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📚 Simulado Língua Portuguesa – FURB 2025
Banca FURB – 20 Questões
Interpretação de Texto • Ortografia • Sintaxe • Semântica • Pontuação
O mito da fênix e a combustão espontânea
A fênix é uma ave mitológica, dotada de diversos poderes e cercada por muitos mistérios e histórias. Bastante presente em nossa cultura atual, a fênix é conhecida por meio das histórias de ficção (livros, filmes, games e séries), mas não pense que esse pássaro é uma criação moderna.
Há cerca de 5 mil anos, a região que hoje é conhecida como Emirados Árabes Unidos abrigava a maior espécie de garça que já passou pela Terra: a garça de Heron (também chamada pelo nome científico de Ardea bennuides). Acredita-se que essa garça serviu de inspiração para o surgimento de Benu, um ser mitológico do Egito Antigo associado à alma do deus do Sol, Rá. Essa ave sagrada também era vista como símbolo do renascimento (o que a ligava ao deus Osíris), pois se acreditava que, a cada 500 anos, ela era capaz de se consumir em chamas e renascer das próprias cinzas.
Posteriormente, já na Grécia Antiga, surgiram histórias de um pássaro com propriedades muito semelhantes a Benu e que, na mitologia grega, recebeu o nome de fênix. Embora haja contestações sobre a real origem desse ser mitológico, foram muitas as civilizações que cultuaram animais análogos a essa ave – ou outros pássaros com habilidades mágicas -, como os chineses, os árabes e os persas.
Por meio das histórias orais e escritas, o mito da fênix foi se propagando ao longo dos séculos. E podemos dizer que, dentre todas as histórias de pássaros mágicos, essa foi o que mais criou raízes no imaginário popular ocidental.
O processo de queima – ou combustão – nada mais é do que uma reação química decorrente do encontro de três elementos: um combustível (qualquer material oxidável, ou seja, capaz de reagir com o oxigênio e pegar fogo); um comburente (geralmente, o oxigênio); e uma fonte de ignição (por exemplo, uma faísca, que fornece a energia necessária para a reação ocorrer). Se algum desses três elementos não está presente, a queima não ocorre.
A combustão é uma reação fundamental para a manutenção da vida humana no planeta e teve seu marco histórico de origem datado por pesquisas arqueológicas em cerca de 7 mil anos antes de Cristo, quando os povos antigos começaram a produzir fogo, possibilitando diversos avanços tecnológicos.
Você já acendeu uma fogueira ou viu alguém fazendo isso? Para esse processo, podemos usar um pedaço de madeira, que funcionará como combustível (ou seja, irá queimar). Para facilitar a queima, podemos jogar sobre a madeira um líquido inflamável (como o álcool). O oxigênio irá participar dessa reação química fazendo o papel de comburente. E você ainda precisa de uma fonte de energia, como a chama de um fósforo ou a faísca de um isqueiro. Se a madeira queimar por completo (ou seja, o combustível se esgotar), a combustão se interrompe. Se você cobrir essa fogueira, impedindo a entrada de mais oxigênio, a fogueira se apaga por falta de comburente.
A partir dessas informações, vamos pensar na combustão da fênix. O combustível dessa reação é a própria fênix (tanto que quando ela se torna somente cinzas, a chama acaba). O comburente dessa reação é o próprio oxigênio. Mas e a fonte de energia externa, a ignição? Como é possível um objeto pegar fogo sem receber nenhuma energia?
Apesar de parecer realmente mágica, a combustão espontânea é um fenômeno real. O fato de não haver uma fonte externa visível de energia não significa que ela não exista. A temperatura de um corpo está diretamente associada à energia que esse corpo tem. Isso significa que um corpo quente (em alta temperatura) é um corpo com mais energia do que um corpo mais frio. Portanto, embora não seja algo muito comum, alguns materiais podem pegar fogo espontaneamente, apenas com o seu próprio calor.
Existe uma propriedade denominada ‘ponto de ignição’, que é a temperatura mínima para a ocorrência de uma combustão espontânea, sem a presença de uma fonte externa de ignição (como uma faísca). O ponto de ignição do álcool, por exemplo, é 363 ºC. Isso significa que, se por alguma razão, o álcool for aquecido até essa temperatura, ele pegará fogo, mesmo sem uma faísca para acendê-lo.
Materiais como carvão, feno, algodão, filmes antigos, estrume de vaca e até grãos de pistache possuem pontos de ignição baixos o suficiente para sofrerem esse tipo de combustão. Um exemplo de combustão espontânea ocorre em alguns biomas, como o pantanal e o cerrado. Em períodos de seca, incêndios pontuais podem acontecer.
O que podemos concluir é que, se a fênix não for composta por feno ou outro material de baixo ponto de ignição, dificilmente ela seria capaz de entrar em combustão espontânea, mas podemos levantar uma hipótese final. Diferentemente dos répteis, anfíbios e peixes, as aves e os mamíferos são endotérmicos (também chamados de ‘animais de sangue quente’), ou seja, são capazes de controlar a própria temperatura corporal e manter o corpo aquecido mesmo em ambientes mais frios. Talvez a fênix seja capaz de aquecer o próprio corpo a uma temperatura tão grande que a leve à combustão. Por se tratar de um pássaro mitológico, porém, não podemos encontrar um desses no mundo real e estudá-lo. Portanto, só nos resta fazer especulações e nos maravilharmos com suas belas aparições nos cinemas.
(__) O mito da fênix foi criado a partir de uma criatura que, de fato, existiu. Como não havia métodos científicos para a explicação de diversos fenômenos na época, as pessoas recorriam a formas de explicação que, ao longo do tempo, ficaram conhecidas como mitos.
(__) A combustão é bastante importante para a história da humanidade e sua descoberta se deu há cerca de 5 mil anos, na região que hoje conhecemos como Emirados Árabes Unidos.
(__) Atualmente, o mito da fênix aparece em diversas produções culturais, como jogos, livros e filmes.
✅ Gabarito: B (V – F – V)
Justificativa: A primeira afirmação é VERDADEIRA: o texto menciona explicitamente que “a garça de Heron (Ardea bennuides) serviu de inspiração para o surgimento de Benu”. A segunda é FALSA: o texto afirma que a combustão teve “marco histórico datado por pesquisas arqueológicas em cerca de 7 mil anos antes de Cristo” (não 5 mil anos), e não especifica os Emirados Árabes como local da descoberta. A terceira é VERDADEIRA: o primeiro parágrafo confirma que “a fênix é conhecida por meio das histórias de ficção (livros, filmes, games e séries)”.
Referência: KOCH, Ingedore V.; ELIAS, Vanda M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2023. (Estratégias de localização de informações explícitas)
Primeira coluna: valores semânticos
1-Condicional
2-Explicativo
3-Adversativo
4-Concessivo
Segunda coluna: exemplos do texto
(__) Essa ave sagrada também era vista como símbolo do renascimento, pois se acreditava que, a cada 500 anos, ela era capaz de se consumir em chamas e renascer das próprias cinzas.
(__) Por se tratar de um pássaro mitológico, porém, não podemos encontrar um desses no mundo real e estudá-lo.
(__) Embora haja contestações sobre a real origem desse ser mitológico, foram muitas as civilizações que cultuaram animais análogos a essa ave.
(__) Se algum desses três elementos não está presente, a queima não ocorre.
✅ Gabarito: D (2 – 3 – 4 – 1)
Justificativa: O conectivo “pois” introduz uma EXPLICAÇÃO (valor semântico 2) sobre por que a ave era vista como símbolo do renascimento. “Porém” estabelece uma relação ADVERSATIVA (3), contrapondo a característica mitológica à impossibilidade real. “Embora” expressa CONCESSÃO (4), admitindo contestações mas apresentando um fato apesar delas. “Se” estabelece CONDIÇÃO (1) para que a queima não ocorra.
Referência: NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. 3. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2018. (Conectivos e relações lógico-semânticas); CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 7. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016.
✅ Gabarito: B
Justificativa: A alternativa B está completamente correta segundo a ortografia oficial. Erros recorrentes nas demais alternativas: (A) “menas” é forma inexistente; o correto é “menos” (advérbio invariável); (C) “embaixo” (advérbio de lugar) foi usado incorretamente no lugar de “em baixo” ou “baixo”; (D) “nada haver” é erro comum; o correto é “nada a ver” (expressão idiomática); (E) “agente” (substantivo = pessoa que age) foi confundido com “a gente” (pronome = nós).
Referência: BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015; ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. 6. ed. São Paulo: Global, 2023. Disponível em: www.academia.org.br
I – Embora a fênix seja conhecida hoje como um animal mitológico, ela realmente existiu na antiguidade.
II – Ainda que não seja muito comum, é possível que alguns tipos de corpos e materiais entrem em combustão apenas a partir da temperatura de seu corpo.
III – A fênix ficou conhecida como um animal que entrava em combustão espontânea porque, segundo mostram as pesquisas, ela conseguia aquecer seu corpo a uma temperatura tão grande que a levava à combustão.
IV – Para que haja combustão, é necessário que tenhamos um combustível, um comburente e uma fonte de energia.
✅ Gabarito: E (II e IV, apenas)
Justificativa: I é FALSA: o texto deixa claro que “a fênix é uma ave mitológica”, ou seja, não existiu realmente; apenas serviu de inspiração a partir da garça de Heron. II é VERDADEIRA: o texto afirma que “a combustão espontânea é um fenômeno real” e cita exemplos de materiais que podem sofrer esse processo. III é FALSA: o texto usa linguagem especulativa (“Talvez a fênix seja capaz…”) e reconhece que “só nos resta fazer especulações”, não apresentando pesquisas comprovadas. IV é VERDADEIRA: o texto explica o “triângulo do fogo”: combustível, comburente e fonte de ignição.
Referência: MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008; KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 16. ed. Campinas: Pontes, 2016.
✅ Gabarito: D
Justificativa: Trata-se de um ARTIGO DE DIVULGAÇÃO CIENTÍFICA, gênero que tem como objetivo popularizar conhecimentos científicos para o público não especializado. O texto apresenta características típicas: linguagem acessível, explicações didáticas de conceitos químicos (combustão, ponto de ignição), contextualização histórica e cultural (mitologia), exemplos cotidianos (fogueira, isqueiro) e ausência de metodologia científica rigorosa. Difere do artigo científico acadêmico por não apresentar resumo, metodologia, resultados experimentais ou referências bibliográficas técnicas.
Referência: MOTTA-ROTH, Désirée; MARCUZZO, Patrícia. Ciência na mídia: análise crítica de gênero. Santa Maria: PPGL Editores, 2010; NASCIMENTO, Tatiana Galieta; REZENDE JR., Mikael Frank. A produção sobre divulgação científica na área de educação em ciências. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 12, n. 03, p. 13-28, 2010.
✅ Gabarito: B
Justificativa: O pronome “ela” é o elemento coesivo adequado para retomar o substantivo feminino “fênix”, mantendo a coesão referencial anafórica e respeitando a concordância de gênero. As demais alternativas apresentam problemas: (A) “este pássaro” não mantém o gênero feminino estabelecido; (C) “ele” não concorda em gênero com “fênix”; (D) “o pássaro” altera o gênero do referente; (E) “o mesmo” é forma artificial e inadequada para a coesão natural do texto.
Referência: KOCH, Ingedore V. A coesão textual. 23. ed. São Paulo: Contexto, 2021; ANTUNES, Irandé. Lutar com palavras: coesão e coerência. São Paulo: Parábola Editorial, 2005.
✅ Gabarito: A
Justificativa: A figura de linguagem presente é a METÁFORA, que consiste em uma comparação implícita entre dois elementos sem uso de conectivo comparativo. Ao afirmar “Esta pessoa é uma fênix”, estabelece-se uma identificação entre a pessoa e a ave mitológica, transferindo características da fênix (capacidade de renascer das cinzas, resiliência, superação) para a pessoa. A expressão “ressurgindo das cinzas” reforça a metáfora, indicando que a pessoa supera dificuldades repetidamente. Não se trata de personificação (que atribui características humanas a seres inanimados), nem de hipérbole (exagero), ironia (sentido contrário) ou pleonasmo (redundância).
Referência: FIORIN, José Luiz. Figuras de retórica. São Paulo: Contexto, 2014; MARTINS, Nilce Sant’Anna. Introdução à estilística. 4. ed. rev. São Paulo: Edusp, 2012.
✅ Gabarito: B
Justificativa: A alternativa B emprega corretamente as vírgulas para isolar o adjunto adverbial de tempo intercalado “milhares de anos antes de Cristo” entre o complemento e o restante da oração. Erros nas demais: (A) vírgula indevida isolando o sujeito “A fênix” do verbo “é”; (C) vírgula inadequada separando o sujeito “que” do verbo “ressurge”; (D) ausência de vírgulas separando os elementos da enumeração “gregos, egípcios e chineses”; (E) vírgulas inadequadas antes da conjunção aditiva “e” sem justificativa (não há polissíndeto nem orações de sujeitos diferentes).
Referência: CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 7. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016; GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 28. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2022.
✅ Gabarito: D
Justificativa: A alternativa D apresenta uso correto da crase em “deu origem à Fênix”: o verbo “dar” exige preposição “a” (dar origem A algo) + artigo definido feminino “a” que acompanha “Fênix” = à. Erros nas demais: (A) não ocorre crase antes de “esperança” pois não há fusão de preposição com artigo neste contexto paralelo (os ciclos, o recomeço, a esperança); (B) jamais ocorre crase antes de verbo no infinitivo “ser”; (C) não há crase antes de verbo “se tratar”; (E) não ocorre crase antes de verbo no infinitivo “ressurgir”.
Referência: BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015; SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi. 32. ed. São Paulo: Nova Geração, 2011; CIPRO NETO, Pasquale; INFANTE, Ulisses. Gramática da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Scipione, 2008.
✅ Gabarito: C
Justificativa: O adjetivo “análogos” (do grego “análogos” = proporcional, correspondente) significa SIMILARES, semelhantes, que apresentam analogia ou correspondência. No contexto, refere-se a “animais com características semelhantes à fênix” cultuados por diferentes civilizações. As demais alternativas não são sinônimos adequados: “inspirados” sugere que os animais foram influenciados (sentido incorreto); “distintos” e “diferentes” são antônimos; “baseados” indica fundamentação, não semelhança.
Referência: HOUAISS, Antônio; VILLAR, Mauro de Salles. Dicionário Houaiss da língua portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva, 2009; FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário Aurélio da língua portuguesa. 6. ed. Curitiba: Positivo, 2023.
Recursos marinhos não renováveis: vão durar?
Estanho, titânio, cascalho, calcário, enxofre, carvão e petróleo são exemplos de minerais utilizados amplamente pela sociedade atual. Estão na base das mais avançadas tecnologias que facilitam nossas vidas, mas, cabe lembrar, são recursos não renováveis. Sua exploração segue desenfreada, inclusive no ambiente marinho.
O oceano tem diferentes ecossistemas, cada um deles com variados e abundantes recursos, e os minerais marcam forte presença. Nas águas mais rasas da zona costeira e da plataforma continental, os principais são o cascalho e a areia – esta é muito utilizada para produção de cimento ou vidro e aquele, útil na produção de cosméticos, fertilizantes e cimentos. Em regiões costeiras também há os ditos minerais pesados, como ilmenita, rutilo, zircão, monazita e magnetita, todos importantes para a produção de pigmentos e de ligas metálicas.
Há também os evaporitos, um tipo de rocha sedimentar formada em ambientes marinhos com pouca influência de sedimentos de origem continental. Entre os evaporitos, estão a halita, utilizada como sal de cozinha e fonte de cloro e derivados; a silvita, principal fonte de potássio para a produção de fertilizantes e fogos de artifício; a gipsita, matéria-prima para a fabricação de gesso; além da calcita, da anidrita e da dolomita, presentes na fabricação de cal para argamassa. Outro tipo de rocha sedimentar formada no ambiente marinho em grandes profundidades (maiores que mil metros) é a fosforita, bastante usada na produção de fertilizantes.
Formados ao longo de milhões de anos a partir da matéria orgânica de seres vivos, os depósitos de carvão mineral, gás natural e petróleo são importantes fontes de energia para a sociedade. O petróleo, além de ser a principal matriz energética na atualidade, também é usado na fabricação de tecidos, plásticos, detergentes, entre outros produtos.
Há, ainda, um composto energético marinho, talvez mais abundante do que todo o petróleo e o carvão: os hidratos de gás. São sólidos cristalinos semelhantes ao gelo, presentes em todas as margens oceânicas abaixo dos 500 metros de profundidade. Com uma estrutura que aprisiona gases, principalmente o metano, eles têm alto potencial energético a ser explorado.
Em diferentes profundidades do oceano, encontram-se também outros minerais: os nódulos polimetálicos, as crostas cobaltíferas e os sulfetos metálicos. Os nódulos, que contêm ferro e manganês, estão localizados sobre o sedimento marinho entre 4 mil e 5 mil metros de profundidade. Os sulfetos metálicos, ricos em ferro e cobre, são encontrados em zonas relacionadas ao vulcanismo e à expansão das placas tectônicas, a aproximadamente 3 mil metros de profundidade. As crostas cobaltíferas, ricas em cobalto, são formadas sobre estruturas rochosas em regiões entre 400 metros e 4 mil metros de profundidade.
O olhar sobre esses minerais é estratégico, uma vez que são ricos em elementos usados na construção de painéis solares, celulares, lâmpadas, ligas metálicas, vidro, lentes dos óculos, cabos de transmissão de dados, entre outros.
A obtenção desses e de outros recursos minerais do oceano apresenta desafios ambientais e tecnológicos complexos, mas que certamente não são insuperáveis. Acontece que, se nesse movimento pela exploração, a ganância pelo lucro prescindir do bem maior que é o meio ambiente, pode-se considerar o comprometimento das gerações atuais e futuras.
A diversidade biológica também é enorme nos fundos marinhos – grande parte ainda desconhecida -, e pode ser afetada de forma irreversível se os cuidados necessários não forem tomados. A obtenção desses recursos deve considerar os grandes custos envolvidos e ser feita para gerar e compartilhar prosperidade, sem inviabilizar a natureza.
Há quem se pergunte como contribuir para que a exploração não ocorra desnecessariamente e de modo predatório. Já é de grande valia uma atitude individual que considere o consumo de forma consciente e, melhor ainda, seria se, coletivamente, houvesse mais pressão para que as empresas desenvolvam produtos com maior eficiência e durabilidade, demandando menos recursos e reciclando materiais.
Primeira coluna: valor semântico
(1) Condicional
(2) Temporal
(3) Causal
(4) Final
Segunda coluna: exemplo
(__) São necessárias muitas pesquisas, para que novas fontes de energia sejam encontradas.
(__) Os recursos marinhos serão extinguidos se não pensarmos em uma alternativa.
(__) Talvez seja tarde quando as pessoas se darem conta da necessidade de mudar de hábitos de consumo.
(__) Como outras alternativas são mais caras, seguimos usando combustíveis fósseis.
✅ Gabarito: D (4 – 1 – 2 – 3)
Justificativa detalhada:
1ª frase – FINALIDADE (4): A locução conjuntiva “para que” introduz uma oração subordinada adverbial final, indicando o objetivo ou propósito da ação expressa na oração principal. A estrutura “são necessárias muitas pesquisas, PARA QUE novas fontes sejam encontradas” estabelece claramente a relação de finalidade entre o esforço de pesquisa e o resultado esperado.
2ª frase – CONDIÇÃO (1): A conjunção “se” é prototípica para estabelecer relações condicionais, criando uma hipótese: “OS recursos serão extinguidos SE não pensarmos”. A extinção depende da condição (não pensar em alternativas). Este é o clássico período condicional da estrutura “SE p, então q”.
3ª frase – TEMPO (2): A conjunção “quando” marca o valor temporal, indicando o momento em que a ação ocorrerá: “será tarde QUANDO as pessoas se derem conta”. Estabelece uma relação de simultaneidade ou posterioridade temporal entre os eventos.
4ª frase – CAUSA (3): A conjunção “como” neste contexto tem valor causal (equivalente a “porque”, “uma vez que”), explicando a razão pela qual seguimos usando combustíveis fósseis: “COMO outras alternativas são mais caras” apresenta a causa que justifica a consequência expressa na oração principal.
Referências: NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. 3. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2018. p. 789-856 (capítulo sobre orações adverbiais e relações lógico-semânticas); CASTILHO, Ataliba T. de. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010. p. 337-382; AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Publifolha, 2021. p. 302-315.
Primeira coluna: palavras do texto
(1) estratégico
(2) predatório
(3) consciente
(4) ganância
Segunda coluna: antônimos
(__) cuidadoso
(__) aleatório
(__) desambição
(__) imprudente
✅ Gabarito: B (2 – 1 – 4 – 3)
Justificativa detalhada sobre antonímia:
A antonímia é uma relação semântica de oposição de sentido entre palavras. Existem diferentes tipos de antonímia: complementar (vivo/morto), gradual (quente/frio) e relacional (comprar/vender). Esta questão trabalha principalmente com antonímia gradual e complementar.
Par 1 – PREDATÓRIO (2) ↔ CUIDADOSO: “Predatório” (do latim praedatorius) significa “que depreda, destrói, explora de forma devastadora”, especialmente em contextos ambientais. Seu antônimo “cuidadoso” expressa zelo, precaução e atenção, representando o oposto da destruição deliberada. No contexto do texto sobre recursos marinhos, a exploração predatória contrasta com a atitude cuidadosa de preservação.
Par 2 – ESTRATÉGICO (1) ↔ ALEATÓRIO: “Estratégico” (do grego stratēgikós) indica algo planejado, deliberado, com propósito definido. “Aleatório” (do latim aleatorius, de alea = dado, sorte) significa casual, ao acaso, sem planejamento. São antônimos porque um expressa intencionalidade planejada e o outro expressa ausência de planejamento.
Par 3 – GANÂNCIA (4) ↔ DESAMBIÇÃO: “Ganância” (do latim ganancia) expressa ambição excessiva, avidez desmedida por riquezas ou poder. “Desambição” é o substantivo que expressa ausência de ambição, desprendimento material, contentamento. Representam polos opostos na relação com bens materiais.
Par 4 – CONSCIENTE (3) ↔ IMPRUDENTE: “Consciente” (do latim consciens) indica aquele que tem conhecimento, percepção clara, que age com discernimento. “Imprudente” (prefixo negativo im- + prudens) significa sem prudência, descuidado, precipitado. No contexto do consumo consciente mencionado no texto, opõe-se à ação imprudente de exploração irresponsável.
Referências: ILARI, Rodolfo; GERALDI, João Wanderley. Semântica. 11. ed. São Paulo: Ática, 2006. p. 43-58 (capítulo sobre relações de sentido); CANÇADO, Márcia. Manual de semântica: noções básicas e exercícios. 2. ed. rev. São Paulo: Contexto, 2012. p. 101-125; LYONS, John. Linguagem e linguística. Rio de Janeiro: LTC, 2009. p. 453-480; MÜLLER, Ana Lúcia; VIOTTI, Evani. Semântica formal. São Paulo: Contexto, 2003.
✅ Gabarito: C
Justificativa detalhada sobre ortografia e homônimos:
Esta questão trabalha com parônimos e homófonos, palavras que geram confusão ortográfica por semelhança sonora ou gráfica, mas com significados distintos. O domínio dessas distinções é fundamental para a escrita formal.
Alternativa C (CORRETA): “a fim de que” – A locução prepositiva “a fim de” (sempre SEPARADA) expressa finalidade, propósito, objetivo. Equivale a “para”, “com o objetivo de”. Estrutura: PREPOSIÇÃO “a” + SUBSTANTIVO “fim” + PREPOSIÇÃO “de”. Exemplo: “Estudou a fim de passar no concurso”.
Erro na alternativa A: “acento cativo” → deveria ser “ASSENTO cativo”. ACENTO (com C) = sinal gráfico (~, ´, ^, `, ¨) ou inflexão de voz; ASSENTO (com SS) = lugar para sentar, cadeira, registro. “Assento cativo” significa “lugar reservado”.
Erro na alternativa B: “mais o petróleo” → deveria ser “MAS o petróleo”. MAIS (com I) = advérbio de intensidade/quantidade, oposição a “menos”; MAS (sem I) = conjunção adversativa, equivale a “porém”, “contudo”, “entretanto”. Contexto adversativo exige “mas”.
Erro na alternativa D: “afim de que” → deveria ser “A FIM DE que”. AFIM (junto) = adjetivo que significa “semelhante, que tem afinidade” (ex: “ideias afins”); A FIM DE (separado) = locução de finalidade. Contexto de propósito exige separação.
Erro na alternativa E: “seção de cinema” → deveria ser “SESSÃO de cinema”. SEÇÃO (ou SECÇÃO) = divisão, departamento, parte de algo (ex: “seção de esportes do jornal”); SESSÃO = reunião, encontro com horário definido, exibição (ex: “sessão de cinema às 20h”); CESSÃO = ato de ceder (ex: “cessão de direitos”).
Referências: BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. p. 68-95 (capítulo sobre ortografia oficial); ACADEMIA BRASILEIRA DE LETRAS. VOLP – Vocabulário Ortográfico da Língua Portuguesa. 6. ed. São Paulo: Global, 2023. Disponível em: www.academia.org.br; MARTINS, Dileta Silveira; ZILBERKNOP, Lúbia Scliar. Português instrumental. 30. ed. São Paulo: Atlas, 2020. p. 34-52; SACCONI, Luiz Antonio. Não erre mais!. 25. ed. São Paulo: Nova Geração, 2011.
✅ Gabarito: C
Justificativa detalhada sobre crase:
A crase é a fusão de duas vogais idênticas, representada graficamente pelo acento grave (`). Na língua portuguesa, o fenômeno mais comum é a fusão da preposição “a” + artigo definido feminino “a(s)” = à(s). Para que ocorra crase, são necessárias DUAS condições simultâneas: (1) um termo regente que exija preposição “a”; (2) um termo regido feminino determinado por artigo “a”.
Alternativa C (CORRETA): “relacionada à exploração” – O adjetivo “relacionada” exige regência com preposição “a” (algo relacionado A alguma coisa). O substantivo feminino “exploração” é determinado pelo artigo definido “a”. Logo: preposição “a” + artigo “a” = à (crase obrigatória). Estrutura: “atividade relacionada [a] + [a] exploração = à exploração”.
Erro na alternativa A: “a partir de” – Esta é uma locução prepositiva CRISTALIZADA que NUNCA admite crase. Mesmo diante de palavras femininas, mantém-se inalterada: “a partir da transformação” (não há fusão). É um caso de locução fixa da língua. Memorize: “a partir de” = SEM crase SEMPRE.
Erro na alternativa B: “devido ao retrabalhamento” – A palavra “retrabalhamento” é substantivo MASCULINO. Crase só ocorre com palavras femininas (salvo raríssimas exceções como “à moda de” subentendido). Como o artigo é “o” (masculino), não há fusão: devido AO (preposição + artigo masculino).
Erro na alternativa D: Dois erros: (1) “atrair a atenção” – O verbo “atrair” é transitivo direto (atrair algo/alguém), NÃO exige preposição “a”. Portanto, o “a” é apenas artigo definido, sem crase: “atrair A atenção”. (2) “a partir da exploração” – Novamente, a locução “a partir de” não leva crase.
Erro na alternativa E: “À intensa evaporação” no início da frase – Quando o “à” inicia período absoluto (começo de frase), geralmente é apenas artigo definido, parte do sujeito da oração, sem preposição antecedente para formar crase. Neste caso: “A intensa evaporação” é o sujeito do verbo “concentra”, portanto sem crase. A crase no início de frase só ocorre em raros casos específicos (elipse de palavras, certos contextos).
Resumo de regras importantes: ✓ Crase = preposição “a” + artigo “a”; ✗ Não ocorre antes de: masculino, verbo, pronome (exceto possessivos femininos), artigo indefinido, palavras repetidas (cara a cara), locução “a partir de”.
Referências: BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. p. 559-572; SACCONI, Luiz Antonio. Nossa gramática completa Sacconi. 32. ed. São Paulo: Nova Geração, 2011. p. 417-438; TERRA, Ernani. Curso prático de gramática. 7. ed. São Paulo: Scipione, 2018. p. 301-318; CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 7. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016. p. 605-610.
(__) Existem variados minerais presentes em distintos ecossistemas marinhos. Esses minerais apresentam diversos usos e funções.
(__) Os hidratos de gás são tão abundantes quanto o carvão e o petróleo e já são amplamente explorados em diversas atividades.
(__) Diferentes minerais são encontrados em distintas profundidades do oceano.
✅ Gabarito: B (V – F – V)
Justificativa detalhada – Interpretação e análise textual:
Esta questão exige compreensão global do texto e capacidade de identificar informações explícitas e implícitas, além de distinguir entre fatos apresentados e inferências incorretas.
1ª afirmação – VERDADEIRA: “Existem variados minerais presentes em distintos ecossistemas marinhos. Esses minerais apresentam diversos usos e funções.” O texto evidencia essa afirmação em vários momentos: apresenta minerais da zona costeira (cascalho, areia – parágrafo 2), plataforma continental (minerais pesados como ilmenita, rutilo, zircão – parágrafo 2), evaporitos marinhos (halita, silvita, gipsita – parágrafo 3), fosforita em grandes profundidades (> 1000m – parágrafo 3), além de combustíveis fósseis (parágrafo 4) e minerais de águas profundas (nódulos polimetálicos, sulfetos metálicos, crostas cobaltíferas – parágrafo 6). Os usos variam desde cimento, vidro, fertilizantes, até energia e tecnologia.
2ª afirmação – FALSA: “Os hidratos de gás são tão abundantes quanto o carvão e o petróleo e já são amplamente explorados em diversas atividades.” Esta afirmação contém DOIS erros: (1) O texto afirma que os hidratos são “talvez MAIS abundantes do que todo o petróleo e o carvão” (não “tão abundantes quanto”), indicando superioridade, não igualdade; (2) O texto menciona que têm “alto potencial energético A SER explorado” (parágrafo 5), ou seja, estão no futuro da exploração, NÃO sendo “amplamente explorados” atualmente. A expressão “a ser explorado” indica potencial futuro, não realidade presente.
3ª afirmação – VERDADEIRA: “Diferentes minerais são encontrados em distintas profundidades do oceano.” O parágrafo 6 explicita essa informação com dados precisos: nódulos polimetálicos (4.000-5.000m), sulfetos metálicos (~3.000m), crostas cobaltíferas (400-4.000m). O parágrafo 3 menciona fosforita em profundidades maiores que 1.000m. O parágrafo 5 cita hidratos de gás abaixo de 500m. Essa distribuição vertical demonstra a estratificação dos recursos minerais marinhos.
Estratégia de leitura aplicada: Esta questão exige scanning (busca de informações específicas) combinado com análise crítica para detectar distorções nas afirmações propostas, especialmente diferenciando entre “potencial futuro” e “exploração atual”.
Referências: KOCH, Ingedore V.; ELIAS, Vanda M. Ler e compreender: os sentidos do texto. 4. ed. São Paulo: Contexto, 2023. p. 39-72 (estratégias de processamento textual); SOLÉ, Isabel. Estratégias de leitura. 6. ed. Porto Alegre: Penso, 2014. p. 67-98; KLEIMAN, Angela. Texto e leitor: aspectos cognitivos da leitura. 16. ed. Campinas: Pontes, 2016. p. 13-43; MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. p. 227-265.
✅ Gabarito: B
Justificativa detalhada sobre colocação pronominal:
A colocação dos pronomes oblíquos átonos (me, te, se, lhe, o, a, nos, vos, lhes, os, as) em relação ao verbo é regulada por normas específicas na norma culta. Existem três posições possíveis: próclise (antes do verbo), ênclise (depois do verbo) e mesóclise (no meio do verbo, apenas com futuro do presente e do pretérito).
Alternativa B (CORRETA): “Embora se invista em pesquisas…” – A conjunção subordinativa “embora” é classificada como palavra atrativa, ou seja, exige obrigatoriamente a PRÓCLISE (pronome ANTES do verbo). Outras palavras atrativas: advérbios (não, nunca, já, sempre), pronomes relativos (que, quem, onde), pronomes interrogativos, pronomes indefinidos, conjunções subordinativas (se, quando, embora, caso). Estrutura correta: “embora + SE + invista”.
Erro na alternativa A: “Às vezes pego-me” → deveria ser “Às vezes ME pego”. O advérbio “às vezes” funciona como palavra atrativa, exigindo próclise. Advérbios em geral atraem o pronome, especialmente quando iniciam a frase ou estão próximos ao verbo. Mesmo que haja vírgula após o advérbio, a atração permanece válida.
Erro na alternativa C: “foram-lhes apresentadas” → a construção está INCORRETA porque o particípio (“apresentadas”) NÃO admite ênclise na norma culta. O correto seria: “lhes foram apresentadas” (próclise com o verbo auxiliar) ou, em contextos informais aceitos, “foram apresentadas a eles” (sem pronome átono). Regra geral: NUNCA use ênclise com particípio.
Erro na alternativa D: “Me surpreende” → deveria ser “Surpreende-me”. No INÍCIO DE FRASE (período absoluto), a norma culta proíbe a próclise; deve-se usar ênclise. Esta é uma regra categórica da gramática normativa, embora no português brasileiro coloquial a próclise inicial seja frequente. Em textos formais e provas de concurso: NUNCA inicie frase com pronome átono.
Erro na alternativa E: “Nunca disseram-lhe” → deveria ser “Nunca LHE disseram”. O advérbio de negação “nunca” é palavra atrativa fortíssima, exigindo obrigatoriamente próclise. Outros advérbios negativos com o mesmo efeito: não, jamais, nem, ninguém, nada, nenhum. Estrutura correta: “Nunca + LHE + disseram”.
Resumo das regras principais: ✓ PRÓCLISE obrigatória: após palavras atrativas (advérbios, negação, pronomes relativos/indefinidos/interrogativos, conjunções subordinativas); ✗ ÊNCLISE proibida: com particípio, no futuro do indicativo (usa-se mesóclise ou próclise com atrativa); ✓ ÊNCLISE obrigatória: início de frase (sem palavra atrativa), imperativo afirmativo, infinitivo não preposicionado, gerúndio (salvo precedido de “em”).
Referências: CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 7. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016. p. 309-321; BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. p. 582-598; ROCHA LIMA, Carlos Henrique da. Gramática normativa da língua portuguesa. 53. ed. Rio de Janeiro: José Olympio, 2017. p. 456-472; AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Publifolha, 2021. p. 267-278.
I – O texto é aberto por uma série de informações a respeito de bens e utensílios que são criados a partir de recursos marinhos.
II – Em uma segunda parte do texto, são focalizados, especificamente, combustíveis de origem mineral.
III – A última parte do texto retoma a importância de todos os elementos indicados anteriormente e argumenta em favor de seu uso, afirmando que o uso individual consciente é o bastante para que os recursos durem mais tempo.
✅ Gabarito: C (I e II, apenas)
Justificativa detalhada sobre estrutura textual:
Esta questão avalia a capacidade de reconhecer a macroestrutura textual, ou seja, a organização global do texto em suas partes constituintes e a progressão temática ao longo da composição.
Afirmação I – VERDADEIRA: “O texto é aberto por uma série de informações a respeito de bens e utensílios que são criados a partir de recursos marinhos.” O primeiro parágrafo efetivamente apresenta uma listagem inicial (“Estanho, titânio, cascalho, calcário, enxofre, carvão e petróleo”) contextualizando que esses minerais “estão na base das mais avançadas tecnologias”. Os parágrafos 2, 3 e 4 detalham diversos minerais marinhos e suas aplicações práticas (cimento, vidro, cosméticos, fertilizantes, energia), confirmando que a abertura do texto se concentra em apresentar os recursos e seus usos.
Afirmação II – VERDADEIRA: “Em uma segunda parte do texto, são focalizados, especificamente, combustíveis de origem mineral.” O parágrafo 4 dedica-se exclusivamente aos combustíveis fósseis: “Formados ao longo de milhões de anos a partir da matéria orgânica de seres vivos, os depósitos de carvão mineral, gás natural e petróleo são importantes fontes de energia para a sociedade”. O parágrafo 5 continua essa temática energética ao mencionar os hidratos de gás. Há, portanto, uma seção específica sobre recursos energéticos.
Afirmação III – FALSA: “A última parte do texto retoma a importância de todos os elementos indicados anteriormente e argumenta em favor de seu uso, afirmando que o uso individual consciente é o bastante para que os recursos durem mais tempo.” Esta afirmação contém TRÊS distorções: (1) O texto NÃO argumenta “em favor do uso” dos recursos, mas sim em favor de uma exploração responsável; (2) O último parágrafo menciona “atitude individual” como algo “de grande valia”, mas enfatiza que “melhor ainda, seria se, coletivamente, houvesse mais pressão” sobre as empresas, ou seja, PRIORIZA a ação coletiva sobre a individual; (3) O texto não afirma que o uso individual consciente é “o bastante” (suficiente), mas sim que seria necessária uma combinação de ações individuais E coletivas.
Análise da progressão temática: O texto segue uma estrutura dissertativa-expositiva clássica: INTRODUÇÃO (apresentação dos recursos marinhos) → DESENVOLVIMENTO (detalhamento técnico dos tipos de minerais, profundidades, usos) → CONCLUSÃO (reflexão sobre sustentabilidade e responsabilidade na exploração). A progressão é do concreto (listagem de minerais) para o abstrato (questões éticas e ambientais).
Referências: KOCH, Ingedore V.; TRAVAGLIA, Luiz Carlos. A coerência textual. 18. ed. São Paulo: Contexto, 2015. p. 47-89 (macroestrutura e progressão temática); FÁVERO, Leonor Lopes. Coesão e coerência textuais. 11. ed. São Paulo: Ática, 2009. p. 11-34; VAN DIJK, Teun A.; KINTSCH, Walter. Strategies of discourse comprehension. New York: Academic Press, 1983 (tradução brasileira disponível); MARCUSCHI, Luiz Antônio. Produção textual, análise de gêneros e compreensão. São Paulo: Parábola Editorial, 2008. p. 79-126.
I – No trecho “O olhar sobre esses minerais é estratégico, uma vez que são ricos em elementos usados na construção de painéis solares, celulares, lâmpadas, ligas metálicas, vidro, lentes dos óculos, cabos de transmissão de dados, entre outros”, a expressão “uma vez que” dá a ideia de explicação.
II – Na sentença “A obtenção desses e de outros recursos minerais do oceano apresenta desafios ambientais e tecnológicos complexos, mas que certamente não são insuperáveis”, a conjunção “mas” apresenta a ideia de adição.
III – No excerto “Já é de grande valia uma atitude individual que considere o consumo de forma consciente e, melhor ainda, seria se, coletivamente, houvesse mais pressão para que as empresas desenvolvam produtos com maior eficiência e durabilidade, demandando menos recursos e reciclando materiais”, o “se” dá a ideia de concessão.
✅ Gabarito: A (I, apenas)
Justificativa detalhada sobre relações lógico-semânticas:
Esta questão exige compreensão profunda das relações de sentido estabelecidas pelos conectivos (conjunções, locuções conjuntivas) entre orações e segmentos textuais. É fundamental distinguir entre os diferentes valores semânticos que essas palavras podem expressar.
Afirmação I – VERDADEIRA: “No trecho ‘O olhar sobre esses minerais é estratégico, uma vez que são ricos em elementos usados na construção…’, a expressão ‘uma vez que’ dá a ideia de explicação.” A locução conjuntiva “uma vez que” estabelece, de fato, uma relação CAUSAL-EXPLICATIVA. Ela introduz a CAUSA/RAZÃO pela qual “o olhar sobre esses minerais é estratégico”. Estrutura lógica: [CONSEQUÊNCIA] + uma vez que + [CAUSA]. A segunda oração explica/justifica a primeira. Equivalentes: “porque”, “já que”, “visto que”, “como” (anteposto). Esta é uma conjunção subordinativa causal típica.
Afirmação II – FALSA: “Na sentença ‘…apresenta desafios ambientais e tecnológicos complexos, mas que certamente não são insuperáveis’, a conjunção ‘mas’ apresenta a ideia de adição.” ERRO: A conjunção “mas” expressa ADVERSIDADE/OPOSIÇÃO, não adição. Ela introduz uma ideia CONTRÁRIA ou CONTRASTANTE em relação à anterior. No contexto: os desafios SÃO complexos (primeira informação), PORÉM não são insuperáveis (segunda informação que ameniza/contraria a primeira). A conjunção “mas” pertence ao grupo das conjunções coordenativas adversativas (porém, contudo, todavia, entretanto, no entanto). Para expressar ADIÇÃO, seriam usadas conjunções aditivas: “e”, “nem”, “também”, “além disso”.
Afirmação III – FALSA: “No excerto ‘…seria se, coletivamente, houvesse mais pressão…’, o ‘se’ dá a ideia de concessão.” ERRO: A conjunção “se” neste contexto expressa CONDIÇÃO, não concessão. A estrutura apresenta um período condicional clássico: “seria [CONSEQUÊNCIA] + se houvesse [CONDIÇÃO]”. A existência de “mais pressão coletiva” é a CONDIÇÃO necessária para que algo “seria melhor”. Conjunções condicionais típicas: se, caso, desde que, contanto que, a não ser que. Para expressar CONCESSÃO (que admite algo contrário ao esperado), seriam usadas: embora, ainda que, mesmo que, se bem que, conquanto. Exemplo de concessão: “Embora haja pressão, as empresas não mudam” (admite pressão, mas apresenta resultado contrário ao esperado).
Diferença crucial – Condição vs. Concessão: CONDIÇÃO estabelece requisito necessário para algo acontecer (SE p, então q); CONCESSÃO admite um obstáculo mas apresenta resultado inesperado (EMBORA p, mesmo assim q). No texto, temos condição: SE houver pressão coletiva, então seria melhor.
Referências: NEVES, Maria Helena de Moura. Gramática de usos do português. 3. ed. São Paulo: Editora Unesp, 2018. p. 789-912 (capítulo completo sobre orações adverbiais e relações interoracionais); AZEREDO, José Carlos de. Gramática Houaiss da língua portuguesa. 3. ed. São Paulo: Publifolha, 2021. p. 288-325; CASTILHO, Ataliba T. de. Nova gramática do português brasileiro. São Paulo: Contexto, 2010. p. 337-395; PERINI, Mário A. Gramática do português brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2010. p. 197-225.
Primeira coluna: função da pontuação
(1) Sequência de elementos
(2) Isolamento de adjunto adverbial
(3) Aposto
Segunda coluna: excerto do texto
(__) Os sulfetos metálicos, ricos em ferro e cobre, são encontrados em zonas relacionadas ao vulcanismo e à expansão das placas tectônicas.
(__) Em diferentes profundidades do oceano, encontram-se também outros minerais.
(__) Estanho, titânio, cascalho, calcário, enxofre, carvão e petróleo são exemplos de minerais utilizados amplamente pela sociedade atual.
✅ Gabarito: C (3 – 2 – 1)
Justificativa detalhada sobre funções da pontuação:
A pontuação não é arbitrária: cada sinal desempenha funções sintáticas, semânticas e discursivas específicas. A vírgula, em particular, tem múltiplas funções relacionadas à estrutura sintática e à organização informacional do texto.
1º trecho – APOSTO EXPLICATIVO (3): “Os sulfetos metálicos, ricos em ferro e cobre, são encontrados…” – As vírgulas isolam um APOSTO EXPLICATIVO, ou seja, um termo que explica, esclarece ou especifica o substantivo anterior (“sulfetos metálicos”). O aposto “ricos em ferro e cobre” fornece informação adicional sobre a composição química dos sulfetos. Característica do aposto explicativo: pode ser removido sem prejuízo sintático à oração, mas acrescenta informação relevante. As vírgulas marcam essa inserção explicativa no fluxo textual. Estrutura: [substantivo] + , + [aposto explicativo] + , + [continuação da oração].
2º trecho – ADJUNTO ADVERBIAL DESLOCADO (2): “Em diferentes profundidades do oceano, encontram-se também outros minerais.” – A vírgula separa um ADJUNTO ADVERBIAL DE LUGAR deslocado para o início da frase. A ordem direta (não marcada) seria: “Encontram-se também outros minerais em diferentes profundidades do oceano”. Quando o adjunto adverbial (especialmente os longos, com mais de duas palavras) é antecipado, a vírgula é recomendável para marcar essa inversão sintática e facilitar a leitura. Regra geral: adjuntos adverbiais curtos no início dispensam vírgula; os longos (3+ palavras) ou intercalados exigem vírgula(s).
3º trecho – SEQUÊNCIA/ENUMERAÇÃO DE ELEMENTOS (1): “Estanho, titânio, cascalho, calcário, enxofre, carvão e petróleo são exemplos…” – As vírgulas separam elementos em uma ENUMERAÇÃO (também chamada de série ou sequência coordenada). Cada vírgula substitui a conjunção aditiva “e” que seria repetitiva. Apenas o último elemento recebe a conjunção explícita: “carvão E petróleo”. Esta é uma das funções mais básicas e frequentes da vírgula. Estrutura: [elemento 1] + , + [elemento 2] + , + [elemento 3] + , + … + , + [elemento n-1] + e + [elemento n].
Outras funções importantes da vírgula não exploradas nesta questão: Separar orações coordenadas assindéticas; isolar vocativos; separar orações adjetivas explicativas; marcar elipse verbal; separar expressões de retificação ou esclarecimento (isto é, ou seja, por exemplo); isolar conjunções deslocadas.
Referências: CUNHA, Celso; CINTRA, Lindley. Nova gramática do português contemporâneo. 7. ed. Rio de Janeiro: Lexikon, 2016. p. 655-670 (capítulo sobre pontuação); BECHARA, Evanildo. Moderna gramática portuguesa. 38. ed. rev., ampl. e atual. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2015. p. 608-625; GARCIA, Othon M. Comunicação em prosa moderna. 28. ed. Rio de Janeiro: FGV, 2022. p. 218-245; LUFT, Celso Pedro. A vírgula: considerações sobre o seu ensino e o seu emprego. 2. ed. São Paulo: Ática, 2002 (obra clássica e específica sobre vírgula); DAHLET, Véronique. A pontuação e as culturas da escrita. Filologia e Linguística Portuguesa, n. 8, p. 287-314, 2006.
✅ Gabarito: D – Função Conativa
Justificativa detalhada sobre funções da linguagem:
As funções da linguagem, teorizadas por Roman Jakobson (1896-1982), identificam a orientação predominante da mensagem em relação aos elementos da comunicação (emissor, receptor, mensagem, código, canal, contexto). Embora um texto possa apresentar múltiplas funções simultaneamente, geralmente uma delas predomina.
Função CONATIVA/APELATIVA (PREDOMINANTE neste texto): Esta função está centrada no RECEPTOR (leitor/destinatário) e tem como objetivo INFLUENCIAR, PERSUADIR, CONVENCER ou MOBILIZAR o interlocutor para uma ação, reflexão ou mudança de comportamento. Marcas linguísticas típicas: verbos no imperativo, vocativos, perguntas retóricas, uso de 2ª pessoa (você) ou 1ª pessoa do plural inclusiva (nós), modalizadores deônticos (deve, é necessário, cabe).
Evidências da função conativa no texto:
1) Pergunta retórica ao leitor: “Há quem se pergunte como contribuir para que a exploração não ocorra desnecessariamente e de modo predatório” – envolve o leitor diretamente, provocando reflexão.
2) Convocação à ação: “Já é de grande valia uma atitude individual que considere o consumo de forma consciente” – sugere comportamento desejado.
3) Apelo coletivo: “seria se, coletivamente, houvesse mais pressão para que as empresas desenvolvam produtos com maior eficiência e durabilidade” – propõe ação conjunta.
4) Tom prescritivo/alertivo: “A obtenção desses recursos deve considerar os grandes custos envolvidos” – modalização deôntica que prescreve conduta.
5) Uso de inclusão: O texto usa “nossa” (“facilitam nossas vidas”), “considerem” (incluindo o leitor), criando identificação e corresponsabilidade.
Por que NÃO são as outras funções:
❌ Metalinguística (A): Centrada no CÓDIGO; ocorre quando a linguagem fala sobre si mesma (ex: dicionários, gramáticas, textos que explicam palavras). O texto NÃO se dedica a explicar a própria linguagem.
❌ Poética (B): Centrada na MENSAGEM; enfatiza a forma, o trabalho estético com as palavras, recursos literários (metáforas, aliterações, ritmo). O texto é dissertativo-expositivo com finalidade informativo-persuasiva, não literária/estética.
❌ Fática (C): Centrada no CANAL; serve para testar, estabelecer, manter ou interromper o contato comunicativo (ex: “alô?”, “entendeu?”, “né?”, “sabe?”). O texto não se preocupa em verificar o canal de comunicação.
❌ Expressiva/Emotiva (E): Centrada no EMISSOR; manifesta emoções, opiniões e estados subjetivos do autor (uso de 1ª pessoa, interjeições, adjetivos avaliativos intensos). Embora o texto tenha opinião, não expressa emoções pessoais do autor, mas argumenta objetivamente com dados.
Observação importante: O texto também apresenta função REFERENCIAL (informativa, centrada no contexto), pois fornece muitos dados objetivos sobre minerais marinhos. Porém, a função CONATIVA predomina, especialmente nos parágrafos finais, que claramente buscam mobilizar o leitor para atitudes conscientes.
Referências: JAKOBSON, Roman. Linguística e comunicação. Trad. Izidoro Blikstein e José Paulo Paes. São Paulo: Cultrix, 2010. p. 123-162 (capítulo clássico sobre funções da linguagem); CHALHUB, Samira. Funções da linguagem. 12. ed. São Paulo: Ática, 2006 (Série Princípios); FIORIN, José Luiz (org.). Introdução à linguística: objetos teóricos. 6. ed. São Paulo: Contexto, 2011. p. 69-94; KOCH, Ingedore V. Argumentação e linguagem. 13. ed. São Paulo: Cortez, 2011. p. 17-35.
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