA)
- Sistema de Informações sobre Orçamentos Públicos em Saúde (SIOPS)
- Auditoria do SUS
13.5.3 Sanções
- Suspensão de transferências voluntárias
- Intervenção federal ou estadual
- Responsabilização civil e criminal
- Inelegibilidade dos gestores
13.6 Desafios do Financiamento
13.6.1 Principais Desafios
- Subfinanciamento crônico: Recursos insuficientes
- Desigualdades regionais: Concentração de recursos
- Envelhecimento populacional: Aumento de custos
- Incorporação tecnológica: Novos tratamentos caros
- Judicialização: Gastos com ações judiciais
13.6.2 Propostas de Solução
- Aumento do percentual mínimo de aplicação
- Criação de contribuição específica para a saúde
- Melhoria da eficiência na aplicação dos recursos
- Fortalecimento da atenção básica
- Avaliação de tecnologias em saúde
14. Gestão do SUS
A gestão do SUS é exercida de forma tripartite, com responsabilidades compartilhadas entre União, Estados, Distrito Federal e Municípios, organizadas através de instâncias de pactuação e deliberação que garantem a governança do sistema.
14.1 Instâncias de Gestão
14.1.1 Comissão Intergestores Tripartite (CIT)
Instância de articulação e pactuação na esfera federal:
- Composição:
- Ministério da Saúde (5 representantes)
- CONASS – Conselho Nacional de Secretários de Saúde (5 representantes)
- CONASEMS – Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (5 representantes)
- Competências:
- Pactuar diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde
- Pactuar diretrizes nacionais, metodologias e critérios de avaliação
- Pactuar os critérios para o planejamento integrado das ações e serviços
- Definir diretrizes para a organização das RAS
- Pactuar a participação das esferas de gestão no financiamento
14.1.2 Comissão Intergestores Bipartite (CIB)
Instância de articulação e pactuação na esfera estadual:
- Composição:
- Secretaria Estadual de Saúde
- Representação dos municípios (COSEMS)
- Competências:
- Pactuar aspectos operacionais, financeiros e administrativos da gestão compartilhada
- Definir diretrizes da rede regionalizada e hierarquizada
- Apoiar a execução da política de saúde
- Promover a descentralização de ações e serviços
14.1.3 Comissão Intergestores Regional (CIR)
Instância de articulação e pactuação regional:
- Composição:
- Representantes dos municípios da região
- Representação da Secretaria Estadual de Saúde
- Competências:
- Instituir o processo de planejamento regional
- Pactuar a organização e o funcionamento das ações e serviços
- Acompanhar a execução dos recursos financeiros
- Apoiar a qualificação da gestão nos municípios
14.2 Instrumentos de Gestão
14.2.1 Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP)
Acordo de colaboração firmado entre entes federativos:
- Objetivo: Organizar e integrar as ações e serviços de saúde na região
- Conteúdo:
- Identificação das necessidades de saúde locais e regionais
- Oferta de ações e serviços de vigilância em saúde
- Oferta de ações e serviços de atenção básica
- Oferta de ações e serviços de atenção especializada
- Oferta de ações e serviços de atenção hospitalar
- Responsabilidades na atenção às urgências e emergências
14.2.2 Mapa da Saúde
Descrição geográfica da distribuição de recursos humanos e de ações e serviços de saúde:
- Estrutura do sistema de saúde
- Redes de atenção à saúde
- Condições socioeconômicas
- Fluxos de acesso
- Recursos financeiros
- Gestão do trabalho e da educação na saúde
- Controle, regulação e avaliação
- Participação social
14.2.3 Renases e Rename
14.3 Planejamento em Saúde
14.3.1 Instrumentos de Planejamento
Instrumento | Periodicidade | Objetivo |
---|---|---|
Plano de Saúde | 4 anos | Análise situacional e diretrizes |
Programação Anual de Saúde | Anual | Operacionalização do Plano |
Relatório Anual de Gestão | Anual | Prestação de contas |
Plano Diretor de Regionalização | Conforme necessidade | Organização regional |
14.3.2 Metodologia de Planejamento
- Análise situacional: Diagnóstico da situação de saúde
- Definição de prioridades: Problemas prioritários
- Elaboração de estratégias: Como enfrentar os problemas
- Programação: Detalhamento das ações
- Monitoramento: Acompanhamento da execução
- Avaliação: Análise dos resultados
14.4 Regulação, Controle e Avaliação
14.4.1 Sistema Nacional de Auditoria (SNA)
Conjunto de órgãos, estruturas, recursos e procedimentos:
- Componentes:
- Auditoria interna (autocontrole)
- Auditoria externa (controle externo)
- Ouvidoria
- Tipos de Auditoria:
- Auditoria operativa
- Auditoria de gestão
- Auditoria de resultados
- Auditoria especial
14.4.2 Sistema Nacional de Regulação (SISREG)
Ferramenta informatizada para regulação do acesso:
- Regulação ambulatorial
- Regulação hospitalar
- Regulação de urgências
- Central de leitos
14.4.3 Avaliação em Saúde
- Avaliação de estrutura: Recursos disponíveis
- Avaliação de processo: Como são realizadas as ações
- Avaliação de resultado: Impacto das ações
- Avaliação de impacto: Mudanças na situação de saúde
14.5 Gestão do Trabalho e Educação na Saúde
14.5.1 Política Nacional de Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde
- Formação e desenvolvimento de trabalhadores
- Democratização das relações de trabalho
- Melhoria das condições de trabalho
- Educação permanente em saúde
14.5.2 Desprecarização do Trabalho
- Planos de Cargos, Carreiras e Salários (PCCS)
- Concursos públicos
- Redução da terceirização
- Melhoria das condições de trabalho
14.5.3 Educação Permanente em Saúde
- Aprendizagem no trabalho
- Problematização das práticas
- Transformação das práticas profissionais
- Melhoria da qualidade dos serviços
15. Controle Social e Participação Popular
O controle social no SUS representa a participação da sociedade na gestão pública, sendo um dos pilares fundamentais do sistema. É exercido através de instâncias colegiadas que garantem a participação da comunidade na formulação de políticas e no controle da execução das ações de saúde.
15.1 Fundamentos do Controle Social
15.1.1 Princípios do Controle Social
- Participação: Direito de participar das decisões
- Transparência: Acesso às informações públicas
- Representatividade: Representação dos diferentes segmentos
- Deliberação: Poder de decisão sobre políticas
- Fiscalização: Acompanhamento da execução
- Proposição: Capacidade de propor políticas
15.1.2 Marco Legal
- Constituição Federal de 1988: Art. 198, III
- Lei 8.080/1990: Participação da comunidade
- Lei 8.142/1990: Conselhos e Conferências
- Resolução CNS nº 453/2012: Diretrizes para funcionamento
15.2 Conselhos de Saúde
15.2.1 Natureza e Características
- Caráter permanente: Funcionamento contínuo
- Caráter deliberativo: Poder de decisão
- Órgão colegiado: Decisões coletivas
- Composição paritária: 50% usuários, 50% demais segmentos
15.2.2 Composição dos Conselhos
Segmento | Percentual | Representação |
---|---|---|
Usuários | 50% | Movimentos populares, sindicatos de trabalhadores, entidades de portadores de patologias, entidades de portadores de deficiências |
Trabalhadores de Saúde | 25% | Sindicatos, conselhos de profissões regulamentadas, associações de trabalhadores |
Gestores | 12,5% | Dirigentes das instituições de saúde |
Prestadores de Serviços | 12,5% | Hospitais privados, laboratórios, empresas de medicina de grupo |
15.2.3 Competências dos Conselhos de Saúde
Competências Deliberativas:
- Aprovar o Plano de Saúde
- Aprovar a proposta orçamentária anual
- Aprovar critérios de movimentação de recursos
- Estabelecer diretrizes para aplicação de recursos
- Definir critérios para determinação de investimentos
Competências Fiscalizadoras:
- Acompanhar a execução da política de saúde
- Fiscalizar a movimentação de recursos
- Acompanhar e controlar a atuação do setor privado
- Examinar propostas e denúncias
- Fiscalizar e controlar gastos e financiamento
Competências Propositivas:
- Formular estratégias de controle da execução da política de saúde
- Propor critérios para programação e execução financeira
- Estabelecer diretrizes e critérios operacionais
- Propor a adoção de critérios definidores de qualidade
15.3 Conferências de Saúde
15.3.1 Características das Conferências
- Periodicidade: A cada quatro anos
- Caráter: Deliberativo
- Representação: Ampla participação social
- Objetivo: Avaliar situação e propor diretrizes
15.3.2 Etapas das Conferências
- Conferências Municipais: Base do processo
- Conferências Estaduais: Consolidação regional
- Conferência Nacional: Síntese nacional
15.3.3 Conferências Temáticas
Além das Conferências Gerais, são realizadas conferências específicas:
- Conferência Nacional de Saúde Mental
- Conferência Nacional de Saúde do Trabalhador
- Conferência Nacional de Saúde Indígena
- Conferência Nacional de Vigilância Sanitária
- Conferência Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde
15.4 Outras Instâncias de Participação
15.4.1 Ouvidorias do SUS
Canais de comunicação entre cidadãos e gestão:
- Funções:
- Receber reclamações, denúncias e sugestões
- Encaminhar demandas aos setores competentes
- Acompanhar a resolução das demandas
- Produzir informações para gestão
- Canais:
- Disque Saúde 136
- Ouvidorias presenciais
- Portais eletrônicos
- Aplicativos móveis
15.4.2 Comissões Locais de Saúde
- Participação em unidades de saúde
- Representação da comunidade local
- Acompanhamento dos serviços
- Proposição de melhorias
15.4.3 Audiências Públicas
- Prestação de contas
- Discussão de políticas específicas
- Transparência na gestão
- Participação direta da população
15.5 Desafios do Controle Social
15.5.1 Principais Desafios
- Capacitação: Formação dos conselheiros
- Representatividade: Legitimidade da representação
- Recursos: Estrutura para funcionamento
- Informação: Acesso a dados qualificados
- Articulação: Integração entre instâncias
15.5.2 Estratégias de Fortalecimento
- Educação permanente para conselheiros
- Melhoria da infraestrutura dos conselhos
- Ampliação do acesso à informação
- Fortalecimento das entidades representativas
- Uso de tecnologias de informação
15.6 Papel do Técnico em Enfermagem no Controle Social
15.6.1 Participação Direta
- Representação nos conselhos de saúde
- Participação em conferências
- Atuação em comissões locais
- Colaboração com ouvidorias
15.6.2 Facilitação da Participação
- Informar usuários sobre direitos
- Orientar sobre canais de participação
- Estimular a participação comunitária
- Apoiar a organização de grupos
15.6.3 Transparência e Prestação de Contas
- Fornecer informações sobre serviços
- Explicar processos e fluxos
- Colaborar com avaliações
- Participar de audiências públicas
16. Atualizações e Perspectivas 2025
O Sistema Único de Saúde continua em constante evolução, adaptando-se aos novos desafios epidemiológicos, tecnológicos e sociais. As perspectivas para 2025 incluem transformações digitais, novos modelos de cuidado e adaptações pós-pandemia.
16.1 Transformação Digital do SUS
16.1.1 Saúde Digital e Telemedicina
A pandemia de COVID-19 acelerou a adoção de tecnologias digitais na saúde:
- Telemedicina regulamentada:
- Teleconsulta para consultas de rotina
- Telemonitoramento de pacientes crônicos
- Teleinterconsulta entre profissionais
- Telerregulação para otimização de fluxos
- Prontuário Eletrônico Nacional:
- Integração de dados entre serviços
- Histórico completo do paciente
- Prescrição eletrônica
- Resultados de exames integrados
16.1.2 Inteligência Artificial e Big Data
- Análise preditiva: Identificação de riscos e surtos
- Apoio ao diagnóstico: IA para interpretação de exames
- Gestão de recursos: Otimização de leitos e equipamentos
- Medicina personalizada: Tratamentos baseados em dados genômicos
16.1.3 Internet das Coisas (IoT) em Saúde
- Dispositivos wearables para monitoramento
- Sensores em equipamentos hospitalares
- Monitoramento ambiental em tempo real
- Gestão inteligente de medicamentos
16.2 Novos Modelos de Atenção
16.2.1 Atenção Domiciliar Expandida
Crescimento da atenção domiciliar como alternativa ao cuidado hospitalar:
- Modalidades:
- Atenção Domiciliar 1 (AD1) – Atenção Básica
- Atenção Domiciliar 2 (AD2) – Equipes multiprofissionais
- Atenção Domiciliar 3 (AD3) – Cuidados intensivos
- Tecnologias de apoio:
- Monitoramento remoto
- Equipamentos portáteis
- Aplicativos de comunicação
- Sistemas de alerta
16.2.2 Cuidados Paliativos Integrados
- Expansão dos cuidados paliativos em todos os níveis
- Formação específica para profissionais
- Protocolos de cuidado humanizado
- Apoio às famílias
16.2.3 Medicina de Precisão
- Terapias genéticas no SUS
- Farmacogenômica
- Biomarcadores para diagnóstico
- Tratamentos personalizados
16.3 Adaptações Pós-Pandemia
16.3.1 Fortalecimento da Vigilância em Saúde
Lições aprendidas com a COVID-19:
- Sistema de Alerta Precoce:
- Monitoramento de síndromes respiratórias
- Vigilância genômica de patógenos
- Integração de dados laboratoriais
- Comunicação de risco aprimorada
- Preparação para Emergências:
- Reserva estratégica de insumos
- Planos de contingência atualizados
- Capacitação contínua das equipes
- Articulação intersetorial
16.3.2 Saúde Mental Prioritária
Reconhecimento da importância da saúde mental:
- Ampliação da RAPS
- Integração da saúde mental na atenção básica
- Programas de prevenção ao suicídio
- Apoio psicossocial em emergências
16.3.3 Fortalecimento da Atenção Básica
- Reconhecimento como porta de entrada preferencial
- Investimento em infraestrutura
- Capacitação das equipes
- Integração com tecnologias digitais
16.4 Sustentabilidade e Meio Ambiente
16.4.1 Saúde Planetária
Reconhecimento da relação entre saúde humana e meio ambiente:
- Mudanças Climáticas e Saúde:
- Adaptação a eventos climáticos extremos
- Monitoramento de doenças emergentes
- Preparação para migrações climáticas
- Redução da pegada de carbono do setor saúde
- One Health:
- Integração saúde humana, animal e ambiental
- Prevenção de zoonoses
- Vigilância integrada
- Abordagem multissetorial
16.4.2 Hospitais Verdes
- Gestão sustentável de resíduos
- Eficiência energética
- Uso racional da água
- Construções sustentáveis
16.5 Inovação e Pesquisa
16.5.1 Complexo Econômico-Industrial da Saúde (CEIS)
Fortalecimento da capacidade nacional de produção:
- Produção Nacional:
- Medicamentos estratégicos
- Vacinas
- Equipamentos médicos
- Insumos para diagnóstico
- Parcerias para Desenvolvimento Produtivo (PDP):
- Transferência de tecnologia
- Redução da dependência externa
- Fortalecimento da indústria nacional
- Acesso a tecnologias estratégicas
16.5.2 Avaliação de Tecnologias em Saúde (ATS)
- CONITEC fortalecida
- Avaliação baseada em evidências
- Análise de custo-efetividade
- Participação social nas decisões
16.6 Desafios Demográficos
16.6.1 Envelhecimento Populacional
Adaptação do SUS ao envelhecimento acelerado:
- Atenção ao Idoso:
- Cuidado integrado e coordenado
- Prevenção de fragilidade
- Gestão de multimorbidades
- Cuidados de longa duração
- Formação Profissional:
- Geriatria e gerontologia
- Cuidados paliativos
- Reabilitação
- Abordagem multidisciplinar
16.6.2 Transição Epidemiológica
- Dupla carga de doenças
- Doenças crônicas não transmissíveis
- Causas externas
- Doenças emergentes e reemergentes
16.7 Papel do Técnico em Enfermagem no SUS 2025
16.7.1 Novas Competências
- Competências Digitais:
- Uso de tecnologias de informação
- Telemedicina e telemonitoramento
- Prontuário eletrônico
- Aplicativos de saúde
- Cuidado Integral:
- Abordagem biopsicossocial
- Cuidados paliativos
- Saúde mental
- Promoção da saúde
16.7.2 Educação Permanente
- Aprendizagem ao longo da vida
- Educação à distância
- Simulação realística
- Competências interprofissionais
16.7.3 Liderança e Gestão
- Participação na gestão de serviços
- Liderança de equipes
- Melhoria da qualidade
- Segurança do paciente
16.8 Perspectivas de Financiamento
16.8.1 Novos Modelos de Financiamento
- Pagamento por Performance:
- Indicadores de qualidade
- Resultados em saúde
- Satisfação do usuário
- Eficiência na gestão
- Orçamento Baseado em Valor:
- Custo-efetividade
- Desfechos clínicos
- Qualidade de vida
- Sustentabilidade
16.8.2 Investimentos Prioritários
- Infraestrutura tecnológica
- Formação de recursos humanos
- Pesquisa e desenvolvimento
- Atenção básica fortalecida
16.9 Conclusão: SUS Resiliente e Adaptativo
O Sistema Único de Saúde continua sua trajetória de evolução, adaptando-se aos novos desafios do século XXI. As perspectivas para 2025 mostram um SUS mais digital, integrado e preparado para enfrentar emergências sanitárias, mantendo seus princípios fundamentais de universalidade, equidade e integralidade.
🛡️ Vigilância e Segurança em Saúde
Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025
Vigilância Epidemiológica, Sanitária, Biossegurança e Ética
📋 ÍNDICE
- 1. Vigilância Epidemiológica
- 2. Vigilância Sanitária
- 3. Higiene e Prevenção de Acidentes no Trabalho
- 4. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
- 5. Ética e Humanização na Atenção à Saúde
- 6. Biossegurança em Serviços de Saúde
1. Vigilância Epidemiológica
A Vigilância Epidemiológica constitui um conjunto de ações que proporciona o conhecimento, a detecção ou prevenção de qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou agravos.
1.1 Objetivos da Vigilância Epidemiológica
1.1.1 Objetivos Gerais
- Conhecer a situação de saúde: Identificar problemas prioritários
- Detectar mudanças: Alterações no padrão de ocorrência de doenças
- Recomendar medidas: Ações de prevenção e controle
- Avaliar impacto: Efetividade das medidas implementadas
- Divulgar informações: Comunicação para tomada de decisões
1.1.2 Objetivos Específicos
- Coletar, processar, analisar e interpretar dados
- Investigar epidemias e surtos
- Recomendar e promover medidas de controle
- Avaliar medidas de controle
- Divulgar informações pertinentes
1.2 Funções da Vigilância Epidemiológica
1.2.1 Coleta de Dados
Primeira etapa do sistema de vigilância:
- Fontes de dados:
- Notificação compulsória
- Investigação epidemiológica
- Inquéritos epidemiológicos
- Sistemas de informação em saúde
- Estudos epidemiológicos especiais
- Dados demográficos e socioeconômicos
- Dados ambientais
- Qualidade dos dados:
- Oportunidade (tempo adequado)
- Completitude (dados completos)
- Consistência (dados coerentes)
- Validade (dados corretos)
1.2.2 Sistema de Notificação
Prazo | Situação | Exemplos |
---|---|---|
Imediata (até 24h) | Emergências de saúde pública | Cólera, Febre Amarela, Peste, Varíola |
Semanal | Doenças de notificação regular | Dengue, Tuberculose, Sífilis, HIV |
Mensal | Agravos específicos | Violência doméstica, Acidentes de trabalho |
1.2.3 Lista de Doenças de Notificação Compulsória (2025)
Principais Doenças de Notificação Compulsória
1.3 Investigação Epidemiológica
1.4 Papel do Técnico em Enfermagem
- Identificação de casos: Reconhecer sinais e sintomas
- Notificação: Comunicar casos suspeitos ou confirmados
- Coleta de dados: Preenchimento correto de fichas
- Educação em saúde: Orientar pacientes e familiares
- Medidas de controle: Implementar ações preventivas
2. Vigilância Sanitária
A Vigilância Sanitária constitui um conjunto de ações capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde.
2.1 Objetivos da Vigilância Sanitária
- Proteção da saúde: Eliminar, diminuir ou prevenir riscos
- Controle sanitário: Produtos, serviços e ambientes
- Regulamentação: Normas e padrões de qualidade
- Fiscalização: Cumprimento das normas sanitárias
- Educação sanitária: Orientação à população e setores regulados
2.2 Controle de Produtos
2.2.1 Medicamentos
- Registro: Avaliação de eficácia e segurança
- Fabricação: Boas Práticas de Fabricação (BPF)
- Distribuição: Controle da cadeia de suprimentos
- Farmacovigilância: Monitoramento de eventos adversos
2.2.2 Alimentos
- Registro e notificação: Alimentos com alegações funcionais
- Padrões de qualidade: Composição nutricional e contaminantes
- Boas práticas: BPF e APPCC
2.2.3 Produtos para Saúde
- Classificação por risco: Classes I a IV
- Controles regulatórios: Cadastro, registro e tecnovigilância
2.3 Controle de Serviços
2.3.1 Serviços de Saúde
- Licenciamento: Alvará sanitário e licença de funcionamento
- Requisitos técnicos: Estrutura, equipamentos e recursos humanos
- Inspeções: Programadas, por denúncia e de rotina
2.3.2 Serviços de Alimentação
- Boas práticas: Manipulação higiênica e controle de temperatura
- Estrutura física: Layout adequado e controle de pragas
2.4 Controle de Ambientes
- Ambientes de trabalho: Vigilância em Saúde do Trabalhador (VISAT)
- Ambientes de uso coletivo: Piscinas, academias, escolas, hotéis
3. Higiene e Prevenção de Acidentes no Trabalho
A higiene e segurança no trabalho em saúde envolvem um conjunto de medidas destinadas a proteger a integridade física e mental dos trabalhadores, prevenindo acidentes, doenças ocupacionais e promovendo ambientes de trabalho seguros e saudáveis.
3.1 Conceitos Fundamentais
- Acidente de trabalho: Evento súbito que ocorre durante o exercício do trabalho, causando lesão corporal ou perturbação funcional
- Doença ocupacional: Doença produzida ou desencadeada pelo exercício do trabalho
- Risco ocupacional: Probabilidade de ocorrência de evento adverso à saúde do trabalhador
- Perigo: Fonte ou situação com potencial para causar danos
3.2 Riscos Ocupacionais em Saúde
Tipo de Risco | Cor | Exemplos | Efeitos na Saúde |
---|---|---|---|
Físicos | Verde | Ruído, radiação, temperatura | Perda auditiva, queimaduras, estresse térmico |
Químicos | Vermelho | Medicamentos, desinfetantes, gases | Intoxicação, alergias, câncer |
Biológicos | Marrom | Vírus, bactérias, fungos | Infecções, hepatites, tuberculose |
Ergonômicos | Amarelo | Postura inadequada, repetitividade | LER/DORT, fadiga, estresse |
Acidentes | Azul | Perfurocortantes, quedas, choques | Ferimentos, fraturas, morte |
3.3 Hierarquia das Medidas de Controle
3.4 Acidentes com Material Biológico
3.4.1 Conduta Pós-Exposição
4. Equipamentos de Proteção Individual (EPIs)
Os Equipamentos de Proteção Individual são dispositivos ou produtos de uso individual utilizados pelo trabalhador, destinados à proteção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e a saúde no trabalho.
4.1 EPIs Específicos para Enfermagem
4.1.1 Proteção Respiratória
Tipo | Proteção | Indicação | Observações |
---|---|---|---|
Máscara cirúrgica | Gotículas | Procedimentos de rotina | Não protege contra aerossóis |
N95/PFF2 | Aerossóis | Tuberculose, COVID-19 | Teste de vedação obrigatório |
N99/PFF3 | Aerossóis (maior eficiência) | Procedimentos de alto risco | Maior resistência respiratória |
4.1.2 Proteção das Mãos
- Luvas de procedimento: Látex, nitrilo ou vinil, uso único
- Luvas estéreis: Procedimentos invasivos e cirurgias
- Luvas de proteção química: Manipulação de quimioterápicos
- Luvas de proteção térmica: Manuseio de materiais quentes
4.2 Uso Correto dos EPIs
4.2.1 Sequência de Colocação (Paramentação)
4.2.2 Sequência de Retirada (Desparamentação)
4.3 Responsabilidades
4.3.1 Responsabilidades do Empregador
- Fornecer EPIs adequados gratuitamente
- Treinar os trabalhadores
- Exigir o uso correto
- Substituir quando necessário
- Responsabilizar-se pela higienização e manutenção
4.3.2 Responsabilidades do Trabalhador
- Usar o EPI apenas para a finalidade a que se destina
- Responsabilizar-se pela guarda e conservação
- Comunicar ao empregador qualquer alteração
- Cumprir as determinações do empregador
5. Ética e Humanização na Atenção à Saúde
A ética e humanização na atenção à saúde constituem pilares fundamentais para uma assistência de qualidade, baseada no respeito à dignidade humana, na promoção dos direitos dos usuários e na construção de relações mais humanas e solidárias entre profissionais e pacientes.
5.1 Fundamentos da Ética em Saúde
5.1.1 Princípios Fundamentais da Bioética
- Autonomia: Respeito à capacidade de autodeterminação e direito de tomar decisões sobre a própria vida
- Beneficência: Obrigação de fazer o bem e promover o bem-estar do paciente
- Não-maleficência: Obrigação de não causar dano (“Primum non nocere”)
- Justiça: Distribuição equitativa de benefícios e riscos, igualdade de acesso aos cuidados
5.2 Direitos dos Usuários dos Serviços de Saúde
- Direito ao acesso: Universal e igualitário, sem discriminação
- Direito à informação: Sobre seu estado de saúde e procedimentos
- Direito à participação: Nas decisões sobre seu tratamento
- Direito à privacidade: Confidencialidade das informações
- Direito ao tratamento adequado: Humanizado, com dignidade e respeito
5.3 Sigilo Profissional
5.3.1 Exceções ao Sigilo
- Autorização do paciente: Consentimento expresso
- Obrigação legal: Notificação compulsória, ordem judicial
- Justa causa: Proteção da vida do paciente ou de terceiros
5.4 Consentimento Livre e Esclarecido
Processo pelo qual o paciente, após receber informações adequadas sobre sua condição, tratamento proposto, riscos e alternativas, decide livremente sobre sua participação no tratamento.
5.4.1 Elementos Essenciais
- Informação: Diagnóstico, tratamento, riscos, benefícios e alternativas
- Compreensão: Linguagem adequada e verificação do entendimento
- Voluntariedade: Ausência de coerção e liberdade de escolha
5.5 Humanização da Assistência
5.5.1 Política Nacional de Humanização (PNH)
Política transversal do SUS que visa qualificar as práticas de gestão e de atenção em saúde.
5.5.2 Diretrizes da Humanização
- Acolhimento: Recepção do usuário desde sua chegada
- Gestão participativa: Inclusão de trabalhadores e usuários
- Clínica ampliada: Compromisso com o sujeito e sua singularidade
- Valorização do trabalho: Reconhecimento dos trabalhadores
5.6 Comunicação Humanizada
- Comunicação verbal: Linguagem clara, tom adequado, escuta ativa
- Comunicação não verbal: Expressão facial, postura, gestos, contato visual
- Barreiras à comunicação: Físicas, psicológicas, culturais, técnicas
5.7 Papel do Técnico em Enfermagem
- Respeito à dignidade: Tratar todos com respeito, sem discriminação
- Competência profissional: Atuar dentro de suas competências
- Responsabilidade: Assumir responsabilidade pelos atos
- Acolhimento: Receber com cordialidade e demonstrar interesse
- Comunicação efetiva: Usar linguagem adequada e demonstrar empatia
6. Biossegurança em Serviços de Saúde
A biossegurança em serviços de saúde compreende o conjunto de ações voltadas para a prevenção, minimização ou eliminação de riscos inerentes às atividades de pesquisa, produção, ensino, desenvolvimento tecnológico e prestação de serviços, que possam comprometer a saúde do homem, dos animais, das plantas e do meio ambiente.
6.1 Princípios da Biossegurança
- Contenção: Confinamento seguro de agentes infecciosos
- Isolamento: Separação de agentes perigosos do ambiente
- Controle: Medidas para reduzir riscos
- Proteção: Equipamentos e procedimentos de segurança
6.2 Níveis de Biossegurança
Nível | Risco | Agentes | Medidas de Contenção |
---|---|---|---|
NB-1 | Baixo | E. coli não patogênica | Práticas básicas de laboratório |
NB-2 | Moderado | Hepatite B, HIV, Salmonella | Cabine de segurança biológica |
NB-3 | Alto | Tuberculose, Febre Amarela | Laboratório de contenção |
NB-4 | Máximo | Ebola, Marburg | Máxima contenção |
6.3 Precauções Padrão
Medidas de prevenção que devem ser aplicadas no cuidado de todos os pacientes, independentemente do diagnóstico confirmado ou presumido de doença infecciosa.
6.3.1 Componentes das Precauções Padrão
- Higienização das mãos:
- Antes e após contato com paciente
- Antes de procedimentos assépticos
- Após risco de exposição a fluidos corporais
- Após contato com superfícies próximas ao paciente
- Uso de EPIs:
- Luvas para contato com sangue e fluidos corporais
- Avental para proteção da roupa
- Máscara e proteção ocular quando há risco de respingos
- Cuidados com perfurocortantes:
- Não reencapar agulhas
- Descartar em recipientes rígidos
- Não quebrar ou entortar agulhas
- Limpeza e desinfecção:
- Superfícies e equipamentos
- Produtos adequados
- Técnicas corretas
6.4 Precauções Baseadas na Transmissão
6.4.1 Precauções para Contato
- Indicações: Infecções por microrganismos multirresistentes, C. difficile
- Medidas: Quarto privativo, luvas e avental para todos os contatos
6.4.2 Precauções para Gotículas
- Indicações: Influenza, coqueluche, meningite meningocócica
- Medidas: Máscara cirúrgica, distância mínima de 1 metro
6.4.3 Precauções para Aerossóis
- Indicações: Tuberculose, sarampo, varicela, COVID-19
- Medidas: Quarto com pressão negativa, respirador N95/PFF2
6.5 Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde
6.5.1 Classificação dos Resíduos (RDC 222/2018)
- Grupo A (Infectantes):
- A1: Culturas, vacinas vencidas
- A2: Carcaças de animais
- A3: Peças anatômicas
- A4: Filtros, materiais perfurocortantes
- A5: Órgãos e tecidos
- Grupo B (Químicos): Medicamentos, reagentes químicos
- Grupo C (Radioativos): Materiais com radionuclídeos
- Grupo D (Comuns): Papel, plástico não contaminado
- Grupo E (Perfurocortantes): Agulhas, bisturis, vidros
6.5.2 Segregação e Acondicionamento
- Segregação na fonte: Separar no momento da geração
- Recipientes adequados: Sacos e recipientes específicos para cada grupo
- Identificação: Símbolos e cores padronizadas
- Limite de peso: Máximo de 2/3 da capacidade
6.6 Limpeza, Desinfecção e Esterilização
6.6.1 Limpeza
- Conceito: Remoção de sujidade visível
- Produtos: Detergentes neutros ou enzimáticos
- Técnica: Fricção mecânica
6.6.2 Desinfecção
- Conceito: Eliminação de microrganismos patogênicos
- Níveis:
- Alto nível: Elimina todos os microrganismos
- Nível intermediário: Elimina bactérias vegetativas e vírus
- Baixo nível: Elimina bactérias vegetativas
- Produtos: Álcool 70%, hipoclorito, quaternário de amônio
6.6.3 Esterilização
- Conceito: Eliminação completa de todas as formas de vida microbiana
- Métodos:
- Vapor saturado sob pressão (autoclave)
- Óxido de etileno
- Plasma de peróxido de hidrogênio
- Radiação gama
6.7 Controle de Infecção Hospitalar
6.7.1 Comissão de Controle de Infecção Hospitalar (CCIH)
- Composição: Médico, enfermeiro, farmacêutico, outros profissionais
- Atribuições: Elaborar normas, investigar surtos, educar profissionais
6.7.2 Serviço de Controle de Infecção Hospitalar (SCIH)
- Função: Executar as ações de controle de infecção
- Atividades: Vigilância epidemiológica, assessoria técnica
6.8 Papel do Técnico em Enfermagem na Biossegurança
- Aplicação das precauções: Padrão e baseadas na transmissão
- Uso correto de EPIs: Seleção, uso e descarte adequados
- Higienização das mãos: Técnica correta e momentos adequados
- Gerenciamento de resíduos: Segregação e acondicionamento corretos
- Limpeza e desinfecção: Técnicas e produtos apropriados
- Educação em saúde: Orientar pacientes e familiares
- Notificação: Comunicar situações de risco
⚖️ Legislação da Enfermagem
Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025
Lei do Exercício Profissional, Código de Ética e Sistema COFEN/COREN
📋 ÍNDICE
- 1. Lei nº 7.498/1986 – Exercício da Enfermagem
- 2. Decreto nº 94.406/1987 – Regulamentação da Lei
- 3. Resolução COFEN nº 564/2017 – Código de Ética
- 4. Sistema COFEN/COREN
- 5. Responsabilidade Civil, Penal e Ética
1. Lei nº 7.498/1986 – Exercício da Enfermagem
A Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986, dispõe sobre a regulamentação do exercício da enfermagem no Brasil, estabelecendo as categorias profissionais, suas competências e atividades privativas. Esta lei é fundamental para compreender a estrutura legal da profissão de enfermagem no país.
1.1 Categorias Profissionais da Enfermagem
A Lei 7.498/1986 estabelece que o exercício da enfermagem é privativo dos profissionais inscritos nos Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN), divididos em quatro categorias:
Categorias Profissionais da Enfermagem
1.1.1 Enfermeiro
I – o titular do diploma de enfermeiro conferido por escola de enfermagem, nos termos da lei;
II – o titular do diploma ou certificado de obstetriz ou de enfermeira obstétrica, conferido nos termos da lei;
III – o titular do diploma ou certificado de Enfermeira e a titular do diploma ou certificado de Enfermeira Obstétrica ou de Obstetriz, ou equivalente, conferido por escola estrangeira segundo as leis do país, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de enfermeiro, de enfermeira obstétrica ou de obstetriz;
IV – aqueles que, não abrangidos pelos incisos anteriores, obtiveram título de enfermeiro conforme legislação específica.
1.1.2 Técnico em Enfermagem
I – o titular do diploma ou do certificado de técnico de enfermagem, expedido de acordo com a legislação e registrado pelo órgão competente;
II – o titular do diploma ou do certificado legalmente conferido por escola ou curso estrangeiro, registrado em virtude de acordo de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil como diploma de técnico de enfermagem.
1.1.3 Auxiliar de Enfermagem
I – o titular do certificado de auxiliar de enfermagem conferido por entidade de ensino, nos termos da Lei e registrado no órgão competente;
II – o titular do diploma a que se refere a Lei nº 2.822, de 14 de julho de 1956;
III – o titular do diploma ou certificado a que se refere o item III do art. 2º da Lei nº 2.604, de 17 de setembro de 1955, expedido até a publicação da Lei nº 4.024, de 20 de dezembro de 1961;
IV – o titular de certificado de enfermeiro prático ou prático de enfermagem, expedido até 1964 pelo Serviço Nacional de Fiscalização da Medicina e Farmácia, do Ministério da Saúde, ou por órgão congênere da Secretaria de Saúde nas Unidades Federativas, nos termos do Decreto-lei nº 23.774, de 22 de janeiro de 1934, do Decreto-lei nº 20.931, de 11 de janeiro de 1932, e da Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
V – o pessoal enquadrado como auxiliar de enfermagem, nos termos do Decreto nº 50.387, de 28 de março de 1961.
1.1.4 Parteiro
I – o titular do certificado previsto no art. 1º do Decreto-lei nº 8.778, de 22 de janeiro de 1946, observado o disposto na Lei nº 3.640, de 10 de outubro de 1959;
II – o titular do diploma ou certificado de parteiro, ou equivalente, conferido por escola ou curso estrangeiro, segundo as leis do país, registrado em virtude de intercâmbio cultural ou revalidado no Brasil, na forma da legislação específica.
1.2 Atividades Privativas do Enfermeiro
O artigo 11 da Lei 7.498/1986 estabelece as atividades que são privativas do enfermeiro, ou seja, que só podem ser exercidas por profissionais com formação superior em enfermagem:
I – privativamente:
a) direção do órgão de enfermagem integrante da estrutura básica da instituição de saúde, pública e privada, e chefia de serviço e de unidade de enfermagem;
b) organização e direção dos serviços de enfermagem e de suas atividades técnicas e auxiliares nas empresas prestadoras desses serviços;
c) planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços da assistência de enfermagem;
d) consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem;
e) consulta de enfermagem;
f) prescrição da assistência de enfermagem;
g) cuidados diretos de enfermagem a pacientes graves com risco de vida;
h) cuidados de enfermagem de maior complexidade técnica e que exijam conhecimentos de base científica e capacidade de tomar decisões imediatas.
1.3 Atividades do Técnico em Enfermagem
O artigo 12 da Lei 7.498/1986 define as atividades que podem ser exercidas pelo técnico em enfermagem:
a) participar da programação da assistência de enfermagem;
b) executar ações assistenciais de enfermagem, exceto as privativas do Enfermeiro, observado o disposto no Parágrafo único do Art. 11 desta Lei;
c) participar da orientação e supervisão do trabalho de enfermagem em grau auxiliar;
d) participar da equipe de saúde.
1.4 Atividades do Auxiliar de Enfermagem
a) observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas;
b) executar ações de tratamento simples;
c) prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente;
d) participar da equipe de saúde.
1.5 Exercício da Profissão
I – cumprir e fazer cumprir o Código de Ética dos profissionais de enfermagem;
II – exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade;
III – prestar assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência;
IV – proteger a pessoa, família e coletividade contra danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência por parte de qualquer membro da equipe de saúde;
V – exercer ou participar da assistência de enfermagem, quando convocado, em situação de emergência, epidemia, catástrofe e guerra;
VI – respeitar os princípios éticos e legais da profissão;
VII – participar de movimentos de defesa da dignidade profissional, do aprimoramento técnico-científico, do exercício da cidadania e das reivindicações por melhores condições de assistência, trabalho e remuneração;
VIII – aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão;
IX – colaborar com a fiscalização do exercício profissional;
X – exercer a profissão com autonomia, respeitados os preceitos legais e os princípios éticos;
XI – fundamentar suas ações técnico-científicas, éticas e legais;
XII – participar da prática multiprofissional e interdisciplinar com responsabilidade, autonomia e liberdade;
XIII – conhecer, cumprir e fazer cumprir o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem e as normas do Sistema COFEN/COREns;
XIV – exercer suas atividades fazendo uso dos conhecimentos e avanços técnicos e científicos.
1.6 Supervisão e Responsabilidade Técnica
2. Decreto nº 94.406/1987 – Regulamentação da Lei
O Decreto nº 94.406, de 8 de junho de 1987, regulamenta a Lei nº 7.498/1986, detalhando as competências específicas de cada categoria profissional e estabelecendo normas para o exercício da enfermagem.
2.1 Competências Específicas do Técnico em Enfermagem
O artigo 10 do Decreto 94.406/1987 detalha as competências específicas do técnico em enfermagem:
I – assistir ao Enfermeiro:
a) no planejamento, programação, orientação e supervisão das atividades de assistência de enfermagem;
b) na prestação de cuidados diretos de enfermagem a pacientes em estado grave;
c) na prevenção e controle das doenças transmissíveis em geral em programas de vigilância epidemiológica;
d) na prevenção e controle sistemático da infecção hospitalar;
e) na prevenção e controle sistemático de danos físicos que possam ser causados a pacientes durante a assistência de saúde;
f) na execução dos programas referidos nas letras “c”, “d” e “e” deste artigo;
II – executar atividades de assistência de enfermagem, excetuadas as privativas do Enfermeiro e as referidas no art. 11 deste decreto;
III – integrar a equipe de saúde.
2.2 Atividades Específicas Detalhadas
2.2.1 Cuidados Diretos ao Paciente
- Sinais vitais: Verificação de temperatura, pulso, respiração e pressão arterial
- Administração de medicamentos: Por via oral, tópica, intramuscular, subcutânea e endovenosa (conforme prescrição)
- Curativos: Simples e complexos, conforme orientação do enfermeiro
- Higiene e conforto: Banho no leito, higiene oral, mudança de decúbito
- Alimentação: Auxílio na alimentação e administração de dieta enteral
2.2.2 Procedimentos Técnicos
- Coleta de material: Para exames laboratoriais (sangue, urina, fezes, escarro)
- Sondagens: Vesical de demora e de alívio, nasogástrica
- Oxigenoterapia: Instalação e manutenção de oxigênio
- Aspiração: De vias aéreas superiores
- Controles: Balanço hídrico, glicemia capilar
2.2.3 Atividades Educativas e Preventivas
- Orientação ao paciente: Sobre cuidados de saúde e prevenção
- Educação em saúde: Participação em programas educativos
- Imunização: Aplicação de vacinas conforme programa
- Vigilância epidemiológica: Identificação e notificação de casos
2.3 Limitações e Restrições
- Prescrição de medicamentos ou tratamentos
- Consulta de enfermagem
- Direção de serviços de enfermagem
- Auditoria em enfermagem
- Cuidados de enfermagem de alta complexidade sem supervisão
2.4 Supervisão e Delegação
I – preparar o paciente para consultas, exames e tratamentos;
II – observar, reconhecer e descrever sinais e sintomas, ao nível de sua qualificação;
III – executar tratamentos especificamente prescritos, ou de rotina, além de outras atividades de enfermagem, tais como:
a) ministrar medicamentos por via oral e parenteral;
b) realizar controle hídrico;
c) fazer curativos;
d) aplicar oxigenoterapia, nebulização, enteroclisma, enema e calor ou frio;
e) executar tarefas referentes à conservação e aplicação de vacinas;
f) efetuar o controle de pacientes e de comunicantes em doenças transmissíveis;
g) realizar testes e proceder à sua leitura, para subsídio de diagnóstico;
h) colher material para exames laboratoriais;
i) prestar cuidados de enfermagem pré e pós-operatórios;
j) circular em salas de cirurgia e, se necessário, instrumentar;
l) executar atividades de desinfecção e esterilização;
IV – prestar cuidados de higiene e conforto ao paciente e zelar por sua segurança, inclusive:
a) alimentá-lo ou auxiliá-lo a alimentar-se;
b) zelar pela limpeza e ordem do material, de equipamentos e do ambiente de trabalho;
c) integrar a equipe de saúde;
d) participar de atividades de educação em saúde, inclusive:
e) orientar os pacientes na pós-consulta, quanto ao cumprimento das prescrições de enfermagem e médicas;
f) executar os trabalhos de rotina vinculados à alta de pacientes;
g) participar dos procedimentos pós-morte.
2.5 Responsabilidade Técnica
Parágrafo único – O disposto neste artigo não se aplica aos Técnicos e Auxiliares de Enfermagem que trabalhem em unidades básicas de saúde, onde não há Enfermeiro lotado, desde que sejam supervisionados, orientados e dirigidos, mediata ou imediatamente, por Enfermeiro que integre a equipe de saúde da unidade ou do sistema local de saúde.
3. Resolução COFEN nº 564/2017 – Código de Ética
A Resolução COFEN nº 564/2017 aprova o novo Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem, estabelecendo princípios, direitos, responsabilidades, deveres e proibições pertinentes à conduta ética dos profissionais de enfermagem.
3.1 Princípios Fundamentais
O Código de Ética estabelece princípios fundamentais que norteiam toda a prática profissional da enfermagem:
3.2 Direitos dos Profissionais de Enfermagem
O Capítulo II do Código de Ética estabelece os direitos dos profissionais de enfermagem:
- Art. 1º – Exercer a enfermagem com liberdade, autonomia e ser tratado segundo os pressupostos e princípios legais, éticos e dos direitos humanos
- Art. 2º – Aprimorar seus conhecimentos técnicos, científicos e culturais que dão sustentação a sua prática profissional
- Art. 3º – Apoiar as iniciativas que visem ao aprimoramento profissional e à defesa dos direitos e interesses da categoria e da sociedade
- Art. 4º – Obter desagravo público por ofensa que atinja a profissão, por meio do Conselho Regional de Enfermagem
- Art. 5º – Ter acesso às informações relacionadas à pessoa, família e coletividade, necessárias ao exercício profissional
- Art. 6º – Recusar-se a executar atividades que não sejam de sua competência técnica, científica, ética e legal ou que não ofereçam segurança ao profissional, à pessoa, família e coletividade
- Art. 7º – Ter respeitadas as suas convicções políticas, religiosas, éticas, ideológicas e partidárias, desde que não interfiram no exercício profissional
- Art. 8º – Receber tratamento condigno por parte de empregadores, superiores hierárquicos, pares, subordinados e diferentes categorias profissionais
- Art. 9º – Ter direito à remuneração justa pelo trabalho realizado
- Art. 10 – Recusar-se a trabalhar em locais onde as condições sejam inseguras ou inadequadas ao exercício profissional
3.3 Responsabilidades e Deveres
O Capítulo III estabelece as responsabilidades e deveres dos profissionais de enfermagem:
3.3.1 Responsabilidades Gerais
- Art. 11 – Exercer a profissão com justiça, compromisso, equidade, resolutividade, dignidade, competência, responsabilidade, honestidade e lealdade
- Art. 12 – Assegurar à pessoa, família e coletividade assistência de enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência
- Art. 13 – Avaliar criteriosamente sua competência técnica, científica, ética e legal e somente aceitar encargos ou atribuições, quando capaz de desempenho seguro para si e para outrem
- Art. 14 – Aprimorar os conhecimentos técnicos, científicos, éticos e culturais, em benefício da pessoa, família e coletividade e do desenvolvimento da profissão
3.3.2 Deveres Específicos na Assistência
- Art. 15 – Prestar assistência de enfermagem sem discriminação de qualquer natureza
- Art. 16 – Garantir a continuidade da assistência de enfermagem em condições que ofereçam segurança
- Art. 17 – Prestar adequadas informações à pessoa, família e coletividade a respeito dos direitos, riscos, benefícios e intercorrências acerca da assistência de enfermagem
- Art. 18 – Respeitar, reconhecer e realizar ações que garantam o direito da pessoa ou de seu representante legal, de tomar decisões sobre sua saúde, tratamento, conforto e bem-estar
3.4 Proibições
O Capítulo IV estabelece as proibições aos profissionais de enfermagem, organizadas por seções:
3.4.1 Das Relações com a Pessoa, Família e Coletividade
- Art. 35 – Registrar informações parciais e inverídicas sobre a assistência prestada
- Art. 36 – Executar ou participar da assistência à saúde sem o consentimento da pessoa ou de seu representante legal, exceto em iminente risco de morte
- Art. 37 – Executar procedimentos ou participar da assistência à saúde sem estar devidamente capacitado
- Art. 38 – Responsabilizar-se por falta cometida em suas atividades profissionais, independentemente de ter sido praticada individualmente ou em equipe
3.4.2 Das Relações com os Trabalhadores de Enfermagem, Saúde e Outros
- Art. 49 – Assumir responsabilidades para as quais não esteja habilitado
- Art. 50 – Executar ou determinar a execução de atos contrários ao Código de Ética e às demais normas que regulam o exercício da enfermagem
- Art. 51 – Delegar suas atividades privativas a outro membro da equipe de enfermagem ou de saúde, que não seja enfermeiro
3.4.3 Do Sigilo Profissional
- Art. 81 – Revelar informações confidenciais de que tenha conhecimento em razão de seu exercício profissional a pessoas ou entidades que não estejam obrigadas ao sigilo
- Art. 82 – Fotografar ou filmar pessoa sob seus cuidados profissionais, mesmo com o seu consentimento ou do seu responsável legal
- Art. 83 – Utilizar, divulgar ou publicar, em qualquer meio de comunicação, caso, situação ou fato de que tenha conhecimento em decorrência do exercício profissional, mesmo que autorizado pela pessoa ou seu representante legal
3.5 Infrações e Penalidades
O Capítulo V estabelece as infrações e penalidades aplicáveis aos profissionais de enfermagem:
Tipo de Infração | Penalidade | Características |
---|---|---|
Leve | Advertência verbal | Falhas menores no exercício profissional |
Grave | Multa, censura, suspensão (até 29 dias) | Violações significativas dos deveres profissionais |
Gravíssima | Suspensão (30 dias ou mais), cassação | Violações graves que comprometem a segurança |
4. Sistema COFEN/COREN
O Sistema COFEN/COREN é composto pelo Conselho Federal de Enfermagem (COFEN) e pelos Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN), criados pela Lei nº 5.905/1973, com a finalidade de disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de enfermagem.
4.1 Conselho Federal de Enfermagem (COFEN)
4.1.1 Composição e Estrutura
- Composição: 27 membros efetivos e 27 suplentes
- Representação: Um representante de cada COREN
- Mandato: 3 anos, permitida uma recondução
- Sede: Brasília – DF
4.1.2 Competências do COFEN
- Normativa: Expedir resoluções e decisões para disciplinar o exercício profissional
- Fiscalizadora: Supervisionar os COREns e zelar pelo cumprimento da legislação
- Disciplinar: Julgar recursos de penalidades aplicadas pelos COREns
- Orientadora: Estabelecer diretrizes para a formação e exercício profissional
4.2 Conselhos Regionais de Enfermagem (COREN)
4.2.1 Estrutura Regional
Existem 27 COREns no Brasil, um para cada estado e o Distrito Federal:
- COREN-AC – Acre
- COREN-AL – Alagoas
- COREN-AP – Amapá
- COREN-AM – Amazonas
- COREN-BA – Bahia
- COREN-CE – Ceará
- COREN-DF – Distrito Federal
- COREN-ES – Espírito Santo
- COREN-GO – Goiás
- COREN-MA – Maranhão
- COREN-MT – Mato Grosso
- COREN-MS – Mato Grosso do Sul
- COREN-MG – Minas Gerais
- COREN-PA – Pará
- COREN-PB – Paraíba
- COREN-PR – Paraná
- COREN-PE – Pernambuco
- COREN-PI – Piauí
- COREN-RJ – Rio de Janeiro
- COREN-RN – Rio Grande do Norte
- COREN-RS – Rio Grande do Sul
- COREN-RO – Rondônia
- COREN-RR – Roraima
- COREN-SC – Santa Catarina
- COREN-SP – São Paulo
- COREN-SE – Sergipe
- COREN-TO – Tocantins
4.2.2 Competências dos COREns
- Registro profissional: Inscrever e expedir carteiras profissionais
- Fiscalização: Fiscalizar o exercício profissional em sua jurisdição
- Orientação: Orientar profissionais sobre exercício ético e legal
- Disciplinar: Apurar infrações e aplicar penalidades
- Educativa: Promover educação continuada
4.3 Registro Profissional
4.3.1 Processo de Inscrição
4.3.2 Documentos Necessários para Inscrição
- Diploma: Original e cópia do diploma de técnico em enfermagem
- Histórico escolar: Original e cópia
- Documentos pessoais: RG, CPF, título de eleitor, certificado militar
- Comprovante de residência: Atualizado
- Fotos: 3×4 recentes
- Certidões: Nascimento ou casamento, antecedentes criminais
4.4 Fiscalização Profissional
4.4.1 Tipos de Fiscalização
- Rotineira: Visitas programadas às instituições de saúde
- Por denúncia: Investigação de irregularidades reportadas
- Especial: Situações específicas ou emergenciais
- Orientativa: Educação e esclarecimentos sobre normas
4.4.2 Aspectos Fiscalizados
- Registro profissional: Verificação de inscrição ativa
- Exercício legal: Atividades dentro das competências
- Responsabilidade técnica: Presença de enfermeiro responsável
- Condições de trabalho: Segurança e adequação do ambiente
- Documentação: Registros e protocolos de enfermagem
4.5 Anuidade e Taxas
Tipo | Descrição | Periodicidade | Consequência do Não Pagamento |
---|---|---|---|
Anuidade | Taxa anual de manutenção do registro | Anual | Suspensão do exercício profissional |
Inscrição | Taxa para primeira inscrição | Única | Não expedição da carteira |
Transferência | Mudança de COREN | Quando necessário | Não efetivação da transferência |
Segunda via | Reemissão de documentos | Quando solicitado | Não emissão do documento |
5. Responsabilidade Civil, Penal e Ética
Os profissionais de enfermagem estão sujeitos a três tipos de responsabilidade: civil, penal e ética. Cada uma tem características específicas e pode ser aplicada de forma independente ou cumulativa, dependendo da natureza e gravidade da conduta profissional.
5.1 Responsabilidade Civil
A responsabilidade civil refere-se à obrigação de reparar danos causados a terceiros no exercício da profissão. Está prevista no Código Civil Brasileiro (Lei nº 10.406/2002).
5.1.1 Fundamentos da Responsabilidade Civil
Art. 927 do Código Civil: “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.”
5.1.2 Elementos da Responsabilidade Civil
- Conduta: Ação ou omissão do profissional
- Dano: Prejuízo material ou moral sofrido pelo paciente
- Nexo causal: Relação de causa e efeito entre a conduta e o dano
- Culpa: Negligência, imprudência ou imperícia
5.1.3 Tipos de Culpa
Tipo | Definição | Exemplo |
---|---|---|
Negligência | Omissão, falta de cuidado | Não verificar sinais vitais conforme prescrição |
Imprudência | Ação precipitada, sem cautela | Administrar medicamento sem conferir o paciente |
Imperícia | Falta de conhecimento técnico | Realizar procedimento sem capacitação adequada |
5.1.4 Responsabilidade do Empregador
Isso significa que a instituição de saúde também pode ser responsabilizada pelos danos causados por seus funcionários.
5.2 Responsabilidade Penal
A responsabilidade penal refere-se aos crimes previstos no Código Penal Brasileiro que podem ser cometidos no exercício da enfermagem.
5.2.1 Crimes Contra a Vida
- Homicídio culposo (Art. 121, §3º): Causar morte por negligência, imprudência ou imperícia
- Pena: detenção de 1 a 3 anos
- Exemplo: Administração de medicamento errado causando morte
- Lesão corporal culposa (Art. 129, §6º): Causar lesão por negligência, imprudência ou imperícia
- Pena: detenção de 2 meses a 1 ano
- Exemplo: Lesão durante procedimento mal executado
5.2.2 Crimes Contra a Liberdade Individual
- Constrangimento ilegal (Art. 146): Constranger alguém mediante violência ou grave ameaça
- Pena: detenção de 3 meses a 1 ano
- Exemplo: Forçar paciente a procedimento sem consentimento
5.2.3 Crimes Contra a Honra
- Difamação (Art. 139): Imputar fato ofensivo à reputação
- Pena: detenção de 3 meses a 1 ano
- Exemplo: Divulgar informações que prejudiquem a reputação do paciente
5.2.4 Exercício Ilegal da Profissão
Pena: detenção de 6 meses a 2 anos.
Parágrafo único: Se o crime é praticado com o fim de lucro, aplica-se também multa.
5.3 Responsabilidade Ética
A responsabilidade ética é apurada pelo Sistema COFEN/COREN, conforme o Código de Ética dos Profissionais de Enfermagem (Resolução COFEN nº 564/2017).
5.3.1 Processo Ético-Disciplinar
5.3.2 Penalidades Éticas
- Advertência verbal: Para infrações leves
- Multa: Valor estabelecido pelo COFEN
- Censura: Repreensão por escrito
- Suspensão: Impedimento temporário do exercício (até 29 dias para infrações graves, 30 dias ou mais para gravíssimas)
- Cassação: Perda definitiva do direito ao exercício profissional
5.4 Medidas Preventivas
5.4.1 Documentação Adequada
- Registros completos: Anotar todos os cuidados prestados
- Letra legível: Garantir que os registros sejam compreensíveis
- Assinatura e carimbo: Identificar-se adequadamente
- Horário: Registrar data e hora dos procedimentos
5.4.2 Competência Técnica
- Educação continuada: Manter-se atualizado
- Limites de competência: Não executar atividades para as quais não está habilitado
- Supervisão: Buscar orientação quando necessário
- Protocolos: Seguir normas e procedimentos institucionais
5.4.3 Comunicação Efetiva
- Consentimento informado: Esclarecer procedimentos ao paciente
- Passagem de plantão: Comunicar adequadamente as informações
- Notificação de eventos: Comunicar intercorrências à equipe
- Sigilo profissional: Manter confidencialidade das informações
5.5 Seguro de Responsabilidade Civil
5.5.1 Cobertura do Seguro
- Danos materiais: Custos de tratamento, medicamentos
- Danos morais: Sofrimento psíquico do paciente
- Custos judiciais: Honorários advocatícios, custas processuais
- Danos estéticos: Alterações na aparência física
🏥 Fundamentos de Enfermagem
Apostila para Concurso de Técnico em Enfermagem – 2025
Sinais Vitais, Higiene, Medicamentos, Curativos e Procedimentos Básicos
📋 ÍNDICE
- 1. Sinais Vitais
- 2. Higiene e Conforto do Paciente
- 3. Administração de Medicamentos
- 4. Cuidados com Ferimentos
- 5. Procedimentos de Rotina
- 6. Coleta de Exames
- 7. Cuidados nos Diferentes Ciclos de Vida
1. Sinais Vitais
Os sinais vitais são indicadores das funções vitais básicas do organismo e constituem parâmetros fundamentais para avaliação do estado de saúde do paciente. São compostos por temperatura, pulso, respiração, pressão arterial e, mais recentemente, a dor foi incluída como o quinto sinal vital.
1.1 Temperatura Corporal
A temperatura corporal é o equilíbrio entre a produção e a perda de calor pelo organismo. É controlada pelo hipotálamo e varia conforme fatores como idade, sexo, atividade física, estado emocional e condições ambientais.
1.1.1 Valores Normais
Valores de Referência da Temperatura
1.1.2 Classificação das Alterações
- Hipotermia: Temperatura abaixo de 36°C
- Normotermia: Temperatura dentro dos valores normais
- Febre ou Hipertermia: Temperatura acima de 37,5°C (axilar)
- Febrícula: Temperatura entre 37,1°C e 37,5°C
- Febre moderada: Temperatura entre 37,6°C e 39°C
- Febre alta: Temperatura entre 39,1°C e 40°C
- Hipertermia: Temperatura acima de 40°C
1.2 Pulso
O pulso é a expansão e contração alternada de uma artéria, correspondente aos batimentos cardíacos. Reflete a atividade cardíaca e o estado do sistema circulatório.
1.2.1 Valores Normais por Idade
Frequência Cardíaca Normal
1.3 Respiração
A respiração é o processo de troca gasosa entre o organismo e o meio ambiente, envolvendo inspiração e expiração. É controlada pelo centro respiratório no bulbo.
1.3.1 Valores Normais por Idade
Frequência Respiratória Normal
1.4 Pressão Arterial
A pressão arterial é a força exercida pelo sangue contra as paredes das artérias durante a contração (sístole) e relaxamento (diástole) do coração.
1.4.1 Classificação da Pressão Arterial (Adultos)
Classificação | Sistólica (mmHg) | Diastólica (mmHg) |
---|---|---|
Ótima | < 120 | < 80 |
Normal | 120-129 | 80-84 |
Limítrofe | 130-139 | 85-89 |
Hipertensão Estágio 1 | 140-159 | 90-99 |
Hipertensão Estágio 2 | 160-179 | 100-109 |
Hipertensão Estágio 3 | ≥ 180 | ≥ 110 |
1.5 Dor – O Quinto Sinal Vital
A dor foi reconhecida como o quinto sinal vital devido à sua importância na avaliação clínica. É uma experiência sensorial e emocional desagradável, subjetiva e individual.
1.5.1 Escalas de Avaliação da Dor
- Escala Numérica: 0 (sem dor) a 10 (pior dor possível)
- Escala Visual Analógica: Linha de 10 cm
- Escala de Faces: Para crianças e idosos
- Escala Comportamental: Para pacientes não comunicativos
2. Higiene e Conforto do Paciente
A higiene e o conforto são necessidades humanas básicas e componentes essenciais do cuidado de enfermagem. Além de promover o bem-estar físico e psicológico, os cuidados de higiene previnem infecções, mantêm a integridade da pele e proporcionam momentos de interação terapêutica.
2.1 Banho no Leito
O banho no leito é indicado para pacientes acamados, com limitações de mobilidade ou em estado crítico que não podem ser transportados ao banheiro.
2.1.1 Técnica do Banho no Leito
2.2 Higiene Oral
A higiene oral é fundamental para prevenir infecções, manter o conforto do paciente e preservar a saúde bucal. É especialmente importante em pacientes acamados, com sondas ou em ventilação mecânica.
2.2.1 Técnica da Higiene Oral
2.3 Cuidados com a Pele
A pele é o maior órgão do corpo humano e a primeira barreira de defesa contra infecções. Em pacientes acamados, os cuidados são essenciais para prevenir lesões por pressão.
2.3.1 Prevenção de Lesões por Pressão
- Mudança de decúbito: A cada 2 horas
- Superfícies especiais: Colchões pneumáticos
- Higiene adequada: Manter pele limpa e seca
- Hidratação: Usar cremes hidratantes
- Nutrição: Dieta rica em proteínas
3. Administração de Medicamentos
A administração de medicamentos é uma das atividades mais importantes e de maior responsabilidade do técnico em enfermagem. Requer conhecimento técnico-científico, precisão e rigoroso cumprimento dos protocolos de segurança.
3.1 Os “Certos” da Medicação
Os 9 Certos da Medicação
3.2 Vias de Administração
3.2.1 Via Oral (VO)
Vantagens:
- Segura e não invasiva
- Fácil administração
- Econômica
- Boa aceitação pelo paciente
3.2.2 Via Intramuscular (IM)
Locais de aplicação:
- Vasto lateral da coxa: Preferencial em crianças e adultos
- Deltoide: Volumes pequenos (até 2ml), vacinas
- Ventroglútea: Segura para volumes maiores
3.2.3 Via Subcutânea (SC)
3.2.4 Via Endovenosa (EV)
3.3 Cálculos de Medicamentos
3.3.1 Regra de Três Simples
Fórmula básica:
Exemplo:
Prescrição: Dipirona 500mg VO
Disponível: Dipirona 500mg/ml
Cálculo: 500mg × 1ml ÷ 500mg = 1ml
3.3.2 Conversões Importantes
Unidade | Equivalência |
---|---|
1 grama (g) | 1000 miligramas (mg) |
1 miligrama (mg) | 1000 microgramas (mcg) |
1 litro (L) | 1000 mililitros (ml) |
1 ml | 20 gotas |
1 gota | 3 microgotas |
4. Cuidados com Ferimentos
Os cuidados com ferimentos constituem uma das competências fundamentais do técnico em enfermagem, envolvendo conhecimentos sobre tipos de feridas, processo de cicatrização e técnicas de curativos.
4.1 Tipos de Feridas
4.1.1 Classificação por Etiologia
- Feridas cirúrgicas: Incisões controladas em ambiente estéril
- Feridas traumáticas: Causadas por acidentes ou violência
- Úlceras por pressão: Lesões por pressão prolongada
- Úlceras vasculares: Relacionadas a problemas circulatórios
- Queimaduras: Lesões por calor, frio, químicos ou radiação
4.1.2 Classificação por Tempo
Tipo | Tempo | Características |
---|---|---|
Aguda | Até 6 semanas | Cicatrização ordenada e previsível |
Crônica | Mais de 6 semanas | Cicatrização lenta ou estagnada |
4.2 Processo de Cicatrização
4.2.1 Fases da Cicatrização
4.3 Técnicas de Curativos
4.3.1 Técnica do Curativo Simples
4.3.2 Tipos de Coberturas
- Gaze simples: Feridas limpas, absorção de exsudato
- Hidrocoloide: Ambiente úmido, feridas com pouco exsudato
- Hidrogel: Hidratação, feridas secas
- Alginato: Alta absorção, feridas com muito exsudato
- Espuma: Absorção moderada, proteção
5. Procedimentos de Rotina
Os procedimentos de rotina em enfermagem incluem atividades essenciais para manutenção da segurança e qualidade da assistência. O preparo de material para esterilização e os métodos de esterilização são fundamentais para prevenção de infecções.
5.1 Preparo de Material para Esterilização
5.1.1 Etapas do Preparo
5.2 Métodos de Esterilização
5.2.1 Esterilização por Vapor Saturado (Autoclave)
Parâmetros:
- Temperatura: 121°C ou 134°C
- Pressão: 1 atm ou 2 atm
- Tempo: 15-30 minutos
Vantagens:
- Método mais seguro e confiável
- Não deixa resíduos tóxicos
- Custo baixo
- Rápido e eficaz
5.2.2 Esterilização por Óxido de Etileno
Indicações:
- Materiais termossensíveis
- Equipamentos eletrônicos
- Plásticos especiais
- Materiais com lúmen longo
5.2.3 Esterilização por Calor Seco
Parâmetros:
- Temperatura: 160-180°C
- Tempo: 60-120 minutos
5.3 Controle de Qualidade
5.3.1 Indicadores Químicos
Classe | Tipo | Função |
---|---|---|
Classe 1 | Indicador de processo | Distingue processado de não processado |
Classe 2 | Teste Bowie-Dick | Verifica remoção de ar |
Classe 5 | Indicador integrador | Responde a todos os parâmetros |
5.3.2 Indicadores Biológicos
Tipos de esporos:
- Geobacillus stearothermophilus: Vapor saturado
- Bacillus atrophaeus: Calor seco, óxido de etileno
6. Coleta de Exames
A coleta de exames laboratoriais é uma atividade fundamental do técnico em enfermagem, exigindo conhecimento técnico, precisão e cuidados específicos para garantir a qualidade das amostras e a confiabilidade dos resultados.
6.1 Coleta de Sangue
A coleta de sangue é um dos procedimentos mais realizados em laboratórios e serviços de saúde. Requer técnica asséptica, conhecimento da anatomia vascular e cuidados específicos para diferentes tipos de exames.
6.1.1 Preparação do Paciente
- Jejum: Verificar necessidade conforme exame solicitado
- Identificação: Confirmar dados do paciente
- Posicionamento: Paciente sentado ou deitado confortavelmente
- Orientação: Explicar o procedimento
- Verificação de alergias: Látex, antissépticos
6.1.2 Material Necessário
- Luvas de procedimento
- Agulhas descartáveis (21G ou 23G)
- Seringas ou sistema a vácuo
- Tubos apropriados para cada exame
- Garrote
- Algodão e álcool 70%
- Esparadrapo ou curativo adesivo
- Etiquetas de identificação
6.1.3 Técnica de Coleta Venosa
6.1.4 Tipos de Tubos e Exames
Cor da Tampa | Anticoagulante | Exames | Observações |
---|---|---|---|
Vermelha | Sem anticoagulante | Bioquímica, sorologia | Aguardar coagulação |
Roxa/Lilás | EDTA | Hemograma, tipagem | Homogeneizar suavemente |
Azul | Citrato de sódio | Coagulograma | Proporção 9:1 |
Verde | Heparina | Gasometria, íons | Análise imediata |
Cinza | Fluoreto | Glicose, lactato | Inibe glicólise |
6.2 Coleta de Urina
A coleta de urina é um procedimento simples, mas que requer cuidados específicos para evitar contaminação e garantir resultados confiáveis. Diferentes tipos de coleta são utilizados conforme o exame solicitado.
6.2.1 Urina Tipo I (EAS – Elementos Anormais e Sedimentoscopia)
Orientações ao paciente:
- Higiene íntima adequada antes da coleta
- Colher o jato médio da primeira urina da manhã
- Desprezar o primeiro jato
- Colher cerca de 50ml em frasco estéril
- Fechar bem o frasco e identificar
- Entregar no laboratório em até 2 horas
6.2.2 Urocultura
Cuidados especiais:
- Técnica asséptica rigorosa
- Frasco estéril obrigatório
- Não tocar na borda interna do frasco
- Refrigerar se não for possível entrega imediata
- Suspender antibióticos conforme orientação médica
6.2.3 Urina 24 horas
6.3 Coleta de Fezes
A coleta de fezes é realizada para diversos exames, incluindo parasitológico, coprocultura e pesquisa de sangue oculto. Cada tipo de exame tem especificidades na coleta e conservação.
6.3.1 Parasitológico de Fezes
Orientações:
- Coletar fezes frescas, preferencialmente da manhã
- Usar frasco limpo e seco
- Coletar de diferentes partes das fezes
- Quantidade: cerca de uma colher de sopa
- Não contaminar com urina ou água
- Entregar no laboratório em até 2 horas
6.3.2 Coprocultura
Cuidados especiais:
- Frasco estéril obrigatório
- Coletar preferencialmente fezes diarreicas
- Evitar contaminação com urina
- Transporte rápido ao laboratório
- Manter em temperatura ambiente
6.3.3 Pesquisa de Sangue Oculto
Preparação do paciente:
- Dieta sem carne vermelha por 3 dias
- Evitar medicamentos que causam sangramento
- Não realizar durante menstruação
- Coletar 3 amostras em dias alternados
- Usar frascos específicos do laboratório
6.4 Coleta de Escarro
A coleta de escarro é importante para diagnóstico de doenças respiratórias, especialmente tuberculose e outras infecções pulmonares. Requer técnica adequada para obter amostra representativa.
6.4.1 Técnica de Coleta
6.4.2 Cuidados Especiais
- Biossegurança: Usar EPI adequado (máscara N95)
- Ambiente: Local ventilado, preferencialmente isolado
- Qualidade: Escarro purulento, não saliva
- Quantidade: 3-5ml de escarro
- Transporte: Imediato ao laboratório
6.5 Coleta de Swab
A coleta com swab é utilizada para diversos sítios anatômicos e diferentes tipos de exames microbiológicos. A técnica varia conforme o local de coleta.
6.5.1 Swab de Orofaringe
6.5.2 Swab Nasal
- Inserir swab na narina até encontrar resistência
- Rotacionar suavemente por 10-15 segundos
- Repetir na outra narina com mesmo swab
- Colocar em meio de transporte adequado
6.5.3 Swab Vaginal
- Posição ginecológica
- Inserir espéculo sem lubrificante
- Coletar do fundo de saco vaginal
- Evitar contaminação com flora vulvar
6.6 Cuidados Gerais na Coleta
6.6.1 Identificação das Amostras
- Nome completo: Sem abreviações
- Data de nascimento: Formato dd/mm/aaaa
- Número de registro: Conforme sistema hospitalar
- Data e hora da coleta: Precisas
- Tipo de exame: Conforme solicitação
- Identificação do coletor: Nome e COREN
6.6.2 Transporte e Armazenamento
Tipo de Amostra | Temperatura | Tempo Máximo | Observações |
---|---|---|---|
Sangue (bioquímica) | Temperatura ambiente | 4 horas | Centrifugar se necessário |
Sangue (hemograma) | Temperatura ambiente | 6 horas | Homogeneizar antes |
Urina (EAS) | Refrigerada | 2 horas | Primeira urina da manhã |
Fezes | Temperatura ambiente | 2 horas | Fezes frescas |
Escarro | Refrigerada | 2 horas | Transporte imediato |
6.6.3 Controle de Qualidade
- Rastreabilidade: Registro de toda cadeia de coleta
- Temperatura: Monitoramento durante transporte
- Integridade: Verificação de vazamentos ou danos
- Prazos: Cumprimento rigoroso dos tempos
- Documentação: Registro de intercorrências
7. Cuidados nos Diferentes Ciclos de Vida
O cuidado de enfermagem deve ser adaptado às diferentes fases da vida, considerando as particularidades fisiológicas, psicológicas e sociais de cada ciclo vital. Desde o recém-nascido até o idoso, cada grupo etário apresenta necessidades específicas que requerem conhecimentos e abordagens diferenciadas.
7.1 Cuidados com Recém-Nascidos e Lactentes (0-2 anos)
O período neonatal e da primeira infância é caracterizado por rápido crescimento e desenvolvimento, alta vulnerabilidade e dependência total dos cuidadores. Os cuidados de enfermagem devem focar na adaptação à vida extrauterina, prevenção de infecções e promoção do desenvolvimento adequado.
7.1.1 Características Fisiológicas
- Sistema respiratório: Respiração irregular, frequência elevada (30-60 irpm)
- Sistema cardiovascular: Frequência cardíaca elevada (120-160 bpm)
- Termorregulação: Imatura, tendência à hipotermia
- Sistema imunológico: Imaturo, dependente de anticorpos maternos
- Sistema digestivo: Capacidade gástrica pequena, esvaziamento rápido
- Sistema renal: Função concentração urinária limitada
7.1.2 Cuidados Específicos do Recém-Nascido
7.1.3 Sinais Vitais em Pediatria
Idade | FC (bpm) | FR (irpm) | PA Sistólica (mmHg) | Temperatura (°C) |
---|---|---|---|---|
RN (0-1 mês) | 120-160 | 30-60 | 60-90 | 36,5-37,5 |
Lactente (1-12 meses) | 100-140 | 25-35 | 70-100 | 36,5-37,5 |
Pré-escolar (2-5 anos) | 90-110 | 20-30 | 80-110 | 36,0-37,0 |
Escolar (6-12 anos) | 80-100 | 18-25 | 90-120 | 36,0-37,0 |
7.1.4 Administração de Medicamentos em Pediatria
Cálculos pediátricos:
- Por peso: mg/kg/dose ou mg/kg/dia
- Por superfície corporal: mg/m²/dose
- Regra de Young: (Idade em anos ÷ Idade + 12) × Dose adulto
- Regra de Clark: (Peso em kg ÷ 70) × Dose adulto
Vias preferenciais:
- Oral: Xaropes, suspensões, comprimidos mastigáveis
- Intramuscular: Vasto lateral da coxa (preferencial)
- Endovenosa: Veias do couro cabeludo, mãos, pés
- Retal: Supositórios para febre, convulsões
7.1.5 Cuidados com Alimentação
Aleitamento materno:
- Exclusivo até 6 meses de idade
- Complementar até 2 anos ou mais
- Livre demanda (8-12 vezes/dia)
- Orientar pega e posicionamento corretos
- Apoiar e encorajar a mãe
Alimentação complementar:
- Iniciar aos 6 meses
- Introdução gradual de novos alimentos
- Consistência adequada à idade
- Evitar açúcar, sal e mel no primeiro ano
- Manter aleitamento materno
7.2 Cuidados com Crianças e Adolescentes (2-18 anos)
Este período é marcado por intenso crescimento físico, desenvolvimento cognitivo e formação da identidade. Os cuidados devem considerar a crescente autonomia, necessidades educacionais e prevenção de agravos específicos da idade.
7.2.1 Desenvolvimento por Faixa Etária
Pré-escolar (2-5 anos):
- Físico: Crescimento constante, desenvolvimento motor fino
- Cognitivo: Pensamento simbólico, linguagem em expansão
- Social: Brincadeiras paralelas, início da socialização
- Medos: Escuro, monstros, separação dos pais
Escolar (6-12 anos):
- Físico: Crescimento estável, perda dentes de leite
- Cognitivo: Pensamento concreto, aprendizado formal
- Social: Grupos de amigos, regras e competição
- Medos: Ferimentos, desempenho escolar
Adolescente (13-18 anos):
- Físico: Estirão puberal, maturação sexual
- Cognitivo: Pensamento abstrato, questionamentos
- Social: Busca por identidade, influência dos pares
- Riscos: Comportamentos de risco, experimentação
7.2.2 Abordagem Terapêutica por Idade
7.2.3 Prevenção e Promoção da Saúde
Imunização:
- Seguir calendário nacional de vacinação
- Orientar sobre importância das vacinas
- Registrar em caderneta de vacinação
- Observar contraindicações e eventos adversos
Prevenção de acidentes:
- Lactentes: Quedas, aspiração, queimaduras
- Pré-escolares: Intoxicações, afogamentos, atropelamentos
- Escolares: Acidentes de trânsito, esportivos
- Adolescentes: Acidentes de moto, violência, drogas
7.3 Cuidados com Adultos (19-59 anos)
A fase adulta é caracterizada pela estabilidade física e produtividade social. Os cuidados focam na prevenção de doenças crônicas, promoção de hábitos saudáveis e detecção precoce de agravos.
7.3.1 Características do Adulto
- Físicas: Pico da capacidade física, início do declínio gradual
- Psicológicas: Estabilidade emocional, responsabilidades múltiplas
- Sociais: Produtividade profissional, constituição familiar
- Riscos: Estresse, sedentarismo, doenças ocupacionais
7.3.2 Principais Agravos de Saúde
Doenças crônicas não transmissíveis:
- Hipertensão arterial: Rastreamento regular, controle medicamentoso
- Diabetes mellitus: Controle glicêmico, educação em saúde
- Dislipidemias: Controle dietético, atividade física
- Obesidade: Mudanças no estilo de vida
- Doenças cardiovasculares: Prevenção primária e secundária
7.3.3 Cuidados Específicos por Gênero
Saúde da mulher:
- Rastreamento: Papanicolau, mamografia
- Planejamento familiar: Métodos contraceptivos
- Pré-natal: Acompanhamento gestacional
- Climatério: Orientações sobre menopausa
Saúde do homem:
- Rastreamento: PSA, exame prostático
- Prevenção: Câncer de próstata, testículo
- Fatores de risco: Tabagismo, alcoolismo
- Saúde ocupacional: Acidentes de trabalho
7.3.4 Promoção da Saúde
- Atividade física regular: 150 min/semana de atividade moderada
- Alimentação saudável: Dieta equilibrada, controle calórico
- Controle do estresse: Técnicas de relaxamento, lazer
- Sono adequado: 7-9 horas por noite
- Evitar fatores de risco: Tabaco, álcool em excesso
7.4 Cuidados com Idosos (60 anos ou mais)
O envelhecimento populacional torna os cuidados geriátricos cada vez mais relevantes. Esta fase é caracterizada por mudanças fisiológicas, maior vulnerabilidade e necessidade de cuidados específicos para manutenção da funcionalidade e qualidade de vida.
7.4.1 Alterações Fisiológicas do Envelhecimento
Sistema cardiovascular:
- Diminuição da elasticidade arterial
- Redução do débito cardíaco
- Aumento da pressão arterial sistólica
- Maior risco de arritmias
Sistema respiratório:
- Redução da capacidade pulmonar
- Diminuição da elasticidade torácica
- Menor eficiência das trocas gasosas
- Reflexo da tosse diminuído
Sistema musculoesquelético:
- Perda de massa muscular (sarcopenia)
- Diminuição da densidade óssea
- Redução da flexibilidade articular
- Alterações na marcha e equilíbrio
Sistema nervoso:
- Redução da velocidade de condução
- Alterações na memória recente
- Diminuição dos reflexos
- Alterações do sono
7.4.2 Síndromes Geriátricas
Síndrome da fragilidade:
- Perda de peso não intencional
- Fadiga e exaustão
- Diminuição da força muscular
- Lentidão na marcha
- Baixo nível de atividade física
Síndrome da imobilidade:
- Úlceras por pressão
- Tromboembolismo
- Pneumonia hipostática
- Constipação intestinal
- Depressão e isolamento
7.4.3 Avaliação Geriátrica Abrangente
7.4.4 Prevenção de Quedas
Fatores de risco:
- Intrínsecos: Alterações visuais, medicamentos, doenças
- Extrínsecos: Ambiente inadequado, calçados, iluminação
Medidas preventivas:
- Avaliação regular da medicação
- Exercícios de fortalecimento e equilíbrio
- Adequação do ambiente domiciliar
- Correção de déficits visuais
- Uso de dispositivos auxiliares
7.4.5 Cuidados com Medicamentos no Idoso
Alterações farmacocinéticas:
- Absorção: Reduzida, mais lenta
- Distribuição: Alterada pela composição corporal
- Metabolismo: Função hepática diminuída
- Excreção: Função renal reduzida
Princípios da prescrição:
- “Start low, go slow” (comece baixo, vá devagar)
- Evitar polifarmácia desnecessária
- Revisar medicações regularmente
- Considerar interações medicamentosas
- Usar medicamentos apropriados para idosos
7.4.6 Cuidados Paliativos
Os cuidados paliativos visam melhorar a qualidade de vida de pacientes com doenças graves, focando no alívio do sofrimento e no conforto.
Princípios:
- Controle efetivo da dor e sintomas
- Comunicação clara e honesta
- Suporte emocional e espiritual
- Cuidado centrado no paciente e família
- Trabalho em equipe multidisciplinar
Controle de sintomas:
- Dor: Avaliação contínua, analgesia adequada
- Dispneia: Posicionamento, oxigenoterapia, morfina
- Náuseas: Antieméticos, cuidados alimentares
- Constipação: Laxativos, dieta, hidratação
- Ansiedade: Suporte emocional, ansiolíticos
7.5 Cuidados Transversais a Todos os Ciclos
7.5.1 Comunicação Terapêutica
- Escuta ativa: Atenção plena ao paciente
- Linguagem adequada: Adaptada à idade e compreensão
- Empatia: Compreensão dos sentimentos
- Respeito: Dignidade e autonomia
- Confidencialidade: Sigilo profissional
7.5.2 Educação em Saúde
7.5.3 Aspectos Éticos
- Autonomia: Respeitar decisões do paciente
- Beneficência: Fazer o bem, promover benefícios
- Não maleficência: Não causar danos
- Justiça: Tratamento equitativo
- Veracidade: Informações verdadeiras
🎓 Conclusão
Esta apostila apresentou os fundamentos essenciais da enfermagem para técnicos em enfermagem, abordando desde os cuidados básicos até procedimentos especializados em todos os ciclos de vida.
O conhecimento técnico-científico aliado à humanização do cuidado são pilares fundamentais para uma assistência de enfermagem de qualidade e segura.
💡 Lembre-se sempre:
“A enfermagem é uma arte; e para realizá-la como arte, requer uma devoção tão exclusiva, um preparo tão rigoroso, quanto a obra de qualquer pintor ou escultor.” – Florence Nightingale
Boa sorte em sua jornada profissional! 🌟
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