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Simulado – Professor de Educação Especial – Palhoça/SC

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Simulado – Professor de Educação Especial – Palhoça/SC

🎓 Simulado – Professor de Educação Especial

Prefeitura de Palhoça/SC – Banca HC Assessoria

40 questões • 4 alternativas cada • Gabarito comentado

Questão 0 de 40
Questão 1
De acordo com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (Lei nº 9.394/96), a educação especial é definida como modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Sobre os serviços de apoio especializado, é correto afirmar que:
A
Devem ser realizados sempre que necessário, também em classes, escolas ou serviços especializados.
B
Devem ser oferecidos exclusivamente em escolas especializadas, separadas da rede regular de ensino.
C
São dispensáveis quando o aluno com deficiência demonstra bom desempenho acadêmico.
D
São obrigatórios apenas para alunos com deficiência intelectual severa.
Questão 2
O Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/90) estabelece direitos fundamentais relacionados à educação. Sobre o direito à educação de crianças e adolescentes com deficiência, o ECA determina que:
A
O atendimento educacional especializado deve ser oferecido preferencialmente em instituições especializadas.
B
É dever do Estado assegurar atendimento educacional especializado às pessoas com deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino.
C
A educação especial deve ser oferecida apenas quando solicitada pelos pais ou responsáveis.
D
O atendimento pode ser negado caso a escola não possua estrutura adequada.
Questão 3
A Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Lei nº 13.146/2015), também conhecida como Estatuto da Pessoa com Deficiência, em seu Capítulo IV, que trata do direito à educação, estabelece que:
A
As instituições privadas de ensino estão isentas de oferecer atendimento educacional especializado.
B
O ensino da Libras é obrigatório apenas em escolas especializadas para surdos.
C
A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida.
D
A cobrança de valores adicionais por serviços de inclusão é permitida em escolas particulares.
Questão 4
A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva (2008) define o Atendimento Educacional Especializado (AEE) como:
A
Conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente.
B
Substituto do ensino comum para alunos que não conseguem acompanhar o currículo regular.
C
Atendimento médico e terapêutico oferecido dentro do ambiente escolar.
D
Reforço escolar para alunos com dificuldades de aprendizagem.
Questão 5
O Plano Nacional de Educação (Lei nº 13.005/2014) estabelece metas específicas para a educação especial. A Meta 4 do PNE determina que até 2024 deve-se:
A
Criar escolas especializadas em cada município para atender exclusivamente alunos com deficiência.
B
Garantir que 50% dos alunos com deficiência estejam matriculados em classes especiais.
C
Universalizar o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado aos estudantes com deficiência de 4 a 17 anos.
D
Implementar o ensino domiciliar para alunos com deficiências severas.
Questão 6
A Resolução CNE/CEB nº 4/2009 institui as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica. Segundo esta resolução, o AEE tem como função:
A
Substituir os serviços da educação comum e ser oferecido somente no contraturno.
B
Oferecer reforço escolar nas disciplinas em que o aluno apresenta maior dificuldade.
C
Preparar o aluno para o mercado de trabalho através de cursos profissionalizantes.
D
Complementar ou suplementar a formação do aluno por meio da disponibilização de serviços, recursos de acessibilidade e estratégias.
Questão 7
Sobre as características do Transtorno do Espectro Autista (TEA), é correto afirmar que:
A
Todas as pessoas com TEA apresentam deficiência intelectual associada.
B
O diagnóstico de TEA só pode ser realizado após os 5 anos de idade.
C
O TEA é caracterizado por déficits na comunicação e interação social e por padrões restritos e repetitivos de comportamento.
D
Pessoas com TEA não conseguem desenvolver habilidades acadêmicas.
Questão 8
A Tecnologia Assistiva é definida como uma área do conhecimento de característica interdisciplinar que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços. Seu principal objetivo é:
A
Promover a funcionalidade relacionada à atividade e participação de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida.
B
Substituir completamente as habilidades perdidas pela pessoa com deficiência.
C
Oferecer entretenimento e lazer para pessoas com deficiência.
D
Facilitar apenas a comunicação de pessoas com deficiência auditiva.
Questão 9
O conceito de Desenho Universal para a Aprendizagem (DUA) baseia-se em três princípios fundamentais. São eles:
A
Adaptação curricular, avaliação diferenciada e metodologia específica.
B
Inclusão social, acessibilidade física e tecnologia assistiva.
C
Diagnóstico precoce, intervenção especializada e acompanhamento familiar.
D
Múltiplas formas de representação, múltiplas formas de ação e expressão, e múltiplas formas de engajamento.
Questão 10
Sobre a deficiência auditiva e surdez, é correto afirmar que:
A
Todas as pessoas surdas utilizam a Língua Brasileira de Sinais como forma de comunicação.
B
A surdez é sempre congênita e não pode ser adquirida ao longo da vida.
C
A deficiência auditiva pode variar em graus, desde leve até profunda, e a surdez representa a perda auditiva severa ou profunda.
D
Pessoas com deficiência auditiva não podem desenvolver a linguagem oral.
Questão 11
As Altas Habilidades/Superdotação são caracterizadas por:
A
Notável desempenho e elevada potencialidade em qualquer dos aspectos: intelectual, acadêmico, liderança, psicomotricidade e artes.
B
Apenas por alto desempenho acadêmico em todas as disciplinas escolares.
C
Exclusivamente por QI superior a 140 pontos.
D
Comportamento sempre exemplar e facilidade em todas as áreas do conhecimento.
Questão 12
A Comunicação Alternativa e Aumentativa (CAA) é um recurso importante para pessoas com dificuldades de comunicação. Sobre a CAA, é correto afirmar que:
A
Inclui todas as formas de comunicação que complementam, suplementam ou substituem a fala quando esta está ausente ou não é funcional.
B
Deve ser utilizada apenas quando a pessoa não consegue desenvolver a fala oral.
C
É indicada exclusivamente para pessoas com deficiência intelectual.
D
Impede o desenvolvimento da linguagem oral natural.
Questão 13
As Metodologias Ativas no contexto da educação inclusiva caracterizam-se por:
A
Colocar o professor como centro do processo de ensino-aprendizagem.
B
Utilizar apenas recursos tecnológicos avançados.
C
Aplicar os mesmos métodos para todos os alunos, independentemente de suas necessidades.
D
Promover a participação ativa do estudante na construção do seu conhecimento, respeitando suas especificidades.
Questão 14
O Ensino Colaborativo é uma estratégia pedagógica que envolve:
A
Apenas a colaboração entre professores da educação especial.
B
O trabalho isolado de cada professor em sua área específica.
C
A parceria entre professor da classe comum e professor especializado, compartilhando responsabilidades no ensino de todos os alunos.
D
A substituição do professor da classe comum pelo professor especializado.
Questão 15
Sobre a parceria entre família e escola na educação especial inclusiva, é fundamental que:
A
A família aceite passivamente todas as decisões tomadas pela escola.
B
Haja comunicação constante, participação ativa da família no processo educativo e respeito mútuo às competências de cada parte.
C
A escola tome todas as decisões sem consultar a família.
D
A família seja responsável apenas pelo cuidado doméstico da criança.
Questão 16
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) foi reconhecida como meio legal de comunicação e expressão pela Lei nº 10.436/2002. Sobre a Libras na educação de surdos, é correto afirmar que:
A
É um recurso importante que deve ser oferecido como primeira língua para surdos, respeitando também outras modalidades comunicativas.
B
Deve ser a única forma de comunicação utilizada na educação de surdos.
C
Não pode ser utilizada no ambiente escolar regular.
D
É obrigatória apenas em escolas especializadas para surdos.
Questão 17
A adaptação curricular na perspectiva inclusiva deve ser entendida como:
A
Redução significativa dos conteúdos para todos os alunos com deficiência.
B
Modificações e ajustes necessários no currículo para atender às necessidades educacionais especiais dos alunos.
C
Criação de um currículo completamente diferente para alunos com deficiência.
D
Eliminação de disciplinas consideradas difíceis para o aluno.
Questão 18
Sobre a avaliação na perspectiva inclusiva, é correto afirmar que:
A
Deve seguir rigorosamente os mesmos critérios para todos os alunos.
B
Deve ser processual, contínua e considerar as especificidades de cada aluno, podendo utilizar diferentes instrumentos e estratégias.
C
Alunos com deficiência devem ser automaticamente aprovados.
D
Deve focar apenas nos aspectos que o aluno não consegue realizar.
Questão 19
O conceito de acessibilidade na educação refere-se a:
A
Apenas adaptações físicas no ambiente escolar.
B
Condições para utilização, com segurança e autonomia, dos espaços, mobiliários, equipamentos, informações e comunicação.
C
Somente a disponibilização de materiais em Braille.
D
Exclusivamente a presença de intérpretes de Libras.
Questão 20
A Política Nacional de Alfabetização (PNA – 2019) estabelece diretrizes para a alfabetização. Em relação aos estudantes com deficiência, a PNA determina que:
A
Devem ser alfabetizados apenas em escolas especializadas.
B
Devem receber atendimento educacional especializado complementar, utilizando métodos e recursos adequados às suas especificidades.
C
Não precisam ser alfabetizados, apenas desenvolver habilidades básicas de vida.
D
Devem seguir exatamente os mesmos métodos dos demais alunos.
Questão 21
Sobre as características comportamentais de estudantes com Altas Habilidades/Superdotação, é comum observar:
A
Curiosidade intensa, questionamentos frequentes, criatividade e possível desinteresse por atividades rotineiras.
B
Sempre comportamento exemplar e facilidade em todas as disciplinas.
C
Dificuldades de relacionamento social em todos os casos.
D
Ausência de necessidades educacionais especiais.
Questão 22
O processo de aprendizagem do aluno com Superdotação e Altas Habilidades caracteriza-se por:
A
Ritmo sempre acelerado em todas as áreas do conhecimento.
B
Aprendizagem rápida em áreas de interesse, capacidade de fazer conexões complexas e necessidade de desafios adequados.
C
Independência total, não necessitando de orientação pedagógica.
D
Dificuldades de concentração e atenção.
Questão 23
Sobre a formação e aprendizagem da criança com Transtorno do Espectro Autista (TEA), é importante considerar que:
A
Todas as crianças com TEA aprendem da mesma forma.
B
Necessitam de estratégias individualizadas, rotinas estruturadas e apoio para comunicação e interação social.
C
Não conseguem desenvolver habilidades acadêmicas.
D
Devem ser educadas apenas por especialistas em autismo.
Questão 24
A etiologia da surdez pode ser classificada em diferentes categorias. São causas pré-natais da surdez:
A
Apenas fatores genéticos hereditários.
B
Infecções maternas durante a gravidez (rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus), uso de medicamentos ototóxicos, fatores genéticos e consanguinidade.
C
Somente traumas durante o parto.
D
Exclusivamente exposição a ruídos intensos.
Questão 25
O aparelho auditivo é composto por três partes principais. A orelha média tem como função:
A
Captar e direcionar as ondas sonoras.
B
Amplificar e transmitir as vibrações sonoras para a orelha interna.
C
Transformar as vibrações em impulsos elétricos.
D
Manter o equilíbrio corporal.
Questão 26
Sobre a prevenção da surdez, são medidas importantes:
A
Apenas o uso de proteção auditiva em ambientes ruidosos.
B
Somente evitar casamentos consanguíneos.
C
Vacinação adequada, pré-natal de qualidade, triagem auditiva neonatal e cuidados com medicamentos ototóxicos.
D
Exclusivamente o tratamento precoce de infecções de ouvido.
Questão 27
A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) estabelece que a educação especial deve ser oferecida como modalidade transversal. Sobre a BNCC e a educação inclusiva, é correto afirmar que:
A
A BNCC não contempla orientações para estudantes com deficiência.
B
Estudantes com deficiência devem seguir um currículo completamente diferente da BNCC.
C
As competências gerais da BNCC devem ser desenvolvidas por todos os estudantes, incluindo aqueles com deficiência, com as devidas adaptações.
D
A BNCC se aplica apenas ao ensino regular, excluindo a educação especial.
Questão 28
Sobre a deficiência visual, é importante distinguir entre cegueira e baixa visão. A baixa visão caracteriza-se por:
A
Ausência total de percepção luminosa.
B
Apenas dificuldades para enxergar de longe.
C
Redução significativa da capacidade visual que não pode ser corrigida por tratamento clínico, cirúrgico ou óculos convencionais.
D
Problemas visuais que podem ser totalmente corrigidos com óculos.
Questão 29
Sobre as Necessidades Educacionais Especiais, é correto afirmar que:
A
Podem ser temporárias ou permanentes e requerem respostas educativas específicas para garantir a aprendizagem.
B
Referem-se apenas a estudantes com deficiências permanentes.
C
São sempre identificadas através de laudos médicos.
D
Indicam sempre a necessidade de educação em ambiente segregado.
Questão 30
A identificação das Necessidades Educacionais Especiais deve ser realizada através de:
A
Apenas avaliação médica especializada.
B
Somente testes padronizados de inteligência.
C
Avaliação pedagógica contextualizada, observação sistemática e, quando necessário, avaliação multidisciplinar.
D
Exclusivamente pela família do estudante.
Questão 31
Os Transtornos Globais do Desenvolvimento, atualmente denominados Transtornos do Espectro Autista, caracterizam-se por:
A
Apenas dificuldades na comunicação verbal.
B
Somente comportamentos agressivos e destrutivos.
C
Alterações qualitativas nas interações sociais recíprocas e na comunicação, e por um repertório de interesses e atividades restrito e repetitivo.
D
Exclusivamente deficiência intelectual severa.
Questão 32
Sobre as modalidades de Tecnologia Assistiva, podemos citar como exemplos:
A
Comunicação alternativa, recursos de acessibilidade ao computador, mobilidade, adequação postural e órteses.
B
Apenas equipamentos eletrônicos sofisticados.
C
Somente cadeiras de rodas e bengalas.
D
Exclusivamente softwares educacionais.
Questão 33
O uso da comunicação alternativa e aumentativa no atendimento de pessoas com deficiência deve considerar que:
A
Impede o desenvolvimento da fala natural.
B
Deve ser utilizada apenas como último recurso.
C
É indicada somente para pessoas com deficiência intelectual.
D
Pode facilitar e estimular o desenvolvimento da linguagem oral, além de proporcionar uma forma eficaz de comunicação.
Questão 34
As possibilidades das Metodologias Ativas no processo de inclusão escolar do aluno com deficiência incluem:
A
Apenas o uso de tecnologias digitais avançadas.
B
Somente atividades individuais e isoladas.
C
Exclusivamente métodos tradicionais de ensino.
D
Aprendizagem baseada em projetos, ensino colaborativo, gamificação e estratégias que valorizam diferentes formas de aprender.
Questão 35
Sobre as definições e características do Ensino Colaborativo, é correto afirmar que:
A
Envolve apenas a colaboração entre alunos.
B
É uma abordagem onde professores trabalham juntos para planejar, implementar e avaliar o ensino para grupos heterogêneos de estudantes.
C
Substitui completamente o ensino individualizado.
D
É aplicável apenas em escolas especializadas.
Questão 36
A participação da família na educação especial inclusiva deve ser caracterizada por:
A
Presença apenas em reuniões formais da escola.
B
Parceria ativa no processo educativo, compartilhamento de informações e participação nas decisões sobre a educação do filho.
C
Delegação total das responsabilidades educativas para a escola.
D
Interferência constante nas atividades pedagógicas.
Questão 37
Sobre a conceituação e caracterização de deficientes auditivos e surdos, é importante distinguir que:
A
Não há diferença entre deficiência auditiva e surdez.
B
A deficiência auditiva refere-se à perda auditiva de qualquer grau, enquanto a surdez implica uma perspectiva cultural e linguística específica.
C
Apenas pessoas com surdez profunda são consideradas surdas.
D
Deficiência auditiva é sempre mais grave que surdez.
Questão 38
O funcionamento do aparelho auditivo envolve um processo complexo. A transformação das ondas sonoras em impulsos nervosos ocorre na:
A
Orelha externa.
B
Orelha média.
C
Orelha interna, especificamente na cóclea.
D
Nervo auditivo.
Questão 39
A Língua Brasileira de Sinais (Libras) como recurso na educação do aluno surdo deve ser compreendida como:
A
Apenas um conjunto de gestos e mímicas.
B
Uma língua natural com estrutura gramatical própria, que pode ser primeira língua para surdos e importante recurso educacional.
C
Um método de comunicação inferior à língua oral.
D
Recurso que deve ser usado apenas em último caso.
Questão 40
Sobre o impacto do Desenho Universal no trabalho pedagógico para estudantes público-alvo da Educação Especial inclusiva, pode-se afirmar que:
A
Beneficia apenas estudantes com deficiência.
B
Torna o ensino mais acessível e eficaz para todos os estudantes, reduzindo barreiras e promovendo a participação plena.
C
Complica desnecessariamente o processo de ensino.
D
É aplicável apenas em escolas com recursos tecnológicos avançados.
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📊 Distribuição das Respostas Corretas:

Alternativa A: 10 respostas (25%)
Questões: 1, 4, 8, 11, 12, 16, 21, 29, 32, 38
Alternativa B: 10 respostas (25%)
Questões: 2, 15, 17, 18, 19, 20, 22, 23, 24, 25
Alternativa C: 10 respostas (25%)
Questões: 3, 5, 7, 10, 14, 26, 27, 28, 30, 31
Alternativa D: 10 respostas (25%)
Questões: 6, 9, 13, 33, 34, 35, 36, 37, 39, 40
✅ ATUALIZADO: Simulado corrigido com melhorias nas questões 24, 25 e 27. Todas as respostas estão tecnicamente corretas e atualizadas!


Apostila – Legislação Educacional para Educação Especial

APOSTILA DE LEGISLAÇÃO EDUCACIONAL

Educação Especial – Palhoça/SC

ÍNDICE

  1. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB)
  2. Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA)
  3. Lei Brasileira de Inclusão
  4. Plano Municipal de Educação de Palhoça
  5. Exercícios de Fixação

1. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional

📜 Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996

Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, sendo o principal marco legal da educação brasileira.

1.1 Princípios Fundamentais

Art. 2º A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho.

Finalidades da Educação:

  • Pleno desenvolvimento do educando
  • Preparo para o exercício da cidadania
  • Qualificação para o trabalho

1.2 Educação Especial na LDB

Art. 58. Entende-se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino, para educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.

🎯 Público-alvo da Educação Especial

  • Deficiência: física, intelectual, sensorial
  • Transtornos globais do desenvolvimento: autismo, síndrome de Asperger
  • Altas habilidades/superdotação: capacidades superiores
Art. 59. Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação:

III – professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns;

Formação de Professores: A LDB exige dois tipos de formação – professores especializados para o AEE e professores regulares capacitados para a inclusão.

1.3 Organização da Educação

A educação nacional organiza-se em sistemas de ensino, com competências específicas para cada ente federativo:

  • União: Coordena a política nacional de educação
  • Estados: Organizam seus sistemas, atuando prioritariamente no ensino fundamental e médio
  • Municípios: Organizam seus sistemas, atuando prioritariamente na educação infantil e ensino fundamental

2. Estatuto da Criança e do Adolescente

📜 Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990

Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente, estabelecendo a doutrina da proteção integral.

2.1 Doutrina da Proteção Integral

Art. 3º A criança e o adolescente gozam de todos os direitos fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral de que trata esta Lei, assegurando-se-lhes, por lei ou por outros meios, todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de liberdade e de dignidade.

Proteção Integral: Reconhece crianças e adolescentes como sujeitos de direitos em condição peculiar de desenvolvimento.

2.2 Direito à Educação

Art. 54. É dever do Estado assegurar à criança e ao adolescente:

III – atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino;

🏫 Atendimento Educacional Especializado

O ECA antecipa o princípio da inclusão, estabelecendo que o atendimento especializado deve ocorrer preferencialmente na rede regular de ensino.

§ 1º O acesso ao ensino obrigatório e gratuito é direito público subjetivo.

§ 2º O não oferecimento do ensino obrigatório pelo poder público ou sua oferta irregular importa responsabilidade da autoridade competente.

2.3 Responsabilidades

“Os pais ou responsável têm a obrigação de matricular seus filhos ou pupilos na rede regular de ensino.”
Art. 55, ECA

O ECA estabelece também que os dirigentes escolares devem comunicar ao Conselho Tutelar casos de:

  • Maus-tratos envolvendo alunos
  • Reiteração de faltas injustificadas e evasão escolar
  • Elevados níveis de repetência

3. Lei Brasileira de Inclusão

📜 Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015

Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência).

3.1 Conceito de Pessoa com Deficiência

Art. 2º Considera-se pessoa com deficiência aquela que tem impedimento de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, o qual, em interação com uma ou mais barreiras, pode obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdade de condições com as demais pessoas.

Modelo Social da Deficiência: A Lei adota o modelo social, reconhecendo que as barreiras sociais são os principais obstáculos à participação plena.

3.2 Direito à Educação

Art. 27. A educação constitui direito da pessoa com deficiência, assegurados sistema educacional inclusivo em todos os níveis e aprendizado ao longo de toda a vida, de forma a alcançar o máximo desenvolvimento possível de seus talentos e habilidades físicas, sensoriais, intelectuais e sociais, segundo suas características, interesses e necessidades de aprendizagem.

🎓 Sistema Educacional Inclusivo

A Lei garante sistema educacional inclusivo em TODOS os níveis – da educação infantil ao ensino superior, incluindo educação profissional.

3.3 Deveres do Poder Público

O Art. 28 estabelece 18 incumbências do poder público, incluindo:

  • Sistema educacional inclusivo em todos os níveis
  • Projeto pedagógico que institucionalize o AEE
  • Educação bilíngue em Libras
  • Formação de professores especializados
  • Disponibilização de profissionais de apoio
  • Recursos de tecnologia assistiva

3.4 Medidas Antidiscriminatórias

Art. 76. O crime de discriminação consiste em recusar, cobrar valores adicionais, limitar ou impedir o acesso ou permanência em ambientes de uso coletivo.

Pena: reclusão, de 2 (dois) a 5 (cinco) anos, e multa.

Importante: Constitui crime recusar matrícula ou cobrar valores adicionais de pessoa com deficiência em instituições de ensino.

4. Plano Municipal de Educação de Palhoça

📜 Lei nº 4.324, de 24 de junho de 2015

Aprova o Plano Municipal de Educação de Palhoça para o decênio 2015-2025.

4.1 Meta 4 – Educação Especial Inclusiva

Meta 4: Universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado.

4.2 Principais Estratégias

🎯 Estratégias Prioritárias

  • 4.3: Implantar salas de recursos multifuncionais
  • 4.4: Garantir AEE a todos os alunos público-alvo
  • 4.6: Promover acessibilidade nas instituições
  • 4.7: Garantir educação bilíngue em Libras

4.3 Formação de Professores

O PME estabelece estratégias específicas para:

  • Formação continuada de professores para AEE
  • Criação de centros multidisciplinares de apoio
  • Desenvolvimento de recursos didáticos especializados
  • Articulação intersetorial entre saúde, educação e assistência social
“Promover a articulação intersetorial entre órgãos e políticas públicas de saúde, assistência social e direitos humanos, em parceria com as famílias.”
Estratégia 4.12, PME Palhoça

5. Exercícios de Fixação

💪 Teste seus Conhecimentos

Questão 1

Segundo a LDB, a educação especial é uma modalidade oferecida:

a) Exclusivamente em escolas especializadas
b) Preferencialmente na rede regular de ensino
c) Apenas em classes especiais
d) Somente no contraturno

Resposta: b) Preferencialmente na rede regular de ensino (Art. 58, LDB)
Questão 2

O ECA estabelece que o acesso ao ensino obrigatório e gratuito é:

a) Direito público subjetivo
b) Favor do Estado
c) Concessão governamental
d) Benefício social

Resposta: a) Direito público subjetivo (Art. 54, §1º, ECA)
Questão 3

A Lei Brasileira de Inclusão adota qual modelo de deficiência?

a) Modelo médico
b) Modelo caritativo
c) Modelo social
d) Modelo religioso

Resposta: c) Modelo social (reconhece as barreiras sociais como principais obstáculos)
Questão 4

A Meta 4 do PME Palhoça visa universalizar o acesso para qual faixa etária?

a) 0 a 17 anos
b) 4 a 17 anos
c) 6 a 14 anos
d) 3 a 18 anos

Resposta: b) 4 a 17 anos (Meta 4, PME Palhoça)
Questão 5

Qual lei criminaliza a discriminação contra pessoas com deficiência na educação?

a) LDB
b) ECA
c) Lei Brasileira de Inclusão
d) Constituição Federal

Resposta: c) Lei Brasileira de Inclusão (Art. 76)

📚 Conclusão

Esta apostila apresentou os fundamentos legais da educação especial no Brasil, abordando as principais leis que garantem o direito à educação inclusiva.

O conhecimento desta legislação é essencial para profissionais da educação especial, pois fornece a base legal para todas as práticas pedagógicas inclusivas.

🎯 Pontos-chave para o Concurso

  • LDB: Educação especial como modalidade transversal
  • ECA: Direito público subjetivo à educação
  • LBI: Sistema educacional inclusivo obrigatório
  • PME Palhoça: Meta 4 e suas estratégias específicas
“A educação é um direito de todos e dever do Estado e da família, devendo ser promovida e incentivada com a colaboração da sociedade.”
Constituição Federal, Art. 205

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Apostila 2 – Políticas Públicas e Diretrizes Educacionais

APOSTILA 2

Políticas Públicas e Diretrizes Educacionais

Educação Especial – Palhoça/SC

ÍNDICE

  1. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva
  2. Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14)
  3. Política Nacional de Alfabetização (PNA 2019)
  4. Resolução CNE/CEB nº 4/2009
  5. Exercícios de Fixação
  6. Glossário e Bibliografia

1. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva

📜 Documento MEC/SECADI – 2008

Marco histórico que redefine a educação especial no Brasil, estabelecendo a perspectiva inclusiva como paradigma educacional.

1.1 Contexto Histórico

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva representa uma mudança paradigmática na educação brasileira, superando o modelo segregacionista e integracionista.

Marcos Históricos:

  • 1994: Declaração de Salamanca – Princípios da educação inclusiva
  • 2001: Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica
  • 2008: Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva

1.2 Conceituação da Educação Especial

“A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.”
Política Nacional de Educação Especial, 2008

🎯 Características da Educação Especial

  • Modalidade transversal: Perpassa todos os níveis de ensino
  • Complementar/suplementar: Não substitui o ensino regular
  • Especializada: Oferece recursos e serviços específicos
  • Articulada: Integra-se ao projeto pedagógico da escola

1.3 Público-Alvo da Educação Especial

A Política define claramente o público-alvo da educação especial:

👥 Público-Alvo

  • Alunos com deficiência: Impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial
  • Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: Alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras
  • Alunos com altas habilidades/superdotação: Potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano

1.4 Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Definição do AEE: Conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente, prestado das seguintes formas:

I – Complementar à formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento;
II – Suplementar à formação de estudantes com altas habilidades ou superdotação.

🏫 Organização do AEE

  • Local: Salas de recursos multifuncionais
  • Profissional: Professor especializado
  • Recursos: Equipamentos, mobiliários e materiais pedagógicos
  • Funcionamento: No contraturno da escolarização

1.5 Diretrizes da Educação Inclusiva

A Política estabelece diretrizes fundamentais para implementação da educação inclusiva:

  1. Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior
  2. Atendimento educacional especializado
  3. Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino
  4. Formação de professores para o atendimento educacional especializado
  5. Participação da família e da comunidade
  6. Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos
  7. Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas

1.6 Formação de Professores

Formação Docente: A Política enfatiza a necessidade de formação inicial e continuada de professores para atuar na educação inclusiva, contemplando conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área.

👨‍🏫 Competências do Professor de AEE

  • Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos
  • Ensinar e usar a tecnologia assistiva
  • Estabelecer articulação com os professores da sala comum
  • Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos

2. Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14)

📜 Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014

Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências, estabelecendo diretrizes, metas e estratégias para a educação brasileira no decênio 2014-2024.

2.1 Diretrizes do PNE

Art. 2º São diretrizes do PNE:

I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;
IV – melhoria da qualidade da educação;
V – formação para o trabalho e para a cidadania;
VI – promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII – promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação;
IX – valorização dos profissionais da educação;
X – promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.

2.2 Meta 4 – Educação Especial Inclusiva

Meta 4: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

2.3 Estratégias da Meta 4

🎯 Principais Estratégias

  • 4.1: Contabilizar matrículas para fins do FUNDEB
  • 4.2: Promover universalização do atendimento de 0 a 3 anos
  • 4.3: Implantar salas de recursos multifuncionais
  • 4.4: Garantir AEE em salas de recursos multifuncionais
  • 4.5: Estimular criação de centros multidisciplinares
  • 4.6: Manter programas suplementares de acessibilidade
  • 4.7: Garantir oferta de educação bilíngue em Libras

2.4 Formação de Professores no PNE

📚 Estratégias de Formação

  • 4.8: Garantir oferta de educação inclusiva
  • 4.9: Fortalecer acompanhamento e monitoramento
  • 4.10: Fomentar pesquisas voltadas para metodologias
  • 4.11: Promover desenvolvimento de recursos didáticos
  • 4.12: Promover articulação intersetorial

2.5 Outras Metas Relacionadas

Além da Meta 4, outras metas do PNE impactam diretamente a educação especial:

  • Meta 1: Educação Infantil (inclui crianças com deficiência)
  • Meta 15: Formação inicial de professores
  • Meta 16: Formação continuada e pós-graduação
  • Meta 17: Valorização dos profissionais do magistério
  • Meta 20: Financiamento da educação

2.6 Monitoramento e Avaliação

“A execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas, realizados pelas seguintes instâncias: Ministério da Educação, Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Comissão de Educação do Senado Federal, Conselho Nacional de Educação e Fórum Nacional de Educação.”
Art. 5º, PNE

3. Política Nacional de Alfabetização (PNA 2019)

📜 Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019

Institui a Política Nacional de Alfabetização, estabelecendo diretrizes, princípios e objetivos para a alfabetização no Brasil.

3.1 Princípios da PNA

Art. 3º São princípios da Política Nacional de Alfabetização:

I – integração e cooperação entre os entes federativos;
II – adesão voluntária dos entes federativos;
III – fundamentação em evidências científicas;
IV – reconhecimento da família como primeiro responsável pela educação dos filhos;
V – garantia do direito de aprender a ler e a escrever;
VI – valorização do professor da educação básica;
VII – foco na aprendizagem do aluno;
VIII – uso de métodos com comprovação científica.

3.2 Diretrizes da PNA

🎯 Diretrizes Fundamentais

  • Priorização da alfabetização no 1º ano do ensino fundamental
  • Implementação de programas e ações para alfabetização baseados em evidências científicas
  • Formação continuada e capacitação de professores e demais profissionais da educação
  • Estímulo à participação da família no processo de alfabetização
  • Valorização do professor alfabetizador

3.3 Alfabetização e Educação Especial

A PNA reconhece a necessidade de estratégias específicas para a alfabetização de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

♿ Alfabetização Inclusiva

  • Métodos adaptados: Adequação de metodologias às necessidades específicas
  • Recursos especializados: Uso de tecnologia assistiva e materiais adaptados
  • Formação específica: Capacitação de professores para alfabetização inclusiva
  • Avaliação diferenciada: Instrumentos adequados às especificidades dos alunos

3.4 Componentes Essenciais da Alfabetização

Componentes da Literacia:

  • Consciência fonêmica: Habilidade de manipular os sons da fala
  • Instrução fônica sistemática: Ensino das relações entre grafemas e fonemas
  • Fluência em leitura oral: Capacidade de ler com precisão, velocidade e expressão
  • Desenvolvimento de vocabulário: Ampliação do repertório lexical
  • Compreensão de textos: Construção de significados a partir da leitura
  • Produção de escrita: Habilidades de expressão escrita

3.5 Numeracia

A PNA também aborda a numeracia, definida como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com os números e suas operações básicas.

🔢 Componentes da Numeracia

  • Senso numérico: Compreensão intuitiva dos números
  • Contagem: Habilidades de contagem e cardinalidade
  • Comparação: Capacidade de comparar quantidades
  • Composição e decomposição: Manipulação de números
  • Cálculo: Operações matemáticas básicas

3.6 Implementação da PNA

“A implementação da Política Nacional de Alfabetização dar-se-á por meio de programas e ações que tenham por objetivo promover a alfabetização baseada em evidências científicas.”
Art. 6º, PNA

4. Resolução CNE/CEB nº 4/2009

📜 Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009

Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial.

4.1 Definição do AEE

Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

4.2 Objetivos do AEE

🎯 Objetivos Fundamentais

  • Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular
  • Garantir a transversalidade das ações da educação especial
  • Fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos
  • Assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis de ensino

4.3 Público-Alvo do AEE

👥 Definição do Público-Alvo

  • Alunos com deficiência: Aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial
  • Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: Aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor
  • Alunos com altas habilidades/superdotação: Aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento

4.4 Organização do AEE

Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.

Características do AEE:

  • Complementar/suplementar: Não substitui o ensino regular
  • Contraturno: Realizado em horário diferente da classe comum
  • Individualizado: Atende às necessidades específicas de cada aluno
  • Articulado: Integra-se ao projeto pedagógico da escola

4.5 Atribuições do Professor de AEE

👨‍🏫 Competências do Professor

  • Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias
  • Elaborar e executar plano de AEE, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos
  • Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais
  • Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade
  • Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais
  • Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
  • Ensinar e usar a tecnologia assistiva

4.6 Plano de AEE

Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em articulação com os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros necessários ao atendimento.

📋 Componentes do Plano de AEE

  • Identificação do aluno: Dados pessoais e escolares
  • Estudo de caso: Descrição das necessidades educacionais específicas
  • Plano de atendimento: Objetivos, recursos e estratégias
  • Cronograma: Periodicidade e carga horária
  • Avaliação: Acompanhamento da evolução do aluno

4.7 Financiamento

“O financiamento da educação especial é assegurado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme estabelecido nos artigos 208 e 211 da Constituição Federal e nos artigos 58 a 60 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.”
Art. 10, Resolução CNE/CEB nº 4/2009

5. Exercícios de Fixação

💪 Teste seus Conhecimentos

Questão 1 – Política Nacional de Educação Especial

Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008), a educação especial é:

a) Uma modalidade que substitui o ensino regular
b) Uma modalidade que perpassa todos os níveis de ensino
c) Exclusiva para alunos com deficiência
d) Oferecida apenas em escolas especializadas

Resposta: b) Uma modalidade que perpassa todos os níveis de ensino
Questão 2 – PNE

A Meta 4 do Plano Nacional de Educação visa universalizar o acesso para qual faixa etária?

a) 0 a 17 anos
b) 4 a 17 anos
c) 6 a 14 anos
d) 3 a 18 anos

Resposta: b) 4 a 17 anos
Questão 3 – PNA

A Política Nacional de Alfabetização estabelece como princípio fundamental:

a) Uso exclusivo do método fônico
b) Fundamentação em evidências científicas
c) Alfabetização apenas no 2º ano
d) Exclusão da família do processo

Resposta: b) Fundamentação em evidências científicas
Questão 4 – Resolução CNE/CEB nº 4/2009

O Atendimento Educacional Especializado deve ser realizado:

a) No mesmo turno da classe comum
b) Prioritariamente no contraturno
c) Apenas aos sábados
d) Exclusivamente em centros especializados

Resposta: b) Prioritariamente no contraturno
Questão 5 – AEE

O AEE tem caráter:

a) Substitutivo ao ensino regular
b) Complementar e suplementar
c) Preparatório para o ensino regular
d) Exclusivamente terapêutico

Resposta: b) Complementar e suplementar
Questão 6 – Público-alvo

São público-alvo da educação especial:

a) Apenas alunos com deficiência
b) Alunos com deficiência, TGD e altas habilidades/superdotação
c) Apenas alunos com transtornos de aprendizagem
d) Todos os alunos com dificuldades escolares

Resposta: b) Alunos com deficiência, TGD e altas habilidades/superdotação
Questão 7 – Formação de Professores

A formação de professores para AEE deve contemplar:

a) Apenas conhecimentos específicos da área
b) Conhecimentos gerais e específicos da educação especial
c) Apenas formação prática
d) Exclusivamente cursos de pós-graduação

Resposta: b) Conhecimentos gerais e específicos da educação especial
Questão 8 – Sala de Recursos Multifuncionais

As salas de recursos multifuncionais são espaços:

a) Para isolamento de alunos com deficiência
b) Equipados com recursos pedagógicos e de acessibilidade
c) Exclusivos para terapias
d) Apenas para alunos com deficiência intelectual

Resposta: b) Equipados com recursos pedagógicos e de acessibilidade
Questão 9 – Plano de AEE

O Plano de AEE deve ser elaborado:

a) Apenas pelo professor de AEE
b) Em articulação com professores regulares e famílias
c) Exclusivamente pela equipe gestora
d) Apenas por profissionais da saúde

Resposta: b) Em articulação com professores regulares e famílias
Questão 10 – Perspectiva Inclusiva

A perspectiva inclusiva pressupõe:

a) Separação de alunos por tipo de deficiência
b) Matrícula de todos os alunos em classes comuns
c) Atendimento apenas em escolas especiais
d) Exclusão de alunos com deficiências severas

Resposta: b) Matrícula de todos os alunos em classes comuns

6. Glossário e Bibliografia

📖 Glossário de Termos Técnicos

Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos estudantes público-alvo da educação especial.

Educação Inclusiva

Paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, avançando em relação à ideia de equidade formal.

Sala de Recursos Multifuncionais

Espaço físico localizado nas escolas de educação básica, organizado com mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos.

Transversalidade

Característica da educação especial de perpassar todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, oferecendo apoio especializado quando necessário.

Literacia

Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com a leitura e a escrita e sua prática produtiva.

Numeracia

Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com os números e suas operações básicas, bem como com a resolução de problemas na vida cotidiana.

Evidências Científicas

Conjunto de pesquisas científicas que comprovam a eficácia de determinadas práticas educacionais, servindo como base para políticas públicas.

Articulação Intersetorial

Integração entre diferentes setores (educação, saúde, assistência social) para garantir atendimento integral aos estudantes.

📋 Bibliografia

📜 Documentos Oficiais

  • BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SECADI, 2008.
  • BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2014.
  • BRASIL. Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019. Institui a Política Nacional de Alfabetização. Brasília: Diário Oficial da União, 2019.
  • BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília: CNE, 2009.

📚 Bibliografia Complementar

  • BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
  • BRASIL. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado. Brasília: Diário Oficial da União, 2008.
  • BRASIL. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2011.
  • UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
  • MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.
  • BAPTISTA, Cláudio Roberto. Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006.


Apostila 3 – Base Curricular e Inclusão Educacional

APOSTILA 3

Base Curricular e Inclusão Educacional

Educação Especial – Palhoça/SC

ÍNDICE

  1. Base Curricular da Rede Municipal de Palhoça
  2. Diversidade e Inclusão no Currículo
  3. Aplicação Prática no Contexto Escolar
  4. Adaptações Curriculares e Flexibilizações
  5. Exercícios de Fixação
  6. Glossário e Bibliografia

1. Base Curricular da Rede Municipal de Palhoça

📜 Documento Orientador Municipal

A Base Curricular de Palhoça fundamenta-se na BNCC e nas especificidades locais, promovendo uma educação inclusiva e de qualidade para todos os estudantes.

1.1 Fundamentos da Base Curricular

A Base Curricular da Rede Municipal de Palhoça foi construída coletivamente, considerando as diretrizes nacionais e as características específicas do município, com foco na educação inclusiva e no desenvolvimento integral dos estudantes.

Princípios Norteadores:

  • Equidade: Garantia de oportunidades educacionais para todos
  • Inclusão: Valorização da diversidade e eliminação de barreiras
  • Qualidade: Excelência no processo de ensino-aprendizagem
  • Integralidade: Desenvolvimento pleno do ser humano

1.2 Estrutura Curricular Inclusiva

🎯 Competências Gerais da Educação Básica

A Base Curricular de Palhoça adota as 10 competências gerais da BNCC, adaptando-as para contemplar as necessidades dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

📚 Áreas do Conhecimento

  • Linguagens: Língua Portuguesa, Arte, Educação Física, Língua Inglesa
  • Matemática: Números, álgebra, geometria, grandezas e medidas, probabilidade e estatística
  • Ciências da Natureza: Matéria e energia, vida e evolução, terra e universo
  • Ciências Humanas: Geografia e História
  • Ensino Religioso: Diversidade cultural e religiosa

1.3 Educação Infantil Inclusiva

A Base Curricular de Palhoça para a Educação Infantil fundamenta-se nos direitos de aprendizagem e desenvolvimento, garantindo que todas as crianças, independentemente de suas especificidades, tenham acesso a experiências significativas.

👶 Direitos de Aprendizagem

  • Conviver: com outras crianças e adultos, utilizando diferentes linguagens
  • Brincar: cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos
  • Participar: ativamente das atividades propostas pelo educador
  • Explorar: movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras
  • Expressar: necessidades, emoções, sentimentos, dúvidas, hipóteses
  • Conhecer-se: e construir sua identidade pessoal, social e cultural

1.4 Campos de Experiências

Campos de Experiências na Educação Infantil:

I – O eu, o outro e o nós: Construção da identidade e das relações sociais
II – Corpo, gestos e movimentos: Desenvolvimento da expressão corporal
III – Traços, sons, cores e formas: Experiências com diferentes linguagens artísticas
IV – Escuta, fala, pensamento e imaginação: Desenvolvimento da linguagem oral e escrita
V – Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações: Exploração e conhecimento do mundo

1.5 Ensino Fundamental – Anos Iniciais

No Ensino Fundamental, a Base Curricular de Palhoça organiza-se por componentes curriculares, sempre considerando as adaptações necessárias para estudantes público-alvo da educação especial.

📖 Alfabetização e Letramento Inclusivo

O processo de alfabetização em Palhoça considera as diferentes formas de aprender, oferecendo múltiplas estratégias e recursos para garantir que todos os estudantes desenvolvam as habilidades de leitura e escrita.

  • Métodos diversificados de alfabetização
  • Recursos de tecnologia assistiva
  • Materiais adaptados e acessíveis
  • Avaliação processual e formativa

1.6 Ensino Fundamental – Anos Finais

🎓 Transição e Continuidade

A Base Curricular prevê estratégias específicas para a transição dos Anos Iniciais para os Anos Finais, considerando as necessidades dos estudantes com deficiência:

  • Projeto de transição: Preparação gradual para mudanças
  • Continuidade do AEE: Manutenção do atendimento especializado
  • Formação de professores: Capacitação para receber os estudantes
  • Adaptação de materiais: Recursos adequados às necessidades

1.7 Modalidades de Ensino

Educação de Jovens e Adultos (EJA): A Base Curricular contempla também a EJA, garantindo que jovens e adultos com deficiência tenham acesso a uma educação de qualidade, respeitando suas especificidades e experiências de vida.

“A educação inclusiva pressupõe a reestruturação dos sistemas educacionais, de modo a responder às necessidades educacionais de todos os alunos.”
Base Curricular de Palhoça

2. Diversidade e Inclusão no Currículo

📜 Fundamentos da Educação Inclusiva

A diversidade é reconhecida como elemento enriquecedor do processo educativo, promovendo o respeito às diferenças e a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.

2.1 Conceito de Diversidade

A diversidade no contexto educacional abrange múltiplas dimensões: étnico-racial, socioeconômica, cultural, linguística, religiosa, de gênero, de orientação sexual e de necessidades educacionais especiais.

🌈 Dimensões da Diversidade

  • Diversidade étnico-racial: Valorização da cultura afro-brasileira e indígena
  • Diversidade socioeconômica: Respeito às diferentes realidades sociais
  • Diversidade cultural: Reconhecimento das múltiplas culturas
  • Diversidade linguística: Valorização das diferentes formas de comunicação
  • Diversidade de necessidades educacionais: Atendimento às especificidades

2.2 Educação para as Relações Étnico-Raciais

Lei nº 10.639/03 e Lei nº 11.645/08: Tornam obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e indígena nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares.

🏛️ Implementação no Currículo

  • História da África: Conhecimento das civilizações africanas
  • Cultura afro-brasileira: Contribuições na formação da sociedade brasileira
  • Povos indígenas: História, cultura e contribuições dos povos originários
  • Combate ao racismo: Promoção da igualdade racial

2.3 Educação em Direitos Humanos

A educação em direitos humanos permeia todo o currículo, promovendo valores de respeito, tolerância, solidariedade e justiça social.

⚖️ Princípios dos Direitos Humanos

  • Dignidade humana: Reconhecimento do valor intrínseco de cada pessoa
  • Igualdade de direitos: Todos têm os mesmos direitos fundamentais
  • Reconhecimento da diversidade: Valorização das diferenças
  • Laicidade do Estado: Respeito à liberdade religiosa
  • Democracia na educação: Participação e gestão democrática

2.4 Gênero e Sexualidade

👥 Educação para a Diversidade de Gênero

O currículo aborda questões de gênero e sexualidade de forma respeitosa e científica, promovendo:

  • Combate à discriminação e ao preconceito
  • Promoção da igualdade de gênero
  • Respeito à diversidade sexual
  • Prevenção da violência de gênero

2.5 Educação Ambiental

Sustentabilidade: A educação ambiental é trabalhada de forma transversal, desenvolvendo consciência ecológica e práticas sustentáveis em todos os estudantes, incluindo aqueles com necessidades educacionais especiais.

2.6 Inclusão Digital

A inclusão digital é fundamental para garantir que todos os estudantes tenham acesso às tecnologias da informação e comunicação.

💻 Estratégias de Inclusão Digital

  • Acesso a equipamentos: Disponibilização de computadores e tablets
  • Conectividade: Garantia de acesso à internet
  • Letramento digital: Desenvolvimento de habilidades tecnológicas
  • Tecnologia assistiva: Recursos específicos para estudantes com deficiência

2.7 Multiculturalismo e Interculturalidade

“A escola deve ser um espaço de encontro das diferenças, onde a diversidade seja celebrada como riqueza e não como problema a ser resolvido.”
Diretrizes Curriculares de Palhoça

🌍 Educação Intercultural

  • Diálogo entre culturas: Promoção do intercâmbio cultural
  • Valorização das diferenças: Reconhecimento da riqueza da diversidade
  • Combate ao etnocentrismo: Superação de visões preconceituosas
  • Construção da cidadania global: Formação de cidadãos do mundo

3. Aplicação Prática no Contexto Escolar

📜 Práticas Pedagógicas Inclusivas

A implementação da Base Curricular requer práticas pedagógicas que considerem a diversidade dos estudantes e promovam a aprendizagem de todos.

3.1 Planejamento Inclusivo

O planejamento pedagógico deve considerar a diversidade dos estudantes desde sua concepção, prevendo estratégias diferenciadas e recursos variados.

📋 Elementos do Planejamento Inclusivo

  • Diagnóstico inicial: Conhecimento das necessidades dos estudantes
  • Objetivos flexíveis: Metas adaptáveis às diferentes capacidades
  • Estratégias diversificadas: Múltiplas formas de ensinar
  • Recursos variados: Materiais adaptados e tecnologia assistiva
  • Avaliação formativa: Acompanhamento contínuo da aprendizagem

3.2 Metodologias Ativas

🎯 Estratégias Metodológicas

  • Aprendizagem baseada em projetos: Desenvolvimento de projetos significativos
  • Aprendizagem colaborativa: Trabalho em equipe e cooperação
  • Gamificação: Uso de elementos de jogos na educação
  • Sala de aula invertida: Inversão dos momentos de estudo
  • Ensino híbrido: Combinação de ensino presencial e digital

3.3 Recursos Pedagógicos Adaptados

A utilização de recursos pedagógicos adaptados é fundamental para garantir o acesso ao currículo por todos os estudantes.

🛠️ Tipos de Recursos

  • Recursos visuais: Imagens, gráficos, mapas conceituais
  • Recursos auditivos: Áudios, músicas, podcasts
  • Recursos táteis: Materiais concretos, texturas
  • Recursos digitais: Softwares, aplicativos, plataformas
  • Recursos de comunicação: LIBRAS, comunicação alternativa

3.4 Organização dos Espaços

🏫 Ambientes de Aprendizagem

A organização dos espaços escolares deve favorecer a inclusão e a aprendizagem de todos:

  • Acessibilidade física: Eliminação de barreiras arquitetônicas
  • Flexibilidade: Espaços que se adaptam às diferentes necessidades
  • Recursos disponíveis: Materiais acessíveis e organizados
  • Ambiente acolhedor: Espaços que promovem o bem-estar

3.5 Trabalho Colaborativo

Equipe Multidisciplinar: O trabalho colaborativo entre professores regentes, professores de AEE, gestores, famílias e profissionais de apoio é essencial para o sucesso da inclusão.

👥 Parcerias Estratégicas

  • Professor regente + Professor de AEE: Planejamento conjunto
  • Escola + Família: Participação ativa dos responsáveis
  • Educação + Saúde: Articulação intersetorial
  • Escola + Comunidade: Envolvimento social

3.6 Formação Continuada

A formação continuada dos profissionais da educação é fundamental para a implementação efetiva da educação inclusiva.

📚 Modalidades de Formação

  • Cursos presenciais: Formação em grupos de estudo
  • Educação a distância: Cursos online e webinários
  • Formação em serviço: Aprendizagem no contexto de trabalho
  • Grupos de estudo: Reflexão coletiva sobre práticas
  • Supervisão pedagógica: Acompanhamento especializado

3.7 Avaliação da Aprendizagem

“A avaliação deve ser um processo contínuo, formativo e inclusivo, que considere os diferentes ritmos e formas de aprender.”
Diretrizes de Avaliação – Palhoça
Princípios da Avaliação Inclusiva:

I – Diversidade de instrumentos: Múltiplas formas de avaliar
II – Flexibilidade temporal: Respeito aos diferentes ritmos
III – Foco no processo: Valorização do desenvolvimento
IV – Participação do estudante: Autoavaliação e reflexão
V – Feedback construtivo: Orientações para melhoria

4. Adaptações Curriculares e Flexibilizações

📜 Fundamentos das Adaptações

As adaptações curriculares são modificações realizadas no currículo regular para atender às necessidades educacionais especiais dos estudantes, garantindo seu acesso, participação e aprendizagem.

4.1 Tipos de Adaptações Curriculares

🔧 Classificação das Adaptações

  • Adaptações de acesso: Modificações nos recursos, materiais e comunicação
  • Adaptações metodológicas: Mudanças nas estratégias de ensino
  • Adaptações avaliativas: Modificações nos instrumentos e critérios
  • Adaptações temporais: Flexibilização do tempo
  • Adaptações de objetivos: Modificação das metas de aprendizagem

4.2 Adaptações de Acesso

As adaptações de acesso referem-se às modificações nos recursos materiais, espaciais e de comunicação que facilitam o acesso do estudante ao currículo.

🛠️ Recursos de Acesso

  • Materiais adaptados: Livros em Braille, textos ampliados, materiais táteis
  • Tecnologia assistiva: Softwares leitores, comunicadores, órteses
  • Mobiliário adaptado: Carteiras ajustáveis, cadeiras especiais
  • Recursos de comunicação: LIBRAS, comunicação alternativa
  • Adequações ambientais: Iluminação, acústica, organização espacial

4.3 Adaptações Metodológicas

📚 Estratégias Metodológicas

  • Ensino multissensorial: Uso de múltiplos canais sensoriais
  • Aprendizagem cooperativa: Trabalho em grupos heterogêneos
  • Instrução direta: Ensino explícito e estruturado
  • Modelagem: Demonstração de procedimentos
  • Feedback imediato: Retorno constante sobre o desempenho

4.4 Adaptações Avaliativas

📊 Modalidades de Avaliação

  • Avaliação oral: Para estudantes com dificuldades na escrita
  • Avaliação prática: Demonstração de habilidades
  • Portfólio: Compilação de trabalhos ao longo do tempo
  • Autoavaliação: Reflexão do próprio estudante
  • Avaliação por pares: Avaliação entre colegas

4.5 Flexibilização Temporal

A flexibilização temporal permite que os estudantes tenham mais tempo para realizar atividades e avaliações, respeitando seus ritmos individuais de aprendizagem.

Estratégias Temporais:

  • Tempo adicional para provas e atividades
  • Pausas durante as atividades
  • Divisão de tarefas em etapas menores
  • Flexibilização de prazos de entrega

4.6 Plano Educacional Individualizado (PEI)

Plano Educacional Individualizado: Documento que estabelece objetivos, estratégias, recursos e critérios de avaliação específicos para cada estudante com necessidades educacionais especiais.

📋 Componentes do PEI

  • Identificação do estudante: Dados pessoais e diagnóstico
  • Avaliação inicial: Levantamento das necessidades
  • Objetivos específicos: Metas de aprendizagem individualizadas
  • Estratégias pedagógicas: Métodos e recursos a serem utilizados
  • Cronograma: Prazos e periodicidade das ações
  • Avaliação: Critérios e instrumentos de acompanhamento

4.7 Participação da Família

👨‍👩‍👧‍👦 Envolvimento Familiar

A participação da família é fundamental no processo de adaptação curricular:

  • Planejamento conjunto: Participação na elaboração do PEI
  • Acompanhamento: Monitoramento do desenvolvimento
  • Comunicação constante: Diálogo entre escola e família
  • Apoio domiciliar: Continuidade das estratégias em casa

4.8 Monitoramento e Avaliação

“As adaptações curriculares devem ser constantemente avaliadas e ajustadas conforme as necessidades e o desenvolvimento do estudante.”
Diretrizes de Adaptação Curricular – Palhoça

🔍 Processo de Monitoramento

  • Avaliação contínua: Acompanhamento regular do progresso
  • Registro sistemático: Documentação das observações
  • Reuniões periódicas: Encontros da equipe multidisciplinar
  • Ajustes necessários: Modificações baseadas nos resultados
  • Comunicação com a família: Compartilhamento dos progressos

5. Exercícios de Fixação

💪 Teste seus Conhecimentos

Questão 1 – Base Curricular

A Base Curricular de Palhoça fundamenta-se em qual documento nacional?

a) LDB
b) BNCC
c) PCN
d) DCN

Resposta: b) BNCC (Base Nacional Comum Curricular)
Questão 2 – Educação Infantil

Quantos são os direitos de aprendizagem na Educação Infantil?

a) 4
b) 5
c) 6
d) 7

Resposta: c) 6 (conviver, brincar, participar, explorar, expressar, conhecer-se)
Questão 3 – Campos de Experiências

O campo “Traços, sons, cores e formas” refere-se a:

a) Desenvolvimento motor
b) Linguagens artísticas
c) Relações sociais
d) Conhecimento matemático

Resposta: b) Linguagens artísticas
Questão 4 – Diversidade

A Lei nº 10.639/03 torna obrigatório o ensino de:

a) História indígena
b) História e cultura afro-brasileira
c) Educação ambiental
d) Direitos humanos

Resposta: b) História e cultura afro-brasileira
Questão 5 – Adaptações Curriculares

As adaptações de acesso referem-se a:

a) Modificações nos objetivos
b) Mudanças na metodologia
c) Alterações nos recursos e materiais
d) Flexibilização temporal

Resposta: c) Alterações nos recursos e materiais
Questão 6 – PEI

O Plano Educacional Individualizado é:

a) Um documento opcional
b) Elaborado apenas pelo professor de AEE
c) Um documento que estabelece objetivos específicos
d) Usado apenas para alunos com deficiência intelectual

Resposta: c) Um documento que estabelece objetivos específicos
Questão 7 – Metodologias Ativas

A aprendizagem baseada em projetos caracteriza-se por:

a) Aulas expositivas
b) Desenvolvimento de projetos significativos
c) Memorização de conteúdos
d) Avaliação somativa

Resposta: b) Desenvolvimento de projetos significativos
Questão 8 – Avaliação Inclusiva

A avaliação inclusiva deve ser:

a) Padronizada para todos
b) Apenas quantitativa
c) Diversificada e flexível
d) Realizada apenas no final do período

Resposta: c) Diversificada e flexível
Questão 9 – Trabalho Colaborativo

O trabalho colaborativo na educação inclusiva envolve:

a) Apenas professores
b) Professores, família e profissionais de apoio
c) Apenas a gestão escolar
d) Somente o professor de AEE

Resposta: b) Professores, família e profissionais de apoio
Questão 10 – Formação Continuada

A formação continuada para educação inclusiva deve ser:

a) Opcional
b) Apenas teórica
c) Contínua e prática
d) Realizada apenas uma vez

Resposta: c) Contínua e prática

6. Glossário e Bibliografia

📖 Glossário de Termos Técnicos

Adaptações Curriculares

Modificações realizadas no currículo regular para atender às necessidades educacionais especiais dos estudantes, garantindo seu acesso, participação e aprendizagem.

Base Nacional Comum Curricular (BNCC)

Documento normativo que define o conjunto orgânico e progressivo de aprendizagens essenciais que todos os alunos devem desenvolver ao longo das etapas e modalidades da Educação Básica.

Campos de Experiências

Arranjos curriculares que acolhem as situações e as experiências concretas da vida cotidiana das crianças e seus saberes, entrelaçando-os aos conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural.

Competências Gerais

Conjunto de conhecimentos, habilidades, atitudes e valores que os estudantes devem desenvolver para resolver demandas complexas da vida cotidiana, do pleno exercício da cidadania e do mundo do trabalho.

Diversidade

Reconhecimento e valorização das diferenças humanas em suas múltiplas dimensões: étnico-racial, socioeconômica, cultural, linguística, religiosa, de gênero e de necessidades educacionais especiais.

Educação Intercultural

Abordagem educacional que promove o diálogo entre diferentes culturas, valorizando a diversidade e combatendo preconceitos e discriminações.

Metodologias Ativas

Estratégias pedagógicas que colocam o estudante como protagonista de sua aprendizagem, promovendo participação ativa, reflexão crítica e construção colaborativa do conhecimento.

Plano Educacional Individualizado (PEI)

Documento que estabelece objetivos, estratégias, recursos e critérios de avaliação específicos para cada estudante com necessidades educacionais especiais.

📋 Bibliografia

📜 Documentos Oficiais

  • BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular. Brasília: MEC, 2018.
  • PALHOÇA. Secretaria Municipal de Educação. Base Curricular da Rede Municipal de Palhoça. Palhoça: SME, 2020.
  • BRASIL. Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira”.
  • BRASIL. Lei nº 11.645, de 10 de março de 2008. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modificada pela Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena”.

📚 Bibliografia Complementar

  • ARROYO, Miguel G. Currículo, território em disputa. Petrópolis: Vozes, 2013.
  • CANDAU, Vera Maria. Multiculturalismo e educação: desafios para a prática pedagógica. In: MOREIRA, Antonio Flavio; CANDAU, Vera Maria (Org.). Multiculturalismo: diferenças culturais e práticas pedagógicas. Petrópolis: Vozes, 2008.
  • FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. São Paulo: Paz e Terra, 1996.
  • MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Abrindo as escolas às diferenças. In: MANTOAN, Maria Teresa Eglér (Org.). Pensando e fazendo educação de qualidade. São Paulo: Moderna, 2001.
  • MORIN, Edgar. Os sete saberes necessários à educação do futuro. São Paulo: Cortez, 2000.
  • SACRISTÁN, José Gimeno. O currículo: uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre: Artmed, 2000.
  • SANTOS, Boaventura de Sousa. Para uma pedagogia do conflito. In: SILVA, Luiz Heron da et al. Novos mapas culturais, novas perspectivas educacionais. Porto Alegre: Sulina, 1996.

Conclusão da Apostila 3: Esta apostila apresentou os fundamentos da Base Curricular de Palhoça e sua aplicação na perspectiva inclusiva. O conhecimento destes conteúdos é essencial para compreender como implementar práticas pedagógicas que atendam à diversidade dos estudantes.

Próximos passos: Continue seus estudos com a Apostila 4, que abordará as Necessidades Educacionais Especiais de forma detalhada.

Apostila 2 – Políticas Públicas e Diretrizes Educacionais

APOSTILA 2

Políticas Públicas e Diretrizes Educacionais

Concurso Professor de Educação Especial – Palhoça/SC

ÍNDICE

  1. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva
  2. Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14)
  3. Política Nacional de Alfabetização (PNA 2019)
  4. Resolução CNE/CEB nº 4/2009
  5. Exercícios de Fixação
  6. Glossário e Bibliografia

1. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva

📜 Documento MEC/SECADI – 2008

Marco histórico que redefine a educação especial no Brasil, estabelecendo a perspectiva inclusiva como paradigma educacional.

1.1 Contexto Histórico

A Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva representa uma mudança paradigmática na educação brasileira, superando o modelo segregacionista e integracionista.

Marcos Históricos:

  • 1994: Declaração de Salamanca – Princípios da educação inclusiva
  • 2001: Diretrizes Nacionais para Educação Especial na Educação Básica
  • 2008: Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva

1.2 Conceituação da Educação Especial

“A educação especial é uma modalidade de ensino que perpassa todos os níveis, etapas e modalidades, realiza o atendimento educacional especializado, disponibiliza os recursos e serviços e orienta quanto a sua utilização no processo de ensino e aprendizagem nas turmas comuns do ensino regular.”
Política Nacional de Educação Especial, 2008

🎯 Características da Educação Especial

  • Modalidade transversal: Perpassa todos os níveis de ensino
  • Complementar/suplementar: Não substitui o ensino regular
  • Especializada: Oferece recursos e serviços específicos
  • Articulada: Integra-se ao projeto pedagógico da escola

1.3 Público-Alvo da Educação Especial

A Política define claramente o público-alvo da educação especial:

👥 Público-Alvo

  • Alunos com deficiência: Impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial
  • Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: Alterações no desenvolvimento neuropsicomotor, comprometimento nas relações sociais, na comunicação ou estereotipias motoras
  • Alunos com altas habilidades/superdotação: Potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento humano

1.4 Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Definição do AEE: Conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente, prestado das seguintes formas:

I – Complementar à formação dos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento;
II – Suplementar à formação de estudantes com altas habilidades ou superdotação.

🏫 Organização do AEE

  • Local: Salas de recursos multifuncionais
  • Profissional: Professor especializado
  • Recursos: Equipamentos, mobiliários e materiais pedagógicos
  • Funcionamento: No contraturno da escolarização

1.5 Diretrizes da Educação Inclusiva

A Política estabelece diretrizes fundamentais para implementação da educação inclusiva:

  1. Transversalidade da educação especial desde a educação infantil até a educação superior
  2. Atendimento educacional especializado
  3. Continuidade da escolarização nos níveis mais elevados do ensino
  4. Formação de professores para o atendimento educacional especializado
  5. Participação da família e da comunidade
  6. Acessibilidade urbanística, arquitetônica, nos mobiliários e equipamentos
  7. Articulação intersetorial na implementação das políticas públicas

1.6 Formação de Professores

Formação Docente: A Política enfatiza a necessidade de formação inicial e continuada de professores para atuar na educação inclusiva, contemplando conhecimentos gerais para o exercício da docência e conhecimentos específicos da área.

👨‍🏫 Competências do Professor de AEE

  • Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos
  • Ensinar e usar a tecnologia assistiva
  • Estabelecer articulação com os professores da sala comum
  • Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos

2. Plano Nacional de Educação (Lei 13.005/14)

📜 Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014

Aprova o Plano Nacional de Educação (PNE) e dá outras providências, estabelecendo diretrizes, metas e estratégias para a educação brasileira no decênio 2014-2024.

2.1 Diretrizes do PNE

Art. 2º São diretrizes do PNE:

I – erradicação do analfabetismo;
II – universalização do atendimento escolar;
III – superação das desigualdades educacionais, com ênfase na promoção da cidadania e na erradicação de todas as formas de discriminação;
IV – melhoria da qualidade da educação;
V – formação para o trabalho e para a cidadania;
VI – promoção do princípio da gestão democrática da educação pública;
VII – promoção humanística, científica, cultural e tecnológica do País;
VIII – estabelecimento de meta de aplicação de recursos públicos em educação;
IX – valorização dos profissionais da educação;
X – promoção dos princípios do respeito aos direitos humanos, à diversidade e à sustentabilidade socioambiental.

2.2 Meta 4 – Educação Especial Inclusiva

Meta 4: Universalizar, para a população de 4 (quatro) a 17 (dezessete) anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado, preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados.

2.3 Estratégias da Meta 4

🎯 Principais Estratégias

  • 4.1: Contabilizar matrículas para fins do FUNDEB
  • 4.2: Promover universalização do atendimento de 0 a 3 anos
  • 4.3: Implantar salas de recursos multifuncionais
  • 4.4: Garantir AEE em salas de recursos multifuncionais
  • 4.5: Estimular criação de centros multidisciplinares
  • 4.6: Manter programas suplementares de acessibilidade
  • 4.7: Garantir oferta de educação bilíngue em Libras

2.4 Formação de Professores no PNE

📚 Estratégias de Formação

  • 4.8: Garantir oferta de educação inclusiva
  • 4.9: Fortalecer acompanhamento e monitoramento
  • 4.10: Fomentar pesquisas voltadas para metodologias
  • 4.11: Promover desenvolvimento de recursos didáticos
  • 4.12: Promover articulação intersetorial

2.5 Outras Metas Relacionadas

Além da Meta 4, outras metas do PNE impactam diretamente a educação especial:

  • Meta 1: Educação Infantil (inclui crianças com deficiência)
  • Meta 15: Formação inicial de professores
  • Meta 16: Formação continuada e pós-graduação
  • Meta 17: Valorização dos profissionais do magistério
  • Meta 20: Financiamento da educação

2.6 Monitoramento e Avaliação

“A execução do PNE e o cumprimento de suas metas serão objeto de monitoramento contínuo e de avaliações periódicas, realizados pelas seguintes instâncias: Ministério da Educação, Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e Comissão de Educação do Senado Federal, Conselho Nacional de Educação e Fórum Nacional de Educação.”
Art. 5º, PNE

3. Política Nacional de Alfabetização (PNA 2019)

📜 Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019

Institui a Política Nacional de Alfabetização, estabelecendo diretrizes, princípios e objetivos para a alfabetização no Brasil.

3.1 Princípios da PNA

Art. 3º São princípios da Política Nacional de Alfabetização:

I – integração e cooperação entre os entes federativos;
II – adesão voluntária dos entes federativos;
III – fundamentação em evidências científicas;
IV – reconhecimento da família como primeiro responsável pela educação dos filhos;
V – garantia do direito de aprender a ler e a escrever;
VI – valorização do professor da educação básica;
VII – foco na aprendizagem do aluno;
VIII – uso de métodos com comprovação científica.

3.2 Diretrizes da PNA

🎯 Diretrizes Fundamentais

  • Priorização da alfabetização no 1º ano do ensino fundamental
  • Implementação de programas e ações para alfabetização baseados em evidências científicas
  • Formação continuada e capacitação de professores e demais profissionais da educação
  • Estímulo à participação da família no processo de alfabetização
  • Valorização do professor alfabetizador

3.3 Alfabetização e Educação Especial

A PNA reconhece a necessidade de estratégias específicas para a alfabetização de estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação.

♿ Alfabetização Inclusiva

  • Métodos adaptados: Adequação de metodologias às necessidades específicas
  • Recursos especializados: Uso de tecnologia assistiva e materiais adaptados
  • Formação específica: Capacitação de professores para alfabetização inclusiva
  • Avaliação diferenciada: Instrumentos adequados às especificidades dos alunos

3.4 Componentes Essenciais da Alfabetização

Componentes da Literacia:

  • Consciência fonêmica: Habilidade de manipular os sons da fala
  • Instrução fônica sistemática: Ensino das relações entre grafemas e fonemas
  • Fluência em leitura oral: Capacidade de ler com precisão, velocidade e expressão
  • Desenvolvimento de vocabulário: Ampliação do repertório lexical
  • Compreensão de textos: Construção de significados a partir da leitura
  • Produção de escrita: Habilidades de expressão escrita

3.5 Numeracia

A PNA também aborda a numeracia, definida como o conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com os números e suas operações básicas.

🔢 Componentes da Numeracia

  • Senso numérico: Compreensão intuitiva dos números
  • Contagem: Habilidades de contagem e cardinalidade
  • Comparação: Capacidade de comparar quantidades
  • Composição e decomposição: Manipulação de números
  • Cálculo: Operações matemáticas básicas

3.6 Implementação da PNA

“A implementação da Política Nacional de Alfabetização dar-se-á por meio de programas e ações que tenham por objetivo promover a alfabetização baseada em evidências científicas.”
Art. 6º, PNA

4. Resolução CNE/CEB nº 4/2009

📜 Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009

Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial.

4.1 Definição do AEE

Art. 1º Para a implementação do Decreto nº 6.571/2008, os sistemas de ensino devem matricular os alunos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades/superdotação nas classes comuns do ensino regular e no Atendimento Educacional Especializado (AEE), ofertado em salas de recursos multifuncionais ou em centros de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos.

4.2 Objetivos do AEE

🎯 Objetivos Fundamentais

  • Prover condições de acesso, participação e aprendizagem no ensino regular
  • Garantir a transversalidade das ações da educação especial
  • Fomentar o desenvolvimento de recursos didáticos e pedagógicos
  • Assegurar condições para a continuidade de estudos nos demais níveis de ensino

4.3 Público-Alvo do AEE

👥 Definição do Público-Alvo

  • Alunos com deficiência: Aqueles que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, intelectual, mental ou sensorial
  • Alunos com transtornos globais do desenvolvimento: Aqueles que apresentam um quadro de alterações no desenvolvimento neuropsicomotor
  • Alunos com altas habilidades/superdotação: Aqueles que apresentam um potencial elevado e grande envolvimento com as áreas do conhecimento

4.4 Organização do AEE

Art. 5º O AEE é realizado, prioritariamente, na sala de recursos multifuncionais da própria escola ou em outra escola de ensino regular, no turno inverso da escolarização, não sendo substitutivo às classes comuns, podendo ser realizado, também, em centro de Atendimento Educacional Especializado da rede pública ou de instituições comunitárias, confessionais ou filantrópicas sem fins lucrativos, conveniadas com a Secretaria de Educação ou órgão equivalente dos Estados, Distrito Federal ou dos Municípios.

Características do AEE:

  • Complementar/suplementar: Não substitui o ensino regular
  • Contraturno: Realizado em horário diferente da classe comum
  • Individualizado: Atende às necessidades específicas de cada aluno
  • Articulado: Integra-se ao projeto pedagógico da escola

4.5 Atribuições do Professor de AEE

👨‍🏫 Competências do Professor

  • Identificar, elaborar, produzir e organizar serviços, recursos pedagógicos, de acessibilidade e estratégias
  • Elaborar e executar plano de AEE, avaliando a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos
  • Organizar o tipo e o número de atendimentos aos alunos na sala de recursos multifuncionais
  • Acompanhar a funcionalidade e a aplicabilidade dos recursos pedagógicos e de acessibilidade
  • Estabelecer parcerias com as áreas intersetoriais
  • Orientar professores e famílias sobre os recursos pedagógicos e de acessibilidade
  • Ensinar e usar a tecnologia assistiva

4.6 Plano de AEE

Art. 9º A elaboração e a execução do plano de AEE são de competência dos professores que atuam na sala de recursos multifuncionais ou centros de AEE, em articulação com os demais professores do ensino regular, com a participação das famílias e em interface com os demais serviços setoriais da saúde, da assistência social, entre outros necessários ao atendimento.

📋 Componentes do Plano de AEE

  • Identificação do aluno: Dados pessoais e escolares
  • Estudo de caso: Descrição das necessidades educacionais específicas
  • Plano de atendimento: Objetivos, recursos e estratégias
  • Cronograma: Periodicidade e carga horária
  • Avaliação: Acompanhamento da evolução do aluno

4.7 Financiamento

“O financiamento da educação especial é assegurado pela União, Estados, Distrito Federal e Municípios, conforme estabelecido nos artigos 208 e 211 da Constituição Federal e nos artigos 58 a 60 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional.”
Art. 10, Resolução CNE/CEB nº 4/2009

5. Exercícios de Fixação

💪 Teste seus Conhecimentos

Questão 1 – Política Nacional de Educação Especial

Segundo a Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva Inclusiva (2008), a educação especial é:

a) Uma modalidade que substitui o ensino regular
b) Uma modalidade que perpassa todos os níveis de ensino
c) Exclusiva para alunos com deficiência
d) Oferecida apenas em escolas especializadas

Resposta: b) Uma modalidade que perpassa todos os níveis de ensino
Questão 2 – PNE

A Meta 4 do Plano Nacional de Educação visa universalizar o acesso para qual faixa etária?

a) 0 a 17 anos
b) 4 a 17 anos
c) 6 a 14 anos
d) 3 a 18 anos

Resposta: b) 4 a 17 anos
Questão 3 – PNA

A Política Nacional de Alfabetização estabelece como princípio fundamental:

a) Uso exclusivo do método fônico
b) Fundamentação em evidências científicas
c) Alfabetização apenas no 2º ano
d) Exclusão da família do processo

Resposta: b) Fundamentação em evidências científicas
Questão 4 – Resolução CNE/CEB nº 4/2009

O Atendimento Educacional Especializado deve ser realizado:

a) No mesmo turno da classe comum
b) Prioritariamente no contraturno
c) Apenas aos sábados
d) Exclusivamente em centros especializados

Resposta: b) Prioritariamente no contraturno
Questão 5 – AEE

O AEE tem caráter:

a) Substitutivo ao ensino regular
b) Complementar e suplementar
c) Preparatório para o ensino regular
d) Exclusivamente terapêutico

Resposta: b) Complementar e suplementar
Questão 6 – Público-alvo

São público-alvo da educação especial:

a) Apenas alunos com deficiência
b) Alunos com deficiência, TGD e altas habilidades/superdotação
c) Apenas alunos com transtornos de aprendizagem
d) Todos os alunos com dificuldades escolares

Resposta: b) Alunos com deficiência, TGD e altas habilidades/superdotação
Questão 7 – Formação de Professores

A formação de professores para AEE deve contemplar:

a) Apenas conhecimentos específicos da área
b) Conhecimentos gerais e específicos da educação especial
c) Apenas formação prática
d) Exclusivamente cursos de pós-graduação

Resposta: b) Conhecimentos gerais e específicos da educação especial
Questão 8 – Sala de Recursos Multifuncionais

As salas de recursos multifuncionais são espaços:

a) Para isolamento de alunos com deficiência
b) Equipados com recursos pedagógicos e de acessibilidade
c) Exclusivos para terapias
d) Apenas para alunos com deficiência intelectual

Resposta: b) Equipados com recursos pedagógicos e de acessibilidade
Questão 9 – Plano de AEE

O Plano de AEE deve ser elaborado:

a) Apenas pelo professor de AEE
b) Em articulação com professores regulares e famílias
c) Exclusivamente pela equipe gestora
d) Apenas por profissionais da saúde

Resposta: b) Em articulação com professores regulares e famílias
Questão 10 – Perspectiva Inclusiva

A perspectiva inclusiva pressupõe:

a) Separação de alunos por tipo de deficiência
b) Matrícula de todos os alunos em classes comuns
c) Atendimento apenas em escolas especiais
d) Exclusão de alunos com deficiências severas

Resposta: b) Matrícula de todos os alunos em classes comuns

6. Glossário e Bibliografia

📖 Glossário de Termos Técnicos

Atendimento Educacional Especializado (AEE)

Conjunto de atividades, recursos de acessibilidade e pedagógicos organizados institucional e continuamente, prestado de forma complementar ou suplementar à formação dos estudantes público-alvo da educação especial.

Educação Inclusiva

Paradigma educacional fundamentado na concepção de direitos humanos, que conjuga igualdade e diferença como valores indissociáveis, avançando em relação à ideia de equidade formal.

Sala de Recursos Multifuncionais

Espaço físico localizado nas escolas de educação básica, organizado com mobiliários, materiais didáticos, recursos pedagógicos e de acessibilidade e equipamentos específicos.

Transversalidade

Característica da educação especial de perpassar todos os níveis, etapas e modalidades de ensino, oferecendo apoio especializado quando necessário.

Literacia

Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com a leitura e a escrita e sua prática produtiva.

Numeracia

Conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionadas com os números e suas operações básicas, bem como com a resolução de problemas na vida cotidiana.

Evidências Científicas

Conjunto de pesquisas científicas que comprovam a eficácia de determinadas práticas educacionais, servindo como base para políticas públicas.

Articulação Intersetorial

Integração entre diferentes setores (educação, saúde, assistência social) para garantir atendimento integral aos estudantes.

📋 Bibliografia

📜 Documentos Oficiais

  • BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SECADI, 2008.
  • BRASIL. Lei nº 13.005, de 25 de junho de 2014. Aprova o Plano Nacional de Educação – PNE e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2014.
  • BRASIL. Decreto nº 9.765, de 11 de abril de 2019. Institui a Política Nacional de Alfabetização. Brasília: Diário Oficial da União, 2019.
  • BRASIL. Resolução CNE/CEB nº 4, de 2 de outubro de 2009. Institui Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica, modalidade Educação Especial. Brasília: CNE, 2009.

📚 Bibliografia Complementar

  • BRASIL. Ministério da Educação. Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: MEC/SEESP, 2001.
  • BRASIL. Decreto nº 6.571, de 17 de setembro de 2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado. Brasília: Diário Oficial da União, 2008.
  • BRASIL. Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento educacional especializado e dá outras providências. Brasília: Diário Oficial da União, 2011.
  • UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: UNESCO, 1994.
  • MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.
  • BAPTISTA, Cláudio Roberto. Inclusão e escolarização: múltiplas perspectivas. Porto Alegre: Mediação, 2006.


Apostila 4 – Necessidades Educacionais Especiais

APOSTILA 4

Necessidades Educacionais Especiais

Educação Especial – Palhoça/SC

ÍNDICE

  1. Deficiências: Conceitos e Classificações
  2. Etiologias das Deficiências
  3. Altas Habilidades/Superdotação
  4. Transtornos Globais do Desenvolvimento/TEA
  5. Identificação e Avaliação
  6. Exercícios de Fixação
  7. Glossário e Bibliografia

1. Deficiências: Conceitos e Classificações

📜 Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência

A Convenção da ONU (2006), ratificada pelo Brasil em 2008, estabelece o conceito atual de deficiência baseado no modelo social.

1.1 Conceito Atual de Deficiência

“Pessoas com deficiência são aquelas que têm impedimentos de longo prazo de natureza física, mental, intelectual ou sensorial, os quais, em interação com diversas barreiras, podem obstruir sua participação plena e efetiva na sociedade em igualdades de condições com as demais pessoas.”
Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, Art. 1º

Mudança de Paradigma:

  • Modelo Médico: Foco na deficiência como problema individual
  • Modelo Social: Foco nas barreiras sociais e ambientais
  • Modelo Biopsicossocial: Integração dos aspectos médicos e sociais

1.2 Deficiência Física

🦽 Deficiência Física

Definição: Alteração completa ou parcial de um ou mais segmentos do corpo humano, acarretando o comprometimento da função física.

Principais tipos:

  • Paraplegia: Paralisia dos membros inferiores
  • Tetraplegia: Paralisia dos quatro membros
  • Hemiplegia: Paralisia de um lado do corpo
  • Amputação: Perda total ou parcial de membros
  • Paralisia cerebral: Distúrbio neuromotor

📋 Características da Paralisia Cerebral

  • Espástica: Aumento do tônus muscular
  • Atetóide: Movimentos involuntários
  • Atáxica: Falta de coordenação
  • Mista: Combinação de tipos

1.3 Deficiência Intelectual

🧠 Deficiência Intelectual

Definição (AAIDD): Deficiência caracterizada por limitações significativas no funcionamento intelectual e no comportamento adaptativo, manifestada antes dos 18 anos.

Critérios diagnósticos:

  • QI abaixo de 70: Limitações no funcionamento intelectual
  • Comportamento adaptativo: Déficits em habilidades conceituais, sociais e práticas
  • Início no período de desenvolvimento: Antes dos 18 anos

📊 Níveis de Apoio

  • Intermitente: Apoio quando necessário
  • Limitado: Apoio consistente por tempo limitado
  • Extensivo: Apoio regular em alguns ambientes
  • Pervasivo: Apoio constante e de alta intensidade

1.4 Deficiência Visual

👁️ Deficiência Visual

Classificação:

  • Cegueira: Perda total da visão ou resíduo mínimo
  • Baixa visão: Comprometimento do funcionamento visual

Critérios (OMS):

  • Cegueira: Acuidade visual menor que 0,05 (20/400)
  • Baixa visão: Acuidade entre 0,05 e 0,3 (20/70)

🔍 Principais Causas

  • Congênitas: Catarata, glaucoma, albinismo
  • Adquiridas: Diabetes, trauma, degeneração macular
  • Hereditárias: Retinose pigmentar, síndrome de Usher

1.5 Deficiência Auditiva

👂 Deficiência Auditiva

Classificação por grau:

  • Leve: 26-40 dB – Dificuldade em sons fracos
  • Moderada: 41-70 dB – Dificuldade na fala normal
  • Severa: 71-90 dB – Só ouve fala forte
  • Profunda: >90 dB – Não ouve fala normal

Classificação por localização:

  • Condutiva: Problema no ouvido externo/médio
  • Neurossensorial: Problema no ouvido interno
  • Mista: Combinação dos tipos anteriores

1.6 Deficiência Múltipla

🔄 Deficiência Múltipla

Definição: Associação de duas ou mais deficiências primárias (mental/visual/auditiva/física), com comprometimentos que acarretam atrasos no desenvolvimento global e na capacidade adaptativa.

Características:

  • Necessidades educacionais complexas
  • Requer apoios especializados múltiplos
  • Desenvolvimento atípico
  • Comunicação diferenciada

📝 Caso Prático: Surdocegueira

Situação: João, 8 anos, apresenta perda auditiva severa e baixa visão. Como organizar o atendimento educacional?

Estratégias:

  • Comunicação tátil e gestual
  • Recursos de tecnologia assistiva
  • Ambiente estruturado e previsível
  • Equipe multidisciplinar

2. Etiologias das Deficiências

📜 Importância do Conhecimento Etiológico

Compreender as causas das deficiências é fundamental para prevenção, intervenção precoce e planejamento educacional adequado.

2.1 Classificação Temporal das Causas

⏰ Períodos de Ocorrência

  • Pré-natais: Durante a gestação
  • Perinatais: Durante o parto
  • Pós-natais: Após o nascimento

2.2 Causas Pré-natais

🤰 Fatores Pré-natais

Genéticas:

  • Cromossômicas: Síndrome de Down, Turner, Klinefelter
  • Gênicas: Fenilcetonúria, fibrose cística
  • Multifatoriais: Espinha bífida, fenda palatina

Ambientais:

  • Infecções: Rubéola, toxoplasmose, citomegalovírus
  • Drogas: Álcool, medicamentos teratogênicos
  • Radiação: Raios X, radiação nuclear
  • Desnutrição materna: Deficiência de ácido fólico

🧬 Síndrome de Down

Causa: Trissomia do cromossomo 21

Incidência: 1:700 nascimentos

Características:

  • Deficiência intelectual (variável)
  • Características físicas típicas
  • Possíveis problemas cardíacos
  • Maior suscetibilidade a infecções

2.3 Causas Perinatais

🏥 Fatores do Parto

  • Anóxia/Hipóxia: Falta de oxigênio cerebral
  • Trauma obstétrico: Lesões durante o parto
  • Prematuridade: Nascimento antes de 37 semanas
  • Baixo peso: Menor que 2.500g
  • Infecções: Sepse neonatal

2.4 Causas Pós-natais

👶 Fatores Pós-natais

Infecciosas:

  • Meningite: Inflamação das meninges
  • Encefalite: Inflamação do cérebro
  • Otite média: Pode causar perda auditiva

Traumáticas:

  • Traumatismo craniano: Acidentes, quedas
  • Lesão medular: Acidentes, violência
  • Queimaduras: Podem causar deficiência física

Outras:

  • Tumores cerebrais: Podem afetar funções
  • Intoxicações: Chumbo, mercúrio
  • Desnutrição severa: Afeta desenvolvimento

2.5 Prevenção das Deficiências

Níveis de Prevenção:

  • Primária: Evitar a ocorrência da deficiência
  • Secundária: Detecção e tratamento precoces
  • Terciária: Reabilitação e inclusão social

🛡️ Estratégias de Prevenção Primária

  • Vacinação: Rubéola, sarampo, poliomielite
  • Aconselhamento genético: Casais de risco
  • Cuidados pré-natais: Acompanhamento médico
  • Educação em saúde: Prevenção de acidentes
  • Suplementação: Ácido fólico, iodo

📝 Caso Prático: Prevenção da Deficiência Visual

Situação: Campanha de prevenção da cegueira por retinopatia diabética.

Ações:

  • Controle glicêmico adequado
  • Exames oftalmológicos regulares
  • Tratamento precoce das lesões
  • Educação sobre diabetes

3. Altas Habilidades/Superdotação

📜 Política Nacional de Educação Especial

Estudantes com altas habilidades/superdotação são público-alvo da educação especial, necessitando de atendimento educacional especializado suplementar.

3.1 Conceituação

“Alunos com altas habilidades/superdotação demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes, além de apresentar grande criatividade, envolvimento na aprendizagem e realização de tarefas em áreas de seu interesse.”
Política Nacional de Educação Especial, 2008

3.2 Modelos Teóricos

🧠 Modelo dos Três Anéis (Renzulli)

A superdotação resulta da interação entre:

  • Habilidade acima da média: Capacidade geral ou específica
  • Criatividade: Pensamento divergente e originalidade
  • Envolvimento com a tarefa: Motivação e persistência

🎯 Modelo Diferenciado de Superdotação e Talento (Gagné)

  • Superdotação: Aptidões naturais (potencial)
  • Talento: Competências desenvolvidas (desempenho)
  • Catalisadores: Fatores que facilitam ou inibem
  • Processo de desenvolvimento: Transformação de potencial em talento

3.3 Tipos de Altas Habilidades

🎨 Áreas de Manifestação

Intelectual:

  • Raciocínio lógico superior
  • Capacidade de abstração
  • Memória excepcional
  • Rapidez de aprendizagem

Acadêmica:

  • Desempenho superior em áreas específicas
  • Facilidade com números ou linguagem
  • Interesse precoce pela leitura

Criativa:

  • Originalidade de pensamento
  • Fluência de ideias
  • Flexibilidade mental
  • Elaboração de soluções

3.4 Características Comportamentais

🔍 Indicadores de Altas Habilidades

Cognitivas:

  • Aprende rapidamente
  • Tem excelente memória
  • Vocabulário avançado para a idade
  • Compreende ideias abstratas

Motivacionais:

  • Concentração intensa em áreas de interesse
  • Persistência em tarefas desafiadoras
  • Perfeccionismo
  • Preferência por trabalhar sozinho

Socioemocionais:

  • Sensibilidade emocional
  • Senso de justiça desenvolvido
  • Liderança natural
  • Humor sofisticado

3.5 Mitos e Realidades

Mitos Comuns:

  • Mito: “Superdotados não precisam de ajuda”
  • Realidade: Necessitam de desafios adequados
  • Mito: “São sempre os melhores alunos”
  • Realidade: Podem ter baixo rendimento
  • Mito: “São socialmente inadaptados”
  • Realidade: Maioria tem bom ajustamento social

3.6 Dupla Excepcionalidade

📝 Dupla Excepcionalidade

Conceito: Estudantes que apresentam altas habilidades e, simultaneamente, alguma deficiência ou transtorno.

Exemplos:

  • Altas habilidades + TDAH
  • Altas habilidades + Dislexia
  • Altas habilidades + Síndrome de Asperger
  • Altas habilidades + Deficiência física

Desafios:

  • Identificação mais complexa
  • Necessidades educacionais específicas
  • Risco de mascaramento das habilidades

3.7 Estratégias Educacionais

🎓 Modalidades de Atendimento

Aceleração:

  • Entrada precoce na escola
  • Salto de série
  • Compactação curricular

Enriquecimento:

  • Atividades complementares
  • Projetos de pesquisa
  • Mentoria especializada

Agrupamento:

  • Classes especiais
  • Grupos de interesse
  • Escolas especializadas

4. Transtornos Globais do Desenvolvimento/TEA

📜 DSM-5 e Transtorno do Espectro Autista

O DSM-5 (2013) unificou os transtornos autísticos sob a denominação “Transtorno do Espectro Autista” (TEA), reconhecendo a natureza dimensional do autismo.

4.1 Evolução Conceitual

📚 Marcos Históricos

  • 1943: Leo Kanner descreve o “autismo infantil precoce”
  • 1944: Hans Asperger descreve a “psicopatia autística”
  • 1980: DSM-III inclui o autismo como categoria diagnóstica
  • 2013: DSM-5 cria o conceito de “espectro autista”

4.2 Critérios Diagnósticos do TEA (DSM-5)

🎯 Critérios Principais

A. Déficits persistentes na comunicação e interação social:

  • Déficits na reciprocidade socioemocional
  • Déficits em comportamentos comunicativos não verbais
  • Déficits para desenvolver e manter relacionamentos

B. Padrões restritos e repetitivos de comportamento:

  • Movimentos motores ou fala estereotipados
  • Insistência na mesmice e aderência a rotinas
  • Interesses fixos e altamente restritos
  • Hiper ou hiporreatividade sensorial

4.3 Níveis de Apoio

📊 Especificadores de Gravidade

Nível 1 – “Exigindo apoio”:

  • Dificuldades na comunicação social
  • Problemas de organização e planejamento
  • Pode viver independentemente com apoio mínimo

Nível 2 – “Exigindo apoio substancial”:

  • Déficits graves na comunicação
  • Comportamentos restritivos/repetitivos óbvios
  • Necessita apoio diário

Nível 3 – “Exigindo apoio muito substancial”:

  • Déficits graves na comunicação verbal e não verbal
  • Comportamentos interferem significativamente
  • Necessita apoio intensivo

4.4 Características por Área de Desenvolvimento

🗣️ Comunicação e Linguagem

  • Atraso ou ausência da fala: Pode não desenvolver linguagem oral
  • Ecolalia: Repetição de palavras ou frases
  • Uso literal da linguagem: Dificuldade com metáforas
  • Prosódia alterada: Tom, ritmo e entonação atípicos
  • Dificuldades pragmáticas: Uso social da linguagem

👥 Interação Social

  • Contato visual reduzido: Evita ou tem dificuldade
  • Dificuldade com reciprocidade: Turnos conversacionais
  • Problemas com gestos: Apontar, acenar
  • Dificuldade em fazer amizades: Relacionamentos superficiais
  • Teoria da mente alterada: Compreender perspectivas alheias

🔄 Comportamentos Repetitivos

  • Estereotipias motoras: Balançar, bater palmas
  • Rituais e rotinas: Resistência a mudanças
  • Interesses restritos: Foco intenso em temas específicos
  • Comportamentos sensoriais: Busca ou evita estímulos

4.5 Questões Sensoriais no TEA

👂 Processamento Sensorial

Hipersensibilidade:

  • Reações exageradas a sons, luzes, texturas
  • Evita contato físico
  • Desconforto com roupas ou etiquetas

Hiposensibilidade:

  • Busca estímulos sensoriais intensos
  • Pode não responder à dor
  • Necessita mais input sensorial

4.6 Condições Associadas

Comorbidades Frequentes:

  • Deficiência intelectual: 30-70% dos casos
  • Epilepsia: 20-25% dos casos
  • TDAH: Dificuldades atencionais
  • Ansiedade: Transtornos ansiosos
  • Problemas gastrointestinais: Constipação, refluxo

4.7 Estratégias Educacionais

📝 Intervenções Baseadas em Evidências

ABA (Applied Behavior Analysis):

  • Análise funcional do comportamento
  • Ensino estruturado
  • Reforçamento positivo

TEACCH:

  • Ensino estruturado
  • Organização visual do ambiente
  • Rotinas previsíveis

PECS (Picture Exchange Communication System):

  • Sistema de comunicação por figuras
  • Desenvolvimento da comunicação funcional
  • Redução de comportamentos problemáticos

5. Identificação e Avaliação

📜 Importância da Avaliação Multidisciplinar

A identificação das necessidades educacionais especiais requer avaliação abrangente, envolvendo diferentes profissionais e instrumentos.

5.1 Processo de Identificação

🔍 Etapas da Identificação

  1. Observação inicial: Professores, família, profissionais
  2. Triagem: Instrumentos de rastreamento
  3. Avaliação diagnóstica: Equipe multidisciplinar
  4. Planejamento educacional: Definição de estratégias
  5. Monitoramento: Acompanhamento contínuo

5.2 Sinais de Alerta por Faixa Etária

👶 0-2 anos

  • Motor: Atraso para sentar, engatinhar, andar
  • Comunicação: Não balbucia, não aponta
  • Social: Não sorri socialmente, evita contato visual
  • Cognitivo: Não explora objetos, não imita

🧒 2-5 anos

  • Linguagem: Vocabulário limitado, não forma frases
  • Social: Não brinca com outras crianças
  • Comportamento: Birras excessivas, comportamentos repetitivos
  • Aprendizagem: Dificuldade em seguir instruções

🎒 Idade escolar

  • Acadêmico: Dificuldades persistentes na leitura, escrita, matemática
  • Atenção: Dificuldade de concentração, hiperatividade
  • Social: Problemas de relacionamento, isolamento
  • Comportamental: Agressividade, oposição

5.3 Instrumentos de Avaliação

📋 Tipos de Instrumentos

Testes padronizados:

  • WISC-IV: Avaliação da inteligência
  • Vineland: Comportamento adaptativo
  • CARS: Escala de avaliação do autismo
  • Denver II: Triagem do desenvolvimento

Observação estruturada:

  • Protocolos de observação
  • Registros comportamentais
  • Análise funcional

Avaliação informal:

  • Portfólios
  • Entrevistas
  • Questionários

5.4 Equipe Multidisciplinar

👥 Profissionais Envolvidos

Área da Saúde:

  • Médico: Diagnóstico clínico, medicação
  • Psicólogo: Avaliação cognitiva e emocional
  • Fonoaudiólogo: Comunicação e linguagem
  • Terapeuta ocupacional: Habilidades funcionais
  • Fisioterapeuta: Desenvolvimento motor

Área Educacional:

  • Professor especializado: Avaliação pedagógica
  • Psicopedagogo: Dificuldades de aprendizagem
  • Orientador educacional: Aspectos sociais

5.5 Avaliação Funcional

Foco na Funcionalidade: A avaliação deve considerar não apenas o que a pessoa não consegue fazer, mas como ela funciona em diferentes contextos e quais apoios necessita.

📝 Exemplo de Avaliação Funcional

Estudante: Maria, 7 anos, suspeita de TEA

Áreas avaliadas:

  • Comunicação: Usa gestos, poucas palavras
  • Interação social: Brinca sozinha, evita contato visual
  • Comportamento: Estereotipias, resistência a mudanças
  • Aprendizagem: Boa memória visual, dificuldade com abstrações

Necessidades identificadas:

  • Desenvolvimento da comunicação funcional
  • Habilidades sociais
  • Estratégias para lidar com mudanças
  • Apoio visual para aprendizagem

5.6 Aspectos Éticos da Avaliação

⚖️ Princípios Éticos

  • Consentimento informado: Família deve compreender o processo
  • Confidencialidade: Proteção das informações
  • Não discriminação: Instrumentos culturalmente apropriados
  • Beneficência: Avaliação deve beneficiar o estudante
  • Competência profissional: Qualificação adequada

5.7 Relatório de Avaliação

📄 Componentes do Relatório

  • Dados de identificação: Informações pessoais
  • Motivo da avaliação: Queixas e objetivos
  • Histórico: Desenvolvimento, saúde, educação
  • Procedimentos utilizados: Testes, observações
  • Resultados: Achados por área
  • Conclusões: Síntese diagnóstica
  • Recomendações: Intervenções sugeridas

6. Exercícios de Fixação

💪 Teste seus Conhecimentos

Questão 1 – Conceito de Deficiência

Segundo a Convenção sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência, a deficiência resulta da interação entre:

a) Impedimentos e limitações pessoais
b) Impedimentos e barreiras sociais
c) Doenças e incapacidades
d) Fatores genéticos e ambientais

Resposta: b) Impedimentos e barreiras sociais
Questão 2 – Deficiência Intelectual

Os critérios diagnósticos da deficiência intelectual incluem:

a) Apenas QI abaixo de 70
b) QI baixo e déficits adaptativos antes dos 18 anos
c) Apenas problemas de comportamento
d) Dificuldades acadêmicas exclusivamente

Resposta: b) QI baixo e déficits adaptativos antes dos 18 anos
Questão 3 – Paralisia Cerebral

A paralisia cerebral espástica caracteriza-se por:

a) Movimentos involuntários
b) Aumento do tônus muscular
c) Falta de coordenação
d) Fraqueza muscular

Resposta: b) Aumento do tônus muscular
Questão 4 – Deficiência Visual

Considera-se baixa visão quando a acuidade visual está entre:

a) 0,05 e 0,3
b) 0,1 e 0,5
c) 0,3 e 0,7
d) 0,05 e 0,1

Resposta: a) 0,05 e 0,3
Questão 5 – Altas Habilidades

No modelo dos três anéis de Renzulli, a superdotação resulta da interação entre:

a) Inteligência, criatividade e motivação
b) Habilidade, criatividade e envolvimento
c) Talento, interesse e persistência
d) Capacidade, originalidade e dedicação

Resposta: b) Habilidade, criatividade e envolvimento
Questão 6 – TEA

O DSM-5 estabelece quantos níveis de apoio para o TEA?

a) 2 níveis
b) 3 níveis
c) 4 níveis
d) 5 níveis

Resposta: b) 3 níveis
Questão 7 – Etiologia

A síndrome de Down é causada por:

a) Infecção viral
b) Trissomia do cromossomo 21
c) Deficiência nutricional
d) Trauma no parto

Resposta: b) Trissomia do cromossomo 21
Questão 8 – Prevenção

A prevenção primária das deficiências visa:

a) Tratar a deficiência já instalada
b) Evitar a ocorrência da deficiência
c) Reabilitar a pessoa com deficiência
d) Detectar precocemente a deficiência

Resposta: b) Evitar a ocorrência da deficiência
Questão 9 – Dupla Excepcionalidade

Dupla excepcionalidade refere-se a:

a) Duas deficiências simultâneas
b) Altas habilidades em duas áreas
c) Altas habilidades e deficiência/transtorno
d) Deficiência física e intelectual

Resposta: c) Altas habilidades e deficiência/transtorno
Questão 10 – Avaliação

A avaliação multidisciplinar é importante porque:

a) É exigida por lei
b) Oferece visão abrangente das necessidades
c) É mais rápida
d) Custa menos

Resposta: b) Oferece visão abrangente das necessidades

7. Glossário e Bibliografia

📖 Glossário de Termos Técnicos

Anóxia

Ausência total de oxigênio nos tecidos, especialmente no cérebro, podendo causar lesões neurológicas graves.

Comportamento Adaptativo

Conjunto de habilidades conceituais, sociais e práticas aprendidas para o funcionamento na vida diária.

Ecolalia

Repetição automática de palavras ou frases ouvidas, comum em pessoas com TEA.

Estereotipia

Movimentos repetitivos e aparentemente sem propósito, como balançar o corpo ou bater palmas.

Hipóxia

Diminuição do suprimento de oxigênio aos tecidos, menos grave que a anóxia.

Prosódia

Aspectos suprassegmentais da fala, incluindo ritmo, entonação, acentuação e pausas.

Teoria da Mente

Capacidade de compreender que outras pessoas têm crenças, desejos e intenções diferentes das próprias.

Transtorno do Espectro Autista (TEA)

Condição neurodesenvolvimental caracterizada por déficits na comunicação social e comportamentos repetitivos.

📋 Bibliografia

📜 Documentos Oficiais

  • BRASIL. Decreto nº 6.949, de 25 de agosto de 2009. Promulga a Convenção Internacional sobre os Direitos das Pessoas com Deficiência e seu Protocolo Facultativo. Brasília: Diário Oficial da União, 2009.
  • AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM-5. 5ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
  • ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE. Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde – CIF. São Paulo: EDUSP, 2003.
  • BRASIL. Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva. Brasília: MEC/SECADI, 2008.

📚 Bibliografia Especializada

  • AMERICAN ASSOCIATION ON INTELLECTUAL AND DEVELOPMENTAL DISABILITIES. Intellectual Disability: Definition, Classification, and Systems of Supports. 11th ed. Washington: AAIDD, 2010.
  • RENZULLI, Joseph S. The Three-Ring Conception of Giftedness: A Developmental Model for Creative Productivity. In: STERNBERG, Robert J.; DAVIDSON, Janet E. (Eds.). Conceptions of Giftedness. Cambridge: Cambridge University Press, 2005.
  • KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 28, supl. I, p. S3-S11, 2006.
  • SCHWARTZMAN, José Salomão. Síndrome de Down. São Paulo: Memnon, 2003.
  • GADIA, Carlos A.; TUCHMAN, Roberto; ROTTA, Newra T. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. Jornal de Pediatria, v. 80, n. 2, p. S83-S94, 2004.
  • PÉREZ, Susana Graciela Pérez Barrera. Gasparzinho vai à escola: um estudo das características do aluno com altas habilidades produtivo-criativo. Dissertação (Mestrado) – PUCRS, Porto Alegre, 2004.
  • BATISTA, Cristina Abranches Mota. Educação inclusiva: atendimento educacional especializado para a deficiência mental. Brasília: MEC/SEESP, 2006.
  • SÁ, Elizabet Dias de; CAMPOS, Izilda Maria de; SILVA, Myriam Beatriz Campolina. Atendimento educacional especializado: deficiência visual. Brasília: MEC/SEESP, 2007.


Apostila 5 – Avaliação, Currículo e Desenho Universal

APOSTILA 5

Avaliação, Currículo e Desenho Universal

Educação Especial – Palhoça/SC

ÍNDICE

  1. Avaliação Inclusiva e suas Modalidades
  2. Adaptações Curriculares
  3. Acessibilidade: Arquitetônica, Comunicacional e Digital
  4. Desenho Universal para Aprendizagem (DUA)
  5. Impactos Pedagógicos e Estratégias Práticas
  6. Exercícios de Fixação
  7. Glossário e Bibliografia

1. Avaliação Inclusiva e suas Modalidades

📜 Fundamentos Legais da Avaliação Inclusiva

A LDB 9.394/96 e a Resolução CNE/CEB nº 2/2001 estabelecem diretrizes para avaliação de estudantes com necessidades educacionais especiais, priorizando o desenvolvimento e a aprendizagem.

1.1 Conceito de Avaliação Inclusiva

“A avaliação inclusiva é um processo contínuo, formativo e diagnóstico que considera as especificidades de cada estudante, suas potencialidades e necessidades, promovendo o desenvolvimento integral e a participação efetiva no processo educacional.”
Mantoan, 2003

Princípios da Avaliação Inclusiva:

  • Diversidade: Reconhece diferentes formas de aprender
  • Flexibilidade: Adapta instrumentos e procedimentos
  • Funcionalidade: Foca em habilidades práticas
  • Participação: Envolve família e equipe multidisciplinar
  • Continuidade: Processo permanente de acompanhamento

1.2 Modalidades de Avaliação

📊 Avaliação Diagnóstica

Objetivo: Identificar conhecimentos prévios, habilidades e necessidades específicas do estudante.

Características:

  • Realizada no início do processo educacional
  • Identifica pontos de partida para o planejamento
  • Considera aspectos cognitivos, sociais e emocionais
  • Orienta a elaboração do Plano Educacional Individualizado (PEI)

Instrumentos:

  • Observação sistemática
  • Entrevistas com família e professores
  • Análise de produções anteriores
  • Testes informais adaptados

📈 Avaliação Formativa

Objetivo: Acompanhar o processo de aprendizagem, fornecendo feedback contínuo para ajustes pedagógicos.

Características:

  • Ocorre durante todo o processo educativo
  • Foco no progresso individual
  • Permite ajustes imediatos nas estratégias
  • Valoriza pequenos avanços

Estratégias:

  • Portfólios de aprendizagem
  • Autoavaliação adaptada
  • Registros fotográficos e audiovisuais
  • Rubricas descritivas

🎯 Avaliação Somativa

Objetivo: Verificar o alcance dos objetivos propostos ao final de um período ou etapa.

Adaptações Necessárias:

  • Tempo estendido para realização
  • Formatos alternativos (oral, visual, prático)
  • Critérios individualizados
  • Uso de tecnologia assistiva

1.3 Instrumentos de Avaliação Inclusiva

🛠️ Instrumentos Tradicionais Adaptados

Provas Escritas:

  • Fonte ampliada para baixa visão
  • Questões em Braille
  • Linguagem simplificada
  • Apoio visual com imagens

Provas Orais:

  • Para estudantes com dificuldades motoras
  • Uso de intérprete de Libras
  • Gravação das respostas
  • Ambiente tranquilo e familiar

🎨 Instrumentos Alternativos

Avaliação por Portfólio:

  • Coleta de produções ao longo do tempo
  • Evidências de progresso
  • Reflexões sobre a aprendizagem
  • Participação da família

Observação Sistemática:

  • Registros descritivos detalhados
  • Fichas de acompanhamento
  • Análise de comportamentos
  • Documentação fotográfica

1.4 Avaliação Multidimensional

🔄 Dimensões da Avaliação

Dimensão Cognitiva:

  • Processos de pensamento
  • Estratégias de resolução de problemas
  • Memória e atenção
  • Transferência de aprendizagem

Dimensão Social:

  • Habilidades de interação
  • Trabalho em equipe
  • Comunicação interpessoal
  • Resolução de conflitos

Dimensão Emocional:

  • Autoestima e autoconceito
  • Motivação para aprender
  • Regulação emocional
  • Resiliência

📝 Caso Prático: Avaliação de João (TEA)

Situação: João, 9 anos, com TEA nível 1, apresenta dificuldades na avaliação tradicional.

Adaptações Implementadas:

  • Ambiente: Sala separada, sem distrações
  • Tempo: Pausas regulares, sem limite rígido
  • Formato: Questões com apoio visual
  • Comunicação: Instruções claras e objetivas
  • Apoio: Presença de professor de apoio

Resultados: Melhora significativa no desempenho e redução da ansiedade durante as avaliações.

2. Adaptações Curriculares

📜 Base Legal das Adaptações Curriculares

Os Parâmetros Curriculares Nacionais – Adaptações Curriculares (1999) e a Resolução CNE/CEB nº 2/2001 fundamentam as adaptações como estratégia de individualização do ensino.

2.1 Conceito e Classificação

“As adaptações curriculares constituem possibilidades educacionais de atuar frente às dificuldades de aprendizagem dos alunos. Pressupõem que se realize a adaptação do currículo regular, quando necessário, para torná-lo apropriado às peculiaridades dos alunos com necessidades especiais.”
PCN – Adaptações Curriculares, 1999

📚 Tipos de Adaptações Curriculares

Quanto ao Nível:

  • Adaptações de Grande Porte: Modificações significativas no currículo
  • Adaptações de Pequeno Porte: Ajustes menores, não significativos

Quanto ao Foco:

  • Adaptações de Acesso: Eliminação de barreiras
  • Adaptações de Objetivos: Modificação de metas
  • Adaptações de Conteúdo: Seleção e organização
  • Adaptações Metodológicas: Estratégias de ensino
  • Adaptações de Avaliação: Instrumentos e critérios

2.2 Adaptações de Pequeno Porte

🔧 Adaptações de Acesso ao Currículo

Adaptações Físicas:

  • Mobiliário adaptado (mesas, cadeiras)
  • Posicionamento na sala de aula
  • Iluminação adequada
  • Redução de ruídos

Recursos Materiais:

  • Materiais em Braille
  • Textos ampliados
  • Recursos de comunicação alternativa
  • Tecnologia assistiva

Recursos Humanos:

  • Professor de apoio
  • Intérprete de Libras
  • Cuidador (quando necessário)
  • Guia-intérprete (surdocegueira)

📖 Adaptações Metodológicas

Estratégias de Ensino:

  • Ensino multissensorial
  • Aprendizagem cooperativa
  • Instrução direta
  • Modelagem e demonstração

Organização Temporal:

  • Tempo estendido para atividades
  • Pausas regulares
  • Flexibilização de horários
  • Atividades em etapas menores

Agrupamentos:

  • Trabalho individual
  • Pequenos grupos
  • Tutoria entre pares
  • Grupos heterogêneos

2.3 Adaptações de Grande Porte

⚠️ Adaptações Significativas

Características: Modificações substanciais no currículo que podem incluir eliminação de objetivos, conteúdos e até mesmo disciplinas.

Quando Aplicar:

  • Deficiência intelectual severa
  • Deficiências múltiplas
  • Transtornos globais do desenvolvimento graves
  • Quando adaptações menores são insuficientes

Cuidados Necessários:

  • Decisão da equipe multidisciplinar
  • Participação da família
  • Documentação detalhada
  • Revisão periódica

📋 Tipos de Adaptações Significativas

Adaptações de Objetivos:

  • Eliminação de objetivos básicos
  • Introdução de objetivos específicos
  • Modificação de objetivos gerais
  • Priorização de objetivos funcionais

Adaptações de Conteúdos:

  • Eliminação de conteúdos secundários
  • Introdução de conteúdos específicos
  • Modificação de conteúdos básicos
  • Sequenciação diferenciada

Adaptações Temporais:

  • Modificação da temporalidade
  • Prolongamento de períodos
  • Eliminação de pré-requisitos
  • Flexibilização de etapas

2.4 Currículo Funcional

Conceito: O currículo funcional prioriza habilidades práticas e funcionais que promovem a autonomia e a participação social do estudante.

🏠 Áreas do Currículo Funcional

Habilidades de Vida Diária:

  • Higiene pessoal
  • Alimentação
  • Vestuário
  • Organização pessoal

Habilidades Domésticas:

  • Limpeza e organização
  • Preparo de alimentos
  • Cuidados com roupas
  • Manutenção básica

Habilidades Comunitárias:

  • Uso de transporte público
  • Compras e transações
  • Serviços públicos
  • Lazer e recreação

Habilidades Vocacionais:

  • Competências profissionais básicas
  • Relacionamento no trabalho
  • Responsabilidade e pontualidade
  • Segurança no trabalho

📝 Caso Prático: Currículo Funcional para Ana

Estudante: Ana, 16 anos, deficiência intelectual moderada

Objetivos Priorizados:

  • Comunicação: Expressar necessidades básicas
  • Autonomia: Cuidados pessoais independentes
  • Social: Interagir adequadamente com colegas
  • Vocacional: Desenvolver habilidades para o trabalho

Estratégias:

  • Ensino em situações reais
  • Prática repetida e sistemática
  • Apoio visual e concreto
  • Parceria com a família

2.5 Plano Educacional Individualizado (PEI)

📄 Componentes do PEI

Informações Básicas:

  • Dados pessoais do estudante
  • Histórico educacional
  • Diagnóstico e características
  • Necessidades identificadas

Objetivos e Metas:

  • Objetivos de longo prazo
  • Metas de curto prazo
  • Critérios de avaliação
  • Prazos estabelecidos

Serviços e Apoios:

  • Atendimento educacional especializado
  • Recursos de tecnologia assistiva
  • Apoios humanos necessários
  • Adaptações ambientais

3. Acessibilidade: Arquitetônica, Comunicacional e Digital

📜 Marco Legal da Acessibilidade

A Lei Brasileira de Inclusão (Lei 13.146/2015) e a NBR 9050/2020 estabelecem diretrizes para garantir acessibilidade plena em todos os ambientes e serviços.

3.1 Conceito de Acessibilidade

“Acessibilidade é a possibilidade e condição de alcance para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos urbanos, edificações, transportes, informação e comunicação, inclusive seus sistemas e tecnologias, bem como de outros serviços e instalações abertos ao público, de uso público ou privados de uso coletivo, tanto na zona urbana como na rural, por pessoa com deficiência ou com mobilidade reduzida.”
Lei 13.146/2015, Art. 3º, Inciso I

Dimensões da Acessibilidade:

  • Arquitetônica: Eliminação de barreiras físicas
  • Comunicacional: Acesso à informação e comunicação
  • Digital: Tecnologias acessíveis
  • Atitudinal: Mudança de comportamentos
  • Metodológica: Práticas pedagógicas inclusivas
  • Programática: Políticas públicas inclusivas

3.2 Acessibilidade Arquitetônica

🏢 Elementos de Acessibilidade Arquitetônica

Circulação Externa:

  • Rampas: Inclinação máxima de 8,33% (1:12)
  • Calçadas: Largura mínima de 1,20m
  • Estacionamento: 2% das vagas para PcD
  • Sinalização: Visual, tátil e sonora

Circulação Interna:

  • Corredores: Largura mínima de 1,20m
  • Portas: Vão livre mínimo de 0,80m
  • Elevadores: Dimensões adequadas
  • Escadas: Corrimãos duplos

Sanitários:

  • Dimensões: Área de manobra para cadeira de rodas
  • Barras de apoio: Posicionamento adequado
  • Altura: Equipamentos acessíveis
  • Sinalização: Símbolo internacional de acesso

🎯 Acessibilidade na Escola

Salas de Aula:

  • Espaço para circulação de cadeira de rodas
  • Carteiras adaptadas
  • Quadro em altura acessível
  • Iluminação adequada

Biblioteca:

  • Estantes com altura acessível
  • Mesas adaptadas
  • Acervo em formatos acessíveis
  • Tecnologia assistiva

Laboratórios:

  • Bancadas reguláveis
  • Equipamentos adaptados
  • Rotas de fuga acessíveis
  • Sinalização de segurança

3.3 Acessibilidade Comunicacional

🗣️ Formas de Comunicação Acessível

Para Pessoas Surdas:

  • Libras: Língua Brasileira de Sinais
  • Legendas: Em vídeos e apresentações
  • Intérprete: Em eventos e aulas
  • Escrita: Textos claros e objetivos

Para Pessoas Cegas:

  • Braille: Sistema de leitura tátil
  • Áudio: Descrição e narração
  • Tecnologia: Leitores de tela
  • Tátil: Mapas e gráficos em relevo

Para Pessoas com Deficiência Intelectual:

  • Linguagem simples: Vocabulário acessível
  • Pictogramas: Símbolos visuais
  • Leitura fácil: Textos adaptados
  • Multimídia: Recursos visuais e sonoros

📝 Implementação de Comunicação Acessível

Situação: Escola com estudantes surdos, cegos e com deficiência intelectual

Estratégias Implementadas:

  • Sinalização: Visual, tátil e em Braille
  • Comunicados: Múltiplos formatos
  • Eventos: Intérprete e audiodescrição
  • Material didático: Formatos diversos
  • Site da escola: Padrões de acessibilidade

3.4 Acessibilidade Digital

💻 Princípios da Acessibilidade Digital

WCAG 2.1 – Diretrizes de Acessibilidade:

  • Perceptível: Informação apresentada de forma perceptível
  • Operável: Interface operável por todos
  • Compreensível: Informação e operação compreensíveis
  • Robusto: Conteúdo interpretável por tecnologias assistivas

🌐 Recursos de Acessibilidade Digital

Para Deficiência Visual:

  • Leitores de tela: NVDA, JAWS, VoiceOver
  • Ampliadores: ZoomText, Lupa do Windows
  • Alto contraste: Temas escuros
  • Texto alternativo: Descrição de imagens

Para Deficiência Auditiva:

  • Legendas: Automáticas e manuais
  • Transcrições: Texto de áudios
  • Sinais visuais: Alertas luminosos
  • Vídeos em Libras: Interpretação

Para Deficiência Motora:

  • Navegação por teclado: Sem mouse
  • Comandos de voz: Controle vocal
  • Acionadores: Switches adaptados
  • Teclados virtuais: Na tela

3.5 Tecnologias Assistivas para Acessibilidade

🔧 Categorias de Tecnologia Assistiva

Comunicação Aumentativa e Alternativa:

  • Pranchas de comunicação
  • Aplicativos de CAA
  • Dispositivos de voz
  • Símbolos gráficos

Recursos de Acessibilidade ao Computador:

  • Teclados adaptados
  • Mouse especiais
  • Softwares de reconhecimento de voz
  • Interfaces cérebro-computador

Recursos para Mobilidade:

  • Cadeiras de rodas motorizadas
  • Andadores
  • Órteses e próteses
  • Sistemas de posicionamento

4. Desenho Universal para Aprendizagem (DUA)

📜 Fundamentos do DUA

O Desenho Universal para Aprendizagem baseia-se na neurociência e na diversidade humana, propondo currículos flexíveis que atendem a todos os estudantes desde o planejamento inicial.

4.1 Conceito e Origem

“O Desenho Universal para a Aprendizagem é uma abordagem curricular que procura reduzir as barreiras à aprendizagem, bem como otimizar os níveis de desafio e apoio, para atender às necessidades de todos os estudantes desde o primeiro momento.”
CAST – Center for Applied Special Technology

Evolução Conceitual:

  • Desenho Universal: Arquitetura acessível (anos 1970)
  • DUA: Aplicação na educação (anos 1990)
  • Neurociência: Base científica (anos 2000)
  • Implementação: Políticas educacionais (anos 2010)

4.2 Fundamentos Neurocientíficos

🧠 Redes Neurais da Aprendizagem

Redes de Reconhecimento (O QUÊ):

  • Função: Percepção e compreensão da informação
  • Localização: Região posterior do cérebro
  • Variabilidade: Diferentes formas de processar informação
  • Implicação: Múltiplas formas de representação

Redes Estratégicas (COMO):

  • Função: Planejamento e execução de ações
  • Localização: Região frontal do cérebro
  • Variabilidade: Diferentes estratégias de ação
  • Implicação: Múltiplas formas de ação e expressão

Redes Afetivas (POR QUÊ):

  • Função: Motivação e engajamento
  • Localização: Sistema límbico
  • Variabilidade: Diferentes fontes de motivação
  • Implicação: Múltiplas formas de engajamento

4.3 Os Três Princípios do DUA

🎯 Princípio I: Múltiplas Formas de Representação

Objetivo: Fornecer múltiplas formas de apresentar a informação e o conteúdo.

Diretrizes:

  • 1.1: Opções para percepção
  • 1.2: Opções para linguagem e símbolos
  • 1.3: Opções para compreensão

Estratégias Práticas:

  • Textos em diferentes formatos (visual, auditivo, tátil)
  • Uso de imagens, gráficos e vídeos
  • Vocabulário e símbolos clarificados
  • Múltiplas línguas e modalidades
  • Organizadores gráficos
  • Conexões com conhecimentos prévios

🎯 Princípio II: Múltiplas Formas de Ação e Expressão

Objetivo: Fornecer múltiplas formas para os estudantes demonstrarem o que sabem.

Diretrizes:

  • 2.1: Opções para ação física
  • 2.2: Opções para expressão e comunicação
  • 2.3: Opções para funções executivas

Estratégias Práticas:

  • Diferentes métodos de resposta (oral, escrita, digital)
  • Ferramentas de composição variadas
  • Tecnologia assistiva
  • Múltiplas mídias para comunicação
  • Apoio ao planejamento e estratégia
  • Modelos e exemplos

🎯 Princípio III: Múltiplas Formas de Engajamento

Objetivo: Fornecer múltiplas formas de motivar e engajar os estudantes.

Diretrizes:

  • 3.1: Opções para despertar interesse
  • 3.2: Opções para sustentar esforço e persistência
  • 3.3: Opções para autorregulação

Estratégias Práticas:

  • Escolhas e autonomia do estudante
  • Relevância e autenticidade
  • Minimização de ameaças e distrações
  • Colaboração e comunidade
  • Feedback informativo
  • Desenvolvimento de autoavaliação

4.4 Implementação do DUA na Prática

📚 Planejamento de Aula com DUA

Tema: Sistema Solar (5º ano)

Múltiplas Representações:

  • Vídeo documentário sobre planetas
  • Maquete tátil do sistema solar
  • Texto em diferentes níveis de leitura
  • Imagens e infográficos
  • Música sobre os planetas

Múltiplas Ações/Expressões:

  • Apresentação oral
  • Criação de maquete
  • Desenho científico
  • Produção de vídeo
  • Relatório escrito

Múltiplos Engajamentos:

  • Conexão com exploração espacial atual
  • Trabalho em grupos colaborativos
  • Escolha do planeta para aprofundar
  • Gamificação com quiz interativo
  • Reflexão sobre vida extraterrestre

📝 Caso Prático: Implementação do DUA

Escola: EMEF inclusiva com 30 estudantes diversos

Desafios Identificados:

  • Estudantes com diferentes estilos de aprendizagem
  • Presença de estudantes com deficiência
  • Variação nos níveis de motivação
  • Diferentes backgrounds culturais

Estratégias DUA Implementadas:

  • Representação: Materiais multissensoriais
  • Ação/Expressão: Portfólios digitais
  • Engajamento: Projetos baseados em interesses

Resultados:

  • Aumento de 40% na participação
  • Melhoria no desempenho acadêmico
  • Redução de comportamentos disruptivos
  • Maior satisfação docente

4.5 DUA e Tecnologia

💻 Ferramentas Digitais para DUA

Representação:

  • Leitores de texto: Natural Reader, Balabolka
  • Tradutores: Google Translate, DeepL
  • Organizadores gráficos: Lucidchart, Canva
  • Simuladores: PhET, Labster

Ação/Expressão:

  • Editores de texto: Google Docs, Word
  • Criação de vídeo: Flipgrid, Loom
  • Apresentações: Prezi, Genially
  • Gravação de áudio: Audacity, Anchor

Engajamento:

  • Gamificação: Kahoot, Quizizz
  • Colaboração: Padlet, Jamboard
  • Realidade virtual: Google Expeditions
  • Redes sociais educativas: Edmodo, Seesaw

5. Impactos Pedagógicos e Estratégias Práticas

📜 Transformação da Prática Pedagógica

A implementação de práticas inclusivas, adaptações curriculares e DUA promove mudanças significativas na cultura escolar e nos resultados educacionais.

5.1 Impactos na Aprendizagem

Benefícios para Todos os Estudantes:

  • Personalização: Atendimento às necessidades individuais
  • Flexibilidade: Múltiplas formas de aprender
  • Autonomia: Desenvolvimento da autorregulação
  • Colaboração: Aprendizagem cooperativa
  • Motivação: Maior engajamento

📊 Evidências de Impacto Positivo

Estudantes com Deficiência:

  • Melhoria no desempenho acadêmico
  • Aumento da participação social
  • Desenvolvimento de habilidades funcionais
  • Maior autoestima e autoconfiança

Estudantes sem Deficiência:

  • Desenvolvimento de empatia e tolerância
  • Melhoria nas habilidades sociais
  • Benefício das estratégias diversificadas
  • Preparação para diversidade social

Professores:

  • Ampliação do repertório pedagógico
  • Maior satisfação profissional
  • Desenvolvimento de competências inclusivas
  • Trabalho colaborativo

5.2 Mudanças na Cultura Escolar

🏫 Transformações Organizacionais

Gestão Escolar:

  • Liderança inclusiva
  • Políticas internas de inclusão
  • Investimento em formação
  • Parcerias com famílias e comunidade

Práticas Pedagógicas:

  • Planejamento colaborativo
  • Ensino diferenciado
  • Avaliação formativa
  • Uso de tecnologia assistiva

Ambiente Escolar:

  • Espaços acessíveis
  • Clima de aceitação
  • Valorização da diversidade
  • Prevenção do bullying

5.3 Estratégias de Implementação

📝 Plano de Implementação Gradual

Fase 1 – Sensibilização (1º trimestre):

  • Formação inicial da equipe
  • Diagnóstico da realidade escolar
  • Identificação de necessidades
  • Estabelecimento de metas

Fase 2 – Planejamento (2º trimestre):

  • Elaboração de adaptações curriculares
  • Aquisição de recursos
  • Formação específica
  • Parcerias estratégicas

Fase 3 – Implementação (3º trimestre):

  • Aplicação das estratégias
  • Monitoramento contínuo
  • Ajustes necessários
  • Documentação de práticas

Fase 4 – Avaliação (4º trimestre):

  • Análise de resultados
  • Feedback de stakeholders
  • Planejamento para continuidade
  • Disseminação de boas práticas

5.4 Desafios e Soluções

⚠️ Principais Desafios

Resistência à Mudança:

  • Problema: Professores resistentes a novas práticas
  • Solução: Formação gradual e apoio contínuo

Falta de Recursos:

  • Problema: Limitações orçamentárias
  • Solução: Parcerias e uso criativo de recursos

Sobrecarga de Trabalho:

  • Problema: Aumento da demanda sobre professores
  • Solução: Trabalho colaborativo e apoio institucional

Falta de Formação:

  • Problema: Conhecimento insuficiente sobre inclusão
  • Solução: Programas de formação continuada

5.5 Indicadores de Sucesso

📈 Métricas de Avaliação

Indicadores Quantitativos:

  • Taxa de permanência de estudantes com deficiência
  • Melhoria no desempenho acadêmico
  • Redução de encaminhamentos disciplinares
  • Aumento na participação em atividades

Indicadores Qualitativos:

  • Satisfação de estudantes e famílias
  • Clima escolar positivo
  • Desenvolvimento de habilidades sociais
  • Mudanças atitudinais

Indicadores de Processo:

  • Número de adaptações implementadas
  • Uso de tecnologia assistiva
  • Participação em formações
  • Colaboração entre profissionais

📝 Estudo de Caso: Escola Transformada

Contexto: EMEF com 500 estudantes, 15% com deficiência

Situação Inicial:

  • Alto índice de evasão de estudantes com deficiência
  • Baixo desempenho acadêmico geral
  • Resistência docente à inclusão
  • Falta de recursos adaptativos

Intervenções Realizadas:

  • Formação intensiva em DUA
  • Implementação de adaptações curriculares
  • Aquisição de tecnologia assistiva
  • Parceria com universidade local

Resultados Após 2 Anos:

  • Redução de 80% na evasão
  • Melhoria de 35% no IDEB
  • 100% dos professores capacitados
  • Reconhecimento como escola referência

6. Exercícios de Fixação

💪 Teste seus Conhecimentos

Questão 1 – Avaliação Inclusiva

A avaliação inclusiva caracteriza-se por ser:

a) Padronizada e uniforme para todos
b) Flexível e adaptada às necessidades individuais
c) Focada apenas no resultado final
d) Realizada exclusivamente por especialistas

Resposta: b) Flexível e adaptada às necessidades individuais
Questão 2 – Adaptações Curriculares

As adaptações de grande porte caracterizam-se por:

a) Pequenos ajustes metodológicos
b) Modificações significativas no currículo
c) Mudanças apenas na avaliação
d) Alterações temporárias

Resposta: b) Modificações significativas no currículo
Questão 3 – Currículo Funcional

O currículo funcional prioriza:

a) Conteúdos acadêmicos tradicionais
b) Habilidades práticas para autonomia
c) Preparação para vestibular
d) Conhecimentos teóricos avançados

Resposta: b) Habilidades práticas para autonomia
Questão 4 – Acessibilidade

Segundo a NBR 9050, a inclinação máxima para rampas é:

a) 5%
b) 8,33%
c) 10%
d) 12%

Resposta: b) 8,33%
Questão 5 – DUA

Quantos princípios fundamentam o Desenho Universal para Aprendizagem?

a) 2 princípios
b) 3 princípios
c) 4 princípios
d) 5 princípios

Resposta: b) 3 princípios
Questão 6 – Redes Neurais

As redes de reconhecimento no DUA respondem à pergunta:

a) Como aprender?
b) Por que aprender?
c) O que aprender?
d) Quando aprender?

Resposta: c) O que aprender?
Questão 7 – Acessibilidade Digital

As diretrizes WCAG 2.1 estabelecem quantos princípios?

a) 3 princípios
b) 4 princípios
c) 5 princípios
d) 6 princípios

Resposta: b) 4 princípios
Questão 8 – PEI

O Plano Educacional Individualizado deve conter:

a) Apenas objetivos acadêmicos
b) Somente adaptações físicas
c) Objetivos, metas e serviços necessários
d) Exclusivamente avaliações médicas

Resposta: c) Objetivos, metas e serviços necessários
Questão 9 – Múltiplas Representações

O princípio de múltiplas formas de representação no DUA visa:

a) Padronizar o ensino
b) Apresentar informação de diversas formas
c) Simplificar o conteúdo
d) Acelerar a aprendizagem

Resposta: b) Apresentar informação de diversas formas
Questão 10 – Impactos Pedagógicos

A implementação de práticas inclusivas beneficia:

a) Apenas estudantes com deficiência
b) Somente professores especializados
c) Todos os estudantes e profissionais
d) Exclusivamente a gestão escolar

Resposta: c) Todos os estudantes e profissionais

7. Glossário e Bibliografia

📖 Glossário de Termos Técnicos

Adaptação Curricular

Modificações realizadas no currículo regular para atender às necessidades educacionais especiais dos estudantes.

Acessibilidade

Condição para utilização, com segurança e autonomia, de espaços, mobiliários, equipamentos, informações e comunicações.

Avaliação Formativa

Processo contínuo de avaliação que fornece feedback para ajustes no ensino e aprendizagem.

Currículo Funcional

Abordagem curricular que prioriza habilidades práticas e funcionais para a vida diária e autonomia.

Desenho Universal para Aprendizagem (DUA)

Abordagem curricular baseada na neurociência que propõe múltiplas formas de representação, ação e engajamento.

Plano Educacional Individualizado (PEI)

Documento que estabelece objetivos, metas e serviços educacionais específicos para cada estudante com necessidades especiais.

Redes Neurais da Aprendizagem

Sistemas neurais especializados: reconhecimento (o quê), estratégicas (como) e afetivas (por quê).

Tecnologia Assistiva

Recursos, produtos, estratégias, práticas, processos, métodos e serviços que promovem funcionalidade e autonomia.

WCAG

Web Content Accessibility Guidelines – Diretrizes de Acessibilidade para Conteúdo Web.

📋 Bibliografia

📜 Documentos Oficiais

  • BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília: Diário Oficial da União, 1996.
  • BRASIL. Lei nº 13.146, de 6 de julho de 2015. Institui a Lei Brasileira de Inclusão da Pessoa com Deficiência (Estatuto da Pessoa com Deficiência). Brasília: Diário Oficial da União, 2015.
  • BRASIL. Ministério da Educação. Parâmetros Curriculares Nacionais: Adaptações Curriculares – Estratégias para a educação de alunos com necessidades educacionais especiais. Brasília: MEC/SEF/SEESP, 1999.
  • BRASIL. Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CEB nº 2, de 11 de setembro de 2001. Institui Diretrizes Nacionais para a Educação Especial na Educação Básica. Brasília: CNE, 2001.
  • ABNT. NBR 9050: Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos. Rio de Janeiro: ABNT, 2020.

📚 Bibliografia Especializada

  • CAST. Universal Design for Learning Guidelines version 2.2. Wakefield, MA: Author, 2018. Disponível em: http://udlguidelines.cast.org
  • MANTOAN, Maria Teresa Eglér. Inclusão escolar: o que é? por quê? como fazer? São Paulo: Moderna, 2003.
  • MEYER, Anne; ROSE, David H.; GORDON, David. Universal Design for Learning: Theory and Practice. Wakefield, MA: CAST Professional Publishing, 2014.
  • OLIVEIRA, Anna Augusta Sampaio de. Adequações curriculares na área da deficiência intelectual: algumas reflexões. In: OLIVEIRA, Anna Augusta Sampaio de; OMOTE, Sadao; GIROTO, Claudia Regina Mosca (Orgs.). Inclusão escolar: as contribuições da Educação Especial. São Paulo: Cultura Acadêmica, 2008.
  • SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: acessibilidade no lazer, trabalho e educação. Revista Nacional de Reabilitação (Reação), São Paulo, Ano XII, mar./abr. 2009, p. 10-16.
  • ZERBATO, Ana Paula; MENDES, Enicéia Gonçalves. Desenho universal para a aprendizagem como estratégia de inclusão escolar. Educação Unisinos, v. 22, n. 2, p. 147-155, 2018.
  • PLETSCH, Márcia Denise. A formação de professores para a educação inclusiva: legislação, diretrizes políticas e resultados de pesquisas. Educar em Revista, Curitiba, n. 33, p. 143-156, 2009.
  • GLAT, Rosana; PLETSCH, Márcia Denise; FONTES, Rejane de Souza. Educação inclusiva & educação especial: propostas que se complementam no contexto da escola aberta à diversidade. Educação, Santa Maria, v. 32, n. 2, p. 343-356, 2007.


Apostila 6 – Deficiência Auditiva, Surdez, Libras e TEA

APOSTILA 6

Deficiência Auditiva, Surdez, Libras e TEA

Educação Especial – Palhoça/SC

ÍNDICE

  1. Deficiência Auditiva e Surdez: Conceituação e Classificação
  2. Etiologia, Prevenção e Recursos Tecnológicos
  3. Língua Brasileira de Sinais (Libras)
  4. Altas Habilidades/Superdotação
  5. Transtorno do Espectro Autista (TEA) Completo
  6. Exercícios de Fixação
  7. Glossário e Bibliografia

1. Deficiência Auditiva e Surdez: Conceituação e Classificação

📜 Definição Legal

O Decreto 5.296/2004 define deficiência auditiva como “perda bilateral, parcial ou total, de quarenta e um decibéis (dB) ou mais, aferida por audiograma nas frequências de 500Hz, 1.000Hz, 2.000Hz e 3.000Hz”.

1.1 Conceituação e Terminologia

“A surdez é uma experiência visual, não uma deficiência auditiva. Os surdos constituem uma comunidade linguística minoritária que compartilha uma língua comum – a língua de sinais – e uma cultura própria.”
Strobel, 2008

🔊 Diferenciação Terminológica

Deficiência Auditiva:

  • Termo médico-clínico
  • Foco na perda auditiva
  • Perspectiva patológica
  • Ênfase na reabilitação

Surdez:

  • Termo socioantropológico
  • Foco na diferença linguística
  • Perspectiva cultural
  • Ênfase na identidade surda

Pessoa Surda vs. Pessoa com Deficiência Auditiva:

  • Surda: Identifica-se com a cultura surda, usa Libras
  • Com deficiência auditiva: Não se identifica com a cultura surda, pode usar aparelho auditivo

1.2 Anatomia e Fisiologia da Audição

👂 Estrutura do Sistema Auditivo

Orelha Externa:

  • Pavilhão auditivo: Capta e direciona o som
  • Conduto auditivo externo: Conduz ondas sonoras
  • Membrana timpânica: Vibra com as ondas sonoras

Orelha Média:

  • Martelo, bigorna e estribo: Amplificam vibrações
  • Tuba auditiva: Equaliza pressão
  • Músculos estapédio e tensor do tímpano: Proteção

Orelha Interna:

  • Cóclea: Converte vibrações em impulsos elétricos
  • Células ciliadas: Receptores sensoriais
  • Nervo auditivo: Transmite sinais ao cérebro
  • Sistema vestibular: Equilíbrio

1.3 Classificação por Grau de Perda

📊 Graus de Perda Auditiva (OMS)

Audição Normal:

  • Limiar: 0 a 25 dB
  • Características: Sem dificuldades auditivas
  • Comunicação: Normal em todas as situações

Perda Leve:

  • Limiar: 26 a 40 dB
  • Características: Dificuldade em ambientes ruidosos
  • Comunicação: Pode necessitar repetição

Perda Moderada:

  • Limiar: 41 a 70 dB
  • Características: Dificuldade na fala conversacional
  • Comunicação: Necessita aparelho auditivo

Perda Severa:

  • Limiar: 71 a 90 dB
  • Características: Ouve apenas fala intensa
  • Comunicação: Aparelho auditivo potente necessário

Perda Profunda:

  • Limiar: Acima de 90 dB
  • Características: Não ouve fala conversacional
  • Comunicação: Língua de sinais, leitura labial

1.4 Classificação por Localização

🎯 Tipos de Perda Auditiva

Perda Condutiva:

  • Local: Orelha externa ou média
  • Causas: Cerume, otite, malformações
  • Características: Redução do volume
  • Tratamento: Médico/cirúrgico, aparelho auditivo

Perda Sensorioneural:

  • Local: Orelha interna ou nervo auditivo
  • Causas: Genética, ruído, medicamentos
  • Características: Distorção do som
  • Tratamento: Aparelho auditivo, implante coclear

Perda Mista:

  • Local: Componentes condutivo e sensorioneural
  • Causas: Múltiplas
  • Características: Combinação dos sintomas
  • Tratamento: Abordagem combinada

Perda Neural/Central:

  • Local: Vias auditivas centrais
  • Causas: Lesões neurológicas
  • Características: Processamento alterado
  • Tratamento: Reabilitação específica

1.5 Classificação por Época de Aquisição

⏰ Momento da Perda Auditiva

Perda Pré-lingual:

  • Período: Antes da aquisição da linguagem (0-2 anos)
  • Impacto: Maior dificuldade no desenvolvimento da fala
  • Estratégias: Língua de sinais, estimulação precoce
  • Prognóstico: Depende da intervenção precoce

Perda Pós-lingual:

  • Período: Após aquisição da linguagem (após 2-3 anos)
  • Impacto: Memória auditiva preservada
  • Estratégias: Aparelho auditivo, leitura labial
  • Prognóstico: Melhor adaptação aos recursos

Perda Perilingual:

  • Período: Durante aquisição da linguagem (2-3 anos)
  • Impacto: Desenvolvimento linguístico interrompido
  • Estratégias: Abordagem mista
  • Prognóstico: Variável conforme intervenção

📝 Caso Prático: Identificação Precoce

Situação: Maria, 18 meses, não responde a sons e não desenvolveu fala.

Sinais de Alerta:

  • Não se assusta com ruídos altos
  • Não localiza fonte sonora
  • Não responde ao nome
  • Atraso no desenvolvimento da fala
  • Comportamento visual aumentado

Avaliação Realizada:

  • Audiometria comportamental: Perda severa bilateral
  • Imitanciometria: Orelha média normal
  • Emissões otoacústicas: Ausentes
  • BERA: Confirma perda sensorioneural

Intervenção:

  • Adaptação de aparelho auditivo
  • Terapia fonoaudiológica
  • Estimulação precoce
  • Orientação familiar
  • Avaliação para implante coclear

2. Etiologia, Prevenção e Recursos Tecnológicos

📜 Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva

A Portaria GM/MS nº 2.073/2004 estabelece a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva, garantindo ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação.

2.1 Etiologia da Deficiência Auditiva

🧬 Causas Genéticas (50-60% dos casos)

Síndromes Associadas:

  • Síndrome de Usher: Surdez + retinose pigmentar
  • Síndrome de Pendred: Surdez + bócio
  • Síndrome de Waardenburg: Surdez + alterações pigmentares
  • Síndrome de Alport: Surdez + nefrite

Surdez Não-sindrômica:

  • Autossômica recessiva: 80% dos casos genéticos
  • Autossômica dominante: 15% dos casos
  • Ligada ao X: 2-3% dos casos
  • Mitocondrial: 1% dos casos

Gene GJB2 (Conexina 26):

  • Responsável por 50% das surdez genéticas
  • Herança autossômica recessiva
  • Perda sensorioneural congênita
  • Importante para aconselhamento genético

🤱 Causas Pré-natais

Infecções Maternas (TORCH):

  • Toxoplasmose: Risco de 10-15%
  • Rubéola: Alto risco no 1º trimestre
  • Citomegalovírus: Principal causa infecciosa
  • Herpes simples: Transmissão vertical
  • Sífilis: Surdez progressiva

Outros Fatores:

  • Medicamentos ototóxicos: Aminoglicosídeos
  • Álcool e drogas: Síndrome alcoólica fetal
  • Diabetes materno: Risco aumentado
  • Hipóxia fetal: Lesão coclear

👶 Causas Perinatais

Fatores de Risco:

  • Prematuridade: < 32 semanas
  • Baixo peso: < 1.500g
  • Hipóxia neonatal: Asfixia perinatal
  • Hiperbilirrubinemia: Kernicterus
  • Ventilação mecânica: > 5 dias
  • Medicamentos ototóxicos: UTI neonatal

Infecções Neonatais:

  • Meningite bacteriana
  • Sepse neonatal
  • Infecções virais
  • Candidíase sistêmica

🧒 Causas Pós-natais

Infecções:

  • Meningite: Principal causa adquirida
  • Otite média crônica: Perda condutiva
  • Caxumba: Surdez súbita unilateral
  • Sarampo: Complicação rara

Trauma:

  • Trauma craniano: Lesão do nervo auditivo
  • Barotrauma: Mudanças de pressão
  • Trauma acústico: Exposição a ruído
  • Perfuração timpânica: Acidentes

Medicamentos Ototóxicos:

  • Aminoglicosídeos: Gentamicina, amicacina
  • Diuréticos de alça: Furosemida
  • Antineoplásicos: Cisplatina
  • Salicilatos: Doses altas

2.2 Prevenção da Deficiência Auditiva

🛡️ Níveis de Prevenção

Prevenção Primária:

  • Vacinação: Rubéola, caxumba, Hib, pneumococo
  • Pré-natal adequado: Controle de infecções
  • Aconselhamento genético: Famílias de risco
  • Proteção auditiva: Ambientes ruidosos
  • Uso racional de medicamentos: Evitar ototóxicos

Prevenção Secundária:

  • Triagem auditiva neonatal: Teste da orelhinha
  • Diagnóstico precoce: Até 3 meses
  • Tratamento de otites: Prevenção de complicações
  • Monitoramento de risco: Crianças vulneráveis

Prevenção Terciária:

  • Intervenção precoce: Até 6 meses
  • Reabilitação auditiva: Aparelhos, implantes
  • Terapia fonoaudiológica: Desenvolvimento da linguagem
  • Educação inclusiva: Integração escolar

2.3 Triagem Auditiva Neonatal

👂 Teste da Orelhinha

Objetivo: Identificar perda auditiva nos primeiros dias de vida

Métodos:

  • EOA (Emissões Otoacústicas): Avalia função coclear
  • PEATE-A (BERA automático): Avalia via auditiva completa

Protocolo:

  • 1ª etapa: EOA em todos os RN
  • 2ª etapa: PEATE-A nos que falharam
  • Reteste: Em 15-30 dias se necessário
  • Diagnóstico: Até 3 meses de idade

Indicadores de Risco (JCIH 2019):

  • História familiar de surdez
  • Infecções congênitas
  • Malformações craniofaciais
  • Peso < 1.500g
  • Hiperbilirrubinemia
  • Medicamentos ototóxicos
  • Ventilação mecânica > 5 dias
  • Síndromes associadas à surdez

2.4 Recursos Tecnológicos

🔊 Aparelhos de Amplificação Sonora Individual (AASI)

Tipos de AASI:

  • Retroauricular (BTE): Atrás da orelha
  • Intracanal (ITC): No conduto auditivo
  • Microcanal (CIC): Profundo no conduto
  • Receptor no canal (RIC): Híbrido

Tecnologias:

  • Digital: Processamento avançado
  • Multicanal: Ajuste por frequência
  • Direcional: Redução de ruído
  • Bluetooth: Conectividade

Adaptação:

  • Avaliação audiológica completa
  • Seleção do AASI adequado
  • Verificação eletroacústica
  • Validação com o usuário
  • Acompanhamento periódico

🦻 Implante Coclear

Indicações:

  • Perda auditiva sensorioneural severa/profunda
  • Benefício limitado com AASI
  • Ausência de contraindicações médicas
  • Expectativas realistas

Componentes:

  • Interno: Receptor-estimulador e eletrodos
  • Externo: Processador de fala e antena

Critérios (Portaria SAS/MS 1.278/2013):

  • Crianças: Perda > 90dB, idade > 12 meses
  • Adultos: Perda > 70dB, discriminação < 50%
  • Teste com AASI por 3-6 meses
  • Ausência de contraindicações

Processo:

  • Avaliação multidisciplinar
  • Cirurgia de implantação
  • Ativação (4-6 semanas)
  • Mapeamento dos eletrodos
  • Reabilitação auditiva

📝 Caso Prático: Escolha do Recurso

Paciente: João, 4 anos, perda auditiva severa bilateral

Avaliação:

  • Audiometria: 80dB nas frequências da fala
  • Imitanciometria: Normal
  • EOA: Ausentes
  • BERA: Confirma perda sensorioneural

Teste com AASI:

  • Adaptação bilateral de AASI potente
  • Uso regular por 6 meses
  • Desenvolvimento de algumas palavras
  • Discriminação limitada em ruído

Decisão:

  • Candidato a implante coclear
  • Avaliação multidisciplinar favorável
  • Família motivada e orientada
  • Expectativas realistas

Resultado:

  • Implante realizado com sucesso
  • Ativação sem intercorrências
  • Progresso significativo na linguagem
  • Inclusão escolar bem-sucedida

3. Língua Brasileira de Sinais (Libras)

📜 Marco Legal da Libras

A Lei 10.436/2002 reconhece a Libras como meio legal de comunicação e expressão. O Decreto 5.626/2005 regulamenta a lei e estabelece diretrizes para educação bilíngue.

3.1 Aspectos Linguísticos da Libras

“As línguas de sinais são línguas naturais que compartilham as propriedades das línguas humanas e constituem um sistema linguístico legítimo e não um problema do surdo ou uma patologia da linguagem.”
Quadros & Karnopp, 2004

🤟 Características da Libras

Modalidade:

  • Visual-espacial: Percepção pelos olhos
  • Gestual-manual: Produção pelas mãos
  • Tridimensional: Uso do espaço
  • Simultânea: Informações paralelas

Propriedades Linguísticas:

  • Arbitrariedade: Relação forma-significado
  • Produtividade: Criação infinita
  • Flexibilidade: Adaptação contextual
  • Descontinuidade: Unidades discretas

Níveis de Análise:

  • Fonológico: Parâmetros dos sinais
  • Morfológico: Estrutura das palavras
  • Sintático: Organização das sentenças
  • Semântico: Significado
  • Pragmático: Uso contextual

3.2 Parâmetros da Libras

✋ Parâmetros Primários

Configuração de Mão (CM):

  • Forma que a mão assume durante o sinal
  • 64 configurações catalogadas em Libras
  • Pode mudar durante a execução
  • Exemplo: “mãe” vs “pai” (diferem na CM)

Ponto de Articulação (PA):

  • Local onde o sinal é realizado
  • Corpo, espaço neutro, mão não-dominante
  • Pode ser específico ou geral
  • Exemplo: “saber” (testa) vs “sentir” (peito)

Movimento (M):

  • Deslocamento das mãos no espaço
  • Pode ser interno (dedos) ou externo (braços)
  • Direção, velocidade, repetição
  • Exemplo: “ir” vs “vir” (direção oposta)

👁️ Parâmetros Secundários

Orientação da Palma:

  • Direção para onde a palma aponta
  • Para cima, baixo, frente, corpo
  • Pode distinguir significados
  • Exemplo: “ontem” vs “amanhã”

Expressões Não-Manuais (ENM):

  • Faciais: Sobrancelhas, olhos, boca
  • Corporais: Postura, inclinação
  • Funções: Gramatical, lexical, prosódica
  • Exemplo: Interrogativas (sobrancelhas levantadas)

3.3 Estrutura Gramatical

📝 Aspectos Morfossintáticos

Ordem Básica:

  • SOV: Sujeito-Objeto-Verbo (flexível)
  • Tópico-Comentário: Estrutura preferencial
  • Exemplo: CASA EU COMPRAR (Eu comprei casa)

Classificadores:

  • Representam categorias de referentes
  • Incorporam movimento e localização
  • Tipos: forma, tamanho, textura, quantidade
  • Exemplo: CL-pessoa andando, CL-veículo

Incorporação:

  • Numeral: Quantidade no sinal
  • Negação: Movimento específico
  • Intensidade: Velocidade, tensão
  • Aspecto: Duração, repetição

Uso do Espaço:

  • Referenciação: Estabelecer referentes
  • Concordância: Verbos direcionais
  • Temporal: Linha do tempo
  • Comparação: Lados opostos

3.4 Educação Bilíngue

🎓 Proposta Bilíngue para Surdos

Fundamentos:

  • L1: Libras como primeira língua
  • L2: Português escrito como segunda língua
  • Identidade: Valorização da cultura surda
  • Acessibilidade: Comunicação plena

Metodologia:

  • Imersão em Libras: Ambiente linguístico rico
  • Ensino de português: Como segunda língua
  • Professores surdos: Modelos linguísticos
  • Intérpretes: Mediação quando necessário

Organização Escolar:

  • Escolas bilíngues: Libras como língua de instrução
  • Classes bilíngues: Em escolas regulares
  • Atendimento especializado: Complementar
  • Formação docente: Proficiência em Libras

3.5 Tradução e Interpretação

🗣️ Profissional TILS

Competências:

  • Linguística: Fluência em ambas as línguas
  • Técnica: Estratégias de tradução/interpretação
  • Cultural: Conhecimento das culturas
  • Ética: Código de conduta profissional

Modalidades:

  • Simultânea: Em tempo real
  • Consecutiva: Após a fala
  • Sussurrada: Para uma pessoa
  • Tradução: Textos escritos

Contextos de Atuação:

  • Educacional: Salas de aula, palestras
  • Jurídico: Tribunais, delegacias
  • Médico: Consultas, procedimentos
  • Religioso: Cultos, cerimônias
  • Conferências: Eventos, seminários

Princípios Éticos:

  • Fidelidade: Transmissão precisa
  • Imparcialidade: Neutralidade
  • Discrição: Sigilo profissional
  • Competência: Qualificação adequada

📝 Caso Prático: Implementação Bilíngue

Escola: EMEF com 8 estudantes surdos

Situação Inicial:

  • Estudantes com dificuldades acadêmicas
  • Comunicação limitada
  • Professores sem conhecimento de Libras
  • Falta de intérprete

Implementação:

  • Formação docente: Curso de Libras para professores
  • Contratação: Professor surdo e intérprete
  • Adequação curricular: Ensino bilíngue
  • Recursos visuais: Materiais adaptados
  • Parceria: Associação de surdos local

Resultados:

  • Melhoria significativa no desempenho
  • Maior participação em atividades
  • Desenvolvimento da identidade surda
  • Integração com comunidade surda
  • Satisfação das famílias

4. Altas Habilidades/Superdotação

📜 Definição Legal

A Resolução CNE/CEB nº 2/2001 define estudantes com altas habilidades/superdotação como aqueles que “demonstram potencial elevado em qualquer uma das seguintes áreas, isoladas ou combinadas: intelectual, acadêmica, liderança, psicomotricidade e artes”.

4.1 Conceituação e Modelos Teóricos

“A superdotação não é um fenômeno estático, mas um comportamento que se desenvolve ao longo da vida e que pode ser observado em certas pessoas, em certas ocasiões, sob certas circunstâncias.”
Renzulli, 2004

🧠 Modelo dos Três Anéis (Renzulli)

Componentes da Superdotação:

  • Habilidade Acima da Média:
    • Geral: Capacidade de processar informações
    • Específica: Aptidão em áreas particulares
    • Não necessariamente QI muito alto
  • Comprometimento com a Tarefa:
    • Motivação, persistência, dedicação
    • Energia focada em problemas específicos
    • Trabalho árduo e prática deliberada
  • Criatividade:
    • Fluência, flexibilidade, originalidade
    • Abertura a experiências
    • Disposição para correr riscos

Interação dos Anéis:

  • Superdotação emerge da interação
  • Não é soma, mas produto
  • Varia conforme contexto e tempo
  • Pode ser desenvolvida

🎯 Modelo Diferenciado de Superdotação e Talento (Gagné)

Superdotação (Gifts):

  • Intelectual: Raciocínio, memória
  • Criativa: Originalidade, imaginação
  • Socioafetiva: Liderança, empatia
  • Sensoriomotora: Força, coordenação

Talento (Talents):

  • Desempenho superior sistematicamente desenvolvido
  • Áreas específicas de atividade humana
  • Resultado da transformação de superdotação
  • Reconhecimento social

Catalisadores:

  • Intrapessoais: Motivação, personalidade
  • Ambientais: Família, escola, cultura
  • Acaso: Eventos imprevisíveis

4.2 Características e Identificação

🔍 Indicadores de Altas Habilidades

Área Intelectual:

  • Aprende rapidamente e com facilidade
  • Possui vocabulário avançado para a idade
  • Demonstra curiosidade intelectual
  • Faz conexões inusitadas
  • Questiona regras e autoridade
  • Prefere trabalhar sozinho

Área Acadêmica:

  • Desempenho superior em disciplinas específicas
  • Concentração prolongada em áreas de interesse
  • Busca perfeição e tem padrões elevados
  • Aprende com pouca repetição
  • Transfere aprendizagem para novas situações

Área Criativa:

  • Produz grande número de ideias
  • Expressa-se de forma original
  • É inventivo e gosta de fazer diferente
  • Demonstra senso de humor elaborado
  • É não-conformista e independente

Área de Liderança:

  • Influencia o comportamento dos outros
  • É procurado pelos colegas
  • Demonstra responsabilidade
  • Organiza e estrutura situações
  • Comunica-se bem

Área Psicomotora:

  • Demonstra habilidades motoras superiores
  • Tem boa coordenação e equilíbrio
  • Aprende rapidamente habilidades físicas
  • Gosta de atividades que envolvem movimento
  • É competitivo em esportes

⚠️ Mitos e Realidades

Mitos Comuns:

  • Mito: “Superdotados não precisam de ajuda”
  • Realidade: Necessitam de atendimento especializado
  • Mito: “São sempre os melhores alunos”
  • Realidade: Podem ter baixo rendimento escolar
  • Mito: “São socialmente inadaptados”
  • Realidade: Maioria tem bom ajustamento social
  • Mito: “Vêm apenas de famílias privilegiadas”
  • Realidade: Existem em todos os grupos sociais

4.3 Dupla Excepcionalidade

🔄 Twice Exceptional (2e)

Conceito: Estudantes que apresentam altas habilidades/superdotação concomitantemente com deficiências ou transtornos.

Combinações Frequentes:

  • AH/SD + TDAH: Hiperatividade, desatenção
  • AH/SD + Dislexia: Dificuldades de leitura
  • AH/SD + TEA: Características autísticas
  • AH/SD + Deficiência Física: Limitações motoras
  • AH/SD + Deficiência Sensorial: Visual ou auditiva

Desafios de Identificação:

  • Mascaramento mútuo das condições
  • Foco apenas nas dificuldades
  • Compensação das habilidades
  • Subidentificação

Estratégias de Atendimento:

  • Avaliação multidisciplinar
  • Desenvolvimento dos pontos fortes
  • Apoio às dificuldades
  • Tecnologia assistiva
  • Adaptações curriculares

4.4 Atendimento Educacional

🎓 Estratégias Educacionais

Enriquecimento Curricular:

  • Tipo I: Experiências exploratórias gerais
  • Tipo II: Atividades de treinamento em grupo
  • Tipo III: Investigações individuais ou em pequenos grupos

Aceleração:

  • Entrada precoce: Educação infantil/fundamental
  • Salto de série: Avanço de ano letivo
  • Compactação curricular: Redução de conteúdo
  • Aceleração por disciplina: Matérias específicas

Agrupamento:

  • Classes especiais: Tempo integral
  • Grupos de habilidades: Por área
  • Mentoria: Orientação individual
  • Competições: Olimpíadas acadêmicas

📝 Caso Prático: Identificação e Atendimento

Estudante: Ana, 8 anos, 3º ano fundamental

Indicadores Observados:

  • Termina atividades muito rapidamente
  • Demonstra tédio e desinteresse
  • Faz perguntas complexas
  • Lê livros acima da série
  • Tem dificuldades sociais com colegas

Avaliação:

  • Psicológica: QI 135, perfil heterogêneo
  • Pedagógica: Desempenho superior em matemática
  • Familiar: Precocidade no desenvolvimento
  • Observação: Comportamentos típicos de AH/SD

Plano de Atendimento:

  • Enriquecimento: Projetos de pesquisa
  • Mentoria: Professor especialista
  • Agrupamento: Atividades com colegas similares
  • Aceleração parcial: Matemática do 4º ano
  • Apoio socioemocional: Desenvolvimento de habilidades sociais

Resultados:

  • Aumento significativo da motivação
  • Melhoria nas relações sociais
  • Desenvolvimento de projetos criativos
  • Participação em olimpíadas

5. Transtorno do Espectro Autista (TEA) Completo

📜 Marco Legal do TEA

A Lei 12.764/2012 (Lei Berenice Piana) institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com TEA, equiparando-a à pessoa com deficiência para todos os efeitos legais.

5.1 Conceituação e Critérios Diagnósticos

“O autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento caracterizado por déficits persistentes na comunicação e interação social e por padrões restritos e repetitivos de comportamento, interesses ou atividades.”
DSM-5, 2013

🧩 Critérios Diagnósticos (DSM-5)

A. Déficits Persistentes na Comunicação e Interação Social:

  • A1: Déficits na reciprocidade socioemocional
    • Dificuldade em conversação
    • Redução do compartilhamento de interesses
    • Falha em iniciar ou responder a interações
  • A2: Déficits em comportamentos comunicativos não-verbais
    • Contato visual anormal
    • Déficits em linguagem corporal
    • Dificuldades com gestos
  • A3: Déficits para desenvolver e manter relacionamentos
    • Dificuldade em ajustar comportamento
    • Dificuldades em fazer amizades
    • Ausência de interesse por pares

B. Padrões Restritos e Repetitivos:

  • B1: Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados
  • B2: Insistência na mesmice, aderência a rotinas
  • B3: Interesses fixos e altamente restritos
  • B4: Hiper ou hiporreatividade sensorial

📊 Especificadores de Gravidade

Nível 1 – “Exigindo Apoio”:

  • Comunicação Social: Dificuldades notáveis sem apoio
  • Comportamentos Restritos: Interferem no funcionamento
  • Características: Pode viver independentemente
  • Exemplo: Dificuldade em conversas, poucos amigos

Nível 2 – “Exigindo Apoio Substancial”:

  • Comunicação Social: Déficits graves mesmo com apoio
  • Comportamentos Restritos: Frequentes e óbvios
  • Características: Necessita apoio diário
  • Exemplo: Fala limitada, rituais interferem

Nível 3 – “Exigindo Apoio Muito Substancial”:

  • Comunicação Social: Déficits graves limitam funcionamento
  • Comportamentos Restritos: Interferem marcadamente
  • Características: Necessita apoio intensivo
  • Exemplo: Poucas palavras, extrema dificuldade com mudanças

5.2 Etiologia e Neurobiologia

🧬 Fatores Etiológicos

Fatores Genéticos (80-90% da herdabilidade):

  • Genes de risco: SHANK3, NRXN1, CHD8
  • Síndromes genéticas: Síndrome do X-frágil, Rett
  • Variações cromossômicas: Deleções, duplicações
  • Mutações de novo: Não herdadas dos pais

Fatores Ambientais:

  • Idade parental avançada: Especialmente paterna
  • Complicações perinatais: Hipóxia, prematuridade
  • Infecções maternas: Rubéola, influenza
  • Medicamentos: Ácido valproico, talidomida

Neurobiologia:

  • Conectividade: Alterações nas conexões neurais
  • Desenvolvimento: Crescimento cerebral atípico
  • Neurotransmissores: Desbalanço GABA/glutamato
  • Áreas afetadas: Córtex pré-frontal, amígdala

5.3 Desenvolvimento e Sinais Precoces

👶 Marcos do Desenvolvimento

0-6 meses:

  • Pode parecer desenvolvimento típico
  • Alguns bebês são muito calmos
  • Outros podem ser irritáveis
  • Contato visual pode estar presente

6-12 meses:

  • Redução do contato visual
  • Não responde ao nome
  • Não aponta ou acena
  • Não imita gestos simples

12-18 meses:

  • Atraso ou ausência de palavras
  • Não brinca de faz-de-conta
  • Não compartilha interesses
  • Comportamentos repetitivos emergem

18-24 meses:

  • Perda de habilidades adquiridas (regressão)
  • Ecolalia ou linguagem repetitiva
  • Interesses restritos intensos
  • Resistência a mudanças

🚨 Sinais de Alerta (M-CHAT-R)

Itens Críticos:

  • Não aponta para mostrar interesse
  • Não olha quando você aponta
  • Não brinca de faz-de-conta
  • Não demonstra interesse em outras crianças
  • Não responde quando chamado pelo nome
  • Não imita você

Outros Indicadores:

  • Não sorri socialmente
  • Não traz objetos para mostrar
  • Não anda
  • Não olha para objetos que você está olhando
  • Não faz gestos incomuns
  • Não olha para seu rosto para verificar reação

5.4 Características por Domínios

💬 Comunicação e Linguagem

Linguagem Verbal:

  • Atraso: Primeiras palavras tardias
  • Ecolalia: Repetição de palavras/frases
  • Inversão pronominal: “Você quer” por “Eu quero”
  • Linguagem idiossincrática: Significados próprios
  • Prosódia atípica: Tom, ritmo alterados

Linguagem Não-Verbal:

  • Contato visual: Reduzido ou atípico
  • Gestos: Limitados ou ausentes
  • Expressões faciais: Reduzidas
  • Postura corporal: Pode ser rígida

Pragmática:

  • Turnos conversacionais: Dificuldade
  • Tópicos: Foco em interesses próprios
  • Contexto social: Não considera
  • Humor e ironia: Interpretação literal

👥 Interação Social

Reciprocidade Social:

  • Dificuldade em iniciar interações
  • Respostas sociais inadequadas
  • Não compartilha prazer ou interesses
  • Dificuldade em regular interações

Relacionamentos:

  • Preferência por atividades solitárias
  • Dificuldade em fazer amizades
  • Não busca conforto quando machucado
  • Pode tratar pessoas como objetos

Teoria da Mente:

  • Dificuldade em entender perspectivas
  • Não compreende intenções alheias
  • Problemas com mentiras e enganos
  • Dificuldade com jogos de faz-de-conta

🔄 Comportamentos Restritos e Repetitivos

Estereotipias Motoras:

  • Simples: Balançar as mãos, pular
  • Complexas: Sequências de movimentos
  • Com objetos: Girar, alinhar
  • Função: Autorregulação, prazer

Insistência na Mesmice:

  • Rotinas: Sequências rígidas
  • Rituais: Comportamentos obrigatórios
  • Resistência a mudanças: Ansiedade intensa
  • Sameness: Ambiente inalterado

Interesses Restritos:

  • Intensidade: Foco excessivo
  • Especificidade: Aspectos particulares
  • Persistência: Duração prolongada
  • Interferência: Limita outras atividades

Sensorialidade:

  • Hipersensibilidade: Evitação de estímulos
  • Hiposensibilidade: Busca por estímulos
  • Modalidades: Auditiva, tátil, visual
  • Impacto: Comportamentos adaptativos

5.5 Intervenções e Tratamentos

🎯 Abordagens Baseadas em Evidências

Análise do Comportamento Aplicada (ABA):

  • Princípios: Reforço, modelagem, encadeamento
  • Técnicas: DTT, NET, PRT
  • Objetivos: Habilidades funcionais
  • Evidências: Forte suporte científico

TEACCH (Treatment and Education of Autistic and Communication Handicapped Children):

  • Estruturação: Ambiente previsível
  • Rotinas visuais: Calendários, horários
  • Sistemas de trabalho: Organização de tarefas
  • Adaptação: Às características individuais

Modelo Denver (ESDM):

  • Idade: Intervenção precoce (12-48 meses)
  • Abordagem: Lúdica e naturalística
  • Foco: Comunicação e interação social
  • Intensidade: 15-25 horas semanais

Comunicação Alternativa (CAA):

  • PECS: Sistema de troca de figuras
  • Dispositivos: Tablets com aplicativos
  • Sinais: Língua de sinais adaptada
  • Multimodal: Combinação de sistemas

📝 Caso Prático: Intervenção Multidisciplinar

Criança: Pedro, 4 anos, TEA nível 2

Características:

  • Linguagem limitada (10 palavras)
  • Estereotipias motoras frequentes
  • Dificuldades sensoriais (hipersensibilidade auditiva)
  • Interesses restritos (carros)
  • Resistência a mudanças

Plano de Intervenção:

  • ABA: 20h/semana, foco em comunicação
  • Fonoaudiologia: 2x/semana, CAA com PECS
  • Terapia Ocupacional: 2x/semana, integração sensorial
  • Psicologia: 1x/semana, habilidades sociais
  • Escola: Inclusão com apoio especializado

Estratégias Específicas:

  • Comunicação: PECS + gestos + palavras
  • Sensorial: Ambiente estruturado, pausas
  • Comportamental: Rotinas visuais, reforços
  • Social: Brincadeiras com carros
  • Família: Treinamento parental

Resultados (6 meses):

  • Vocabulário expandido (50 palavras)
  • Uso funcional do PECS
  • Redução das estereotipias
  • Maior tolerância a mudanças
  • Interação social emergente

6. Exercícios de Fixação

💪 Teste seus Conhecimentos

Questão 1 – Deficiência Auditiva

Segundo o Decreto 5.296/2004, considera-se deficiência auditiva a perda bilateral de:

a) 30 dB ou mais
b) 35 dB ou mais
c) 41 dB ou mais
d) 50 dB ou mais

Resposta: c) 41 dB ou mais
Questão 2 – Classificação da Perda Auditiva

Uma perda auditiva de 75 dB é classificada como:

a) Moderada
b) Severa
c) Profunda
d) Leve

Resposta: b) Severa
Questão 3 – Libras

A Lei que reconhece a Libras como meio legal de comunicação é:

a) Lei 10.436/2002
b) Lei 12.764/2012
c) Lei 13.146/2015
d) Lei 9.394/1996

Resposta: a) Lei 10.436/2002
Questão 4 – Parâmetros da Libras

São parâmetros primários da Libras:

a) Configuração de mão, movimento e expressão facial
b) Configuração de mão, ponto de articulação e movimento
c) Movimento, orientação e expressão corporal
d) Ponto de articulação, orientação e expressão facial

Resposta: b) Configuração de mão, ponto de articulação e movimento
Questão 5 – Altas Habilidades

No modelo dos três anéis de Renzulli, a superdotação resulta da interação entre:

a) Inteligência, criatividade e motivação
b) Habilidade acima da média, comprometimento com a tarefa e criatividade
c) QI elevado, talento específico e apoio familiar
d) Capacidade intelectual, habilidade acadêmica e liderança

Resposta: b) Habilidade acima da média, comprometimento com a tarefa e criatividade
Questão 6 – Dupla Excepcionalidade

Dupla excepcionalidade (2e) refere-se a:

a) Estudantes com duas áreas de superdotação
b) Estudantes com altas habilidades e deficiência/transtorno
c) Estudantes com QI muito elevado
d) Estudantes com talentos múltiplos

Resposta: b) Estudantes com altas habilidades e deficiência/transtorno
Questão 7 – TEA

A Lei Berenice Piana (12.764/2012) estabelece que:

a) O TEA é um transtorno mental
b) Pessoas com TEA são equiparadas a pessoas com deficiência
c) O TEA tem cura com tratamento adequado
d) Apenas casos severos são considerados deficiência

Resposta: b) Pessoas com TEA são equiparadas a pessoas com deficiência
Questão 8 – Critérios TEA

Segundo o DSM-5, o TEA é caracterizado por:

a) Apenas déficits na comunicação
b) Apenas comportamentos repetitivos
c) Déficits na comunicação/interação social E comportamentos restritos/repetitivos
d) Deficiência intelectual associada

Resposta: c) Déficits na comunicação/interação social E comportamentos restritos/repetitivos
Questão 9 – Implante Coclear

O implante coclear é indicado para:

a) Qualquer tipo de perda auditiva
b) Perda auditiva condutiva
c) Perda auditiva sensorioneural severa/profunda com benefício limitado do AASI
d) Apenas crianças menores de 2 anos

Resposta: c) Perda auditiva sensorioneural severa/profunda com benefício limitado do AASI
Questão 10 – Triagem Auditiva

O teste da orelhinha deve ser realizado:

a) Apenas em bebês de risco
b) Em todos os recém-nascidos
c) Somente após os 6 meses
d) Apenas se houver suspeita de surdez

Resposta: b) Em todos os recém-nascidos

7. Glossário e Bibliografia

📖 Glossário de Termos Técnicos

AASI

Aparelho de Amplificação Sonora Individual – dispositivo eletrônico que amplifica sons para pessoas com perda auditiva.

ABA

Análise do Comportamento Aplicada – abordagem científica para compreender e modificar comportamentos.

Audiometria

Exame que avalia a capacidade auditiva, determinando os limiares de audição em diferentes frequências.

Bilinguismo

Uso de duas línguas por uma pessoa ou comunidade, no caso dos surdos: Libras e português escrito.

Configuração de Mão

Forma que a mão assume durante a realização de um sinal em Libras.

Dupla Excepcionalidade

Condição de estudantes que apresentam altas habilidades/superdotação concomitantemente com deficiências.

Ecolalia

Repetição automática de palavras ou frases ouvidas, comum no TEA.

Estereotipia

Movimentos repetitivos e aparentemente sem função, frequentes no TEA.

Implante Coclear

Dispositivo eletrônico implantado cirurgicamente que estimula diretamente o nervo auditivo.

Libras

Língua Brasileira de Sinais – língua natural da comunidade surda brasileira.

M-CHAT-R

Modified Checklist for Autism in Toddlers – instrumento de triagem para TEA em crianças pequenas.

Ototoxicidade

Propriedade de certas substâncias causarem danos ao sistema auditivo.

PECS

Picture Exchange Communication System – sistema de comunicação por troca de figuras.

Superdotação

Capacidade ou potencial superior em uma ou mais áreas do desenvolvimento humano.

TEACCH

Treatment and Education of Autistic and Communication Handicapped Children – programa de estruturação para TEA.

Teoria da Mente

Capacidade de compreender que outras pessoas têm pensamentos, sentimentos e perspectivas diferentes.

TILS

Tradutor e Intérprete de Língua de Sinais – profissional que medeia a comunicação entre surdos e ouvintes.

📋 Bibliografia

📜 Documentos Oficiais

  • BRASIL. Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais – Libras. Brasília: Diário Oficial da União, 2002.
  • BRASIL. Decreto nº 5.626, de 22 de dezembro de 2005. Regulamenta a Lei nº 10.436/2002. Brasília: Diário Oficial da União, 2005.
  • BRASIL. Lei nº 12.764, de 27 de dezembro de 2012. Institui a Política Nacional de Proteção dos Direitos da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista. Brasília: Diário Oficial da União, 2012.
  • BRASIL. Decreto nº 5.296, de 2 de dezembro de 2004. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade. Brasília: Diário Oficial da União, 2004.
  • BRASIL. Ministério da Saúde. Portaria GM/MS nº 2.073, de 28 de setembro de 2004. Institui a Política Nacional de Atenção à Saúde Auditiva. Brasília: MS, 2004.

📚 Bibliografia Especializada

  • AMERICAN PSYCHIATRIC ASSOCIATION. Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais: DSM-5. 5. ed. Porto Alegre: Artmed, 2014.
  • QUADROS, Ronice Müller de; KARNOPP, Lodenir Becker. Língua de sinais brasileira: estudos linguísticos. Porto Alegre: Artmed, 2004.
  • RENZULLI, Joseph S. O que é esta coisa chamada superdotação, e como a desenvolvemos? Uma retrospectiva de vinte e cinco anos. Educação, Porto Alegre, v. 27, n. 1, p. 75-131, 2004.
  • STROBEL, Karin. As imagens do outro sobre a cultura surda. Florianópolis: Ed. da UFSC, 2008.
  • KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Revista Brasileira de Psiquiatria, v. 28, supl. 1, p. S3-S11, 2006.
  • NORTHERN, Jerry L.; DOWNS, Marion P. Audição na infância. 5. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005.
  • GAGNÉ, François. Construindo talentos a partir da dotação: breve visão do DMGT 2.0. In: FLEITH, Denise de Souza (Org.). A construção de práticas educacionais para alunos com altas habilidades/superdotação. Brasília: MEC/SEESP, 2007.
  • SCHWARTZMAN, José Salomão; ARAÚJO, Ceres Alves de. Transtornos do espectro do autismo. São Paulo: Memnon, 2011.
  • GESSER, Audrei. Libras? Que língua é essa?: crenças e preconceitos em torno da língua de sinais e da realidade surda. São Paulo: Parábola Editorial, 2009.
  • PÉREZ, Susana Graciela Pérez Barrera. Gasparzinho vai à escola: um estudo das características do aluno com altas habilidades produtivo-criativo. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação, PUCRS, Porto Alegre, 2004.

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